quinta-feira, maio 31, 2007

onde está a cabeça?


catano dos ingleses que se fartam de perder coisas no nosso país...

a resposta do RAP

resposta, à altura, de ricardo araújo pereira ao "escandaloso" e "vergonhoso" caso do genérico plagiado do programa "diz que é uma espécie de magazine", que foi assunto de primeira página, com fotos e tudo, do "conceituado" jornal "diário de notícias". ao mesmo jornal, na edição de 29 de maio, rap respondeu com elevação, utilizando as suas grandes armas: a ironia, o sarcasmo e o humor. "dá primeira página em qualquer parte do mundo. parabéns ao DN por se ter adiantado ao le monde". muito bem! é uma prática comum neste país de invejas tentar deitar abaixo, destruir, espezinhar e maltratar tudo o que tenha sucesso. enquanto estiveram enfiados na sic radical, os gato fedorento eram um produto de culto e de elite. quando passaram para a televisão pública, deixaram-nos em paz enquanto tinham fracas audiências, embora a qualidade fosse a mesma ou superior. depois, chegado o inevitável sucesso de audiências, vêm as três fases crónicas: 1ª, sim, este tipo de humor inteligente já merecia um público mais vasto; 2ª, é impressão minha ou os programas têm cada vez menos qualidade? acho que já esgotaram o filão. antigamente tinham mais piada; 3ª, peneirentos dum raio, julgam-se os maiores. quem é que eles pensam que são?". na comédia em portugal acontecem ciclicamente episódios deste género. foi assim com camilo de oliveira, badaró, carlos miguel (o eterno "fininho" do "1,2,3"), marina mota e carlos cunha, herman josé. o público "mastiga-os" e "deita-os fora" com uma rapidez assustadora. chegou a vez do "gato". mas, neste caso, acho que a capacidade de eles se defenderem é infinitamente superior à qualidade dos ataques desferidos.

"A música está isenta de direitos de autor

Dizem que é uma espécie de plágio. Como reage?

Com o dicionário. Plágio é a apropriação do trabalho alheio sem indicação da origem. Quando apresentámos o genérico à imprensa, indicámos a origem da ideia e a razão pela qual mantivemos o Un, deux, trois, quatre. Não há referências a Claude François porque a canção que ele canta é, basicamente, a conhecidíssima música tradicional inglesa Three Blind Mice. Sendo uma música popular, o autor é desconhecido. Como foi o maestro Ramón Galarza a fazer os arranjos, é ele que assina. Já agora, poupo trabalho futuro ao DN: também não compusemos a música do genérico do nosso programa da Radical. E os Painéis de São Vicente, que usámos na série da RTP, não foram pintados por nós. E também não pedimos autorização ao autor para os usar. Uma coisa garanto: no dia em que queiramos fazer-nos passar por compositores, com todo o respeito pelo François, optaremos por Bach.

Acha que estão a exagerar o assunto por inveja?

Não. É um assunto importante. Estamos a falar de um genérico cuja música é a adaptação duma canção popular. Dá primeira página em qualquer parte do mundo. Parabéns ao DN por se ter adiantado ao Le Monde.

Se tivesse só cem mil espectadores, davam conta do episódio?

Não percebo a pergunta. No DN de dia 23 assina uma notícia em que afirma: "Os humoristas assumem, desde o início, que a ideia não é deles." Agora, diz-me que alguém "deu conta do episódio". Se assumimos desde o início, de que "episódio" é "deram conta"? Só se for este: nós, não sabendo compor música, usámos uma que já existia (isenta de direitos de autor). Depois, explicámos o modo como o genérico foi concebido. Seis meses depois, inspirado por blogues, o DN faz manchete revelando ao País o que nós nunca escondemos. Só houve um pormenor que o DN se esqueceu de revelar: que a música em causa está isenta de direitos de autor.

Não deixa de ser curioso que seja no YouTube, onde o Gato tem os vídeos mais partilhados, que se tenha descoberto o original...

O facto de termos indicado o original a partir do qual fizemos o pastiche é capaz de ter facilitado a "descoberta". Curioso é que, no YouTube, se encontrem também várias versões do Three Blind Mice, como esta (http/youtube.com/watch?v= kPNC1WsVxdU) e o DN não tenha dado por isso. Talvez quando um blogue fizer esse trabalho.

Acredita que o assunto pode ter algum impacto no sucesso do programa?

Claro. No sucesso do programa e também no futuro do País.

O Gato Fedorento pagou os direitos ou obteve o consentimento do autor original da música para utilizá-la no genérico do programa?

Nem uma coisa nem outra, na medida em que o autor original da música é um inglês não identificado que terá vivido no século XVI. Não digo que seja impossível obter o seu consentimento, mas nós achamos complicado. Manias. No entanto, se o DN o encontrar, teremos todo o gosto em pagar-lhe".

quarta-feira, maio 30, 2007

my morning jacket

o grupo chama-se my morning jacket. a música aqui interpretada ao vivo, em setembro de 2003, é "i will sing you songs" e pertence ao album "it still moves", do mesmo ano. o vídeo está muito escuro (a cara do vocalista nunca se vê, também por causa dos longos cabelos que a tapam), mas a música é soberba. longa, pausada e arrastada, terminando em auge instrumental.

mark kozelek

raríssima entrevista, com direito a música ao vivo, "bubble", de mark kozelek, cantautor (como está na moda agora dizer-se) dos red house painters e sun kil moon. o homem é mesmo tímido e acanhado, mas a voz é fabulosa, mesmo quando fala apenas. já nos deu músicas tão assumptuosamente belas como "katy song", "smokey", "rollercoaster", "grace cathedral park", "funhouse", "helicopter", "river", "void", "gentle moon", "floating", "carry me ohio". aqui fica mais uma homenagem do "nuvens" a mark kozelek.

"a chain of flowers"

finalmente! cá está a tal música dos the cure que eu persegui durante anos e à qual já dediquei um post. chama-se "a chain of flowers", pertence ao disco "join the dots - 1987-1992", uma compilação de alguns temas inéditos e lados b. não liguem ao teledisco, é uma homenagem de um admirador do grupo, com várias fotos e capas de discos. a música sim, merece ser ouvida!

"my impure hair"

actuação ao vivo dos blonde redhead, a 6 de maio deste ano, com o tema "my impure hair", do disco "23".

anticipation

actuação ao vivo dos blonde redhead, com o tema "anticipation", uma das minhas músicas preferidas do disco "misery is a butterfly", de 2004.

terça-feira, maio 29, 2007

dvdteca

a minha lista de filmes em dvd continua a aumentar exponencialmente. decidi, por enquanto, dar primazia aos filmes, em detrimento das séries. o meu objectivo, sabendo claramente que não vai ser fácil, é ter em dvd todos os meus filmes preferidos. já possuo muitos deles, como "cyrano de bergerac", "annie hall", "manhattan", "sideways", "when harry met sally", "os fabulosos irmãos baker", "a vida de brian" (monty python), "pulp fiction", "seven", "quatro casamentos e um funeral", e mais alguns. na secção "comédia", tenho-me abastecido em qualidade, procurando engrossar o número de títulos das minhas referências nessa área. de woody allen tenho vários filmes, dos monty python tenho-os todos, mais alguns dvds com os melhores sketchs da série "monty python's flying circus", dos irmãos marx tenho dois filmes, do steve martin (um cómico de quem sempre gostei) tenho as comédias de início de carreira ("homem dos dois cérebros", "cliente morto não paga a conta", etc), e, ultimamente, tenho-me virado para a carreira de hugh grant, em filmes como "about a boy", "mickey blue eyes", "notting hill" e "two weeks notice", com a enjoada da sandra bullock. faltava-me nesta lista os famosos filmes non sense do trio ZAZ (zucker, abrahams e zucker). só tinha um: "top secret", fabuloso filme com val kilmer, em início de carreira. pois bem, há dias encontrei mais quatro filmes indispensáveis para a minha colecção, e em especial para a secção "comédia": "naked gun" e "naked gun 2 1/2", com o impagável tenente frank drebin (interpretado por leslie nielsen); e ainda "aeroplano" (também com leslie nielsen) e "aeroplano 2". no domingo à noite vi, acho que pela 20ª vez, mas já não via há muitos anos, o filme "naked gun" e fartei-me de rir, de rebolar no chão, etc.. já me tinha esquecido de como o filme era hilariante, de ficar quase sem ar a rir. brilhante leslie nielsen! o "aeroplano", o primeiro, é anterior a "naked gun", goza com os chamados "filmes catástrofe", como "aeroporto". tem igualmente cenas inesquecíveis, do mais puro non sense. que grande compra, não haja dúvida!

este é do pedro ribeiro

foram raras as vezes em que transcrevi textos de outros blogues para este. hoje li este texto, do pedro ribeiro, do blogue http://osdiasuteis.blogspot.com, e não resisti a fazer um copy/paste, com a devida vénia e os meus sinceros parabéns pela inspiração e sensibilidade da prosa. é um dos blogues que visito diariamente, mas, até hoje, nunca tinha ficado rendido ao seu talento para a escrita. gosto de o ouvir na rádio comercial, das suas "piadas ribeirinhas", dos trocadilhos, gostei de o ver no "homem que mordeu o cão", ao lado de nuno markl e de maria de vasconcelos. interiorizei este seu texto como... se tivesse sido eu a escrevê-lo. sinto exactamente o mesmo, nas mesmas circunstâncias; os sorrisos desarmantes, os olhos de felicidade, os abraços e beijinhos, as brincadeiras, caminhar de mão dada, pegar-lhes ao colo. enfim, sentimo-nos verdadeiramente completos ao lado dos nossos filhos. o instinto de protecção, carinho e ternura nasce dentro de nós quando eles nascem e fica cá dentro o resto da vida. por isso, li este texto, que vou transcrever de seguida, com um grande sorriso estampado na cara, de compreensão, de anuência, de concordância total com as suas palavras.

"Só porque sim.
Eu gostava de conseguir escrever algo que fosse definitivo na clareza e na dimensão do que quero contar. Que fosse um texto que conseguisse esse impossível de explicar o que é este amor maior. Nos últimos tempos dou comigo a ver os meus filhos a brincar, e sou surpreendido com a forma como eles param por um instante a brincadeira, olham para mim e sorriem. Sorriem de uma maneira apaziguadora, a dizer-me com o olhar tudo aquilo que eu mais preciso e que não é comparavel com mais nada. Param, olham para mim, sorriem e eu fico em paz. Não falta nada. Depois voltam à brincadeira, alheios do efeito esmagador do seu sorriso em mim. Quando os vejo de mochila na escola, todos contentes, a correr para mim, de braços abertos. Quando vamos no carro e eu estico o braço para o banco de trás e há uma mãozinha que me agarra, sempre. Quando os chamo e eles me dizem, curiosos e contentes, “o que foi papá?”. Quando brincamos à apanhada e eles sentem que eu estou mesmo mesmo a apanha-los e riem de excitação e alegria. Quando eu lhes faço cocegas e a alegria deles é a maior do mundo inteiro. Quando, sem pedir nem razão imediata, se aproximam de mim e dão um “abracinho muito grande”. Nunca conseguirei explicar o que é esse amor, de onde vem, como consegue ter tão grande, tão completo, tão incondicional, tão eterno, nem explicar porque sei tão bem que nasci, mais do que tudo o resto, para isto. Eu queria fazer um texto que as pessoas lessem e nele percebem tudo aquilo que é impossível dizer porque não há palavras que cheguem. E se as houver, não terei talento sequer para as escolher, reconhecer, ordenar. Os meus filhos são tudo o que consigo ser e são ainda mais, por eles, por serem duas crianças lindas, espertas, graças a Deus saudáveis, que nasceram com a capacidade inata de amar e o mostram sem filtros, sem reservas nenhumas daquelas que depois vamos inventando ao longo da vida. O amor que deles emana é tão natural como respirar e isso é comovente, esmagador, responsabilizador e desafiante. Acho que sou melhor pessoa porque eles existem, acho mesmo. Eu queria fazer um texto que não fosse patético e foleiro como este, um texto que se elevasse acima da mediania e fosse como um raio de luz, incontornável e naturalmente definitivo sobre o assunto. Uma coisa do género sei perfeitamente o que estás a dizer, e não é preciso dizermais nada. Sei, porém, que não consigo dize-lo totalmente, só consigo tentar. Haverá quem consiga pôr em palavras justas e que estejam totalmente à altura, aquela sensação única de estar abraçado a um filho e de sentir no abraço deles a segurança total, como se eles estivessem a dizer: nada de mal me pode acontecer, estou aqui com o papá? Quando vejo noticias de crianças que desaparecem, que são maltratadas, ou que estão doentes, ou que qualquer outra coisa terrível... é inevitavel projectar neles. E quando o faço, morro por um instante. Porque não há trabalho, profissão, projecto, dinheiro, não há nada que seja, nem por um segundo, mais importante nem decisivo na minha vida. Eu queria escrever um texto sobre isto. Todas as cartas de amor são ridículas, e esta é-o, claramente. Que se lixe. Desde que sou bombardeado todos os dias com notícias horríveis envolvendo crianças, tenho mais vontade de escrever este texto sobre isto. Não é o texto que eu sonhei, mas fala dos filhos que tenho e que são tudo aquilo com que sempre sonhei, e mais, todos os dias. Falta muito para ir busca-los à escola? Caraças!"

segunda-feira, maio 28, 2007

resquícios de uma taça

pronto, vencemos a taça. teve ainda mais sabor assim, vencer com um golo à beira do final da partida, quando estava toda a gente preparada para mais meia hora de jogo. tinha que ser o liedson, era fatal, e ele bem mereceu este primeiro troféu conquistado com a camisola do sporting. o "levezinho" é daqueles que não engana. contrato vitalício já! a defesa esteve muito bem, com polga e caneira a dominarem (só falharam no lance do dady na segunda parte). veloso fez o passe para o golo e anulou josé pedro. romagnoli esteve muito bem a descobrir espaços para romper e criou muitos desequilíbrios na defesa do belenenses. joão moutinho está a pagar por uma época disputada sempre a um nível muito elevado, estando em clara quebra física. nani exagerou ontem no individualismo, mas foi sempre o mais inconformado e "abanou" por várias vezes o ritmo do jogo. alecsandro demonstrou mais uma vez que não é jogador para o sporting, passando totalmente ao lado do jogo. ricardo esteve bem, transmitindo confiança e fazendo uma enorme defesa no tal lance de dady na segunda parte. liedson foi, indiscutivelmente, a figura do jogo. acaba a época em grande, depois de um início algo inconstante. melhor marcador da liga, marcou ontem o seu sexto golo na taça de portugal, sendo um deles, para mim, o melhor golo da época: o golo apontado frente ao pinhalnovense.
agora só haverá futebol, a sério, em meados de agosto, e logo com um jogo a doer: fc porto - sporting, para a supertaça. descansem bem e voltem revigorados (esta frase não se aplica, especialmente a segunda parte da mesma, a paredes, carlos martins, joão alves, ronny, alecsandro, bueno e farnerud).

sexta-feira, maio 25, 2007

em estágio para a taça

encontro-me em estágio para festejar em força a conquista da taça de portugal. faço várias flexões ao dia, levantamento de pesos, corrida, alguns exercícios para as cordas vocais, para evitar ficar sem voz a meio dos festejos. decoro os cânticos alusivos a cada um dos jogadores, nunca se sabe quem vai ser o herói do jogo. a buzina do carro está impecável, ainda ontem à noite experimentei durante meia hora. só não entendi qual era a comoção geral lá no bairro, estava toda a gente à janela a gritar não sei com quem. enfim, não entendi. descanso de vez em quando, passo os olhos por uma revistas cor de rosa, para não cansar muito, vejo televisão (ontem vi excertos de um filme com o vin diesel, que deve ser o actor mais económico de hollywood), divirto-me com as constantes "reportagens" à porta do robert murat e do ocean club, que têm a suprema virtude de, em 15 minutos, não dizerem nada de novo, limitando-se os "jornalistas" a dizer as mesmas coisas, repetidamente, mas sempre de forma diferente, mudando as vírgulas e trocando a ordem das palavras. espero ansiosamente para ver uma reportagem à porta de um qualquer toys are us, em que o "jornalista" diga repetidamente que a polícia judiciária foi à procura de pistas.
amanhã vou fazer apenas um treino ligeiro, para não cansar. levantar umas bandeiras, rodar um cachecol acima da cabeça umas cinquenta vezes, gritar "liedson, liedson" (é a minha aposta para herói do jogo) e "campeões, campeões, nós somos campeões" (na semana passada fartei-me de ouvir isto e agora também quero dizer). à noite, descanso absoluto, passando os olhos pelo programa "dança comigo", analisando os movimentos, o ritmo e a postura dos concorrentes (ou da catarina furtado, também serve).
no domingo, às 16h00, lá estarei em frente ao televisor, ávido de golos, de emoção, de espectáculo, do momento da entrega da taça ao ricardo, ou ao joão moutinho. o belenenses vai dar luta, vai jogar, como costumam dizer os "iluminados" do futebol, "o jogo pelo jogo" (nunca entendi muito bem isto, mas pronto), mas vai cair aos pés de um sporting dominador e altivo. o jorge jesus vai chorar no final, na conferência de imprensa, ao recordar o seu avô, com quem costumava ir às finais da taça de portugal, dizendo que queria muito vencer a taça para a poder dedicar a ele. paulo bento vai ser lançado ao ar pelos jogadores do sporting e o seu penteado vai parecer diferente na conferência de imprensa, ligeiramente mais para o lado direito e não com o risco tão centrado.
a taça tem que ser nossa!

quinta-feira, maio 24, 2007

ainda não parei de rir


a "conceituada" revista tv 7 dias publicou os resultados da eleição da mais sexy da televisão em portugal. o que eu me fartei de rir. luciana abreu eleita a mais sexy!?!?! mas só podiam votar pessoas com menos de dez anos? está visto que em portugal não vale a pena fazer este tipo de iniciativas, correm sempre mal. salazar venceu "os grandes portugueses"; o mesmo salazar venceu "o pior dos portugueses"; agora a floribella é eleita a mais sexy da televisão. o que virá por aí? o carmona rodrigues vencer as eleições em lisboa?
aqui ficam os resultados da tv 7 dias:
1ª - Luciana Abreu; 2ª - Cláudia Vieira; 3ª - Diana Chaves; 4ª - Rita Pereira; 5ª - Benedita Pereira; 6ª - Joana Duarte; 7ª - Mariana Monteiro; 8ª - Soraia Chaves; 9ª - Dânia Neto; 10ª - Maria João Bastos; 11ª - Sónia Araújo; 12ª - Margarida Vila-Nova; 13ª - Liliana Santos; 14ª - Bárbara Norton de Matos; 15ª - Catarina Furtado; 16ª - Isabel Figueira; 17ª - Leonor Seixas; 18ª - Fernanda Serrano; 19ª - Helena Coelho; 20ª - Sandra Celas; 21ª - Alexandra Lencastre; 22ª - Marta Leite e Castro; 23ª - Daniela Ruah; 24ª - Cristina Ferreira; 25ª - Raquel Matos Cruz; 26ª - Merche Romero; 27ª - Sílvia Rizzo; 28ª - Liliana Campos; 29ª - Fátima Lopes; 30ª - Andreia Dinis; 31ª - São José Correia; 32ª - Dalila Carmo; 33ª - Núria Madruga; 34ª - Clara de Sousa; 35ª - Carla Chambel; 36ª - Sílvia Alberto; 37ª - Iva Domingues; 38ª - Marisa Cruz; 39ª - Sofia Alves; 40ª - Rita Ferro Rodrigues; 41ª - Ana Sofia Vinhas; 42ª - Carla Matadinho; 43ª - Bárbara Guimarães; 44ª - Dália Madruga; 45ª - Cláudia Semedo; 46ª - Sofia Aparício; 47ª - Paula Moura Pinheiro; 48ª - Raquel Loureiro; 49ª - Patrícia Tavares; 50ª - Sandra Cóias
em cima, na foto, coloquei cinco das dez mulheres que se aproveitam desta lista: catarina furtado, sónia araújo, isabel figueira, joana duarte e helena coelho. as outras cinco seriam a marta leite castro, a sandra celas, a marisa cruz, a andreia dinis e a liliana santos.
para além da luciana abreu, ainda há outros dados interessantes: raquel matos cruz em 25º e marisa cruz aparece apenas em 38º? paula moura pinheiro à frente de raquel loureiro? fátima lopes (29º) é mais sexy do que carla matadinho (42º)? enfim, critérios...

ela está no meio de nós


é hoje à noite o concerto da beyoncé no pavilhão atlântico. como não teria hipóteses nem de ouvir outra música nem de ficar na primeira fila... sou gajo para não ir. talvez um dia beyoncé... quando precisares de colocar um anúncio num jornal, a pedir emprego ou a alugar o teu t1 do algarve. talvez...

quarta-feira, maio 23, 2007

melhor elenco de sempre

a despedida. "you know, it's the best job anyone has ever had" - david schwimmer; "we had no idea and there was no way to possible know how big it was going go get" - matthew perry; "i don't think any of us will ever find the kind of creative environment again where you walk into a situation and immediatly just feel that there is instant chemistry and affection" - david schwimmer; "i'm just very blessed that i've been on the show and it's been the most important part of my life" - courteney cox; "there´s a lot of people out there who loved to have the opportunity to work ten years on a show" - matt le blanc; "it's an interesting chapter in my life, obviously, probably the most interesting one that will ever be, so coming to an end it's going to be really really sad" - matthew perry.

friends bloopers

alguns bloopers, centrados na personagem chandler bing, da série "friends".

troca de jack's


ontem vi mais um episódio de "lost", no canal fox. a terceira série está quase a chegar ao meio e ainda não há resposta cabal às centenas de questões relacionadas com a misteriosa ilha onde cai o avião da oceanic, voo 815. em todos os episódios há flashback's, há novos dados relacionados com os "outros", novas personagens... o que não há ainda são respostas. a paciência começa a esgotar-se. os seguidores da série começam a sofrer do estigma "twin peaks", que também começou muito bem, prendeu milhões de espectadores, mas a conclusão arrastou-se em demasia, perdendo interesse gradualmente. a trama intensificou-se de tal forma, com muitas reviravoltas no enredo, que, no final, já ninguém se lembrava como é que tudo tinha começado.
quer-me parecer, também, que tudo se resolveria muito mais depressa, porventura em apenas uma série, se em vez do dr. jack shephard (interpretado pelo cândido e meloso matthew fox), tivesse "caído" naquela ilha o jack bauer (kiefer sutherland, da série "24"). por esta altura, já teríamos todas as respostas, certamente.

céu carregado


há dias assim. dias em que parece que o céu vai desabar sobre nós, de tão ameaçador que parece, ostentando a mais negra das cores, forçando-nos a caminhar de olhos postos no chão para não ter que o encarar. são dias assim em que apetece mesmo ficar em casa, de pijama vestido, caneca de café na mão, a contemplar a chuva a cair; e não vir trabalhar, forçado a dialogar, a cumprimentar, a anuir, a contestar, a agir, a agradecer, a felicitar... quando só queremos estar sozinhos e mudos, no nosso cantinho. apenas isso. toda a gente devia ter direito ao seu dia anti-social, um dia letárgico e sorumbático para... não fazer nada. um dia para riscar no calendário e mais tarde recordar como "o dia em que não fiz nada", nada de produtivo, nada de interacção, nada de valioso, nada de nada.
já decidi, no entanto, que nunca mais volto a fazer uma directa a jogar playstation.

terça-feira, maio 22, 2007

perfeito!


o que pretendemos de um disco? entretenimento? profundidade? algo para distrair os ouvidos? uma base para copos? acho que um disco serve um propósito, quando é realmente ouvido, escutado em toda a sua plenitude: transportar-nos para o universo musical que o grupo pretendeu criar, quando escolheu o alinhamento do mesmo, as letras, as ambiências sonoras… considero que nesta matéria nada deve ser deixado ao acaso. são longos os meses gastos na realização de um disco, na sua planificação, dentro de um estúdio a tentar fazer com que tudo soe o mais perfeito possível. também acho que deverá ser tudo muito mais simples quando se trata apenas de um cantor e uma guitarra ou um piano, sem muitos arranjos sonoros, samples ou atmosferas sonoras electrónicas. a duração do disco também é um factor importante. algures entre o insuportavelmente longo e sem conteúdo, história, rumo ou sentido, e aqueles discos cuja criatividade dos seus autores só deu mesmo para sete ou oito canções, deixando-nos frustrados à espera de mais, está a dose certa, entre as 10 e as 12 músicas, entre os 40 e os 50 minutos de duração.
essencialmente, a um disco novo exige-se durabilidade, muitas horas de audição, sem enjoar, sem anular músicas, saltando de música em música para ouvir apenas as melhores. um bom disco é aquele que se coloca no leitor e se ouve de princípio ao fim, sempre com profundo deleite, tirando o máximo prazer do que se está a ouvir como se fosse a primeira vez, uma novidade. depois, há sempre o teste do tempo. há bons discos que não resistem a esse teste. ouvem-se na altura e arrumam-se na prateleira para lá ficarem a ganhar pó uns anos. a indústria musical está sempre em constante mutação e há sempre algo que fica pelo caminho, uma corrente ou um género musical, os penteados, as roupas, o estilo em palco, as letras, etc. bandas como travis, coldplay, keane, starsailor, walkabouts, doves, the verve, que até se ouviam bem há uns anos, são esquecidas rapidamente e ultrapassadas por algo com maior qualidade e intensidade.

tudo isto para dizer que creio estar na presença de um disco que preenche todos aqueles requisitos que tenho referido para se tornar um "clássico". o meu grau de satisfação tem aumentando gradualmente, como deve ser, em vez de ir diminuindo a cada audição. as referências que se encontram no disco são variadas, desde cocteau twins, velvet indiana, sigur rós, mercury rev, portishead, tudo do melhor quilate musical. o disco tem dez músicas e 43 minutos de duração, ouve-se com prazer renovado, seduz-nos, envolve-nos na delicada voz da vocalista, kazu makino, umas vezes épica, outras sussurrante, apaixonada e ternurenta. apresenta melodias delicadas e pungentes, sem nunca resvalar para o lamechas. o anterior disco deste grupo, "misery is a butterfly", de 2004, parecia impossível de superar em termos de qualidade e beleza musical, até porque foi muito bem recebido pela crítica especializada, chegando inclusivamente uma música do álbum a fazer parte da banda sonora do filme "little miss sunshine". com este novo trabalho, "23", os blonde redhead provaram que não são uma banda que teve uma nesga fortuita de sorte ou um grupo que apenas tinha dez músicas para vender em 2004 quando lhe surgiu a editora 4AD com um contrato na mão. os blonde redhead marcam assim uma posição firme no panorama musical alternativo, com dois trabalhos discográficos refinados e de superior qualidade..
"23" é sublime de tão insaturável que é; é espantoso no conjugar meticuloso de dezenas de sons dispersos que, juntos, criam melodias cativantes, que nos ficam a bailar na cabeça quando não as estamos a ouvir. é daqueles discos que sei perfeitamente que vou ouvir durante muitos anos...

segunda-feira, maio 21, 2007

bom ambiente de trabalho!

skectch da britcom "big train", que foca um assunto que já merecia ser discutido inclusivamente na assembleia da república ou, até, num local prestigiado: a questão da masturbação no local de trabalho. deve-se tolerar? não se deve tolerar? deve-se incentivar? deve-se censurar? a questão é polémica: de um lado estão empresas conceituadas, como a renova e a scottex, e ainda várias redes de lavandarias, a favor da liberalização da masturbação no local de trabalho; do outro, contra essa prática, estão várias associações conservadoras, empregadas de limpeza e o cláudio ramos. o referendo certamente que não tardará. josé sócrates anunciou inclusivamente que a legislação já foi delineada em conselho de ministros, mas foi parar ao lixo porque as folhas ficaram todas coladas umas às outras...

equipa ideal 2006/2007

guarda redes: helton (fc porto)
defesa direito: bosingwa (fc porto)
defesa central: anderson polga (sporting)
defesa central: pepe (fc porto)
defesa esquerdo: léo (benfica)
trinco: miguel veloso (sporting)
médio direito: joão moutinho (sporting)
médio esquerdo: lucho gonzalez (fc porto)
extremo esquerdo: quaresma (fc porto)
extremo direito: simão (benfica)
ponta de lança: liedson (sporting)

sim, é verdade, são só jogadores do fc porto, sporting e benfica (que, diga-se, ficaram a "anos luz" de distância das restantes equipas da liga). gostaria de ter tido "espaço" na equipa para meter o miccoli, que eu considero um grande jogador. gostava de o ver no sporting, ao lado do liedson... das restantes equipas do campeonato, destaco rodrigo alvim, do belenenses, bom defesa esquerdo; e o guarda redes do nacional, diego benaglio.

por um mísero pontinho

parabéns aos vencedores. o fc porto venceu mais jogos (22) e marcou mais golos. o sporting perdeu menos jogos (2) e sofreu menos golos, vencendo 20 jogos, empatando 8 (um exagero!). fui ver o beira-mar - sporting, no dia 27 de outubro do ano passado. lembro-me que, aquando do apito final do árbitro, dei um valente pontapé numa das cadeiras de plástico à minha frente (desocupada, claro! o que não ameniza a gravidade do meu acto, eu sei, mas se a cadeira estivesse ocupada era muito mais grave). o jogo tinha sido de nervos. o sporting começou a perder, empatou e depois passou para a frente do marcador; o beira-mar tornou a empatar; depois o sporting voltou a marcar, fazendo o 2-3, a um minuto do fim. já se festejava a vitória nas bancadas, era só preciso segurar a vantagem nos descontos. mas alguém comete uma falta infantil junto à grande área do sporting e, do respectivo livre, nasceu o empate, o 3-3 final. iniciou-se naquele momento uma neura terrível que durou a viagem toda de regresso e os dias seguintes. isso e mais um nome para passar a odiar o resto da vida: buba. um central nigeriano que se lembrou de marcar três golos ao sporting naquela noite (nunca mais marcou no resto do campeonato). naquele pontapé na cadeira vazia residiu a minha frustração pelos dois pontos perdidos infantilmente. o próprio paulo bento reconheceria isso mesmo no final do jogo, que o sporting teria que segurar a bola, fazer anti-jogo até, ser matreiro o suficiente para segurar aquela vantagem. não o conseguiu. agora, vendo que o sporting perdeu o campeonato por 1 ponto apenas, lembro-me desse pontapé na cadeira. os portistas, se perdessem o campeonato por 1 ou 2 pontos, também se lembrariam daquele falhanço do renteria na luz, nos descontos, que daria a vitória ao fc porto. enfim, não adianta agora "chorar sobre o leite derramado" (a propósito, quem é que chora numa situação dessas?). até porque, se eu fosse por esse caminho, poderia falar no tal golo com a mão do rony, do paços de ferreira, em alvalade. por muito menos, já foram repetidos jogos em inglaterra e na alemanha. o sporting não pontoou nesse jogo. sem o golo com a mão certamente que empataria (no mínimo), o que lhe daria um ponto. O TAL PONTO QUE LHE FALTOU ONTEM (repararam como eu não fui por "esse caminho"!?).´
nos últimos dez jogos do campeonato, o sporting venceu 9 e empatou 1 (na luz). creio que paulo bento demorou muito tempo para encontrar "o seu onze". quando o encontrou, a equipa entrou nos eixos, jogou bem, criou mecanismos e passou a ter meio campo finalmente. despertou tarde demais para o título. a insistência em jogadores como paredes, custódio e carlos martins foi fatal, sobretudo porque estes cêpos estavam a tapar a entrada na equipa de jogadores como miguel veloso (grande jogador!), nani e até romagnoli (que, afinal, até provou ser um bom jogador!).
a defesa esteve muito bem durante toda a época, com um anderson polga em grande, a justificar finalmente o forte investimento no primeiro campeão mundial a actuar no nosso país. caneira actuou em todas as posições da defesa e foi de uma utilidade suprema aquando da lesão de tonel (que também efectuou uma boa temporada). tello assumiu-se como defesa esquerdo (e marcador de livres) e abel superiorizou-se a miguel garcia na luta pelo lugar de defesa direito (também não era preciso muito). no ataque, liedson foi, mais uma vez, a referência. se eu fosse presidente do sporting, não hesitava em propor-lhe um contrato até ao final da sua carreira. liedson não pode sair do clube, é demasiado importante! entre bueno, alecsandro e yannick, venha o diabo e escolha. nenhum deles fez uma época de encher o olho, mas foram servindo em determinadas alturas da temporada. cada um deles teve o seu momento de inspiração e o seu auge físico e técnico, mas, para mim, nenhum deles é companheiro à altura de liedson na frente de ataque.
para o ano, com o mesmo treinador e com o "núcleo duro" deste ano (ricardo, polga, caneira, tonel, miguel veloso, joão moutinho, nani e liedson), acredito que a equipa vai demonstrar mais maturidade, mais traquejo, mais experiência para discutir novamente o título. será necessário efectuar alguns acertos no plantel: despachar paredes, custódio, carlos martins, miguel garcia, farnerud, bueno, ronnie e joão alves, substituindo-os por jogadores de valor mais aproximado ao tal "núcleo duro". acredito que se o sporting mantiver a defesa e o meio campo desta época(arranjando alternativa para os "apagamentos" sucessivos de romagnoli) e contratar um jogador para jogar ao lado de liedson, tão bom ou melhor que o brasileiro, pode fazer história na próxima época. vamos ver... para já, era importante mesmo... conquistar a taça de portugal!

sexta-feira, maio 18, 2007

números

o "nuvens da alma" nasceu em janeiro de 2006. ao contrário de muitos outros blogues, este não contou imediatamente com um contador de visitas. não instalei na altura e deixei andar por uns tempos. longos tempos mesmo. calculava o grau de aceitação mediante o número de comentários e consultas ao meu perfil. ao visitar outros blogues, reparava que volta e meia faziam um grande alarido por terem chegado às mil visitas, ou cinco mil, ou dez mil... e eu ficava lixado, porque também queria fazer uma grande festa e não tinha elementos nenhuns para mostrar. uma vez cheguei aos 10 comentários e senti-me o tipo mais feliz do mundo, mas, perante a euforia dos outros que tinham chegado às 10 mil visitas, a minha felicidade desvanecia-se. foi então que se acendeu uma luz. caramba, se os outros têm, eu também quero. foi então que decidi instalar, finalmente, ao fim de 14 meses de existência, um raio de um contador de visitas e essas tretas todas. decidi-me pelo extreme tracking.
assim, no dia 15 de março de 2007 começou a contagem. até agora são 65 os dias contabilizados. confesso que não fazia a mínima ideia de quantas visitas tinha este blogue por dia, de onde vinham, para onde iam, qual o sentido da vida, se há vida depois da morte, qual o candidato do cds à câmara de lisboa... por isso, qualquer número que viesse era bom (menos o 63, embirro com este número, não sei porquê).
como em 65 dias de contagem ultrapassei já as duas mil visitas, vou fazer agora a minha festa (iupi, iupi, urra, urra. pronto, já está!). ao todo, são 2065 visitas. o dia com mais visitas é quarta-feira, com 20.72%, seguido de quinta-feira, com 19.50%. a hora com mais frequência é das 17h00 às 18h00. o dia com maior número de visitantes foi 16 de maio, com 56.
76% dos meus visitantes são de portugal. em segundo lugar vem o brasil, com 12.9%. a restante percentagem engloba vários países, sendo de destacar os estados unidos da américa (34 visitas), a inglaterra (14), itália (14), frança (13), espanha (10), china (9), alemanha (7) e suiça (4). depois vem uma série de países, 27 no total, de onde alguém, por engano certamente, veio parar ao nuvens. destaco a bizarria da presença na lista de países como panamá, filipinas, nova zelândia, moçambique, malásia, india, colombia, mexico e chile.
para já, precisamente por não estar à espera de muito, estou satisfeito com estes números. para mim são suficientes, tendo em conta o nível bastante fraco do blogue. quem me dera manter estes números por muito tempo. era um bom sinal!
obrigado a todos. obrigado por fazerem parte da minha lista. eu certamente que farei parte da vossa, já que visito dezenas e dezenas de blogues por dia (hesitei entre escrever "centenas" e "dezenas e dezenas". o certo é que visito muitos blogues, mas acho que não chega a uma centena. daí ter optado por "dezenas e dezenas", dá a entender que são muito mais do que dez, que são para aí uns cinquenta ou sessenta. a honestidade acima de tudo!).
a sério, obrigado!

onde está madeleine?


habituei-me, ao longo dos anos, a seguir a carreira daqueles actores e actrizes com quem engracei ou reconheci algum talento. alguns acabei por deixar cair no esquecimento, embora tenham sido importantes, em algum momento da minha vida, ao ponto de alugar qualquer filme em que entrassem. neste último caso, posso apontar nomes como meg ryan, uma das minhas preferidas durante anos (graças a "when harry met sally") e que agora nem posso ver; andie mac dowell (que adorei em "green card", com gérard depardieu, e em "quatro casamentos e um funeral"), que foi um encanto que se desvaneceu rapidamente com o passar dos anos (ela nunca mais teve um papel significativo no cinema); matthew modine, kathleen turner (o que eu adorava esta mulher, alugava todos os filmes em que ela entrasse!), chevy chase, eddie murphy (que saudades do eddie murphy de antigamente!), etc.. uma das actrizes que durante alguns anos me "enchia as medidas" era a madeleine stowe. durante uns dez anos, entre 1988 e 1988, eu vi todos os filmes em que ela entrou, gostando de uns, detestando outros, mas via-os sempre, porque entrava a madeleine stowe. o primeiro filme que me lembro de ver com ela foi o "debaixo d'olho" (1988), com o richard dreyfuss e o emilio estevez. lembro-me perfeitamente de ter ficado "enfeitiçado" por ela. depois, fez uma comédia muito ligeira, ao lado de mark harmon e lesley ann warren, chamada "worth winning" (1989). seguiu-se "revenge" (1990), com kevin costner e anthony quinn, e, no mesmo ano, contracenou com jack nicholson e harvey keitel em "the two jakes". 1990 foi o ano do reconhecimento para a actriz, que passou a ter uma agenda mais preenchida, entrando num ritmo frenético de dois filmes por ano. em 1992: "unlawfull entry", com kurt russell e ray liotta; e "o último dos moicanos", com daniel day lewis; em 1993: "debaixo d'olho 2", novamente com richard dreyfuss e emilio estevez; e "short cuts", de robert altman, com julianne moore, matthew modine, tim robbins e robert downey jr; em 1994: "blink", com aidan quinn; e "china moon", com ed harris e benicio del toro; em 1995: "bad girls", com andie mac dowell, drew barrymore e mary stuart masterson; e "twelve monkeys", com bruce willis e brad pitt. seguiu-se um interregno de três anos, para regressar em 1998 com mais dois filmes: "the proposition", com kenneth branagh e william hurt; e "playing by heart", com um elenco de luxo: sean connery, angelina jolie, dennis quaid, gena rowlands, jon stewart e gillian anderson. em 1999 protagonizou, ao lado de john travolta, o filme "a filha do general". a partir daqui, a actriz entrou em claro declínio em termos de protagonismo. seguiu-se "impostor" (2002), com gary sinise; "the magnificent ambersons" (2002), para televisão apenas, com jennifer tilly; "avenging angelo", com sylvester stallone (está tudo dito!); e "octane" (2003), um thriller com jonathan rhys myers. antes de se entregar totalmente à televisão, e quando isso acontece significa que a carreira cinematográfica se foi (há algumas excepções, claro), madeleine stowe fez o seu último filme "sério" ao lado de mel gibson, no filme "we were soldiers" (2003).
nascida a 18 de agosto de 1958, quase a completar 50 anos, a actriz, com muita pena minha, tem apenas lugar em mini-séries e filmes para o circuito televisivo norte-americano. em março deste ano passou a integrar o elenco de uma nova série policial da nbc, "raines", ao lado de jeff goldblum, mas a série teve pouco tempo de vida: estreou no dia 15 de março e acabou, ao fim de apenas sete episódios, no dia 27 de abril.
continuo a pensar que madeleine stowe merecia outra sorte. talvez um dia lhe vá parar às mãos um argumento com qualidade que possa reabilitar a sua carreira. ela merecia!

direitinho aos óscares!


o filme chama-se "charlie wilson's war" e vai estrear nos estados unidos da américa a 25 de dezembro de 2007. o realizador é o veterano mike nichols, que já dirigiu filmes como "closer", "wolf", "the birdcage", "primary colors", "postcards from the edge" e "the graduate", pelo qual recebeu o óscar de melhor realizador, em 1968. os actores não ficam atrás em termos de protagonismo e reconhecimento: tom hanks (vencedor do óscar de melhor actor em dois anos seguidos, por "filadélfia" e "forrest gump", em 1993 e 1994), julia roberts (vencedora do óscar de melhor actriz por "erin brockovich") e phillip seymour hoffman (vencedor do óscar de melhor actor pelo filme "capote"). do resto do elenco ainda fazem parte emily blunt, rachel nichols e shiri appleby. o argumento pertence a um dos gurus televisivos do momento, aaron sorkin, argumentista das séries "west wing" e "studio 60 on the sunset strip" e dos filmes "a few good men" e "the american president". o filme é baseado no livro, de 2003, com o mesmo nome, do escritor george crile. este filme dramático gira à volta de charlie wilson, interpretado por hanks, congressista norte-americano do texas, que através de um operativo da cia, interpretado por hoffman, lança uma operação de resgate para ajudar rebeldes afegãos aquando da invasão soviética àquele país. os efeitos dessa sua iniciativa serão nefastos a todos os níveis para a carreira política de charlie wilson. no fundo, é a clássica história de boas intenções que correm mal. "charlie wilson's war" é já apontado por muitos críticos de cinema como "oscar material" e é uma das grandes apostas para a edição número 80 dos óscares.

pacino e de niro outra vez



al pacino e robert de niro, dois dos "monstros sagrados" mais respeitados e conceituados da actualidade cinematográfica, vão contracenar juntos novamente, depois do filme "heat", de michael mann, de 1995 (refira-se, no entanto, que ambos entraram no filme "padrinho, parte 2", mas não chegaram a contracenar). desta vez o filme, "righteous kill", será realizado por jon avnet e os dois actores, que partilharam apenas duas cenas em "heat", vão passar muito mais tempo juntos na tela. o filme começará a ser rodado no início de agosto, em connecticut. as duas estrelas interpretarão dois polícias no encalço de um serial killer, portanto, desta vez, ao contrário do que sucedeu no filme de michael mann, estarão do mesmo lado da lei. o argumento é de russel gewirtz, responsável igualmente pelo argumento do filme "infiltrado", com clive owen, denzel washington e jodie foster. um dos produtores, avi lerner, disse à revista variety que a ideia para este novo encontro entre pacino e de niro partiu da amizade entre ambos e do partilhado desejo de voltarem a trabalhar juntos.

quinta-feira, maio 17, 2007

o regresso da marjorie





com o brian e o adam completamente restabelecidos sentimentalmente, ao lado da bridget e da heather, respectivamente, como será encarado pelo grupo de amigos o regresso de marjorie? qual dos dois cederá (ou perdoará?) mais depressa aos encantos da bela marjorie, que deixou adam no altar à sua espera e deu falsas esperanças a brian?

entretanto, a série não renovou contrato para uma terceira série com a estação de televisão abc, considerando esta que as audiências não o justificavam. assim, o último episódio de "os amigos de brian" foi para o ar nos estados unidos no dia 26 de março de 2007. o actor que interpreta o papel de brian davis, barry watson, foi já escalado para uma sitcom, "sam i am", como protagonista, ao lado de christina applegate. também amanda detmer, a deena greco, foi contratada para uma sitcom, "1321 clover".

hoje, na rpt 2, às 22h40, vai para o ar o 16º episódio da série, de um total de 24. depois, é a despedida de mais uns "amigos" televisivos.

get smart


lembram-se da série "olho vivo", que passou inúmeras vezes na rtp e, mais tarde, na sic comédia? esta série dos anos 60, protagonizada pelo recentemente falecido don adams (o impagável maxwell smart) e barbara feldon (a atraente agente 99), foi criada por mel brooks e esteve no ar durante cinco anos, entre 1965 e 1970, primeiro no canal nbc e depois no cbs, num total de 138 episódios. venceu sete emmys e foi nomeado duas vezes para os globos de ouro, como melhor série cómica. em 1989, o canal abc produziu um filme para o circuito televisivo intitulado "get smart, again!", com os mesmos actores. mais tarde, em 1995, o canal fox decidiu rentabilizar o relativo sucesso deste filme, produzindo novos episódios da série, igualmente com don adams e barbara feldon, com andy dick a interpretar o filho do casal de espiões. como nota de informação adicional, refira-se que "get smart" foi o primeiro franchise televisivo a ir para o ar nos quatro principais canais televisivos americanos: nbc, cbs, abc e fox.
em março de 2007, começou a ser rodada a versão cinematográfica de "get smart", realizada por peter segal e interpretado pelo brilhante steve carell (de "little miss sunshine", "40 year old virgin", "evan almighty" e da versão americana de "the office") e anne hathaway (que vimos recentemente em "brokeback mountain" e "the devil wears prada"). alan arkin (que venceu há pouco tempo o óscar de melhor actor secundário por "little miss sunshine"), terence stamp, the rock e david koechner completam o elenco. a estreia está prevista para junho de 2008.

blockbuster para 2008


"iron man", a estrear em 2008, baseado na personagem de banda desenhada da marvel, realizado por jon favreau. robert downey jr interpreta o papel principal (o do playboy bilionário tony stark, mais conhecido como iron man), sendo secundado por um formidável elenco: jeff bridges (o "grande" jeff bridges - quatro vezes nomeado para os óscares -, no seu primeiro papel num blockbuster), gwyneth paltrow (vencedora do óscar de melhor actriz principal por "shakespeare in love), terrence howard (recentemente nomeado para o óscar de melhor actor pelo filme "hustle and flow"), a bela leslie bibb (que recentemente vimos em "talladega nights: the ballad of ricky bobby", com will ferrell) e shaun toub (que, tal como terrence howard, integrou o elenco de "crash", de paul haggis, vencedor do óscar de melhor filme na edição de 2006).
saliente-se o regresso de jeff bridges à ribalta, ele que já foi responsável por grandes interpretações em filmes como "o rei pescador", "os fabulosos irmãos baker", "starman", "fearless", "texasville", "the big lebowski" e "the contender".

die hard woody allen

sketch do programa televisivo "mad tv", parodiando o filme "die hard", trocando o herói bruce willis por... woody allen. divirtam-se!

save a prayer

versão ao vivo da mais bela música que os duran duran criaram em quase 30 anos de carreira! sublime, intemporal, arrepiante. e com direito a dedicatória, no início, a marvin gaye.

quarta-feira, maio 16, 2007

mark eitzel

mark eitzel, o único dos meus ídolos a quem apertei a mão, no final do concerto dos american music club, há dois anos, no santiago alquimista, em lisboa. o homem sente realmente o que canta, emociona-se, chora, parece o tipo mais infeliz do mundo com uma guitarra na mão. sem tiques de vedeta, no final foi extremamente simpático, aceitando autografar tudo o que lhe aparecia à frente, incluindo uma tipa que tinha levado todos os discos dos AMC para ele assinar. eu apenas lhe pedi que me autografasse o bilhete do concerto. o aperto de mão e a nossa troca de palavras ("great show" e "thank you") foram muito mais importantes. já foi eleito em tempos "songwriter of the year" por uma revista da especialidade. actualmente, depois de ter conseguido reunir os american music club, dez anos depois, trabalha no novo disco da banda, que se seguirá ao fabuloso "love songs for patriots".

george costanza

outra homenagem que se impunha. george costanza é outra personagem marcante. foram anos a assistir às suas paranóias, idiossincrasias e neuroses na série "seinfeld". jason alexander foi o actor que lhe deu vida e alma, de uma forma brilhante. socialmente inadaptado, politicamente incorrecto, desajeitado com o sexo oposto, neurótico qb, tudo numa única personagem. george costanza vai ser lembrado e apontado como personagem-padrão durante muitos anos.

chandler bing

algumas das fabulosas e inesquecíveis cenas de chandler bing, interpretado pelo excelente matthew perry, em "friends". é pouco tempo, ele merecia mais, é um facto, mas para já é o que se arranja. prometo colocar mais vídeos de chandler bing e da série brevemente.

the czars

já era tempo de colocar neste blog uma música dos the czars. chama-se "concentrate" e está inserida no disco "before but longer", de 2000. os the czars são formados por john grant (vocalista), chris pearson (habitual colaborador dos american music club), jeff linsenmaier e andy monley. a discografia da banda é a seguinte: "before but longer" (2000), "the ugly people vs. the beautiful people" (2001), "goodbye" (2004) e "sorry i made you cry" (2006). os the czars, no início da carreira, enviaram uma demo a simon raymonde, dos cocteau twins, que tinha acabado de criar uma editora musical com o seu colega de banda robin guthrie. impressionado com a mistura musical que os the czars conseguiram juntar, sadcore, shoegaze e country alternativo, mandou vir a banda de denver (estados unidos) para inglaterra, onde gravou o primeiro disco, o já referido "before but longer", nos estúdios september sound. actualmente, a banda encontra-se a preparar o próximo disco. venha ele!

23

os blonde redhead nasceram em 1993, formado por um casal de japoneses, estudantes de arte em nova iorque, kazu makino e maki takahashi, e por dois irmãos gémeos italianos, simone e amedeo pace. o disco de estreia da banda, "blonde redhead", foi produzido por steve shelley, baterista dos sonic youth, em 1994. pouco tempo depois, maki takahashi deixou o grupo. já como trio, os blonde redhead lançaram o segundo disco em 1995, "la mia vita violenta". seguiu-se "fake can be just as good", em 1997, e "in an expression of the inexpressible", em 1998. em 2000 surgiu "melody of a certain damaged lemons" e, quatro anos depois, o disco que catapultou os blonde redhead para o estrelato: "misery is a butterfly", o primeiro trabalho da banda para a conceituada editora 4AD. em 2007 foi editado o disco "23", cujo primeiro single é "23", a música que podem ver neste post. o estilo musical dos blonde redhead é descrito pelo all music guide como "a mix of dream-pop and delicate electronic textures". em termos de influências musicais, o grupo foi inicialmente comparado aos sonic youth, tendo o seu estilo evoluído, ao longo dos anos, para algo mais parecido com bandas como mercury rev e sparklehorse.

o comodismo

a questão do comodismo, ao longo dos tempos, foi sempre uma preocupação para o ser humano. descansar e relaxar nunca deixou de ser uma prioridade na vida das pessoas, daí que sejam consideradas normais as evoluções registadas nessa matéria. para se passar de uma superfície rugosa de pedra até a um sofá foram precisos muitos anos, tal como para o aparecimento do colchão, das almofadas, dos edredons... o comodismo não é um luxo superficial ou fútil, é antes uma exigência natural do ser humano. o problema é o alastrar desse "comodismo" para outras facetas da vida. antigamente, aos domingos de manhã, eram várias as pessoas que saíam de casa para ir comprar o jornal e beber um café; agora, não precisam de sair de casa, têm a informação toda on line, nos sites dos jornais. sair para comer fora? já não é preciso, eles trazem a comida a casa. alugar um filme no clube de vídeo? eles trazem cá o filme. compras? também já temos compras on line. ir às finanças e ficar duas horas na fila para entregar o irs? já sabem a resposta.
o mais grave ainda é em termos de questões sentimentais. antigamente, no tempo dos meus pais, por exemplo, o esforço era muito maior para se evidenciar o apreço por alguma mulher. os meus pais encontravam-se na fonte lá da aldeia, numa hora previamente definida. a minha mãe fazia todos os possíveis para convencer a minha avó que era preciso ir à fonte buscar água. depois eram cartas, poemas, galanteios, enfim, o chamado "romance".
hoje, com toda a evolução tecnológica, nem é preciso muito trabalho. o comodismo é tão gritante neste aspecto que hoje já se namora por sms, conhecem-se os futuros namorados no hi5, visita-se a rua da apaixonada no google earth, trocam-se mensagens de amor eterno no messenger, fala-se à borla com a namorada no skype... qualquer dia, até casar será possível, sem se sair de casa...
com tudo isto, nem dá para as pessoas sentirem saudades umas das outras. e como é saudável sentir saudades de alguém, ansiar avidamente pelo próximo encontro, contar os dias que faltam para voltar a ver a pessoa amada, receber uma carta dela. sentir saudades de alguém é assumir que essa pessoa nos faz falta. muitas das relações mais sólidas que conheço, incluindo a minha, foram alicerçadas e cimentadas desta forma. o romance não pode morrer; caso contrário, um dia destes em vez de palavras sentidas e fortes como "o amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer", de luís de camões, vamos ver poemas deste género: "kurto-te bué garina, sei q tb me kurtes mto, tá-se bem assim chavala, bute nessa"...

terça-feira, maio 15, 2007

menções honrosas

o "top ten actrizes séries tv" é a primeira lista de preferência publicada no "nuvens da alma". brevemente mais listas serão colocadas, devidamente ilustradas.
este top considerou apenas séries que actualmente passam nos canais disponibilizados em portugal, televisão por cabo incluída, obviamente.
como o top apenas contemplou 10 actrizes (e o trabalho que deu escolher dez num universo de quase uma centena!), vou aproveitar para enumerar algumas menções honrosas, também elas merecedoras de figurar no top.

nadine velazquez - "o meu nome é earl", rtp 2, sábados, 22h40
jennifer love hewitt - "entre vidas", sic, sábados, 16h00
sarah lancaster - "os amigos de brian", rtp 2, quintas, 22h45
jennifer morrison - "house", fox, segundas, 21h30
katie holmes - "dawson's creek", tvi, quintas, 03h00
heather locklear - "LAX", people and arts, quartas, 21h30
eliza dushku - "tru calling", fox, 2ª a 6ª, 16h10
becki newton - "betty feia", sic, sábados, 15h00
catherine bell - "JAG", axn, quartas, 22h25
tiffany amber thiessen - "os amigos de brian", rtp 2, quintas, 22h45

top ten actrizes séries tv - 10


1º lugar
evangeline lilly
série: "lost"
canal: fox
às terças, 22h20

top ten actrizes séries tv - 9


2º lugar
elisha cuthbert
série: "24"
canal: rtp 2 e fox
na rtp 2 às quartas-feiras, 22h40; no fox às terças, 21h30

top ten actrizes séries tv - 8


3º lugar
eva longoria
série: "donas de casa desesperadas"
canal: sic e fox
às terças, 00h30, na sic; às segundas, 22h15, no fox

top ten actrizes séries tv - 7


4º lugar
katherine heigl
série: "anatomia de grey"
canal: rtp 1 e fox life
aos domingos, 17h00, na rtp 1

top ten actrizes séries tv - 6


5º lugar
kristin kreuk
série: "smalville"
canal: fox life
de 2ª a 6ª às 19h

top ten actrizes séries tv - 5


6º lugar
krista allen
série: "os amigos de brian"
canal: rtp 2
todas as quintas-feiras, às 22h45

segunda-feira, maio 14, 2007

top ten actrizes séries tv - 4


7º lugar
kelly carlson
série: "nip/tuck"
canal: fox life
começará brevemente a 3ª série

top ten actrizes séries tv - 3


8º lugar
rachel bilson
série: "O.C. - na terra dos ricos"
canal: fox
quarta-feira, 21h30

top ten actrizes séries tv - 2


9º lugar
jamie lynn siegler
série: "sopranos"
canal: hollywood e rpt 2 (brevemente)
todos os dias da semana, às 01h30, no hollywood

top ten actrizes séries tv - 1


10º lugar
bridget moynahan
série: "six degrees"
canal: AXN
quinta-feira, 22h30

raridade!

david sylvian, o grande david sylvian dos japan, dos rain tree crow e dos nine horses, para além de uma muito bem sucedida carreira a solo, onde pontificam excelentes discos como "brilliant trees", "secrets of the beehive", "gone to earth" e "dead bees on a cake", é dono de uma portentosa, sombria e emocional voz. quem ouve temas como "forbidden colours", "some kind of fool", "ride", "blackwater", "orpheus", "brilliant trees", "nostalgia", "heartbeat" (em dueto com a esposa ingrid chavez), "darkest dreaming" e "thalhiem" fica automaticamente rendido. foi durante anos o meu cantor predilecto. a seguir ao disco "dead bees on a cake", de 1999, david sylvian lançou uma compilação, em disco duplo, intitulada "everything and nothing", em 2000. depois... perdi-lhe o rasto. até que, em 2005, surge como parte integrante do projecto nine horses, com burnt friedman e steve jansen, seu irmão. o primeiro disco desta banda, "snow borne sorrow", foi editado em outubro de 2005; o segundo disco, "money for all", foi lançado há pouco tempo, em janeiro deste ano. experimentalista, visionário, inovador, criador de ambientes musicais, david sylvian, no activo desde 1974 e prestes a fazer 50 anos, ainda tem muito para dar à arte que abraçou. a raridade que hoje aqui coloco é uma música dos blonde redhead (que ouço agora diariamente graças ao fabuloso disco "23"), do disco "misery is a butterfly", intitulada "messenger", interpretada precisamente por david sylvian. espero que gostem!


sexta-feira, maio 11, 2007

músicas que marcam

canções preferidas, quem as não tem?! há uns tempos, aquando da verdadeira efeméride que foi a chegada aos 200 posts, coloquei outros tantos nomes de músicas que eu entendia serem as minhas preferidas. foi necessária muita pesquisa, muitas consultas aos locais onde tenho as músicas (prateleira dos cds, computador, outra prateleira dos cds, torradeira, microondas), para poder, de facto, colocar no post uma lista verdadeiramente ponderada. entretanto, já se passaram mais uns meses, apareceram novas músicas, bandas e discos, como é natural, o mundo discográfico está em constante movimento (ao contrário do nuno gomes); o que se gosta hoje já se esqueceu depois de amanhã, quando nos cair nas mãos um disco novo, é mesmo assim. no entanto, há músicas que marcam mesmo, que nos fazem lembrar passagens da nossa vida, que estão agrafadas a sensações, a odores, a paixões, a pessoas, a relações... assim, numa espécie de retrospectiva, vou escolher cerca de 50 músicas que, por algum motivo, tenho a certeza de que vou gostar sempre, independentemente do estilo ou corrente musical que possa vir a gostar no futuro (speed metal, salsa, bossa nova, fado, ranchos folclóricos, cantares à desgarrada).

a que me vem imediatamente à cabeça é a música que se ouve no vídeo deste post: "trust", dos the cure. já escrevi sobre a música e tudo o que ela representa para mim. acho que nunca deixarei de me arrepiar todo e de ficar com a chamada pele de galinha quando a ouço. é intemporal, inesquecível, marcante! ao mesmo nível que "trust" está "a chain of flowers", igualmente dos the cure, a música que eu andei à procura durante 16 anos (também já lhe dediquei um post). mas continuando: dos longínquos anos 70, de que não sou particularmente apreciador, destaco apenas duas músicas: "northern sky", de nick drake, e "the severed garden", dos the doors (grupo que não admiro, diga-se). depois, e viajando até aos fabulosos anos 80, escolho mais umas quantas, facilmente: "save a prayer", dos duran duran; "tomorrow started", dos talk talk; "more than this", dos roxy music; "purple rain", do prince; "love kills", de freddie mercury; "forbidden colours", de david sylvian; "hunting high and low", dos a-ha; "drive", dos the cars; "working hour", dos tears for fears; e duas dos the blue nile: "from a late night train" e "let's go out tonight", ambas do excelente disco "hats", de 1987.

os "meus" anos 90 foram essencialmente marcados por duas bandas, no registo sadcore: american music club e red house painters; e três outras no registo alternativo: radiohead, cocteau twins e smashing pumpkins. daí que escolha uma de cada banda: "blue and grey shirt", dos american music club; "rollercoaster", dos red house painters; "street spirit (fade out)", dos radiohead; "ella megablast burls forever", dos cocteau twins; e "1979", dos smashing pumpkins. no entanto, ainda nesta década, posso apontar outras músicas que ainda hoje gosto: "cowboys and angels", de george michael; "the night", dos morphine; "machine gun", dos slowdive; "flowers in december", dos mazzy star; "dream brother", de jeff buckley; "pink cigarette", dos mr. bungle; "yellow", dos coldplay"; "wild horses", dos the sundays; "gently falls", dos into paradise; "at first sight", dos the durutti column; "roads", dos portishead; "holes", dos mercury rev; e "leave them all behind", dos ride.

finalmente, já na década actual, a lista é ainda mais extensa: "bird gehrl" e "mysteries of love", dos antony and the johnsons (e ainda poderiam ser mais umas cinco); "bleed a river deep", de ed harcourt; "stand in the world" e "my sun is setting over her magic", dos marjorie fair; "i will sing you songs", dos my morning jacket; "abandoned masquerade", de diana krall; "listen" e "action figure", dos lambchop; "this love affair" e "beautiful child", de rufus wainwright; "no easy way down" e "saved", de mark eitzel; "smokey", de mark kozelek (red house painters); "in the morning of the magicians", dos the flaming lips; "the second part", dos the dears; "concentrate" e "autumn", dos the czars; "svo hljott", dos sigur ros; "reason why", de rachel yamagata; "on your side", de pete yorn; "the white trash period of my life", de josh rouse; "public pervert", dos interpol; "they died for beauty", dos ilya; "song for the angels", dos great lake swimmers"; "the warming sun", dos grandaddy; "salty seas", dos devics; "stable song", dos death cab for cutie; "a jealous heart is a heavy heart", de damien jurado; "i see a darkness", de bonnie prince billy; "anticipation", dos blonde redhead; e "this one's gonna bruise", de beth orton.

apaixonado por isto

rufus wainwright - going to a town

quinta-feira, maio 10, 2007

mais filmes para a monica


novos projectos cinematográficos de monica bellucci:
manuale d'amore 2 (capitoli successivi)
estreou em janeiro em itália.
realizado por giovanni veronesi.
com carlo verdone, riccardo scamarcio e elsa pataky.
shoot 'em up
estreia em setembro nos estados unidos.
realizado e escrito por michael davis.
com clive owen e paul giamatti.
le deuxième souffle
estreia em outubro na europa.
realizado por alain corneau.
com daniel auteuil, michel blanc, jacques dutronc e eric cantona.
1:30 train
estreia prevista para 2008.
realizado por joel schumacher.
com patrick cooper.

percurso leonino

2001/2002 - o sporting venceu o campeonato nacional, com jardel e joão vieira pinto em grande estilo. paulo bento era o esteio do meio campo, ao lado de rui bento. a defesa era de luxo, na altura: beto, andré cruz, phil babb e rui jorge. lazlo boloni foi o treinador.

2002/2003 - a segunda época de boloni à frente dos leões foi um desastre, só se aproveitando mesmo as apostas do técnico em valores emergentes como quaresma e cristiano ronaldo.

2003/2004 - estádio novo. chegou fernando santos a alvalade. cristiano ronaldo foi para o manchester united. a época foi um desastre completo, com o cúmulo de sermos eliminados da taça uefa, em casa, por 0-3, por uns turcos com um nome muito esquisito (gençlerbirligi).

2004/2005 - chegou josé peseiro ao sporting. época interessante em que a equipa "morreu na praia", perdendo a final da taça uefa, em casa, frente ao cska de moscovo (1-3), e o campeonato para o benfica a uma jornada do fim, com o tal golo de luisão, em falta clara sobre ricardo, a 10 minutos do final da partida.

2005/2006 - época a meias entre peseiro e paulo bento. este último chegou a colocar novamente a equipa na rota do título, vencendo dez jogos consecutivos, mas ao perder em casa com o fc porto (0-1), golo de jorginho, hipotecou a oportunidade de chegar à liderança da prova a poucas jornadas do final do campeonato.

2006/2007 - novamente com paulo bento, o sporting fez um campeonato alicerçado numa forte consistência defensiva, sofrendo poucos golos e poucas derrotas (apenas duas e em casa, não perdendo fora de casa), seguindo na peugada do fc porto até ao final da prova. na penúltima jornada, no entanto, perdeu o campeonato, por causa do... george michael.

quarta-feira, maio 09, 2007

quem quer lisboa?

quem quer presidir à câmara municipal de lisboa? alguém?... ninguém?!...
é natural que ninguém avance, seria o mesmo que ir gerir agora o freeport de alcochete. a situação financeira deve ser terrível na autarquia lisboeta, juntando-lhe toda a confusão que o caso bragaparques irá causar, indemnizações, loteamentos, terrenos, empreiteiros e adjudicações. não admira que ainda não haja muita movimentação partidária no sentido de avançar com candidaturas. apesar de ser a principal câmara municipal do país, suscita por estes dias tanto interesse como a junta de freguesia de fiais da telha ou de santiago de besteiros. o timing não podia ser pior: o cds-pp passou por toda aquela convulsão recentemente e ainda está a reunir os pedaços; o ps está a tentar voltar a erguer-se depois do "caso sócrates" e da sua alegada licenciatura; o psd continua a perder protagonismo na assembleia, tem um líder inconsequente e pouco carismático e, acima de tudo, foi o partido do poder em lisboa nos últimos anos (santana lopes e carmona rodrigues); o pcp perdeu odete santos, a única figura capaz de ombrear em termos de popularidade com jerónimo de sousa; o bloco de esquerda... é o bloco de esquerda e está tudo dito.
desta forma, os nomes até agora ventilados, que são meras suposições, são nomes "fraquinhos", de gente pouco habituada a estes nebulosos e movediços meios autárquicos: antónio josé seguro, paula teixeira da cruz, o crónico sá fernandes, do bloco. os "grandes" não se querem queimar. até santana lopes continua descansadinho "debaixo da sua pedra". a única excepção parece ser joão soares, que deve andar numa roda viva, para ver se alguém se lembra dele (o que deve ser difícil; um político que perde umas eleições para santana lopes fica marcado para a vida).

good cop, bad cop

ponto 1:
em portugal, a polícia sempre foi considerada, pelos portugueses, uma completa nulidade, ineficaz, com falta de meios humanos e materiais. sempre foi assim. nos noticiários é sempre o mesmo: falta de policiamento nos bairros considerados perigosos, escassez de postos de polícia, mecanismos de prevenção reduzidos ao mínimo indispensável, jogos de futebol de alto risco em que o trabalho da polícia é sempre criticado, etc..
no entanto, todo este cenário se transforma, ou se esquece, quando são os estrangeiros a questionar a capacidade e a eficácia das nossas forças policiais. quando isso acontece, como está a suceder agora no "caso madeleine", somos logo os primeiros a defender e a enaltecer os pobres coitados, que fazem um excelente trabalho tendo em conta os precários meios que têm ao seu dispor.

ponto 2:
como seria se este episódio tivesse ocorrido com um casal de portugueses, a passar férias no algarve, que tivesse tido o desplante e a negligência de ir jantar, deixando três filhos no quarto do hotel? provavelmente já estariam presos, por negligência e incúria, seriam vergastados pela imprensa e teriam sempre à porta do estabelecimento prisional centenas de senhoras, entre os 40 e os 60 anos (que são as que vão sempre às manifestações, comícios políticos e levantamentos populares), a gritar e a berrar "assassinos, assassinos" (de notar que este género de movimentação só surte algum efeito se estiver alguma estação de televisão a filmar; inclusivamente as senhoras guardam os seus mais sonantes "assassinos, assassinos" para os momentos em que sabem que estão a ser filmadas. não estando a ser filmadas, conversam sobre o estado do tempo e a novela do dia anterior, na maior das calmas).
como os pais são estrangeiros, há aquele sentimento de compaixão e uma abordagem mais terna e compreensiva.

dois factos, duas medidas.

o que se ouve por cá - 2


blonde redhead
23

1. 23; 2. dr. strangeluv; 3. the dress; 4. s.w.; 5. spring and by summer fall; 6. silently; 7. publisher; 8. heroine; 9. top ranking; 10. my heroine hair

o que se ouve por cá - 1

rufus wainwright
release the stars


1. do i disappoint you; 2. going to a town; 3. tiergarten; 4. nobody's off the hook; 5. between my legs; 6. rules and regulations; 7. not ready to love; 8. slideshow; 9. tulsa; 10. leaving for paris nº 2; 11. sanssouci; 12. release the stars

terça-feira, maio 08, 2007

rufus wainwright


15 de maio, data do lançamento do novo disco de rufus wainwright, "release the stars". para mim é uma das melhores vozes do panorama musical actual, ao lado de antony (antony and the johnsons), kurt wagner (lambchop), john grant (the czars), mark kozelek (red house painters e sun kil moon), paul buchanan (the blue nile) e mark eitzel (american music club). é inconfundível o seu timbre, os seus devaneios vocais, umas vezes sorumbático, expondo os seus sentimentos com uma sensibilidade fora do vulgar, outras em êxtase, fazendo transparecer uma inefável alegria, um arrebatamento dos sentidos fora do mundo palpável, criando verdadeiros épicos musicais, dos quais o exemplo maior será "beautiful child", do disco "want one", de 2003.
em jeito de homenagem a este excelente compositor e cantor, aqui fica uma compilação (uma espécie de best of) dos seus melhores temas:
1. the tower of learning, de "poses"
2. beautiful child, de "want one"
3. agnus dei, de "want two"
4. the consort, de "poses"
5. go or go ahead, de "want one"
6. natasha, de "want one"
7. this love affair, de "want two"
8. dinner at eight, de "want one"
9. memphis skyline, de "want two"
10. cigarettes and chocolate milk, de "poses"
11. movies of myself, de "want one"
12. one man guy, de "poses"

sexta-feira, maio 04, 2007

a vida de brian


é oficial e vai ficar registado em acta: estou apaixonado pela série "os amigos de brian", que passa na rtp 2, todas as quintas-feiras, às 22h45. sei perfeitamente que não é nada de extraordinário, de sublime, mas a mim agarrou-me completamente, desde o primeiro episódio.
o argumento até nem parece nada original, e até consegue ser um pouco previsível às vezes, mas fiquei refém daquelas personagens e dos seus problemas, alegrias, receios, aspirações, etc.
gosto da cumplicidade latente entre as personagens e da sua interacção, que quase fazem lembrar a série "friends". já escrevi sobre "os amigos de brian", quando a série estreou em portugal; mantenho o que disse na altura e reforço.
na rtp 2 está a passar a segunda série, espero que depois venha a terceira. pena é que à mesma hora, no axn, passe outra série interessante, também do guru da televisão j.j. abrams (produtor de "lost" e de "os amigos de brian"), chamada "six degrees", com bridget moynahan, campbell scott, hope davis e erika christensen. mas as "aventuras" de brian e dos seus inseparáveis amigos são sempre prioridade.

quinta-feira, maio 03, 2007

grande salmão!


salman rushdie nasceu em bombain, índia, em 1947 (no mesmo ano em que o meu pai nasceu, por acaso). escritor e novelista, cujos trabalhos aborda temas como mitologia, fantasia, religião e política, rushdie acabaria por se tornar mundialmente famoso em 1988, com a publicação do livro "versículos satânicos", pelo qual foi condenado à morte pelo líder espiritual iraniano ayatollah khomeini, em fevereiro de 1989. o livro foi banido na índia e na áfrica do sul e causou grande polémica junto do mundo islâmico, tendo salman rushdie sido forçado ao exílio. a pena de morte, que era ainda extensiva aos editores do livro, foi renovada em 1997, tendo a recompensa passado de 1 milhão para 2 milhões de dólares. em 1990, o escritor editou um ensaio, chamado "in good faith", para acalmar as críticas e apresentar as suas desculpas, reafirmando o seu respeito pelo islão. no entanto, a pena de morte não foi levantada. apesar de ter que estar sempre bastante atento a possíveis atentados contra a sua vida, rushdie continuou a lançar livros e a celeuma que o livro causou foi perdendo relevância, mas o governo iraniano, através do ayatollah hassan sanei, em 1999, voltou a insistir na condenação do escritor, oferecendo a astronómica quantia de 2,8 milhões de dólares pela sua "cabeça".
com tudo isto, estarão certamente a estranhar a foto que se anexa a este post. já vou explicar. salman rushdie casou já por quatro vezes (1976, 1988, 1998 e 2004). a sua actual esposa é a lindíssima actriz/modelo padma lakshmi, a moça da foto, com quem casou em 2004, mudando-se de londres para nova iorque.
o homem continua a recear pela sua vida, escondendo-se e protegendo-se de possíveis atentados, por causa de um livro que escreveu há quase 20 anos. a sua tortura e constante receio deverão, no entanto, ser ligeiramente atenuados pela presença ao seu lado da bela padma, sua compatriota. rushdie deve passar imenso tempo em casa, por causa das ameaças, mas, desta forma, uma pessoa até acaba por não ter pena dele. fechado em casa com a padma? não deve ser castigo nenhum. se eu fosse o salman também não queria sair de casa...

desprendimento

era uma sensação com um misto de prazer
e desconforto, não sabia definir bem.
um aperto onde a vida se enuncia
ou o pronúncio de uma saudade
em que a mesma se atormenta.
uma incoerência entre o que se diz e o que se faz,
ou o vazio de um fim que tem de acontecer
e de que se ignora o depois;
um alívio de incumbência
ou a certeza irremovível do tempo.

sentia-se dono de uma serenidade sem desalento,
porque o passado não lhe remoía o presente
e nunca se sentaria à espera das tábuas necrológicas.
a vida ensinara-lhe que não há prudências
nem regozijos programados,
pois ninguém controla os desígnios.

convencia-se, por vezes, de um fatalismo insuperável
e nele justificava os desaires.
amava a vida mas não esquecia a morte,
era um constante conflito entre a luz e a escuridão.
a morte era-lhe essa marca de infância,
semelhada pela vida fora,
do tamanho de uma sombra poligonal,
conjecturada e não vivida.

a morte fora sempre a sua vulnerabilidade,
a sua angústia, uma ferida que se disfarça,
mas que nunca sara. era uma justiça divina
e uma ingratidão do destino, porque, crente,
nunca a compreenderia na sua ocasião,
suportando-a em silêncio,
contra os desprezos e as raivas;
um castigo sem culpa, impossibilitado
de apresentar provas e testemunhos
da sua inocência.

o futuro encolhera aos seus olhos,
mas ainda teria tempo de saber
se é mais fácil ou mais difícil
polir uma identidade quando se dobra
a esquina da idade maturescente,
deixando para trás agrados antigos,
quando os livros o faziam viajar
pelos caminhos de fantasia,
imaginando futuros inalcançáveis
e aventuras que não chegou a realizar.

quarta-feira, maio 02, 2007

24 - apresentação

apresentação oficial da sexta temporada de "24". espero que gostem!

consciência limpa

este ano pretendo cumprir rigorosamente a resolução que tomei no fim do ano passado: não mais tomar resoluções de ano novo. são promessas que fazemos à nossa consciência em que nem a consciência acredita mais. a minha já estava a reagir com bocejos a cada juramento que eu fazia para o novo ano. "vou começar uma dieta", "vou comer sopa e salada a todas as refeições", "vou ser tolerante, justo e equilibrado", "vou arrumar o sótão", "vou ali ao café e já volto", "vou fazer exercícios diários, usar fio dental, reler os clássicos, não tudo ao mesmo tempo, claro". e a consciência, com enfado: "sim, sim, está bem, tem é cuidado com o nariz, que ainda magoas alguém".
mesmo com esse espectro de dúvida a pairar sobre ela, a minha consciência não deixa de se submeter ao exame anual que faço nos últimos dias de dezembro. uma espécie de check-up moral necessário para desanuviar qualquer nuvem negra que possa pairar na minha consciência. em dezembro, o seu estado geral era bom, pese embora algumas questões pendentes relacionadas com uma amizade de 16 anos que se perdeu. o que mais custou ainda foi ser informado por e-mail desse desenlace, sem confronto, sem troca de ideias, sem apelo, nem agravo. se tive culpas? claro que tive. mas acabar assim, desta forma, tudo o que se construiu durante tantos anos, é doloroso. a minha consciência manteve-se limpa e, embora tenha vacilado por alguns momentos, preferiu levantar a cabeça e seguir, sem olhar para trás. passado é passado. quando não somos desejados, somos meros obstáculos.
de resto, não teve grandes provações no ano passado. fiz algumas coisas que não devia, não fiz outras que devia, nada de grave. vou poder continuar a conviver normalmente com a minha consciência, principalmente agora que eliminamos este ridículo ritual das resoluções de fim de ano da nossa relação. o homem maduro é o que desiste da virtude impossível para não perder a possível.

o regresso de jack bauer


a sexta temporada de "24" vai começar a passar na rtp 2 na quarta-feira, dia 9 de maio. o horário previsto é o mesmo da série anterior: 22h35. no final da quinta série, por muitos considerada a melhor de todas, jack bauer tinha sido capturado pelo governo chinês, sob suspeita do homicídio do cônsul daquele país nos estados unidos da américa. agora vamos saber qual vai ser o destino do intrépido agente anti-terrorista. para já, como aperitivo, ficam já a saber que nesta temporada vai aparecer o pai de jack bauer. as minhas noites de quarta-feira vão voltar a ser vividas com muita ansiedade à frente do televisor, tenho a certeza.
nesta época "dourada" da televisão nacional, que finalmente começou a ver nas séries televisivas um filão inesgotável, colocando-as em horários decentes, casos de "prison break", "lost", "ugly betty", "heroes", "o meu nome é earl", "os amigos de brian", "E.R.", "anatomia de grey", "a unidade" e "house", saúda-se igualmente o regresso de "nip/tuck", que vai estrear a terceira série a 11 de maio no canal fox life. as segundas séries de "ossos" e "o meu nome é earl" vão chegar ao canal fox a 9 e a 27 de maio, respectivamente. na rtp 2, nos serões de segunda-feira, aguarda-se ansiosamente a chegada da última série de "sopranos", agendada para breve. só no mercado das sitcoms é que parece ter havido uma quebra assinalável, o que é pena. de resto, toca a aproveitar esta maré de boa televisão, à custa das séries.

300 posts

três centenas de textos que marcam os 17 meses de existência do "nuvens da alma".

espelho meu

o momento mais complicado no dia-a-dia de uma pessoa é o primeiro olhar no espelho depois de acordar. o espelho mostra-nos o nosso contrário, a nossa esquerda na nossa direita, mas este é o limite máximo da sua dissimulação. fora isso, ele é de uma franqueza brutal e irrevogável. é de manhã, naquele momento em que ainda estamos amarrotados pelo sono, que estamos mais vulneráveis. queremos encontrar uma imagem reflectida no espelho que nos dê algum alento para iniciar o dia. ao contrário, apenas encontramos um rosto abatido, cada vez mais velho, e do qual estamos francamente já muito fartos de ver. ao procurar algum consolo no nosso espelho todos os dias, estamos inconscientemente à espera de ver outra coisa, como se o sono de oito horas que acabamos de ter fosse de alguma forma regenerador e embelezador. não o é, de forma alguma. quando as luzes da casa de banho são ligadas e os nossos olhos procuram a nossa imagem no espelho não aparece, infelizmente, o george clooney ou o clive owen. quando muito aparece um nicolau breyner ou um josé carlos malato. é por isso que o espelho é um instrumento diabólico, que destrói todos os dias as nossas fantasias. a nossa esperança é a tecnologia: mais tarde ou mais cedo vão inventar um espelho digital, que não se limitará a reflectir a nossa imagem, vai antes captá-la e transformá-la em impulsos electrónicos, que poderão depois ser manipulados pelo utilizador, tipo photoshop. no painel do espelho digital existirão duas teclas: "a verdade" e "escolha você mesmo". carregando nesta última opção, teremos à nossa disposição um vasto menu de opções, mais reconfortantes, como "rodrigo santoro", "wentworth miller, "clive owen", "george clooney", "brad pitt", "jude law", "keanu reeves", ou "johnny depp". como seria diferente sair de casa com a sensação de que somos tal e qual o clive owen? fazia bem à auto-estima, teríamos certamente mais confiança em nós próprios, trabalharíamos mais animados e até mandaríamos uns piropos à chefe da redacção. isto se ela também tiver em casa um espelho digital e tenha optado nesse dia pela cara da eva green...
enquanto não for possível aceder a este milagre da tecnologia, cá vamos aguentando a mesma cara todos os dias, assistindo ao seu envelhecimento, ao aparecimento de mais rugas, do segundo queixo e dos cabelos brancos, ao desaparecimento de mais cabelo, ao aumento progressivo das entradas, a pele cada vez mais sêca. não é fácil conviver com a mesma cara todos os dias...

inadaptado

não deve haver nada mais difícil do que conseguir sair de uma conversa chata, especialmente se nessa conversa só houver dois interlocutores, e, pior ainda, se esses dois interlocutores se conhecerem mal. ainda há pouco tempo fui a casa de um casal, ela trabalha com a minha mulher, ele completamente desconhecido, que nos mostrou embevecidamente a sua casa nova, não poupando nos detalhes de cada parede, de cada peça de mobiliário, dos azulejos da casa de banho, etc. foi um frete desgraçado ouvir aquilo tudo, mais os apartes sobre o incompetente do empreiteiro, a banheira de hidromassagem que ele mandou desmontar e montar novamente umas três vezes por não estar plenamente satisfeito, as portas dos armários que teve que ser ele a colocar, "porque ninguém conseguia atinar com o que eu queria", enfim, uma descrição pormenorizada de tudo o que foi feito naqueles 60 m2 de área coberta. e no exterior foi outra aventura: o quintal, a garagem, a churrasqueira… o mais engraçado é que ele falava comigo como se eu entendesse perfeitamente tudo o que ele estava a dizer. era o contraplacado, o estuque, a barra de inox, todos os utensílios que utilizou para montar a garrafeira (típico: todas as casas têm que ter uma garrafeira, e um bar, com balcão, claro… falta de imaginação, cum catano!).
eu, como forma de esconder a minha total ignorância sobre o assunto, limitava-me a repetir as suas últimas palavras, transformando-as em pergunta, e, claro, tentava mostrar-me entusiasmado e interessado na conversa.
mais tarde, já em casa, não pude deixar de pensar que não me importaria de ser um pouco assim, como o tal tipo que me mostrou, orgulhoso, o seu trabalho, a sua obra. fico sempre com a sensação, cada vez que conheço alguém, que não consigo criar ligação nenhuma, que não tenho assunto para essa pessoa, nem ela para mim. sempre tive este estigma. e como não consigo "fingir" um outro eu, para melhor me moldar a esses momentos constrangedores em que se chega à conclusão de que não há mais assunto, limito-me a estar quietinho no meu canto, em que por vezes quase sinto as letras em néon a piscar em cima da minha cabeça, a dizerem "inadaptado".
o tema futebol costuma ser a minha salvação, mas desta vez nem a isso pude recorrer. o homem queria que eu me envolvesse mais no seu entusiasmo, "discutisse" com ele a melhor ferramenta a utilizar, o melhor berbequim, que, no fundo, valorizasse mais o seu trabalho. não consegui, não possuo de todo conhecimentos para isso, infelizmente. se os tivesse, poderia estar a encetar agora uma nova relação de amizade, alicerçada em gostos comuns; ao invés, o homem, se passar amanhã por mim na rua, até vai evitar falar comigo, porque não vai ter assunto e sabe perfeitamente que eu também não vou ter assunto para ele. e assim ficamos. um dia destes a esposa dele até poderá pensar em convidar-nos para jantar lá em casa, porque ainda por cima o meu filho é muito amigo do filho deles, e ele vai torcer o nariz, como é óbvio. esta minha inépcia social já não me prejudica apenas a mim, mas também à minha família. mas eu não consigo ser diferente. ainda por cima não me facilitam muito as coisas. os meus tópicos, aqueles que domino melhor, nunca, mas é que nunca mesmo, são ventilados em conversas ou encontros com pessoas semi-desconhecidas. nunca me aparece alguém que me fale de música, do último disco dos arcade fire ou do rufus wainwright, por exemplo, ou de cinema, da obra de woody allen ou o último filme de martin scorsese, de livros, de séries de televisão ao menos…
os meus conhecimentos nunca me vão ser úteis para nada. a "bagagem" cultural que tenho não me serve de nada no meu mundo real, no pequeno círculo a que pertenço e que me é dado para interagir. e esta é, de todas as minhas resignações, a que mais me custou a aceitar.