quarta-feira, maio 31, 2006

morrer de amor ou amar até morrer?

em termos afectivos, acho que tudo se resume a esta questão:
preferimos morrer de amor
ou amar até à morte?
será possível juntar amor e paixão numa só pessoa, por longos anos? se escolhermos "amar até à morte" não correremos igualmente o "risco" de uma paixão esporádica? e, se ela chegar, como haveremos de reagir? poderemos "amar" sem estarmos "apaixonados"?
são tantas as questões que eu entendo que nunca ninguém poderá dizer convictamente que vai amar até à morte, cegamente. em questões sentimentais nunca se podem ter certezas, porque ninguém está livre de uma paixão repentina, provocada, às vezes, por um simples "fraquinho". para mim, em cada "fraquinho" que se tenha por alguém, há sempre a força latente de uma paixão e o desejo de um grande amor, nem que seja para se poder ostentar aquele ar sofredor, mal dormido, resultado físico da ausência da pessoa amada. os "fraquinhos" são as predisposições de quem está absolutamente disposto a amar, mesmo que já se ame (e isto é polémico, mas para mim é possível).
se nós conseguissemos amar sem paixão, ou sofrer grandes paixões sem amar, seriamos muito mais felizes, mas menos interessantes, menos complexos, mais... desumanos. ciúmes, discussões, arrufos, expectativas, saudades, ansiedade, alegrias, desilusões... é tudo tão deliciosamente doentio. confundir amor com paixão, e vice-versa, continua a ser o nosso "desporto" preferido. se ao menos conseguissemos emagrecer alguma coisa com isso...

"é mesmo assim"

miguel esteves cardoso, um dos poucos génios vivos deste país.
citações de 1986 que, passados 20 anos, ainda são tão actuais:

- "(...) os futebolistas portugueses têm uma maneira de falar muito especializada e dissolvente. Era bom, por exemplo, que as câmaras de televisão com que se filmam as entrevistas a jogadores, viessem sempre equipadas com um simples sistema de roldanas, que fizesse accionar um martelo pesado cada vez que alguém dissesse "O futebol é mesmo assim".

- "No passado domingo, no intervalo do jogo Brasil - Espanha, o comentador, meditando sobre o tédio doloroso da 1ª parte, dizia: "Até aqui, foi um jogo monótono, mas a alta competição é mesmo assim". A síndrome do "mesmo assim" é definitivamente a contribuição principal do futebol à língua portuguesa. Porque é que os críticos literários não começam, também, a dizer: "Este romance é incompreensível, mas a literatura é mesmo assim". Ou os gastrónomos: "O bacalhau espiritual sabia a peúgas de nylon, embebidos em gasolina, mas, em última análise, quem ganha é a gastronomia, porque a alta culinária é mesmo assim".

- "A regra geral, no futebol e noutras coisas, é a seguinte: quando vir qualquer coisa que pareça gravemente errada, avariada, mal acabada ou mal pensada, inaceitável ou incrível, é escusado pôr-se com dúvidas porque aquilo é mesmo assim".

- O "mesmo assim" é, ele sim, uma das forças dissolventes da nossa alma. Esperamos que a selecção portuguesa se redima nos relvados mexicanos. E que ninguém tenha de perguntar: "Estão a jogar mal de propósito ou é mesmo assim que jogam?".

em 1986 a selecção portuguesa preparava-se para disputar no México o Mundial de futebol. 20 anos depois, prepara-se para o Mundial da Alemanha. um país inteiro está ansioso por uma boa prestação, para poder pendurar bandeiras nacionais nas janelas, nos carros, nas varandas, nas portas, nos cafés, enfim, para que se crie um ambiente de folia igual ao que se viveu em 2004, aquando do Europeu da modalidade, realizado em Portugal. o nosso povo é "mesmo assim": a nossa selecção ou é "a melhor de todas", ou "a pior de todas"; ou estamos eufóricos com os seus feitos, ou totalmente abatidos com as derrotas. não há meio termo. de bandeiras nas varandas e em tudo o que é sítio (estilo os carros dos emigrantes, com autocolantes por todo o lado e corações a dizer I love Portugal) passamos rapidamente para "mandem o Scolari embora", "o figo já não pode com as pernas", "o cristiano ronaldo é um brinca na areia", "o pauleta só percebe de queijos e o nuno gomes de hamburgers", etc..
só espero que, quando acontecer a inevitável eliminação (sim, porque eu não entro nessa corrente de opinião lunática que entende que Portugal pode ser campeão mundial), os jogadores, seleccionador e dirigentes não venham para as conferências de imprensa dizer que "o futebol é mesmo assim".

terça-feira, maio 30, 2006

from a late night train

23h45. chovia intensamente. as luzes da cidade abriam caminho aos seus passos trémulos e inseguros. a custo, olhava para trás, procurando algo que o detivesse. custava-lhe partir, deixar todas as pessoas que amava, sem se poder despedir... e como custam as despedidas!... a espera pelo comboio tornava-se mais amarga à medida que ia aumentando. as dúvidas tomavam agora conta dele, fazendo com que soltasse as mais tímidas lágrimas, que se desintegravam no cimento frio, misturando-se com a chuva. o "confronto" entre os dois cenários pretendidos dilacerava-o, mas tinha noção de que só poderia escolher um deles. na balança estavam as recordações do que já teve e a ansiedade do que poderia vir a ter, caso partisse. o mergulho decidido no desconhecido, na aventura, sobrepor-se-ia ao que construiu durante anos, passando por cima de muitas adversidades? se se conseguisse ver a sua alma nesta altura, ela estaria a sangrar, tal a dimensão das suas incertezas e hesitações.
à medida que a noite ia caindo o frio tornava-se quase insuportável. procurou aquecer-se acendendo um cigarro, procurando conforto numa cadeira, dentro de um estação vazia em tudo, mas sobretudo de calor humano. o comboio estava atrasado. na sua luta interior, o facto de o comboio estar atrasado representava um sinal. tinha mais tempo para evitar tomar a decisão que poderia alterar a sua vida. se a decisão de partir fosse assim tão acertada, porque é que a sua mente continuava a enviar-lhe mensagens de desconfiança e incerteza?
uma voz abrutalhada interrompe-lhe os profundos pensamentos. dentro de momentos, o comboio chegaria à linha. as pernas teimavam em não querer levantar-se da cadeira. os olhos miravam agora o horizonte, aquela curva onde o comboio deveria aparecer, esse adamastor de ferro que lhe exigia uma resposta rápida.
chegou o momento. muitos mais passageiros a sair, a acotovelarem-se no sentido de mais depressa chegarem aos seus lares. para entrar, apenas ele, agora de mãos nos bolsos, amargurado, sozinho, com a alma vazia de tanto sangrar.
alguém lhe tocou no ombro, despertando-o do estado catatónico em que se encontrava há largos minutos. virou-se para trás... e obteve a resposta para as suas dúvidas!...
Ficou...

p.s. - escrito ao som de "From a late night train", dos The Blue Nile.

rica encomenda

como eu queria ser (e manifestamente não sou).
se me dessem a escolher, escolhia isto:
- a eloquência e a destreza de gerard depardieu em "cyrano de bergerac"
- os dotes artísticos e o virtuosismo de geophrey rush em "shine"
- a inteligência e o discernimento de morgan freeman em "seven"
- ser sedutor como daniel day lewis em "a idade da inocência"
- a pinta do jeff bridges em "os fabulosos irmãos baker"
- o sex appeal de george clooney em "out of sight"
- o sentido de humor de woody allen em "annie hall"
- o charme natural de hugh grant em "notting hill"
- o cavalheirismo de clint eastwood em "as pontes de madison county"
- a paixão profissional de robin williams em "o clube dos poetas mortos"
- o carácter meticuloso de tim robbins em "shawshank redemption"
- o optimismo e altruísmo de roberto benigni em "a vida é bela"
- a integridade de paul giamatti em "sideways".

quando é que me podem entregar isto tudo em casa??!!

segunda-feira, maio 29, 2006

outros cais, outras histórias


há que saber reconhecer quando se chega ao fim de algo...

a questão é saber como proceder. ou ficamos agarrados a uma memória, à recordação de momentos vividos e de palavras trocadas; ou seguimos em frente, de consciência tranquila, em paz de espírito, sabendo que demos tudo, que mostramos tudo, que não poderíamos dar mais do que demos, porque tudo se esgotou: argumentos, justificações, motivos, razões...

aquele barco sou eu, num dos muitos cais por onde passei. estou preparado para partir. à minha frente uma imensidão de água, onde surgirão certamente mil outros cais...

emplastros ao telemóvel

a televisão já existe há muito tempo. é um facto. mas porque raio as pessoas insistem em colocar-se à frente das câmaras televisivas, sempre de telemóvel em riste, a falarem supostamente com alguém, perguntando se estão mesmo a aparecer na televisão, sempre que há um qualquer directo televisivo? este fim de semana foi mais um exemplo: feira do livro de Lisboa. a imagem mostra-nos a repórter, em directo, tendo, como pano de fundo, apenas stands de livrarias. numa delas está uma senhora, a arrumar os livros, postura insuspeita. o directo prolonga-se por uns minutos, com uma entrevista a um autor. de repente, lá aparece a tal chamada, "avisando" a senhora insuspeita de que está na televisão. ela reage como uma adolescente que recebe a primeira declaração de amor, fica envergonhada, mas não sai, nunca, de trás das câmaras, porque a estão a ver no país inteiro. a entrevista ao autor, angolano por sinal, continua entretanto. no final da mesma já são quase uma dezenas de pessoas que estão por trás da repórter e do autor, a maior parte delas falando ao telemóvel...
porque raio é que, já existindo televisão há tanto tempo, ainda há pessoas cujo maior objectivo na vida parece ser o de aparecer na televisão? porque raio se critica tanto o "Emplastro" quando as pessoas fazem exactamente o mesmo, embora dissimuladamente e sempre com o telemóvel em riste? não têm noção que é exactamente a mesma coisa?

quarta-feira, maio 24, 2006

casais no cinema

Qual destes casais cinematográficos representa mais fielmente o chavão "e viveram felizes para todo o sempre", tendo em conta a empatia gerada entre ambos, o background afectivo e a "bagagem emocional" evidenciada?
- Jeff Bridges e Michelle Pfeiffer em "Os Fabulosos Irmãos Baker";
- Billy Crystal e Meg Ryan em "When Harry met Sally";
- Audrey Tautou e Matthieu Kassowitz em "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain";
- Hugh Grant e Andie MacDowell em "Quatro Casamentos e um Funeral";
- Paul Giamatti e Virginia Madsen em "Sideways";
- Tom Hanks e Meg Ryan em "Sleepless in Seatle";
- Hugh Grant e Julia Roberts em "Notting Hill";
- Jack Nicholson e Helen Hunt em "As good as it gets";
- Sean Connery e Michelle Pfeiffer em "A Casa da Rússia".

terça-feira, maio 23, 2006

quem camufla teu amigo é

tenho um grande defeito! reconheço. aliás, tenho vários, mas hoje queira falar de um deles apenas. os outros encheriam todas as páginas do expresso, incluindo suplementos.
os meus amigos, os verdadeiros, não aqueles de ocasião, confrontam-me amiúde com a minha suposta "falta de atenção" para com eles, a ausência de sinais de carinho e ternura, criticando, ainda, a minha acidez em alguns comentários pejorativos (não mal intencionados, aqueles que se dizem na brincadeira), a minha instabilidade emocional, que nunca lhes permite aferir se estou bem ou mal disposto antes de iniciarem qualquer conversa comigo. isto tudo para além de eu não conseguir conversar olhando olhos nos olhos a outra pessoa. e mais: que eu sou incapaz de manter uma conversa séria junto deles sem estar constantemente a mandar piadas parvas e a fazer trocadilhos irracionais e totalmente deslocados do assunto.
realmente... é muita coisa. é caso para perguntar como é que eu ainda tenho amigos!!...

pois bem, o meu defeito é o de "disfarçar" sensações, dissimulá-las, alterá-las de uma forma meia "apatetada" de maneira a que eu me sinta confortável e não meio acabrunhado, sem reacção para além de um sorriso amarelo constrangedor que, de tão rígido, provoca dores musculares na face durante um mês.
e quando é que eu faço isso? (não devo ser a única pessoa a fazê-lo, certamente!) eu faço isso quando não quero dar a entender à outra pessoa que, de facto, gosto dela. e é nessa altura que eu regrido cerca de 30 anos e me porto como um puto de 4 anos que se farta de gozar as meninas, a roupa delas, as brincadeiras e as bonecas delas, quando, no fundo, até queria mesmo era brincar com elas, pentear a barbie, vestir a cindy, fazer bolos de chocolate no mini forno eléctrico e servir chá no salão às amigas da carlota cambalhota (por exemplo). pois é, como era tudo tão simples nessa altura, gostávamos das nossas colegas da escola primária, mas ficava-nos bem dizer que as detestávamos, que o que era bom era brincar com o Chico, o Tó, o Zeca e o João. ah, e gozar com elas. sempre! agora é diferente, claro. se temos colegas de trabalho no emprego, como antigamente tinhamos colegas de escola, já não nos fica bem fazer o que faziamos antes.

mas voltando um pouco atrás, Vasco da Gama estava certo de que tinha encontrado o caminho marítimo para a Índia, embora não soubesse como voltar novamente ao seu país... bem, não tanto atrás. (parvoíce!). a esse processo eu chamo de "mecanismo de defesa", ou seja, estou sempre salvaguardado nesta minha carapaça de indiferença, mostrando o meu lado arrogante, de desprezo quase, dizendo apenas barbaridades, só para não ter que mostrar o meu "lado fraco" e sensível. conheço mulheres que adoram esse lado nos homens (felizmente são muitas e ainda bem, porque eu sou de facto assim); mas também há outras que nos "enganam" muito bem, porque parece que são exactamente o oposto disso e, depois, são iguais, não queriam era demonstra-lo, porque, lá está, também elas não queriam mostrar o seu "lado fraco". ou seja, quando pensamos que uma determinada relação, seja ela de trabalho, familiar ou de amizade, está a seguir um rumo "confortável", sem ondas, sem muitas exigências de parte a parte, somos confrontados com uma espécie de chamada de atenção do género: "porque é que a umas fazes questão de as brindar com elogios e a outras preferes pisar para não ter que elogiar?". e isto desarma qualquer um. primeiro porque a pessoa que fez a questão está cheia de razão. segundo porque esta espécie de "ciúme" camuflado faz-me cair na realidade e constatar que, de facto, tenho negligenciado algumas pessoas, em detrimento de outras, em várias fases da minha vida. e esta é uma delas (tanto a fase, como a pessoa). é o meu chamado "top of the pops" sentimental. (ricardo, esta do top é para ti!). umas vezes estão umas pessoas no topo, outras no fundo da tabela, também há reentradas, entradas directas para primeiro lugar, etc.. só não tenho é a isabel figueira a apresentar todas as semanas na televisão. sou assim, não há volta a dar. perdem-se muitas pessoas pelo caminho, ganham-se outras, ferem-se umas, mutila-se outras, causam-se severos danos psicológicos numas, vontade de mudar de sexo e orientação sexual noutras, etc..

reconhecendo isso, resta-me dizer a essa minha amiga que prezo mesmo bastante o pouco tempo que passo com ela. quando faço figuras de parvo ao mandar bocas foleiras e depreciativas tou a vestir uma pele confortável e cómoda, que apaga qualquer vislumbre de carinho e ternura que sinto por ela. e ela sabe que o sinto!...

quarta-feira, maio 17, 2006

20 anos depois

gosto de música, aliás, adoro música, foi com ela que eu vivi as minhas primeiras paixões e os meus primeiros desgostos amorosos, na escuridão do meu quarto, enquanto vertia umas lágrimas ingénuas, em cena típica de novelas vespertinas. e havia alturas em que molhava o cabelo, fazia um penteado à bryan ferry, colocava a música no gira-discos (sim, ouviram bem, gira-discos!) e fazia o playback, tipo teledisco, do "Avalon", dos Roxy Music, ou do "Never again", dos Classix Nouveaux (neste caso escusava de me preocupar com o penteado, já que o vocalista era careca...). foi uma fase turbulenta da minha vida, as notas eram curtas, os pais reclamavam, inventavam castigos diferentes todos os dias, mandavam-me tirar os posters da nena e da kim wilde da parede, etc.. tenho, obviamente, saudade disso tudo (quem é que não tem saudade da sua adolescência?).
confesso que, agora, ao ouvir novamente as músicas que me acompanhavam nesses momentos, chego a sentir o mesmo, aquela nostalgia, a necessidade de estar perto da pessoa amada, a sensação da ausência que se quer preenchida, o ansiar desalmadamente pelo reencontro com a pessoa que nos povoa a mente. e as músicas que mais me fazem "regressar ao passado" são baladas típicas dos anos 80, do género "Carrie", dos Europe, "The power of love", dos Frankie goes to Hollywood, ou "Against all odds", do Phil Collins. imediatamente sou transportado para os meus 14/15 anos, para as sensações difíceis de apagar da memória, como o primeiro e tímido beijo, a primeira vez que se anda na rua de mão dada com a namorada, os constantes comentários jocosos dos pais sobre o facto de namorarmos, o embaraço notório na nossa face quando nos cruzávamos com os pais dela na rua, etc..
sou um saudosista, um nostálgico. mantenho as sensações de outrora, o romantismo exacerbadamente despojado sobre as músicas que ouço, as do passado e as da actualidade. gosto de atribuir significados às músicas, de lhes "agrafar" momentos e pessoas. e há muitas pessoas, felizmente, nessa lista, a quem já "dediquei" músicas, acondicionando-as confortavelmente no meu baú de recordações.
espero daqui a 20 anos sentir o mesmo que agora, ao recordar as músicas que ouço actualmente, como por exemplo The Czars, Marjorie Fair, Antony and the Johnsons, The Blue Nile, e lembrar-me das pessoas que lhes estão "agrafadas". será um bom sinal!

terça-feira, maio 16, 2006

alinhamento musical anos 80

alinhamento musical - parte 2
dada a crescente "febre" por tudo o que tenha a ver com a década de 80, que por aí campeia, resolvi fazer um outro alinhamento musical, contendo desta vez músicas que me fizeram vibrar na altura e que, passados todos estes anos, ainda me conseguem "seduzir".
1. Souvenir - OMD
2. One night in Bangkok - Murray Head
3. Der Komissar - Falco
4. Broken Wings - Mr. Mister
5. Wouldn't it be good - Nik Kershaw
6. Stay on these roads - A-ha
7. Purple rain - Prince
8. Every breath you take - The Police
9. A question of lust - Depeche Mode
10. It's you, only you - Lene Lovich
11. Never again - Classix Nouveaux
12. Flash in the night - Secret Service
13. Love Kills - Freddie Mercury
14. I ran - A Flock of Seaguls
15. Wonderful life - Black
16. Drive - The Cars
17. Just around the corner - Cock Robin
18. Take my breath away - Berlin
19. Love bites - Def Leppard
e por último, o clássico dos clássicos:
20. save a prayer - Duran Duran

segunda-feira, maio 15, 2006

a fé! curto, se faz favor.

que raio de programa viram na televisão portuguesa, no sábado de manhã, todos os seguidores de religiões não-cristãs? RTP, SIC e TVI em directo, em simultâneo, de Fátima! claro, tem que ser, as minorias que se lixem. a religião vende, o povo quer é multidões de joelhos a rezar. e assim, desta forma, talvez se tenham convertido mais umas dezenas. a única chatice é as televisões mostrarem aqueles milhares de pessoas a irem a pé para Fátima, porque assim eles ainda pensam que esse é um requisito obrigatório.
está mesmo visto que em Portugal há espaço para tudo e para todos. 13 de Maio, Fátima está a abarrotar de fiéis; Tony Carreira dá um espectáculo em Lisboa, no Pavilhão Atlântico. ambos os locais estavam cheios, pelo que foi dado a ver nas imagens televisivas. será que o Carreira quis ser ele próprio, "maior que Jesus", como os Beatles? terá ele pensado que Fátima estaria "às moscas" porque ele daria um espectáculo nessa mesma noite? e porque não actuar em Fátima, durante a procissão? a verdade é que há mesmo "povinho" para isto tudo, chega para todos. se houvesse igualmente nessa noite uma concentração de motards, uma exposição tuning, uma manifestação de gays e lésbicas, um torneio de sueca em Vilar do Monte, uma tourada no Montijo e uma rave em Vila Nova de Gaia, estariam a "abarrotar" de povo sequioso deste tipo de eventos. e depois, em Fátima, não podem faltar as "celebridades", aquelas que aparecem em tudo o que é sítio, para se mostrarem, para se venderem, porque se parecerem muitos católicos vendem mais uns discos, fazem mais dinheiro, etc..
a fé é, decididamente, um negócio. vendem-se, aos milhares, os terços, as imagens das santas, dos santos, as estátuas, as cruzes, os fios, tudo o que indique que se é, de facto, cristão. nas grandes cidades, ir à missa todos os domingos... é chato. daí a maior parte deles serem "católicos não praticantes", que é fashion dizer-se. para mim são é "hipócritas praticantes". nas aldeias a questão já é outra, por aqui mistura-se ignorância e ingenuidade com crença e devoção. aos domingos, na missa, lá estão eles. quando é preciso dar dinheiro para a paróquia, eles dão, cegamente, porque assim estão a "comprar" o seu lugar no céu. alguém pede contas, no final do ano, a um padre? claro que não. eles são tão sérios...

alinhamento musical

alinhamento musical - parte 1
21h30, o jantar tinha sido divinal, o vinho correu sem hesitações, fluiu calmamente como a conversa. já em casa, na varanda sentimos a brisa fresca da noite, enquanto apreciávamos o café e os after eight's. voltamos para a sala quando sentimos frio. apeteceu-nos ouvir música, estimular os sentimentos, aproveitar palavras alheias, envoltas em preciosos arranjos musicais, e fazê-las nossas por instantes. agarrei-te pela cintura, cheirei o teu cabelo, passei-te a mão pela face e soltei um tímido "vamos dançar?". ela aceitou...
1. save a prayer - duran duran
2. more than this - roxy music
3. to wish impossible things - the cure
4. cowboys and angels - george michael
5. a strange kind of love - peter murphy
6. let's go out tonight - the blue nile
7. my sun is setting over her magic - marjorie fair
8. bird gehrl - antony and the johnsons
9. why should I care - diana krall
10. live with me - massive attack
11. autumn - the czars
12. rollercoaster - red house painters
13. western sky - american music club
e 14. the severed garden - the doors

sexta-feira, maio 12, 2006

stay (far away, so close)

fica... nem que seja por mais 2 minutos. sinto-me completo contigo, preenches tudo aquilo que eu queria ver preenchido. estás longe mas vives sempre comigo, perto do que é importante, perto daquilo que sente, que anseia, que vive à espera da próxima vez... alimentas-me sem saberes, matas-me a sede, és o meu primeiro pensamento de manhã, o último da noite.
fica... não vás assim, dessa forma. tens que me dar mais um sorriso, pelo menos. detesto sentir a tua tristeza, custa-me aceitar esta impotência de não te poder segurar comigo por mais tempo e... ver-te partir... sem mim.
fico para trás, agarrado ao pedaço da minha mente onde te tenho guardado, imaculadamente. nesse espaço, nesse minúsculo espaço, vemos todos os dias o por de sol juntos, colho-te flores todos os dias, passeamos no areal da praia, conversamos no alpendre embrulhados em aconchegante manta, adormecemos todas as noites à beira da lareira, ouvimos marjorie fair, the blue nile, antony and the johnsons, the czars... quando chover, saímos e deixamos a chuva inundar-nos os corpos, purificando-nos a alma, revigorando-nos o espírito.
aqui, neste sítio mágico, nunca partes, nunca te despedes, nunca tenho tempo para ter saudades tuas... aqui, só estamos nós. mais ninguém! é nosso! só nosso! ninguém nos pode tirar isso...
Só esta saudade de ti me mata o tempo, enquanto aguardo pela tua visita... no mundo real.
Jim Morrison, em "the severed garden", dizia que "death makes angels of us all and gives us wings where we had shoulders". pois bem, o meu anjo nem precisou de morrer... antes pelo contrário... nasceu! e está sempre comigo... naquele fiapo da minha mente!

Nota: este post foi mesmo escrito ao som de "Stay (far away so close)", dos U2.

actualidades... parvas

digam-me que viram ontem, nas notícias, à noite, a queda do Durão Barroso a jogar futebol... foi das coisas mais cómicas que vi, desde a queda do Fidel Castro há meses. finalmente temos políticos carismáticos ao ponto de figurarem nessa galeria das quedas mais cómicas de sempre. agora falta o Freitas do Amaral cair a andar de bicicleta, como o George W. Bush. Vamos Freitas, tu és capaz!

que livro do carrilho! mas agora anda tudo maluco a dar tempo de antena ao tipo, só porque resolveu insultar toda a gente? ou seja, o homem só tem algum relevo quando é mal educado: não apertou a mão ao Carmona, abriu os Telejornais; disse cobras e lagartos da SIC, abriu os Telejornais; "cascou" no Miguel Sousa Tavares, idem. enfim, era este o tipo que queria ser presidente da principal Câmara Municipal do país... baseando-se apenas no facto de estar casado com a Bárbara Guimarães. feiras e mercados não é com ele, porque ele é filósofo, letrado e intelectual. ele que não diga a ninguém que é de Viseu, porque nós não precisamos de má publicidade.

se os organizadores do Rock in Rio Lisboa se esforçassem mesmo muito, será que conseguiriam fazer um cartaz pior do que aquele que existe? guns and roses? sting? santana? shakira? mas estavam a preços de saldo? e quem é o gajo que insiste em contratar os xutos e pontapés para todo e qualquer festival que tenha lugar em portugal? e quando é que ele morre? já enjoa...

estamos a poucos dias do início do Mundial 2006. o país vai voltar a parar quando a selecção jogar, principalmente quando for contra Angola... as obras de construção civil vão sofrer atrasos imensos, os andaimes vão ficar vazios, não vai haver bocas para as "boazonas". enfim, por duas horas, vai valer a pena viver em portugal!

quarta-feira, maio 10, 2006

mais reflexões

porque é que as mulheres, quando nos mandam às compras, ficam todas contentes quando fazemos algo errado? e saem-se sempre com aquela máxima: "vocês homens, não têm jeito para nada!". se fizessemos sempre tudo certo, qual era a piada? faz parte do encanto de um homem casado, andar desnorteado com uma lista na mão pelo hipermercado. digo eu. pelo menos penso que sim, que fará parte. já as mulheres são extremamente meticulosas quando nas compras, comparam os preços todos, os componentes, os ingredientes, as embalagens, tudo, mas mesmo tudo. demoram 15 minutos a escolher um detergente para a louça, quando nós homens demoramos 10 segundos (é o que estiver mais à mão!). então quando elas proferem isto: "precisava de ir ali à zona das roupas ver umas calças", é o descalabro autêntico. porque é mais meia hora, 45 m, que vão para o tecto, tempo que nunca mais vamos conseguir recuperar. elas experimentam 35 calças, depois as camisas que poderiam ficar bem com aquelas calças, etc.. e sabem o que é que acontece no final destes 45 minutos? elas acabam por não levar nada! é assim mesmo, tanto tempo perdido para nada. e depois elas, durante este tempo todo, não podem sentir minimamente o nosso ar de tédio, temos que estar sempre com um sorriso largo, anuindo a tudo, obviamente, porque caso contrário lá vem o mesmo sermão de sempre: "quando é para as tuas coisas há sempre tempo" ou "eu também aturo os jogos de futebol". não as podemos vencer. nem queremos... faz parte do encanto delas!

reflexões de um desajeitado

naõ acho que tenha muito jeito para a sedução... sobretudo se envolver estar frente a frente com uma mulher. acho que tenho mais queda para a sedução à distância. dessa forma, vou começar a corresponder-me com uma empregada de balcão de um centro comercial de Sidney, na Austrália.

o problema é que as frases certas nunca saem no momento, só nos vêm à cabeça horas depois, quando estamos a recordar, frase a frase, aquele encontro na esplanada com a tipa com quem desejávamos sair há meses. nesse sentido, vou começar a gravar todo e qualquer encontro que tenha com uma mulher, para depois ouvir, analisar, alterar as deixas, memorizar tudo, para utilizar num futuro encontro. ah, e tentar levar a conversa precisamente para os mesmos tópicos. não falha, de certeza...

e a roupa? que usar meu deus?! aquelas calças que ficam mesmo bem ainda estão a secar, a t'shirt preferida está suja, de tanto andar com ela, as meias estão sempre a deslizar perna abaixo, os sapatos estão velhos, o casaco precisa de ir à lavandaria... para quando encontros em pijama?!? ficaria tudo muito mais nivelado, embora que por baixo.

questões existenciais

questões existenciais:
de que vale ter dois empregos, se só recebemos verdadeiramente de um?
os habitantes de Freixo de Espada à Cinta chamar-se-ão Espadachins?
os vídeos do Taveira, de tão velhos que são, poderão ser multados por circularem em sentido contrário na net?
porque é que dizer a uma mulher que o nosso ídolo é o woody allen resulta pior do que se dissermos que o nosso ídolo é o eládio clímaco?
será que ninguém vê que "O Crime do Padre Amaro" tem ainda menos qualidade cinematográfica que "O Fim de Semana com o Morto"?
se o principal papel feminino no "Padre Amaro" tivesse sido entregue à Ana Bola, que resultados de bilheteira teria conseguido o filme?
os habitantes da Zambujeira do Mar chamar-se-ão todos Már(io) Zambujal?