sexta-feira, julho 28, 2006

centésimo post


muito obrigado a todos aqueles que por estas nuvens passam.
com a chegada do dia de partida para as férias, o céu vai ficar limpo.
estas nuvens vão-se dissipar, por enquanto.
volto, revigorado certamente, a 16 de agosto.
deixo-vos ficar com esta preciosidade de woody allen:
"A celebridade trouxe-me uma enorme vantagem.
As mulheres que me repudiam são cada vez mais bonitas."
fiquem bem!

quinta-feira, julho 27, 2006

fugir para longe... de mim

nestas férias apetece-me... sair de mim!
passar um dia inteiro a ver as 24 horas seguidas de uma temporada da série "24";
ir de férias pelo menos uma semana com o meu melhor amigo, viajando de carro, sem destino, por esse país fora;
jogar playstation até me encher ou até os olhos ficarem totalmente vermelhos, o que acontecer primeiro;
vegetar na praia ou à beira de uma piscina, desligando a parte do meu cérebro que está constantemente preocupada com os filhos;
não ter horas para comer, para dormir, para chegar a casa;
beber caipirinhas, mateus rosé e sagres bohemia sem moderação (mas também sem conduzir);
jogar futebol, ping pong, snooker e, quem sabe, até experimentar aquela paneleirice do jogo dos dardos electrónico;
gravar dezenas de compilações musicais para amigos, com as minhas músicas preferidas, para eles levarem sempre um pouco de mim com eles e não se esquecerem de mim;
andar constantemente de calções, sapatos de vela e t'shirt;
ir para o algarve fingir que sou turista, sempre sou melhor atendido;
flirtar e meter conversa com tipas giras, chegando ao pé delas dizendo: "posso fazer-te uma pergunta?"; e se ela disser que sim atirar com isto: "quanto é 48 vezes 64?";
ir ao cinema, reatar uma paixão antiga, tão negligenciada nos últimos anos (quer dizer, ao nível de filmes infantis não me posso queixar. fui ver com o pedro o "à procura de nemo", o "madagascar", "a idade do gelo 2", etc);
assistir a um jogo de futebol do meu sporting, coisa que não faço há uns anos valentes;
e ainda guardar uns dias para estar, apenas estar, com amigos e amigas com quem não posso estar muito tempo normalmente; fazer longos almoços com eles, jantares de grupo, algum quality time para cimentar relações. quem sabe ir buscar aquelas bebidas todas que referi lá em cima e deixar a noite correr, sem pressas, sem horários, sem compromissos. caramba, que saudades desse tempo!
amanhã, dia 28 de julho, pelas 18 horas, entro oficialmente de férias no mundo real. pode ser que ainda arranje tempo para realizar alguns destes meus "desejos".

p.s. - este é o post número 99 deste blog. amanhã, se a imaginação o permitir, colocarei o centésimo. depois, só voltarei a estar na blogosfera a partir de 16 de agosto. vou ter saudades. o blog é algo que cresce connosco, dentro de nós. daí a constante necessidade de o alimentar. mas com 100 posts já posso ir de férias descansado. em 6 meses acho que "trabalhei bem". mas deixo isso ao vosso critério.
as palavras finais vão para uma pessoa, responsável indirecto, pela influência que foi e ainda é, por muito daquilo que sou e penso, que ouço e vejo. conheço-o há quase 30 anos e, apesar de sempre termos vivido bastante longe um do outro, a nossa amizade nunca esmoreceu, pelo contrário parece ficar cada vez mais forte e sólida. é o verdadeiro amigo, aquele que está sempre presente, mesmo à distância. obrigado ricardo, faço votos para que consigamos, de facto, passar uns dias juntos nestas férias.

slowdive


categoria: bandas subvalorizadas que acabaram cedo demais.
há alguns nomes que surgem de repente, the afghan whigs, the sundays, mazzy star, red house painters e ride. contudo, deixaram-nos discos brilhantes que guardamos religiosamente na prateleira de cd's lá de casa. "gentleman", dos the afghan whigs, é um daqueles clássicos obrigatórios, onde as guitarras eléctricas se ouvem na sua mais pura essência. "nowhere", dos ride, é outro cd que nunca me canso de ouvir. para além de todos os seus méritos musicais, que são muitos, este disco tem o melhor som de bateria de todos os tempos, avassalador e energético. em relação aos red house painters seria fastidioso enumerar as várias obras primas que constam da sua discografia. tenho a discografia completa deles e ainda continuam a ser uma das minhas bandas preferidas. ainda anseio por um regresso da banda, tal como aconteceu com os american music club, no ano passado.
mas a banda que me fez escrever este post chama-se slowdive. juntaram-se em 1989. acabaram em 1995. editaram três discos: "just for a day", 1991; "souvlaki", 1993; e "pygmalion", 1995. com uma sonoridade muito influenciada por bandas como os cocteau twins, my bloody valentine, lush, mercury rev e cranes, os slowdive criaram discos magistralmente trabalhados, com vozes sobrepostas, refrões celestiais, guitarras e acordes arrastados, com músicas que encerram dentro de si uma escalada dramática pungente, que deixam sempre uma lágrima a espreitar no canto dos nossos olhos em cada audição. experimentem ouvir músicas como "alison", "machine gun", "altogether", "spanish air" e "when the sun hits". tal como outra magnífica banda, os blonde redhead, os slowdive também têm vocalista masculino e feminino (neil halstead e rachel goswell), vozes que se entrelaçam perfeitamente numa comunhão musical inebriante. o fim dos slowdive foi provocado por uma péssima actuação das editoras com quem trabalham, principalmente a SBK, que não soube promover devidamente o melhor disco da banda, "souvlaki", lançando-o nos estados unidos só meio ano depois da banda ter actuado por lá. três elementos juntar-se-iam mais tarde, na conceituada editora independente 4AD, formando os mojave 3, editando já cinco discos, entre 1996 e 2006.
os slowdive foram uma banda muito subvalorizada. se ouvirem o disco "souvlaki" vão, certamente, partilhar a minha opinião. se tiverem oportunidade, procurem o disco na net. vai valer a pena!

quarta-feira, julho 26, 2006

mélissa theuriau




mélissa theuriau é a apresentadora do programa informativo matinal e figura emblemática do canal LCI, propriedade da TF1. recusou recentemente um convite para ser a pivot dos noticiários de fim de semana da TF1. disse a jornalista que, dada a procura constante do seu nome na internet, aliada à perseguição que lhe é movida pelos paparazzi franceses, que a apanharam a fazer topless na praia, tendo as fotos sido publicadas na revista voici, seria uma exposição demasiada, desgastando a sua imagem, e que preferia ir subindo degrau a degrau em vez de queimar etapas. ajuizada a moça. recusou igualmente um convite para entrar num filme de guillaume caunet, pelos mesmos motivos. o canal francês M6 anunciou que, a partir de setembro, passará a contar com mélissa nos seus quadros. o que é pena! primeiro porque não apanho o raio do canal e depois porque, se ela viesse para portugal, aprendesse a falar português (estou a sonhar, não posso?!) e começasse a apresentar as notícias nos nossos canais televisivos, teriamos sempre um sorriso nos lábios, mesmo quando ela noticiasse que os combustíveis voltaram a subir, que mais 14 fábricas fecharam, deixando 1400 pessoas no desemprego, que o governo vai começar a taxar as pessoas que caminhem calçadas na rua, que o gilberto madaíl vai continuar à frente da Federação Portuguesa de Futebol, etc..
sempre com um sorriso nos lábios, sempre!

lost


afinal, ainda falta uma semana para sabermos o que se vai passar no último episódio de "lost". pensei que as duas horas do último episódio da segunda série iriam ser transmitidas de seguida, na fox, mas decidiram dividi-lo em dois. a minha angústia vai continuar até à próxima terça-feira. não acompanho a série na RTP, porque o horário não me agrada. e também sei que posso ir ao site da ABC e ler o que se passa no último episódio. mas vou conseguir controlar esta minha ansiedade e esperar para ver in loco na próxima terça-feira.
que acontecerá se os números não forem introduzidos no computador no final dos 108 minutos? o que fazem verdadeiramente os "others" na ilha? também sobreviveram à queda de um avião? e porque motivo a ilha está cheia de escotilhas?
fui ler vários comentários de seguidores desta série e encontrei algumas opiniões interessantes. uns dizem que a ilha é uma espécie de purgatório. todos eles já morreram, são apenas espíritos a tentar resolver os seus passados, de modo a entrarem no céu (os próprios autores da série já negaram esta versão); outros ainda dizem que a escotilha vai explodir, caso eles não introduzam os números, e que locke e mr. eko vão morrer; para alguns os sobreviventes da queda do avião são meras cobaias de experiências científicas levadas a cabo na ilha; para outros eles estão todos no mesmo hospital psiquiátrico que apareceu no flashback de hurley (o mais gordinho) e estão a imaginar tudo isto; também se fala que jack, kate e sawyer vão receber lavagens ao cérebro e que se vão tornar também eles "others". uma das opiniões que mais gostei de ler foi a de que a ilha é uma espécie de cenário para um reality show, uma mistura entre o survivor e o big brother, eles estão a ser filmados e seguidos 24 horas por dia, tipo "truman show", com o jim carrey.
uma cena fulcral nesta segunda série é aquela em que kate vê walt, o filho de michael, na floresta, todo molhado. walt diz qualquer coisa, que parece ser dito ao contrário. segundo vários comentários que li, walt diz: "don't push the button, the button is bad". o que quererá isto dizer? bem, lá está, só na próxima terça-feira saberemos.
a questão é que a terceira série já vem a caminho, começa a passar nos estados unidos a 4 de outubro, o que indicia que eles vão mesmo continuar na ilha e que todas as nossas perguntas não vão ter resposta definitiva no último episódio da segunda série.
mesmo assim, caramba, que série!! apesar de algumas críticas ao lento desenrolar dos acontecimentos e ao arrastamento da série em constantes flashbacks, "lost" é extremamente apelativo e viciante, prende-nos ao televisor, acelera-nos os batimentos cardíacos, "desliga-nos" no mundo real durante 50 minutos.
agora tenho que ir, vou comprar a primeira série em dvd, que já está à venda...

terça-feira, julho 25, 2006

em playback

o que pensarão aqueles cantores e grupos, com décadas de experiência e muitos espectáculos de província nas pernas, do sucesso quase instantâneo, com direito a triplas platinas, de tipos como o ff, os d'zrt ou a floribella?
há centenas de cantores nacionais que nunca tiveram "tempo de antena", nunca tiveram um disco de ouro, sobrevivendo à custa dos espectáculos de verão, nas milhares de festas por esse país fora. mas tinham pelo menos uma qualidade: tocavam e cantavam, porque era isso que eles sabiam fazer. foi a arte que escolheram.
hoje em dia é tudo muito mais imediato e, curiosamente, com menos custos. ou seja, hoje um espectáculo, numa qualquer vila ou aldeia de portugal, necessita apenas de duas ou três pessoas: um cantor ou cantora para fazer playback, uma pessoa para colocar o cd na aparelhagem e outra para fazer de empresário, negociando as condições com a organização da respectiva festa. e porquê? porque ao povo não interessa se os cantores cantam bem ou mal, têm é que ter uma carinha laroca. se é em playback ou não é indiferente. a britney spears também fez playback no rock in rio, perante 80 mil pessoas, e levou o seu cachet na mesma para casa.
o logro do playback ganharia outros contornos se pensarmos neste cenário: imaginem o picasso com uma tela à frente e com um pincel na mão a fingir que está a pintar; ou ir ver um jogo de futebol, em que os jogadores fingem que jogam.
qualquer zé ninguém pode ser por estes dias um "artista". desde que reúna condições físicas para tal. saber cantar? tocar um simples instrumento? isso é irrelevante. desde que faça um aceitável playback e saiba mexer os braços e as pernas em palco.
e com tudo isto a inundar os ecrãs de televisão, nos morangos, nas floribellas, nas novelas, nos programas da manhã, nos natais nos hospitais, que espaço terão aquelas pessoas que de facto sabem tocar e cantar? há quantos anos não aparece algo verdadeiramente inovador e criativo na música nacional? por isto tudo, os grupos nacionais mais conhecidos continuam a ser os mesmos de sempre: xutos e pontapés, gnr, da weasel... são poucas as bandas que resistem aos fenómenos instantâneos criados pelas estações de televisão. mas também isso é apenas um sinal de estatuto das mesmas, em vez de claro mérito musical...

segunda-feira, julho 24, 2006

um homem


james gandolfini é... tony soprano.
tony tem carradas de carisma e personalidade para dominar completamente a série. "sopranos" sem tony seria como "dallas" sem j.r. ewing, ou "24" sem jack bauer.
tony soprano deveria ser, efectivamente, mau como as cobras, um líder mafioso sem escrúpulos, impiedoso e autoritário. e ele também sabe ser tudo isso mas, por dentro, é um coração de manteiga, um "mãos largas" para a família, um irmão presente, um sobrinho dedicado que não se importa de ir tratar do tio quando mais ninguém pode, de cozinhar para ele, de levar um tiro dele inclusivamente (no primeiro episódio da sexta série, que começou a passar no canal 2 na passada segunda feira).
tony soprano tem, acima de tudo, muita pinta. é gordo, mal jeitoso, bruto por vezes, mas exala a palavra "cool" por todos os seus poros, mesmo quando se passeia pela casa de roupão aberto. fuma os melhores charutos, bebe o melhor whisky, conduz os melhores carros, tem o respeito dos seus subalternos, é quase intocável em termos de chefia e liderança. mas quando "a criança dentro dele" lhe cria enormes receios e dúvidas entra em cena a sua "âncora": a psiquiatra. nessas alturas vemos a sua revolta, os seus receios e traumas, as mesmas fragilidades do mais comum ser humano. é precisamente essa ambivalência latente que faz de tony soprano uma personagem cativante e incomparável no meio televisivo actual. um homem forte e destemido, cuja sombra é uma criança assustada.

r.a.p.


"Perder o acesso ao Abrupto seria, para nós, pecadores do século XXI, perder o contacto com a santidade. Porque o Pacheco Pereira é uma espécie de Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, mas de âmbito mais alargado: observa todos os males do Mundo. E, assim como não há toxicodependentes no Observatório Europeu, também não há mal do Mundo que toque, sequer de raspão, em Pacheco Pereira. Há males nos blogues – mas não no de Pacheco Pereira. Há males na política – mas não na que Pacheco Pereira faz. Há males nos jornais – mas não nas páginas em que Pacheco Pereira escreve. Muito santo tem um homem de ser para passar impoluto num mundo tão indecente. E, no entanto, abre-se o blog do Pacheco Pereira e fica-se com o computador a cheirar a éter. O Pacheco Pereira é um desses semideuses de que fala o Álvaro de Campos no “Poema em Linha Recta”. Nunca levou porrada, nunca foi ridículo, nunca fez vergonhas financeiras. O Pacheco Pereira não se espanta, não se aleija, não tropeça, não duvida, não hesita, não ri. O Pacheco Pereira não faz um gesto que não o enobreça, não tem um prazer que não o edifique, não cede a um vício que não seja, vendo bem, uma virtude. O Pacheco Pereira nunca escreve com as mãos sujas. O Pacheco Pereira é um homem carregado de sentido. O Pacheco Pereira cheira magnificamente da boca. O Pacheco Pereira nu é belíssimo. O Pacheco Pereira é de tal forma superlativo que já merecia ser elogiado no Abrupto pelo Pacheco Pereira".

ricardo araújo pereira é um dos poucos génios nacionais, ao lado de miguel sousa tavares, miguel esteves cardoso e rui reininho. este excerto foi tirado do blog "gato fedorento", que na semana passada dissertava sobre o site da ana malhoa e, mais uma vez, r.a.p. foi certeito, incisivo, corrosivo, cáustico q.b. para com a antiga apresentadora do "buereré". passem por lá (pelo "gato", o outro site é mesmo só para a ana malhoa mostrar que o seu mau gosto não se limita às músicas que canta. bem, cantar não deve ser bem o termo...).

uma mulher
















monica bellucci

sexta-feira, julho 21, 2006

bolas

- então miguel, tá tudo combinado para amanhã?
- tudo. já tens os bilhetes para o jogo?
- claro. vamos nós, a catarina e a joana. e a tua mulher não quer ir?
- não, nunca fui muito à bola com ela...

chalaça 2

dois homossexuais conversam na esplanada:
- então e que tal é andar com o joão guerra? ouvi dizer que ele é fantástico.
- é mesmo. é um sonho tornado realidade.
- sempre é verdade que ele é só passivo?
- claro que não. nunca ouviste dizer que quem vai ao guerra dá e leva?

rei na barriga

dois amigos, que já não se viam há muito tempo, encontram-se na rua:
- tás bom? já há muito tempo que não te via? ainda estás a trabalhar na Visabeira?
- tá tudo bem pá. ainda estou na Visabeira, mas aquilo está cada vez pior, o meu supervisor é uma autêntica besta.
- ele ainda pensa que tem o rei na barriga?
- ele pensa que manda naquilo tudo...
- pois é, ele reage assim desde que engoliu aquela cassete do Elvis.

chalaça

duas jornalistas conversam na redacção:
- ontem fui entrevistar o james blunt e ele arranjou-me bilhetes VIP para o seu concerto no coliseu.
- ena, grande sorte. isso é que foi juntar o útil ao agradável.
- podes crer. e amanhã vou ter duas entrevistas. de manhã o cláudio ramos e à tarde o alberto joão jardim.
- bem, isso já é juntar o inútil ao desagradável...

gracejo

o marido chega a casa e encontra a mulher, mal humorada, à sua espera.
- então? só agora? já estou à tua espera para jantar há meia hora.
- desculpa, estive no hospital.
- que foste lá fazer?
- fui visitar o bartolomeu.
- o que tem lepra?
- sim, esse. fui lá trocar dois dedos de conversa com ele.

mais parvoíces

dois calceteiros, durante o trabalho, iniciam uma conversa:
- então pá, o fim de semana correu bem?
- mais ou menos, chateei-me com a minha mulher.
- outra vez? tens que ter calma com ela, porque está a passar uma fase difícil... tens que ser mais paciente e compreensivo.
- mas porque é que tu insistes em falar comigo com duas pedras na mão?

quarta-feira, julho 19, 2006

friends


sempre fui um viciado em sitcom's. antigamente consumia tudo o que passava na televisão neste formato, incluindo programas que hoje, em reposição, não acho piada absolutamente nenhuma, como o "allô allô", "alf", "soap - tudo em família", "chefe mas pouco", "murphy brown", "quem sai aos seus", "dear john", "nanny", etc.. mais recentemente comecei a perder-me de amores pela série "mad about you", com paul reiser e helen hunt. idolatrava e não perdia um único episódio desta deliciosa sitcom, que narrava as atribulações de um jovem casal nova-iorquino. na senda desta, vieram produtos como "dharma e greg" e "will and grace", que se viam muito bem mas, para mim, faltava sempre o "clic" que se sentia automaticamente ao ver o "mad about you", pela verosimilhança das situações, pela empatia que se criava com as personagens principais e pelos momentos cómicos garantidos, normalmente a cargo do primo ira e da empregada do restaurante ursula. depois, mais tarde, já que a série só chegou aos canais televisivos portugueses em 1998, surgiu a série que veio "destronar" todas as outras: "seinfeld". a partir do momento em que aquelas quatro personagens principais (jerry, elaine, george e kramer) foram "assimiladas", o programa passou a ser indispensável, único no estilo e sentido de humor, brilhante no aproveitamento de pequenos "nadas" diários, perspicaz e meticuloso em termos de construção das personagens (george costanza continua a ser uma das personagens mais bem elaboradas de sempre da televisão norte-americana, quanto a mim). continua a ser uma série actual, apesar de ter saído do ar há alguns anos, depois de nove temporadas. o último episódio de "seinfeld" continua a ser um dos programas que maior audiência televisiva teve nos estados unidos. curiosamente, nenhum dos quatro actores da série logrou obter qualquer êxito televisivo desde o final de "seinfeld" (até deveria ter dito três actores, porque jerry seinfeld "reformou-se" no final do programa, continuando apenas a fazer espectáculos de stand up comedy e a gozar os largos rendimentos que obteve pela criação da série).
depois de "seinfeld", ainda houve uma outra sitcom que me "encheu as medidas". falo de "spin city", com michael j. fox, em que o actor fazia de assistente do mayor de nova iorque. pena a série nunca ter sido lançada em dvd nacional para venda.
uma outra sitcom, que só "descobri" há relativamente pouco tempo, mas que esteve no "ar" nos estados unidos durante 10 anos (de 1994 a 2004), sempre com enorme audiência, é "friends". confesso que "embirrei" de início com ela, primeiro porque a RTP fez o "favor" de a dobrar para português, essa idiotice pegada. depois porque me embirrava o facto de eles morarem juntos (ideia errada que eu tinha) e serem todos muito bonitos, jovens e sexy's, tipo séries como o "beverly hills", "melrose place" e essas tretas. estava enganado... no ano passado comprei a primeira temporada em dvd e "entrei" definitivamente naquilo. tão definitivamente que já tenho as sete séries que saíram em dvd (faltam três!) e consumo episódios daquilo como garrafas de água no verão. a criatividade do guião, a frescura e credibilidade das personagens, os encontros e desencontros amorosos entre os seis protagonistas, tudo muito bem "embrulhado" num produto atraente e irresistível. chego a ver oito episódios seguidos, sem nunca me cansar ou entediar. as "bocas" do chandler, a ingenuidade do joey, a timidez e a insegurança do ross, a disciplina exacerbada da monica, a doçura da rachel e o mundo alternativo e esotérico da phoebe... já não consigo passar sem isto... e ainda por cima, ontem "despachei" a sétima série. agora tenho que ficar à espera que ponham à venda as restantes três temporadas...
a personagem com que mais me identifico é o chandler, sem dúvida (brilhante matthew perry!), pelo sarcasmo e pela ironia das suas tiradas, se bem que me rio mais com o joey (matt le blanc), mulherengo q.b. mas cuja inteligência não é proporcional aos seus dotes de dom juan. quanto às mulheres da série, ainda hoje não consigo decidir entre a monica (courtney cox) e a rachel (jennifer aniston), já que a phoebe (lisa kudrow) não é nada o meu género. o ross (david schwimmer) tem os seus momentos na série, nomeadamente quando demonstra a sua gritante falta de jeito para cortejar as mulheres.
se tiverem oportunidade, se quiserem fugir aos noticiários da noite, vejam a série, de segunda a sexta, na 2:, às 20h45. fica a dica!

editors


editors - the back room

Look at us through the lens of a camera,
does it remove all of our pain?
If we run they'll look in the back room,
where we hide all of our feelings.
("camera")

nomeados para o mercury prize 2006, prémio que no ano transacto distinguiu antony and the johnsons, os editors são um quarteto inglês constituído por tom smith (vocalista), chris urbanowicz (guitarra), russell leetch (baixo) e ed lay (bateria). o album chama-se "the back room" e tem granjeado excelentes críticas nos jornais e revistas da especialidade, como o new musical express ou a rolling stone. os singles "bullets", "munich" e "blood" confirmaram a banda como uma espécie de resposta inglesa aos norte-americanos interpol. as influências passam ainda por bloc party, franz ferdinand e the national, mas também de bandas antigas como joy division e echo and the bunnymen. o disco é bastante homogéneo, apesar dos singles soarem ligeiramente mais comerciais que as outras músicas, como "distance", "camera", "fall" e "dust in the sunlight", as minhas preferidas. ouvindo o disco, percebe-se bem porque é que os editors foram nomeados para o mercury prize. o disco contagia, "agarra" o ouvinte desde a primeira música.
2006 tem sido um ano verdadeiramente fantástico em termos musicais. depois de marjorie fair, my morning jacket, ed harcourt, damien jurado, sun kil moon, the national e she wants revenge, surgem os editors, que já estão a criar enormes expectativas quanto ao seu segundo album.

sexta-feira, julho 14, 2006

she wants revenge


já tinha lido críticas muito favoráveis no all music guide e no blog sound and vision, mas não me "atirei de cabeça" aos She Wants Revenge, por nessa altura ainda estar a "digerir" meia dúzia de bandas novas.
mais tarde, no blog "na-ponta-dos-dedos", da cereja no bolo, voltei a encontrar referências a este disco e decidi "mergulhar" nele.
na primeira audição, notam-se claras parecenças vocais entre o vocalista, justin warfield, com o seu congénere dos interpol, paul banks. o som dos she wants revenge insere-se facilmente numa corrente que engloba os já citados interpol e ainda the editors, the national, franz ferdinand, the killers e até mesmo os the strokes. o que torna este disco diferente é a simbiose entre o revivalismo electrónico, típico dos anos 80, muito próximo de uns depeche mode ou new order, com os sons nostálgicos das guitarras de joy division ou the cure. tudo isto embrulhado e adaptado à música actual, numa espécie de corrente electro rock ou gothic rock. o outro elemento da banda, adam bravin, era um reputado dj em Los Angeles, não admirando, portanto, que tenha conseguido conciliar de forma perfeita todos os sons, vindos das mais díspares correntes musicais. o primeiro single foi "out of control", a música do album que melhor se integra no tal revivalismo electrónico (o início faz claramente lembrar depeche mode). um dos singles deste disco, "tear you apart", teve o seu teledisco dirigido pelo actor joaquin phoenix.
os pontos altos do disco são, para mim, para além das duas músicas já referidas, "broken promises for broken hearts", "she loves me, she loves me not" (onde se encontram claras influências dos the cure na guitarra) e "someone must get hurt", uma música brilhante, a minha preferida deste ano, para já.
os she wants revenge vêm a lisboa, a 22 de Julho, integrando o cartaz de um dos “festivais” que mais dá vontade de ver, entre os já anunciados para a temporada. a banda vai tocar na mesma noite que os the strokes, que pela primeira vez vão actuar em Portugal. o festival, "lisboa soundz", vai decorrer no terrapleno de santos, contando nessa noite, para além dos strokes e dos she wants revenge, com os dirty pretty things, los hermanos, isobell campbell (ex-belle and sebastian), howe gelb e os portugueses you should go ahead.
até lá ainda têm tempo para ouvir o disco, decorar as letras e os acordes, para depois vibrar com o concerto ao vivo.

estupidez

rafael chega a casa. a mulher ainda não tinha chegado. vai à cozinha fazer uma sandes. abre o frigorífico e tira de lá o queijo. abre um pão e com a faca começa a partir o queijo em fatias. neste instante, entra a sua esposa, com uma amiga comum, uma verdadeira brasa por quem ele tinha um "fraquinho" há algum tempo. quando chega o momento dos cumprimentos, rafael não pensa duas vezes e beija a amiga na boca, sofregamente. a mulher, escandalizada, pergunta se ele está bom da cabeça. ele responde:
- mas eu tinha a faca e o queijo na mão... aproveitei...

realidades

quantas vezes já vos aconteceu isto?
ver uma mulher lindíssima, que mais parece ter sido esculpida por um qualquer deus, num curto momento de inocente e santificado erotismo, dona de uma beleza estonteante e sensual, mas a quem o diabo, o sádico, com inveja daquela produção divina, pôs a maldade da sua força demoníaca, fazendo com que, cada vez que essa mulher fala, a beleza se esfume...

segunda-feira, julho 10, 2006

selecção ideal

a minha selecção ideal do mundial 2006:

guarda redes: buffon (itália)
defesa direito: zambrotta (itália)
defesa esquerdo: lahm (alemanha)
defesa central: cannavaro (itália)
defesa central: john terry (inglaterra)
médio direito: ballack (alemanha)
médio esquerdo: pirlo (itália)
médio centro: zidane (frança)
médio centro: kaká (brasil)
ponta de lança: henry (frança)
ponta de lança: shevchenko (ucrânia)

decididamente, este não foi um mundial para pontas de lança. o melhor marcador do torneio (Klose) só apontou 5 golos, em sete jogos. brilharam intensamente guarda redes, defesas e médios. defraudaram jogadores como ronaldo, adriano, crespo, raul, rooney, van nistelroy, pauleta, drogba, ibrahimovic, owen, etc..
daqui a 4 anos, e tendo em conta a escassez de jogadores portugueses para este posto específico e tão importante, quero ver quem serão os pontas de lança da nossa selecção. os deste ano foram muito fracos (nuno gomes ainda tem o benefício da dúvida por ter jogado tão pouco tempo e ter apontado um golo). é que não há, para já, perspectivas para essa posição. hugo almeida? hélder postiga (outra vez não, por favor!)? makukula? vaz tê?
estamos tramados, é o que é...

marrada na lógica


a questão que deve estar a intrigar milhões de pessoas, ontem e hoje, é "porque raio o zidane mandou uma bruta "marrada" no peito do materazzi?", que levou à sua consequente expulsão e a uma despedida inglória dos relvados de um dos melhores jogadores de futebol dos últimos 10 anos.
vou aqui lançar várias hipóteses:
1ª - "ó argelino, não te deixavam jogar lá na selecção da argélia?"
2ª - "tás a ver estas arranhadelas no meu braço? foi a tua mulher ontem à noite"
3ª - "ouvi dizer que tu e o beckham "andaram enrolados" no balneário do real madrid"
4ª - "ó zidane, tens horas que me digas?"
5ª - "em qual destes livros de dostoievski, "crime e castigo" ou "os irmãos karamazov", é mais visível a tensão nervosa exacerbada e a crise contínua interior do protagonista, características que o levam ao pecado, à humilhação, ao prazer mórbido da na sua própria decadência e, por fim, à sua redenção?"
6ª - "o mário soares fala melhor francês do que tu"
7ª - "em itália és mais conhecido como o pedro barbosa francês"

nota: zidane foi mesmo eleito o melhor jogador do mundial 2006, com mais 35 votos que cannavaro, central italiano. e o luís boa morte? e o pauleta? e o hélder postiga? caramba, é perseguição!...

sexta-feira, julho 07, 2006

calinadas

ontem, no jornal da noite, rodrigo guedes de carvalho disse isto:
- "os jornalistas já têm armas e bagagens, literalmente, preparadas para se mudarem para estugarda, onde no sábado decorrerá o portugal - alemanha".
armas e bagagens. literalmente. brilhante ó rodrigo!

há dias, na inenarrável TVI, ouvi isto, da pivot que apresentava o jornal nacional:
- "em directo de londres o nosso jornalista que passou o dia a desfolhar os jornais ingleses, procurando saber o que pensam os ingleses do jogo de logo à noite".
quantos jornais terá o homem destruído, ao arrancar as folhas dos mesmos. pelos vistos, passou o dia naquilo. e mandam o tipo para a inglaterra fazer isto...

quando há greves nacionais ou de qualquer outro tipo, é inevitável aparecer alguém a dizer que a mesma teve uma grande "aderência", em vez de "adesão".
nos rodapés é um fartote de rir, com as calinadas que por ali se dão. a mais comum é colocarem "saiem" em vez de "saem", ou "caiem" em vez de "caem".
estranho é nunca haver ninguém por aquelas redacções que repare no erro e faça alguma coisa para o mudar. as notícias que passam em rodapé, e passam muitas vezes durante o espaço noticioso, estando com erros ortográficos, continuam com esses erros ortográficos até ao final da edição. não se altera, nunca. é sagrado!
instalou-se um estado de despreocupação total com o saber falar e o saber escrever que me assusta. só ouvimos "já almoçastes? que comestes? fizestes aquilo que te disse? já vistes? já fostes? já ouvistes? podem ser uns quaisqueres? eles há-dem ver. assenta-te aí um bocadinho. alevanta-te para te ver as calças novas".
tal como nas tais redacções das estações de televisão, também não haverá ninguém, que conheça estas pessoas que falam assim, que lhes ensine a falar, a rectificar os seus erros? caramba! é que chateia mesmo!

as palavras dos outros

esta semana foi dura, em termos de trabalho. tive pouco tempo disponível para me dedicar a este cantinho. por isso, cedo o meu espaço para as palavras dos outros. aqui ficam umas pérolas do pensamento:
Experiência é o nome que nós damos aos nossos próprios erros. (Oscar Wilde);
A felicidade não é uma estação à qual chegaremos, mas sim uma forma de viajar. (Margaret Lee Runbeck);
Quando uma garota se casa, ela troca a atenção de muitos homens pela desatenção de um. (Helen Rowland);
Pessimista é um sujeito que olha para os dois lados da rua antes de atravessar uma rua de mão única. (Laurence J. Peter);
Amizade é como café, uma vez frio nunca volta o sabor original, mesmo aquecido. (Kant);
Uma comissão consiste de uma reunião de pessoas importantes que, sozinhas, não podem fazer nada, mas que, juntas decidem que nada pode ser feito. (Fred Allen);
Os homens são como os vinhos: a idade azeda os maus e apura os bons. (Cícero);
Lamentar aquilo que não temos é desperdiçar aquilo que já possuímos. (provérbio chinês);
Entrei para uma associação de casados anônimos. Quando me dá vontade de casar, eles me mandam uma mulher de roupão e rolinhos no cabelo, para me queimar a torrada. (Dick Martin);
Tenha cuidado ao emprestar dinheiro a amigos. Você pode perder as duas coisas. (S. Brown);
Na vida tudo é relativo; um fio de cabelo na cabeça é pouco, e na sopa é muito (esta não sei de quem é!)

quarta-feira, julho 05, 2006

ideias para manifestações

ideias para futuras manifestações do proletariado nacional:
- levar cartazes exprimindo o que se pretende (muitas vezes não se entende o que é que o pessoal está a reivindicar. as palavras "cuspidas" para um megafone nem sempre se percebem, confundindo-se muitas vezes com um vendedor da feira semanal que quer despachar os pares de meias que tem para vender);
- tentar ostentar uma cara preocupada e consciente do que está ali a fazer, em vez de andar constantemente, e todo sorridente, à procura de uma câmara televisiva para se colocar à frente dela, para aparecer na televisão, acto que é, ainda hoje, ao fim de meia centena de anos, o objectivo de muita gente;
- reivindicar, gritar, berrar, atirar pedras, qualquer coisa que não seja estar em pé, num grupo de pessoas, de braços cruzados, a olhar não sei para onde, a mexer no telemóvel (como qualquer pessoa deslocada e desconfortável), à espera não sei de quê e o camandro;
- não levar piquenique, garrafões de vinho, melões, geladeiras, salpicões, etc, porque senão vai parecer antes um convívio, tipo aquelas excursões da paróquia;
- tentar perceber e entender os propósitos da manifestação, o que se reivindica, o que se pretende, o que se quer alterar, porque se corre sempre o risco de ser "apanhado" por um repórter, num directo, a colocar-nos questões "difíceis" como: "então o senhor concorda com esta manifestação?"; "há quantos anos trabalhava nesta empresa?"; "e agora, vai para o desemprego, não é?"; "e já agora, não lhe parece que este tipo de manifestações faz lembrar um pouco o enorme apoio que o povo nacional tem dado à selecção nacional? até onde pensa que a nossa selecção vai chegar?".

sugestões para algumas pretensões a apresentar:
- baixar os impostos
- subir os impostos
- proibição de comer melancia a todos aqueles que não tenham consigo pelo menos 15 guardanapos.

outros métodos de desobediência civil:
- parar à frente da câmara municipal e entoar a palavra "pudim" até que as nossas exigências sejam satisfeitas;
- engarrafar o trânsito levando um rebanho de carneiros para a zona comercial;
- telefonar diariamente aos membros do executivo camarário e cantar "afinal havia outra";
- disfarçar-se de alcachofra e beliscar as pessoas ao passar.

fogo que arde, sem se ver

estamos em julho, o calor aperta, o mundial de futebol centra as atenções do país.
maio passou, junho também; no mês corrente também ainda não se ouviu falar muito neles.
será que se extinguiram?
falo dos incêndios, essa calamidade que atinge o nosso país por esta altura.
parece que está encontrado o antídoto para essa praga incendiária: realizar-se um mundial de futebol todos os anos.
outra questão que me consome prende-se com a comunicação social. em anos anteriores, qualquer incêndio tinha "honras" de abertura nos telejornais, havia zonas amarelas, zonas laranja, de grande risco, de pequeno risco, etc.. entrevistavam-se pessoas nos locais sinistrados, os bombeiros pediam mais meios, os governantes diziam que "para o ano é que nos vamos preparar convenientemente", os repórteres entravam em directo mesmo ao lado das chamas, enfim, era um verdadeiro "reality show".
está calor como nos anos anteriores, portanto as condições naturais propícias à ocorrência de fogos existem na mesma, e tenho a certeza de que tem havido incêndios por esse país fora... pois é. mas nos anos anteriores não houve mundial e era preciso "arranjar" notícias para encher os telejornais, porque por esta altura (verão, praia, calor, férias) não há agenda política, não há parlamento, não há campeonato de futebol, não há tribunais, não há julgamentos.
tenho a certeza de que, quando acabar o mundial de futebol, vão "aparecer" centenas de incêndios por esse país fora nas notícias. e voltaremos a ter a nossa tão apregoada calamidade natural sazonal.

terça-feira, julho 04, 2006

palmas! palmas!


uma mulher, a todos os títulos, bonita!
chama-se giorgia palmas, tem 24 anos, nasceu em 5 de Março de 1982, tem nacionalidade italiana, é modelo e apresentadora de tv.
sou um adepto incondicional da beleza latina, nomeadamente da italiana. desde monica bellucci, maria grazia cucinotta, sabrina ferilli, bianca guaccero, etc.
ao fim de seis meses, já era altura de colocar neste blog uma foto de uma mulher fabulosa. hesitei entre a citada monica bellucci, a catherine zeta jones, a charlize theron, até mesmo a catarina furtado (sim, confesso, gosto da catarina furtado! podem começar a atirar pedras...).
optei pela giorgia palmas! acho que fiz bem...

segunda-feira, julho 03, 2006

sorry man


(imagem tirada do blog "os dias úteis", do pedro ribeiro.)

tive pena que a inglaterra se tivesse atravessado no nosso caminho. sempre adorei o futebol inglês, os clubes ingleses e a forma como os adeptos vivem os jogos (os verdadeiros, aqueles que vão aos estádios, não os arruaceiros que utilizam o futebol como pretexto para arranjar confusão). também sinto uma grande simpatia por Eriksson, embora tivesse treinado um clube rival em portugal. deixou sempre uma imagem de humildade, cordialidade e sentido de humor, mesmo nas derrotas, como aconteceu agora. tenho pena que uma geração de jogadores brilhantes, como lampard, terry, gerrard, ferdinand, owen e rooney, tivesse ficado assim arredada, mais uma vez, de uma final.
em todos os europeus e mundiais, a minha segunda selecção é sempre a inglaterra. desta vez perderam com a minha primeira selecção, a de portugal. mas confesso que tendo portugal que cair aos pés de uma selecção (espero que não, claro) optaria pela inglaterra e torceria por eles como torceria por portugal. foi bonito o final do encontro, com os jogadores portugueses a confortarem os seus colegas de equipa (no caso o chelsea e o manchester united).
é caso para dizer, mesmo, sorry eriksson, tu és muito simpático e competente, treinas jogadores fantásticos, mas nós temos que seguir em frente e, se possível, chegar até Berlin. so long...

grande pedra!

a partir desta semana, vai ser obrigatório que todos os cidadãos viseenses passem a trazer consigo meia dúzia de pedras, de acordo com recomendação camarária.
nunca se sabe quando vão ser necessárias.
vamos às finanças, pensando ter tudo preenchido e os devidos documentos exigidos, e o funcionário diz-nos que ainda falta o modelo B5, anexo C. que fazer? mandar-lhe uma pedrada no meio da testa!
vamos cinco minutos ao café, estacionando o veículo em lugar com parquímetro. quando regressamos temos o polícia a escrever-nos uma pequena missiva em forma de multa pecuniária. que fazer? metemos a mão ao bolso, escolhemos uma pedra bem grandinha, porque os polícias costumam ser "pesaditos", e corremos o homem à pedrada.
ir a um serviço público passa agora a ter outro significado. quando não gostarmos de alguma coisa, o que não custa nada a acontecer, basta ameaçar com uma pedra.
- mas eu limitei-me a dizer que não tinha troco de 50 euros... - diz a pobre funcionária.
- não interessa, o meu presidente da Câmara deu-me ordens bem claras. mandou-me correr com alguém indesejável à pedrada. e já agora, quero um café, um muffin de chocolate e que você me declame a obra poética inteira de florbela espanca, enquanto a sua colega de guichet me massaja as costas.
trazer meia dúzia de pedras no bolso é mesmo o definitivo "ice breaker". queremos meter conversa com uma tipa e não sabemos como dar o primeiro passo. mandamos-lhe uma pedra, sem ela dar conta, tendo depois oportunidade de sermos os primeiros a socorre-la. é como regressar à idade da pedra, em que os nossos antepassados viam algo que queriam, escondiam-se de trás de umas moitas e quando ela fosse a passar... depois era só arrastá-la pelos cabelos para a sua caverna.
todos os antigos produtores e vendedores de fisgas vêem em viseu o desejado oásis.
os pedreiros vão iniciar uma nova fase nas suas carreiras, produzindo pequenas pedras de arremesso para comercializar, que vão do calcário ao granito, em várias cores e feitios.
fala-se mesmo em pedras com publicidade. inúmeras empresas de viseu mostraram-se receptivas à ideia de publicitarem os seus produtos nas pedras, à imagem do que aconteceu recentemente com a bandeira nacional. eles querem é sítios para colocarem publicidade, como se não houvessem jornais e rádios regionais à míngua... a própria igreja mandou já encomendar 5 mil pedras, com a inscrição: "deus me perdoe por lhe atirar com esta pedra na cabeça, sei que vou parar ao inferno por isto, mas foram ordens superiores".
no futuro adivinham-se outros contornos mais tecnológicos, como pedras com GPS e ABS, com sistema de navegação por controlo remoto, com rádio (para ouvir os famosos relatos de futebol de domingo) e ipod. a febre dos telemóveis já é passado, o futuro são as pedras. há mesmo uma facção rebelde em viseu que, em vez de pedras, atira com telemóveis. por causa disso já foram mesmo chamados à atenção por fiscais camarários, por não estarem a cumprir ordens camarários superiores. os mesmos fiscais camarários deram entrada no hospital de s. teotónio de viseu horas depois, por terem sido corridos à pedrada. um deles afirmou: "bem, sei que é chato estar assim todo rebentado por pedras, mas pelo menos conseguimos que essa facção rebelde deixasse de atirar com telemóveis. valeu a pena. tudo em nome das ordens camarárias. agora, se me dão licença, visto ter a cabeça a sangrar, o figado perfurado, a tíbia e o perónio fracturados, eu ia ali às urgências ver se era atendido! já levo aqui umas pedras..."