quarta-feira, dezembro 28, 2016

george michael


como indivíduo que nasceu para a música nos anos 80, década de onde saíram os meus primeiros ídolos (com os duran duran à cabeça), há referências que marcam de forma indelével essa altura da minha vida e que, infelizmente, aos poucos, vão começando a desaparecer. de freddie mercury a black, de laura branigan a prince, de david bowie a falco, os nomes vão desfilando, deixando um vazio difícil de preencher. agora, foi a vez de george michael, nome que está lá bem alto nas minhas listas de preferências, nomeadamente de baladas. só a título de exemplo, no meu telemóvel tenho cerca de 200 músicas e 18 pertencem ao recentemente falecido cantor. o seu desaparecimento ainda custa mais porque eu sempre esperei algo grande de george michael, um disco de eleição, daqueles que o elevassem ao olimpo e cimentassem de vez o lugar a que ele tinha direito, como excelente cantor e compositor. infelizmente, esse disco nunca irá surgir. só espero que não se passe o mesmo com simon le bon, dos duran duran, de quem espero um disco a solo há anos, sem a bagagem pesada da banda que lidera há quase 40 anos. regressando a george michael, não adianta falar muito dos seus dotes vocais, por todos bem conhecidos. importa sim desabafar a falta que nos vão fazer as dezenas de músicas que ainda iria compor e lançar, sempre com aquela voz celestial, a que emprestava uma inusitada emoção à flor da pele, como se estivesse a debitar as últimas palavras.
foi difícil, confesso, reunir dez músicas para um top ten do cantor, porque muitas ficaram de fora (incluindo os hinos "careless whisper" e "last christmas"), mas a minha humilde homenagem aqui fica, nestas dez brilhantes canções magistralmente interpretadas por george michael.
e o céu ganhou mais uma estrela...

1. cowboys and angels
2. one more try
3. you have been loved
4. tonight
5. where did your heart go
6. jesus to a child
7. kissing a fool
8. praying for time
9. father figure
10. mother's pride

(os dez vídeos podem ser vistos aqui: https://www.facebook.com/jose.a.lopes)

sexta-feira, dezembro 23, 2016

waiting - de esperar ou de servir


comecemos este texto por uma mísera informação: há 20 anos que eu não andava de autocarro. para o comum mortal, esta frase não faz qualquer sentido, mas, para mim, tem um significado brutal. primeiro, nunca gostei de andar de autocarro, ou de viajar em qualquer tipo de transporte em que não seja eu o principal responsável pelo meu destino. segundo, sempre tive carro particular, desde que tirei a carta de condução. terceiro. é capaz de ser o sporting de braga, na medida em que o sporting está a fazer uma época miserável. quarto, esta sei: é o sporting!
a minha vida deu uma enorme volta em muito pouco tempo. se eu estava preparado para tal? creio que, no meu mais profundo âmago, estava à espera desta reviravolta há muito tempo, mas sempre me faltou ou a coragem ou o fundamento para assumir esse passo. na posse de tudo isso que me faltava, confesso que, actualmente, estou a viver a vida com que andei a sonhar há meses. mas... lá está, falta sempre alguma coisa, não é?! falta-me uma direcção, um objectivo, uma orientação, um destino... estou naquela fase em que não sinto nada como meu, nem mesmo aquilo que é meu. estou a trabalhar, é certo, mas estou longe de casa; tenho casa, é um facto, mas não é a minha; tenho carro, caso me apeteça viajar até à minha vida anterior... não tenho! pifou! avariou! morreu!
em poucos meses, perdi muito daquilo que conquistei/ganhei/comprei ao longo de quase 20 anos... e agora? como é que se começa tudo de novo aos 44 anos? por isso, escolhi a imagem que encima este post. vivo mais nas nuvens do que na vida real, tal como, provavelmente, sempre vivi até hoje. mas, mesmo assim, vivendo num mundo virtual, estou à espera de algo, ou que algo aconteça. daí o banco "à forrest gump". os meses vão passando e nada acontece... permanece tudo na mesma. a minha vida regrediu vinte e tal anos, estou a passar pelas mesmas etapas dessa altura, daí o facto de ter começado este texto pela história do autocarro, que eu utilizava quase diariamente quando não tinha carta ou carro. o único problema é... não ter vinte anos outra vez...
continuo à espera...
waiting...