quinta-feira, maio 31, 2007
a resposta do RAP
resposta, à altura, de ricardo araújo pereira ao "escandaloso" e "vergonhoso" caso do genérico plagiado do programa "diz que é uma espécie de magazine", que foi assunto de primeira página, com fotos e tudo, do "conceituado" jornal "diário de notícias". ao mesmo jornal, na edição de 29 de maio, rap respondeu com elevação, utilizando as suas grandes armas: a ironia, o sarcasmo e o humor. "dá primeira página em qualquer parte do mundo. parabéns ao DN por se ter adiantado ao le monde". muito bem! é uma prática comum neste país de invejas tentar deitar abaixo, destruir, espezinhar e maltratar tudo o que tenha sucesso. enquanto estiveram enfiados na sic radical, os gato fedorento eram um produto de culto e de elite. quando passaram para a televisão pública, deixaram-nos em paz enquanto tinham fracas audiências, embora a qualidade fosse a mesma ou superior. depois, chegado o inevitável sucesso de audiências, vêm as três fases crónicas: 1ª, sim, este tipo de humor inteligente já merecia um público mais vasto; 2ª, é impressão minha ou os programas têm cada vez menos qualidade? acho que já esgotaram o filão. antigamente tinham mais piada; 3ª, peneirentos dum raio, julgam-se os maiores. quem é que eles pensam que são?". na comédia em portugal acontecem ciclicamente episódios deste género. foi assim com camilo de oliveira, badaró, carlos miguel (o eterno "fininho" do "1,2,3"), marina mota e carlos cunha, herman josé. o público "mastiga-os" e "deita-os fora" com uma rapidez assustadora. chegou a vez do "gato". mas, neste caso, acho que a capacidade de eles se defenderem é infinitamente superior à qualidade dos ataques desferidos.
"A música está isenta de direitos de autor
Dizem que é uma espécie de plágio. Como reage?
Com o dicionário. Plágio é a apropriação do trabalho alheio sem indicação da origem. Quando apresentámos o genérico à imprensa, indicámos a origem da ideia e a razão pela qual mantivemos o Un, deux, trois, quatre. Não há referências a Claude François porque a canção que ele canta é, basicamente, a conhecidíssima música tradicional inglesa Three Blind Mice. Sendo uma música popular, o autor é desconhecido. Como foi o maestro Ramón Galarza a fazer os arranjos, é ele que assina. Já agora, poupo trabalho futuro ao DN: também não compusemos a música do genérico do nosso programa da Radical. E os Painéis de São Vicente, que usámos na série da RTP, não foram pintados por nós. E também não pedimos autorização ao autor para os usar. Uma coisa garanto: no dia em que queiramos fazer-nos passar por compositores, com todo o respeito pelo François, optaremos por Bach.
Acha que estão a exagerar o assunto por inveja?
Não. É um assunto importante. Estamos a falar de um genérico cuja música é a adaptação duma canção popular. Dá primeira página em qualquer parte do mundo. Parabéns ao DN por se ter adiantado ao Le Monde.
Se tivesse só cem mil espectadores, davam conta do episódio?
Não percebo a pergunta. No DN de dia 23 assina uma notícia em que afirma: "Os humoristas assumem, desde o início, que a ideia não é deles." Agora, diz-me que alguém "deu conta do episódio". Se assumimos desde o início, de que "episódio" é "deram conta"? Só se for este: nós, não sabendo compor música, usámos uma que já existia (isenta de direitos de autor). Depois, explicámos o modo como o genérico foi concebido. Seis meses depois, inspirado por blogues, o DN faz manchete revelando ao País o que nós nunca escondemos. Só houve um pormenor que o DN se esqueceu de revelar: que a música em causa está isenta de direitos de autor.
Não deixa de ser curioso que seja no YouTube, onde o Gato tem os vídeos mais partilhados, que se tenha descoberto o original...
O facto de termos indicado o original a partir do qual fizemos o pastiche é capaz de ter facilitado a "descoberta". Curioso é que, no YouTube, se encontrem também várias versões do Three Blind Mice, como esta (http/youtube.com/watch?v= kPNC1WsVxdU) e o DN não tenha dado por isso. Talvez quando um blogue fizer esse trabalho.
Acredita que o assunto pode ter algum impacto no sucesso do programa?
Claro. No sucesso do programa e também no futuro do País.
O Gato Fedorento pagou os direitos ou obteve o consentimento do autor original da música para utilizá-la no genérico do programa?
Nem uma coisa nem outra, na medida em que o autor original da música é um inglês não identificado que terá vivido no século XVI. Não digo que seja impossível obter o seu consentimento, mas nós achamos complicado. Manias. No entanto, se o DN o encontrar, teremos todo o gosto em pagar-lhe".
quarta-feira, maio 30, 2007
my morning jacket
o grupo chama-se my morning jacket. a música aqui interpretada ao vivo, em setembro de 2003, é "i will sing you songs" e pertence ao album "it still moves", do mesmo ano. o vídeo está muito escuro (a cara do vocalista nunca se vê, também por causa dos longos cabelos que a tapam), mas a música é soberba. longa, pausada e arrastada, terminando em auge instrumental.
mark kozelek
raríssima entrevista, com direito a música ao vivo, "bubble", de mark kozelek, cantautor (como está na moda agora dizer-se) dos red house painters e sun kil moon. o homem é mesmo tímido e acanhado, mas a voz é fabulosa, mesmo quando fala apenas. já nos deu músicas tão assumptuosamente belas como "katy song", "smokey", "rollercoaster", "grace cathedral park", "funhouse", "helicopter", "river", "void", "gentle moon", "floating", "carry me ohio". aqui fica mais uma homenagem do "nuvens" a mark kozelek.
"a chain of flowers"
finalmente! cá está a tal música dos the cure que eu persegui durante anos e à qual já dediquei um post. chama-se "a chain of flowers", pertence ao disco "join the dots - 1987-1992", uma compilação de alguns temas inéditos e lados b. não liguem ao teledisco, é uma homenagem de um admirador do grupo, com várias fotos e capas de discos. a música sim, merece ser ouvida!
"my impure hair"
actuação ao vivo dos blonde redhead, a 6 de maio deste ano, com o tema "my impure hair", do disco "23".
anticipation
actuação ao vivo dos blonde redhead, com o tema "anticipation", uma das minhas músicas preferidas do disco "misery is a butterfly", de 2004.
terça-feira, maio 29, 2007
dvdteca
este é do pedro ribeiro
"Só porque sim.
Eu gostava de conseguir escrever algo que fosse definitivo na clareza e na dimensão do que quero contar. Que fosse um texto que conseguisse esse impossível de explicar o que é este amor maior. Nos últimos tempos dou comigo a ver os meus filhos a brincar, e sou surpreendido com a forma como eles param por um instante a brincadeira, olham para mim e sorriem. Sorriem de uma maneira apaziguadora, a dizer-me com o olhar tudo aquilo que eu mais preciso e que não é comparavel com mais nada. Param, olham para mim, sorriem e eu fico em paz. Não falta nada. Depois voltam à brincadeira, alheios do efeito esmagador do seu sorriso em mim. Quando os vejo de mochila na escola, todos contentes, a correr para mim, de braços abertos. Quando vamos no carro e eu estico o braço para o banco de trás e há uma mãozinha que me agarra, sempre. Quando os chamo e eles me dizem, curiosos e contentes, “o que foi papá?”. Quando brincamos à apanhada e eles sentem que eu estou mesmo mesmo a apanha-los e riem de excitação e alegria. Quando eu lhes faço cocegas e a alegria deles é a maior do mundo inteiro. Quando, sem pedir nem razão imediata, se aproximam de mim e dão um “abracinho muito grande”. Nunca conseguirei explicar o que é esse amor, de onde vem, como consegue ter tão grande, tão completo, tão incondicional, tão eterno, nem explicar porque sei tão bem que nasci, mais do que tudo o resto, para isto. Eu queria fazer um texto que as pessoas lessem e nele percebem tudo aquilo que é impossível dizer porque não há palavras que cheguem. E se as houver, não terei talento sequer para as escolher, reconhecer, ordenar. Os meus filhos são tudo o que consigo ser e são ainda mais, por eles, por serem duas crianças lindas, espertas, graças a Deus saudáveis, que nasceram com a capacidade inata de amar e o mostram sem filtros, sem reservas nenhumas daquelas que depois vamos inventando ao longo da vida. O amor que deles emana é tão natural como respirar e isso é comovente, esmagador, responsabilizador e desafiante. Acho que sou melhor pessoa porque eles existem, acho mesmo. Eu queria fazer um texto que não fosse patético e foleiro como este, um texto que se elevasse acima da mediania e fosse como um raio de luz, incontornável e naturalmente definitivo sobre o assunto. Uma coisa do género sei perfeitamente o que estás a dizer, e não é preciso dizermais nada. Sei, porém, que não consigo dize-lo totalmente, só consigo tentar. Haverá quem consiga pôr em palavras justas e que estejam totalmente à altura, aquela sensação única de estar abraçado a um filho e de sentir no abraço deles a segurança total, como se eles estivessem a dizer: nada de mal me pode acontecer, estou aqui com o papá? Quando vejo noticias de crianças que desaparecem, que são maltratadas, ou que estão doentes, ou que qualquer outra coisa terrível... é inevitavel projectar neles. E quando o faço, morro por um instante. Porque não há trabalho, profissão, projecto, dinheiro, não há nada que seja, nem por um segundo, mais importante nem decisivo na minha vida. Eu queria escrever um texto sobre isto. Todas as cartas de amor são ridículas, e esta é-o, claramente. Que se lixe. Desde que sou bombardeado todos os dias com notícias horríveis envolvendo crianças, tenho mais vontade de escrever este texto sobre isto. Não é o texto que eu sonhei, mas fala dos filhos que tenho e que são tudo aquilo com que sempre sonhei, e mais, todos os dias. Falta muito para ir busca-los à escola? Caraças!"
segunda-feira, maio 28, 2007
resquícios de uma taça
agora só haverá futebol, a sério, em meados de agosto, e logo com um jogo a doer: fc porto - sporting, para a supertaça. descansem bem e voltem revigorados (esta frase não se aplica, especialmente a segunda parte da mesma, a paredes, carlos martins, joão alves, ronny, alecsandro, bueno e farnerud).
sexta-feira, maio 25, 2007
em estágio para a taça
amanhã vou fazer apenas um treino ligeiro, para não cansar. levantar umas bandeiras, rodar um cachecol acima da cabeça umas cinquenta vezes, gritar "liedson, liedson" (é a minha aposta para herói do jogo) e "campeões, campeões, nós somos campeões" (na semana passada fartei-me de ouvir isto e agora também quero dizer). à noite, descanso absoluto, passando os olhos pelo programa "dança comigo", analisando os movimentos, o ritmo e a postura dos concorrentes (ou da catarina furtado, também serve).
no domingo, às 16h00, lá estarei em frente ao televisor, ávido de golos, de emoção, de espectáculo, do momento da entrega da taça ao ricardo, ou ao joão moutinho. o belenenses vai dar luta, vai jogar, como costumam dizer os "iluminados" do futebol, "o jogo pelo jogo" (nunca entendi muito bem isto, mas pronto), mas vai cair aos pés de um sporting dominador e altivo. o jorge jesus vai chorar no final, na conferência de imprensa, ao recordar o seu avô, com quem costumava ir às finais da taça de portugal, dizendo que queria muito vencer a taça para a poder dedicar a ele. paulo bento vai ser lançado ao ar pelos jogadores do sporting e o seu penteado vai parecer diferente na conferência de imprensa, ligeiramente mais para o lado direito e não com o risco tão centrado.
a taça tem que ser nossa!
quinta-feira, maio 24, 2007
ainda não parei de rir
ela está no meio de nós
quarta-feira, maio 23, 2007
melhor elenco de sempre
a despedida. "you know, it's the best job anyone has ever had" - david schwimmer; "we had no idea and there was no way to possible know how big it was going go get" - matthew perry; "i don't think any of us will ever find the kind of creative environment again where you walk into a situation and immediatly just feel that there is instant chemistry and affection" - david schwimmer; "i'm just very blessed that i've been on the show and it's been the most important part of my life" - courteney cox; "there´s a lot of people out there who loved to have the opportunity to work ten years on a show" - matt le blanc; "it's an interesting chapter in my life, obviously, probably the most interesting one that will ever be, so coming to an end it's going to be really really sad" - matthew perry.
troca de jack's
céu carregado
terça-feira, maio 22, 2007
perfeito!
o que pretendemos de um disco? entretenimento? profundidade? algo para distrair os ouvidos? uma base para copos? acho que um disco serve um propósito, quando é realmente ouvido, escutado em toda a sua plenitude: transportar-nos para o universo musical que o grupo pretendeu criar, quando escolheu o alinhamento do mesmo, as letras, as ambiências sonoras… considero que nesta matéria nada deve ser deixado ao acaso. são longos os meses gastos na realização de um disco, na sua planificação, dentro de um estúdio a tentar fazer com que tudo soe o mais perfeito possível. também acho que deverá ser tudo muito mais simples quando se trata apenas de um cantor e uma guitarra ou um piano, sem muitos arranjos sonoros, samples ou atmosferas sonoras electrónicas. a duração do disco também é um factor importante. algures entre o insuportavelmente longo e sem conteúdo, história, rumo ou sentido, e aqueles discos cuja criatividade dos seus autores só deu mesmo para sete ou oito canções, deixando-nos frustrados à espera de mais, está a dose certa, entre as 10 e as 12 músicas, entre os 40 e os 50 minutos de duração.
essencialmente, a um disco novo exige-se durabilidade, muitas horas de audição, sem enjoar, sem anular músicas, saltando de música em música para ouvir apenas as melhores. um bom disco é aquele que se coloca no leitor e se ouve de princípio ao fim, sempre com profundo deleite, tirando o máximo prazer do que se está a ouvir como se fosse a primeira vez, uma novidade. depois, há sempre o teste do tempo. há bons discos que não resistem a esse teste. ouvem-se na altura e arrumam-se na prateleira para lá ficarem a ganhar pó uns anos. a indústria musical está sempre em constante mutação e há sempre algo que fica pelo caminho, uma corrente ou um género musical, os penteados, as roupas, o estilo em palco, as letras, etc. bandas como travis, coldplay, keane, starsailor, walkabouts, doves, the verve, que até se ouviam bem há uns anos, são esquecidas rapidamente e ultrapassadas por algo com maior qualidade e intensidade.
tudo isto para dizer que creio estar na presença de um disco que preenche todos aqueles requisitos que tenho referido para se tornar um "clássico". o meu grau de satisfação tem aumentando gradualmente, como deve ser, em vez de ir diminuindo a cada audição. as referências que se encontram no disco são variadas, desde cocteau twins, velvet indiana, sigur rós, mercury rev, portishead, tudo do melhor quilate musical. o disco tem dez músicas e 43 minutos de duração, ouve-se com prazer renovado, seduz-nos, envolve-nos na delicada voz da vocalista, kazu makino, umas vezes épica, outras sussurrante, apaixonada e ternurenta. apresenta melodias delicadas e pungentes, sem nunca resvalar para o lamechas. o anterior disco deste grupo, "misery is a butterfly", de 2004, parecia impossível de superar em termos de qualidade e beleza musical, até porque foi muito bem recebido pela crítica especializada, chegando inclusivamente uma música do álbum a fazer parte da banda sonora do filme "little miss sunshine". com este novo trabalho, "23", os blonde redhead provaram que não são uma banda que teve uma nesga fortuita de sorte ou um grupo que apenas tinha dez músicas para vender em 2004 quando lhe surgiu a editora 4AD com um contrato na mão. os blonde redhead marcam assim uma posição firme no panorama musical alternativo, com dois trabalhos discográficos refinados e de superior qualidade..
"23" é sublime de tão insaturável que é; é espantoso no conjugar meticuloso de dezenas de sons dispersos que, juntos, criam melodias cativantes, que nos ficam a bailar na cabeça quando não as estamos a ouvir. é daqueles discos que sei perfeitamente que vou ouvir durante muitos anos...
segunda-feira, maio 21, 2007
bom ambiente de trabalho!
skectch da britcom "big train", que foca um assunto que já merecia ser discutido inclusivamente na assembleia da república ou, até, num local prestigiado: a questão da masturbação no local de trabalho. deve-se tolerar? não se deve tolerar? deve-se incentivar? deve-se censurar? a questão é polémica: de um lado estão empresas conceituadas, como a renova e a scottex, e ainda várias redes de lavandarias, a favor da liberalização da masturbação no local de trabalho; do outro, contra essa prática, estão várias associações conservadoras, empregadas de limpeza e o cláudio ramos. o referendo certamente que não tardará. josé sócrates anunciou inclusivamente que a legislação já foi delineada em conselho de ministros, mas foi parar ao lixo porque as folhas ficaram todas coladas umas às outras...
equipa ideal 2006/2007
defesa direito: bosingwa (fc porto)
defesa central: anderson polga (sporting)
defesa central: pepe (fc porto)
defesa esquerdo: léo (benfica)
trinco: miguel veloso (sporting)
médio direito: joão moutinho (sporting)
médio esquerdo: lucho gonzalez (fc porto)
extremo esquerdo: quaresma (fc porto)
extremo direito: simão (benfica)
ponta de lança: liedson (sporting)
sim, é verdade, são só jogadores do fc porto, sporting e benfica (que, diga-se, ficaram a "anos luz" de distância das restantes equipas da liga). gostaria de ter tido "espaço" na equipa para meter o miccoli, que eu considero um grande jogador. gostava de o ver no sporting, ao lado do liedson... das restantes equipas do campeonato, destaco rodrigo alvim, do belenenses, bom defesa esquerdo; e o guarda redes do nacional, diego benaglio.
por um mísero pontinho
nos últimos dez jogos do campeonato, o sporting venceu 9 e empatou 1 (na luz). creio que paulo bento demorou muito tempo para encontrar "o seu onze". quando o encontrou, a equipa entrou nos eixos, jogou bem, criou mecanismos e passou a ter meio campo finalmente. despertou tarde demais para o título. a insistência em jogadores como paredes, custódio e carlos martins foi fatal, sobretudo porque estes cêpos estavam a tapar a entrada na equipa de jogadores como miguel veloso (grande jogador!), nani e até romagnoli (que, afinal, até provou ser um bom jogador!).
a defesa esteve muito bem durante toda a época, com um anderson polga em grande, a justificar finalmente o forte investimento no primeiro campeão mundial a actuar no nosso país. caneira actuou em todas as posições da defesa e foi de uma utilidade suprema aquando da lesão de tonel (que também efectuou uma boa temporada). tello assumiu-se como defesa esquerdo (e marcador de livres) e abel superiorizou-se a miguel garcia na luta pelo lugar de defesa direito (também não era preciso muito). no ataque, liedson foi, mais uma vez, a referência. se eu fosse presidente do sporting, não hesitava em propor-lhe um contrato até ao final da sua carreira. liedson não pode sair do clube, é demasiado importante! entre bueno, alecsandro e yannick, venha o diabo e escolha. nenhum deles fez uma época de encher o olho, mas foram servindo em determinadas alturas da temporada. cada um deles teve o seu momento de inspiração e o seu auge físico e técnico, mas, para mim, nenhum deles é companheiro à altura de liedson na frente de ataque.
para o ano, com o mesmo treinador e com o "núcleo duro" deste ano (ricardo, polga, caneira, tonel, miguel veloso, joão moutinho, nani e liedson), acredito que a equipa vai demonstrar mais maturidade, mais traquejo, mais experiência para discutir novamente o título. será necessário efectuar alguns acertos no plantel: despachar paredes, custódio, carlos martins, miguel garcia, farnerud, bueno, ronnie e joão alves, substituindo-os por jogadores de valor mais aproximado ao tal "núcleo duro". acredito que se o sporting mantiver a defesa e o meio campo desta época(arranjando alternativa para os "apagamentos" sucessivos de romagnoli) e contratar um jogador para jogar ao lado de liedson, tão bom ou melhor que o brasileiro, pode fazer história na próxima época. vamos ver... para já, era importante mesmo... conquistar a taça de portugal!
sexta-feira, maio 18, 2007
números
assim, no dia 15 de março de 2007 começou a contagem. até agora são 65 os dias contabilizados. confesso que não fazia a mínima ideia de quantas visitas tinha este blogue por dia, de onde vinham, para onde iam, qual o sentido da vida, se há vida depois da morte, qual o candidato do cds à câmara de lisboa... por isso, qualquer número que viesse era bom (menos o 63, embirro com este número, não sei porquê).
como em 65 dias de contagem ultrapassei já as duas mil visitas, vou fazer agora a minha festa (iupi, iupi, urra, urra. pronto, já está!). ao todo, são 2065 visitas. o dia com mais visitas é quarta-feira, com 20.72%, seguido de quinta-feira, com 19.50%. a hora com mais frequência é das 17h00 às 18h00. o dia com maior número de visitantes foi 16 de maio, com 56.
76% dos meus visitantes são de portugal. em segundo lugar vem o brasil, com 12.9%. a restante percentagem engloba vários países, sendo de destacar os estados unidos da américa (34 visitas), a inglaterra (14), itália (14), frança (13), espanha (10), china (9), alemanha (7) e suiça (4). depois vem uma série de países, 27 no total, de onde alguém, por engano certamente, veio parar ao nuvens. destaco a bizarria da presença na lista de países como panamá, filipinas, nova zelândia, moçambique, malásia, india, colombia, mexico e chile.
para já, precisamente por não estar à espera de muito, estou satisfeito com estes números. para mim são suficientes, tendo em conta o nível bastante fraco do blogue. quem me dera manter estes números por muito tempo. era um bom sinal!
obrigado a todos. obrigado por fazerem parte da minha lista. eu certamente que farei parte da vossa, já que visito dezenas e dezenas de blogues por dia (hesitei entre escrever "centenas" e "dezenas e dezenas". o certo é que visito muitos blogues, mas acho que não chega a uma centena. daí ter optado por "dezenas e dezenas", dá a entender que são muito mais do que dez, que são para aí uns cinquenta ou sessenta. a honestidade acima de tudo!).
a sério, obrigado!
onde está madeleine?
direitinho aos óscares!
pacino e de niro outra vez
al pacino e robert de niro, dois dos "monstros sagrados" mais respeitados e conceituados da actualidade cinematográfica, vão contracenar juntos novamente, depois do filme "heat", de michael mann, de 1995 (refira-se, no entanto, que ambos entraram no filme "padrinho, parte 2", mas não chegaram a contracenar). desta vez o filme, "righteous kill", será realizado por jon avnet e os dois actores, que partilharam apenas duas cenas em "heat", vão passar muito mais tempo juntos na tela. o filme começará a ser rodado no início de agosto, em connecticut. as duas estrelas interpretarão dois polícias no encalço de um serial killer, portanto, desta vez, ao contrário do que sucedeu no filme de michael mann, estarão do mesmo lado da lei. o argumento é de russel gewirtz, responsável igualmente pelo argumento do filme "infiltrado", com clive owen, denzel washington e jodie foster. um dos produtores, avi lerner, disse à revista variety que a ideia para este novo encontro entre pacino e de niro partiu da amizade entre ambos e do partilhado desejo de voltarem a trabalhar juntos.
quinta-feira, maio 17, 2007
o regresso da marjorie
com o brian e o adam completamente restabelecidos sentimentalmente, ao lado da bridget e da heather, respectivamente, como será encarado pelo grupo de amigos o regresso de marjorie? qual dos dois cederá (ou perdoará?) mais depressa aos encantos da bela marjorie, que deixou adam no altar à sua espera e deu falsas esperanças a brian?
entretanto, a série não renovou contrato para uma terceira série com a estação de televisão abc, considerando esta que as audiências não o justificavam. assim, o último episódio de "os amigos de brian" foi para o ar nos estados unidos no dia 26 de março de 2007. o actor que interpreta o papel de brian davis, barry watson, foi já escalado para uma sitcom, "sam i am", como protagonista, ao lado de christina applegate. também amanda detmer, a deena greco, foi contratada para uma sitcom, "1321 clover".
hoje, na rpt 2, às 22h40, vai para o ar o 16º episódio da série, de um total de 24. depois, é a despedida de mais uns "amigos" televisivos.
get smart
blockbuster para 2008
die hard woody allen
sketch do programa televisivo "mad tv", parodiando o filme "die hard", trocando o herói bruce willis por... woody allen. divirtam-se!
save a prayer
versão ao vivo da mais bela música que os duran duran criaram em quase 30 anos de carreira! sublime, intemporal, arrepiante. e com direito a dedicatória, no início, a marvin gaye.
quarta-feira, maio 16, 2007
mark eitzel
mark eitzel, o único dos meus ídolos a quem apertei a mão, no final do concerto dos american music club, há dois anos, no santiago alquimista, em lisboa. o homem sente realmente o que canta, emociona-se, chora, parece o tipo mais infeliz do mundo com uma guitarra na mão. sem tiques de vedeta, no final foi extremamente simpático, aceitando autografar tudo o que lhe aparecia à frente, incluindo uma tipa que tinha levado todos os discos dos AMC para ele assinar. eu apenas lhe pedi que me autografasse o bilhete do concerto. o aperto de mão e a nossa troca de palavras ("great show" e "thank you") foram muito mais importantes. já foi eleito em tempos "songwriter of the year" por uma revista da especialidade. actualmente, depois de ter conseguido reunir os american music club, dez anos depois, trabalha no novo disco da banda, que se seguirá ao fabuloso "love songs for patriots".
george costanza
outra homenagem que se impunha. george costanza é outra personagem marcante. foram anos a assistir às suas paranóias, idiossincrasias e neuroses na série "seinfeld". jason alexander foi o actor que lhe deu vida e alma, de uma forma brilhante. socialmente inadaptado, politicamente incorrecto, desajeitado com o sexo oposto, neurótico qb, tudo numa única personagem. george costanza vai ser lembrado e apontado como personagem-padrão durante muitos anos.
chandler bing
algumas das fabulosas e inesquecíveis cenas de chandler bing, interpretado pelo excelente matthew perry, em "friends". é pouco tempo, ele merecia mais, é um facto, mas para já é o que se arranja. prometo colocar mais vídeos de chandler bing e da série brevemente.
the czars
já era tempo de colocar neste blog uma música dos the czars. chama-se "concentrate" e está inserida no disco "before but longer", de 2000. os the czars são formados por john grant (vocalista), chris pearson (habitual colaborador dos american music club), jeff linsenmaier e andy monley. a discografia da banda é a seguinte: "before but longer" (2000), "the ugly people vs. the beautiful people" (2001), "goodbye" (2004) e "sorry i made you cry" (2006). os the czars, no início da carreira, enviaram uma demo a simon raymonde, dos cocteau twins, que tinha acabado de criar uma editora musical com o seu colega de banda robin guthrie. impressionado com a mistura musical que os the czars conseguiram juntar, sadcore, shoegaze e country alternativo, mandou vir a banda de denver (estados unidos) para inglaterra, onde gravou o primeiro disco, o já referido "before but longer", nos estúdios september sound. actualmente, a banda encontra-se a preparar o próximo disco. venha ele!
23
os blonde redhead nasceram em 1993, formado por um casal de japoneses, estudantes de arte em nova iorque, kazu makino e maki takahashi, e por dois irmãos gémeos italianos, simone e amedeo pace. o disco de estreia da banda, "blonde redhead", foi produzido por steve shelley, baterista dos sonic youth, em 1994. pouco tempo depois, maki takahashi deixou o grupo. já como trio, os blonde redhead lançaram o segundo disco em 1995, "la mia vita violenta". seguiu-se "fake can be just as good", em 1997, e "in an expression of the inexpressible", em 1998. em 2000 surgiu "melody of a certain damaged lemons" e, quatro anos depois, o disco que catapultou os blonde redhead para o estrelato: "misery is a butterfly", o primeiro trabalho da banda para a conceituada editora 4AD. em 2007 foi editado o disco "23", cujo primeiro single é "23", a música que podem ver neste post. o estilo musical dos blonde redhead é descrito pelo all music guide como "a mix of dream-pop and delicate electronic textures". em termos de influências musicais, o grupo foi inicialmente comparado aos sonic youth, tendo o seu estilo evoluído, ao longo dos anos, para algo mais parecido com bandas como mercury rev e sparklehorse.
o comodismo
o mais grave ainda é em termos de questões sentimentais. antigamente, no tempo dos meus pais, por exemplo, o esforço era muito maior para se evidenciar o apreço por alguma mulher. os meus pais encontravam-se na fonte lá da aldeia, numa hora previamente definida. a minha mãe fazia todos os possíveis para convencer a minha avó que era preciso ir à fonte buscar água. depois eram cartas, poemas, galanteios, enfim, o chamado "romance".
hoje, com toda a evolução tecnológica, nem é preciso muito trabalho. o comodismo é tão gritante neste aspecto que hoje já se namora por sms, conhecem-se os futuros namorados no hi5, visita-se a rua da apaixonada no google earth, trocam-se mensagens de amor eterno no messenger, fala-se à borla com a namorada no skype... qualquer dia, até casar será possível, sem se sair de casa...
com tudo isto, nem dá para as pessoas sentirem saudades umas das outras. e como é saudável sentir saudades de alguém, ansiar avidamente pelo próximo encontro, contar os dias que faltam para voltar a ver a pessoa amada, receber uma carta dela. sentir saudades de alguém é assumir que essa pessoa nos faz falta. muitas das relações mais sólidas que conheço, incluindo a minha, foram alicerçadas e cimentadas desta forma. o romance não pode morrer; caso contrário, um dia destes em vez de palavras sentidas e fortes como "o amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer", de luís de camões, vamos ver poemas deste género: "kurto-te bué garina, sei q tb me kurtes mto, tá-se bem assim chavala, bute nessa"...
terça-feira, maio 15, 2007
menções honrosas
este top considerou apenas séries que actualmente passam nos canais disponibilizados em portugal, televisão por cabo incluída, obviamente.
como o top apenas contemplou 10 actrizes (e o trabalho que deu escolher dez num universo de quase uma centena!), vou aproveitar para enumerar algumas menções honrosas, também elas merecedoras de figurar no top.
nadine velazquez - "o meu nome é earl", rtp 2, sábados, 22h40
jennifer love hewitt - "entre vidas", sic, sábados, 16h00
sarah lancaster - "os amigos de brian", rtp 2, quintas, 22h45
jennifer morrison - "house", fox, segundas, 21h30
katie holmes - "dawson's creek", tvi, quintas, 03h00
heather locklear - "LAX", people and arts, quartas, 21h30
eliza dushku - "tru calling", fox, 2ª a 6ª, 16h10
becki newton - "betty feia", sic, sábados, 15h00
catherine bell - "JAG", axn, quartas, 22h25
tiffany amber thiessen - "os amigos de brian", rtp 2, quintas, 22h45
top ten actrizes séries tv - 9
top ten actrizes séries tv - 8
top ten actrizes séries tv - 7
segunda-feira, maio 14, 2007
top ten actrizes séries tv - 2
raridade!
sexta-feira, maio 11, 2007
músicas que marcam
canções preferidas, quem as não tem?! há uns tempos, aquando da verdadeira efeméride que foi a chegada aos 200 posts, coloquei outros tantos nomes de músicas que eu entendia serem as minhas preferidas. foi necessária muita pesquisa, muitas consultas aos locais onde tenho as músicas (prateleira dos cds, computador, outra prateleira dos cds, torradeira, microondas), para poder, de facto, colocar no post uma lista verdadeiramente ponderada. entretanto, já se passaram mais uns meses, apareceram novas músicas, bandas e discos, como é natural, o mundo discográfico está em constante movimento (ao contrário do nuno gomes); o que se gosta hoje já se esqueceu depois de amanhã, quando nos cair nas mãos um disco novo, é mesmo assim. no entanto, há músicas que marcam mesmo, que nos fazem lembrar passagens da nossa vida, que estão agrafadas a sensações, a odores, a paixões, a pessoas, a relações... assim, numa espécie de retrospectiva, vou escolher cerca de 50 músicas que, por algum motivo, tenho a certeza de que vou gostar sempre, independentemente do estilo ou corrente musical que possa vir a gostar no futuro (speed metal, salsa, bossa nova, fado, ranchos folclóricos, cantares à desgarrada).
a que me vem imediatamente à cabeça é a música que se ouve no vídeo deste post: "trust", dos the cure. já escrevi sobre a música e tudo o que ela representa para mim. acho que nunca deixarei de me arrepiar todo e de ficar com a chamada pele de galinha quando a ouço. é intemporal, inesquecível, marcante! ao mesmo nível que "trust" está "a chain of flowers", igualmente dos the cure, a música que eu andei à procura durante 16 anos (também já lhe dediquei um post). mas continuando: dos longínquos anos 70, de que não sou particularmente apreciador, destaco apenas duas músicas: "northern sky", de nick drake, e "the severed garden", dos the doors (grupo que não admiro, diga-se). depois, e viajando até aos fabulosos anos 80, escolho mais umas quantas, facilmente: "save a prayer", dos duran duran; "tomorrow started", dos talk talk; "more than this", dos roxy music; "purple rain", do prince; "love kills", de freddie mercury; "forbidden colours", de david sylvian; "hunting high and low", dos a-ha; "drive", dos the cars; "working hour", dos tears for fears; e duas dos the blue nile: "from a late night train" e "let's go out tonight", ambas do excelente disco "hats", de 1987.
os "meus" anos 90 foram essencialmente marcados por duas bandas, no registo sadcore: american music club e red house painters; e três outras no registo alternativo: radiohead, cocteau twins e smashing pumpkins. daí que escolha uma de cada banda: "blue and grey shirt", dos american music club; "rollercoaster", dos red house painters; "street spirit (fade out)", dos radiohead; "ella megablast burls forever", dos cocteau twins; e "1979", dos smashing pumpkins. no entanto, ainda nesta década, posso apontar outras músicas que ainda hoje gosto: "cowboys and angels", de george michael; "the night", dos morphine; "machine gun", dos slowdive; "flowers in december", dos mazzy star; "dream brother", de jeff buckley; "pink cigarette", dos mr. bungle; "yellow", dos coldplay"; "wild horses", dos the sundays; "gently falls", dos into paradise; "at first sight", dos the durutti column; "roads", dos portishead; "holes", dos mercury rev; e "leave them all behind", dos ride.
finalmente, já na década actual, a lista é ainda mais extensa: "bird gehrl" e "mysteries of love", dos antony and the johnsons (e ainda poderiam ser mais umas cinco); "bleed a river deep", de ed harcourt; "stand in the world" e "my sun is setting over her magic", dos marjorie fair; "i will sing you songs", dos my morning jacket; "abandoned masquerade", de diana krall; "listen" e "action figure", dos lambchop; "this love affair" e "beautiful child", de rufus wainwright; "no easy way down" e "saved", de mark eitzel; "smokey", de mark kozelek (red house painters); "in the morning of the magicians", dos the flaming lips; "the second part", dos the dears; "concentrate" e "autumn", dos the czars; "svo hljott", dos sigur ros; "reason why", de rachel yamagata; "on your side", de pete yorn; "the white trash period of my life", de josh rouse; "public pervert", dos interpol; "they died for beauty", dos ilya; "song for the angels", dos great lake swimmers"; "the warming sun", dos grandaddy; "salty seas", dos devics; "stable song", dos death cab for cutie; "a jealous heart is a heavy heart", de damien jurado; "i see a darkness", de bonnie prince billy; "anticipation", dos blonde redhead; e "this one's gonna bruise", de beth orton.
quinta-feira, maio 10, 2007
mais filmes para a monica
estreou em janeiro em itália.
realizado por giovanni veronesi.
com carlo verdone, riccardo scamarcio e elsa pataky.
percurso leonino
2002/2003 - a segunda época de boloni à frente dos leões foi um desastre, só se aproveitando mesmo as apostas do técnico em valores emergentes como quaresma e cristiano ronaldo.
2003/2004 - estádio novo. chegou fernando santos a alvalade. cristiano ronaldo foi para o manchester united. a época foi um desastre completo, com o cúmulo de sermos eliminados da taça uefa, em casa, por 0-3, por uns turcos com um nome muito esquisito (gençlerbirligi).
2004/2005 - chegou josé peseiro ao sporting. época interessante em que a equipa "morreu na praia", perdendo a final da taça uefa, em casa, frente ao cska de moscovo (1-3), e o campeonato para o benfica a uma jornada do fim, com o tal golo de luisão, em falta clara sobre ricardo, a 10 minutos do final da partida.
2005/2006 - época a meias entre peseiro e paulo bento. este último chegou a colocar novamente a equipa na rota do título, vencendo dez jogos consecutivos, mas ao perder em casa com o fc porto (0-1), golo de jorginho, hipotecou a oportunidade de chegar à liderança da prova a poucas jornadas do final do campeonato.
2006/2007 - novamente com paulo bento, o sporting fez um campeonato alicerçado numa forte consistência defensiva, sofrendo poucos golos e poucas derrotas (apenas duas e em casa, não perdendo fora de casa), seguindo na peugada do fc porto até ao final da prova. na penúltima jornada, no entanto, perdeu o campeonato, por causa do... george michael.
quarta-feira, maio 09, 2007
quem quer lisboa?
é natural que ninguém avance, seria o mesmo que ir gerir agora o freeport de alcochete. a situação financeira deve ser terrível na autarquia lisboeta, juntando-lhe toda a confusão que o caso bragaparques irá causar, indemnizações, loteamentos, terrenos, empreiteiros e adjudicações. não admira que ainda não haja muita movimentação partidária no sentido de avançar com candidaturas. apesar de ser a principal câmara municipal do país, suscita por estes dias tanto interesse como a junta de freguesia de fiais da telha ou de santiago de besteiros. o timing não podia ser pior: o cds-pp passou por toda aquela convulsão recentemente e ainda está a reunir os pedaços; o ps está a tentar voltar a erguer-se depois do "caso sócrates" e da sua alegada licenciatura; o psd continua a perder protagonismo na assembleia, tem um líder inconsequente e pouco carismático e, acima de tudo, foi o partido do poder em lisboa nos últimos anos (santana lopes e carmona rodrigues); o pcp perdeu odete santos, a única figura capaz de ombrear em termos de popularidade com jerónimo de sousa; o bloco de esquerda... é o bloco de esquerda e está tudo dito.
desta forma, os nomes até agora ventilados, que são meras suposições, são nomes "fraquinhos", de gente pouco habituada a estes nebulosos e movediços meios autárquicos: antónio josé seguro, paula teixeira da cruz, o crónico sá fernandes, do bloco. os "grandes" não se querem queimar. até santana lopes continua descansadinho "debaixo da sua pedra". a única excepção parece ser joão soares, que deve andar numa roda viva, para ver se alguém se lembra dele (o que deve ser difícil; um político que perde umas eleições para santana lopes fica marcado para a vida).
good cop, bad cop
em portugal, a polícia sempre foi considerada, pelos portugueses, uma completa nulidade, ineficaz, com falta de meios humanos e materiais. sempre foi assim. nos noticiários é sempre o mesmo: falta de policiamento nos bairros considerados perigosos, escassez de postos de polícia, mecanismos de prevenção reduzidos ao mínimo indispensável, jogos de futebol de alto risco em que o trabalho da polícia é sempre criticado, etc..
no entanto, todo este cenário se transforma, ou se esquece, quando são os estrangeiros a questionar a capacidade e a eficácia das nossas forças policiais. quando isso acontece, como está a suceder agora no "caso madeleine", somos logo os primeiros a defender e a enaltecer os pobres coitados, que fazem um excelente trabalho tendo em conta os precários meios que têm ao seu dispor.
ponto 2:
como seria se este episódio tivesse ocorrido com um casal de portugueses, a passar férias no algarve, que tivesse tido o desplante e a negligência de ir jantar, deixando três filhos no quarto do hotel? provavelmente já estariam presos, por negligência e incúria, seriam vergastados pela imprensa e teriam sempre à porta do estabelecimento prisional centenas de senhoras, entre os 40 e os 60 anos (que são as que vão sempre às manifestações, comícios políticos e levantamentos populares), a gritar e a berrar "assassinos, assassinos" (de notar que este género de movimentação só surte algum efeito se estiver alguma estação de televisão a filmar; inclusivamente as senhoras guardam os seus mais sonantes "assassinos, assassinos" para os momentos em que sabem que estão a ser filmadas. não estando a ser filmadas, conversam sobre o estado do tempo e a novela do dia anterior, na maior das calmas).
como os pais são estrangeiros, há aquele sentimento de compaixão e uma abordagem mais terna e compreensiva.
dois factos, duas medidas.
o que se ouve por cá - 2
o que se ouve por cá - 1
terça-feira, maio 08, 2007
rufus wainwright
sexta-feira, maio 04, 2007
a vida de brian
quinta-feira, maio 03, 2007
grande salmão!
desprendimento
e desconforto, não sabia definir bem.
um aperto onde a vida se enuncia
ou o pronúncio de uma saudade
em que a mesma se atormenta.
uma incoerência entre o que se diz e o que se faz,
ou o vazio de um fim que tem de acontecer
e de que se ignora o depois;
um alívio de incumbência
ou a certeza irremovível do tempo.
sentia-se dono de uma serenidade sem desalento,
porque o passado não lhe remoía o presente
e nunca se sentaria à espera das tábuas necrológicas.
a vida ensinara-lhe que não há prudências
nem regozijos programados,
pois ninguém controla os desígnios.
convencia-se, por vezes, de um fatalismo insuperável
e nele justificava os desaires.
amava a vida mas não esquecia a morte,
era um constante conflito entre a luz e a escuridão.
a morte era-lhe essa marca de infância,
semelhada pela vida fora,
do tamanho de uma sombra poligonal,
conjecturada e não vivida.
a morte fora sempre a sua vulnerabilidade,
a sua angústia, uma ferida que se disfarça,
mas que nunca sara. era uma justiça divina
e uma ingratidão do destino, porque, crente,
nunca a compreenderia na sua ocasião,
suportando-a em silêncio,
contra os desprezos e as raivas;
um castigo sem culpa, impossibilitado
de apresentar provas e testemunhos
da sua inocência.
o futuro encolhera aos seus olhos,
mas ainda teria tempo de saber
se é mais fácil ou mais difícil
polir uma identidade quando se dobra
a esquina da idade maturescente,
deixando para trás agrados antigos,
quando os livros o faziam viajar
pelos caminhos de fantasia,
imaginando futuros inalcançáveis
e aventuras que não chegou a realizar.
quarta-feira, maio 02, 2007
consciência limpa
mesmo com esse espectro de dúvida a pairar sobre ela, a minha consciência não deixa de se submeter ao exame anual que faço nos últimos dias de dezembro. uma espécie de check-up moral necessário para desanuviar qualquer nuvem negra que possa pairar na minha consciência. em dezembro, o seu estado geral era bom, pese embora algumas questões pendentes relacionadas com uma amizade de 16 anos que se perdeu. o que mais custou ainda foi ser informado por e-mail desse desenlace, sem confronto, sem troca de ideias, sem apelo, nem agravo. se tive culpas? claro que tive. mas acabar assim, desta forma, tudo o que se construiu durante tantos anos, é doloroso. a minha consciência manteve-se limpa e, embora tenha vacilado por alguns momentos, preferiu levantar a cabeça e seguir, sem olhar para trás. passado é passado. quando não somos desejados, somos meros obstáculos.
de resto, não teve grandes provações no ano passado. fiz algumas coisas que não devia, não fiz outras que devia, nada de grave. vou poder continuar a conviver normalmente com a minha consciência, principalmente agora que eliminamos este ridículo ritual das resoluções de fim de ano da nossa relação. o homem maduro é o que desiste da virtude impossível para não perder a possível.