quinta-feira, junho 10, 2010

the best... so far


decididamente, o melhor disco de 2010, até agora. há um mês que o ouço e, sinceramente, já esperava estar um pouco farto das músicas do disco. afinal, não só isso não aconteceu como, ainda por cima, pareço gostar cada vez mais das músicas. o alinhamento do disco é o seguinte:

1. tc and honeybear - 5:06
2. i wanna go to marz - 3:58
3. where dreams go to die - 6:04
4. sigourney weaver - 3:31
5. chicken bones - 3:38
6. silver platter club - 4:10
7. it's easier - 4:38
8. outer space - 3:14
9. jc hates faggots - 3:47
10. caramel - 3:35
11. leopard and lamb - 4:41
12. queen of denmark - 4:48

os midlake, banda que há cerca de mês e meio me conquistou completamente, tiveram grande influência no ressuscitar da carreira de john grant, ex-vocalista dos extintos (e muito bons, por sinal) the czars. em 2006, aquando da digressão europeia dos midlake para promover o disco "the trials of van occupanther", os membros da banda ouviram discos dos the czars, tendo ficado imediatamente deslumbrados com a voz de grant. de regresso aos estados unidos, os midlake viram john grant ao vivo e decidiram convidá-lo para os acompanhar na digressão americana. no final dessa digressão, ficou estabelecido que os midlake iriam produzir e participar num disco a solo de john grant. entretanto, grant, aquando do final dos the czars, mudou-se para nova iorque, para tirar o curso de tradutor certificado de russo (para além de russo, grant fala ainda fluentemente alemão e espanhol), trabalhando como empregado de mesa para pagar o curso, no bar gramercy tavern (informação recolhida na página de facebook do cantor, de quem sou "amigo" naquela rede social). o disco "queen of denmark" foi gravado, em denton, terra natal dos midlake, entre julho de 2008 e julho de 2009, contando com a participação de todos os membros dos midlake. o baterista mckenzie smith, o baixista paul alexander e o guitarrista eric pulido, que produziu o disco juntamente com grant, tocaram em todas as músicas do disco; tim smith, o líder dos midlake, participa nas duas primeiras músicas.
a revista mojo colocou john grant entre os nomeados para "breakthrough act", juntamente com os the low anthem, mumford and sons, florence and the machine e the jim jones revue. os midlake também foram nomeados para estes prémios, na categoria "best live act". os prémios vão ser entregues hoje, dia 10 de junho.
quanto ao disco em si, digamos que a música que mais fica no ouvido, nas primeiras audições, é "where dreams go to die", uma composição alicerçada num potente refrão. depois, vai crescendo a admiração por outras músicas, daquelas que sei perfeitamente que nunca me vou cansar de ouvir, como "i wanna go to marz", "outer space", "caramel" ou "queen of denmark", qual delas a mais pungente. para quem, como eu, conhece o trabalho dos midlake, é muito gratificante ouvir, aqui e ali, a sua distinta marca, seja nos sintetizadores (que são absolutamente arrepiantes em "caramel" e "outer space"), na flauta (em "tc and honeybear" e "i wanna go to marz") ou nos violinos (presentes em várias músicas). é como juntar o melhor de dois mundos. as letras reflectem muito do que têm sido os últimos anos de john grant, depois do final dos the czars, incluindo a fase da contemplação do suicídio. mas há igualmente muito sarcasmo (em "sigourney weaver", "jc hates faggots", "queen of denmark"), em letras irónicas e azedas, relatos de relações falhadas, de arrependimento, dor, medo, esperança, de auto-desprezo e, no final, de auto-descoberta, de redenção. john grant bateu no fundo, e tem perfeita noção disso, mas está consciente de que foi necessário esse passo na sua vida para agora surgir renascido, totalmente livre dos seus fantasmas e pronto para enfrentar o sucesso que sempre mereceu. realmente, por vezes só damos o real valor à luz quando passamos muito tempo no escuro.
"for me, there isn't a word of filler on the album. i've made a very clear statement about where i'm at and who i am as a person, and that's one reason i'm so proud of it, that i was able to articulate it. at least i'm being given a chance to embrace the pain instead of being afraid to move through it" - john grant

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