o poder negocial do sporting será sempre extremamente fraquinho quando os jogadores que tem para "lançar" na mesa das negociações, para amenizar o valor dos jogadores pretendidos, são "craques" desta estirpe: hélder postiga (este nem os pescadores da caparica aceitariam), abel, saleiro, andré marques, adrien, caneira, grimi, pereirinha e pedro silva. o sp. braga, para o lugar de joão pereira, até preferiu ir buscar um jogador ao olhanense, que esteve duas épocas parado, miguel garcia, do que aceitar abel, pedro silva ou postiga na possível contratação do central peruano rodriguez... é sintomático, não é?
gastar 10 milhões em apenas dois jogadores também me parece uma má política, sobretudo para uma sad que, no verão, não quis gastar mais do que 3,5 milhões num plantel que iria disputar duas pré-eliminatórias de acesso à liga dos campeões. apetece lembrar o velho ditado "casa arrombada, trancas à porta". é preciso lembrar que existem opções muito válidas, e mais baratas, no mercado nacional: andrezinho, do vitória de guimarães; evaldo, do sp. braga; diego ângelo, da naval; ruben micael, do nacional (caro, mas com muita qualidade); carlão, da união de leiria; desmarets, do vitória de guimarães; targino, do vitória de guimarães...
quanto a manuel fernandes, do valência, ainda bem que a transferência não se efectuou. se querem um jogador raçudo, experiente, com poder de choque e apetência para sair para o ataque com a bola controlada, para além de boa capacidade de passe, esse jogador só pode ser... pedro mendes, do glasgow rangers. duvido que custe mais do que custou sinama-pongolle...
quinta-feira, dezembro 31, 2009
estranho...
passaram-se 48 horas e, estranhamente, o benfica não comprou nenhum jogador... para juntar às três dezenas que já pertencem ao clube...
quem é?
quarta-feira, dezembro 30, 2009
so long 2009
hugh grant verbaliza, a muito custo, diga-se, em cena do filme "mickey blue eyes", o que eu penso sobre o ano que termina amanhã: "forget about it" e "get the hell out of here".
domingo, dezembro 27, 2009
prendas de natal II
cá está ela, a famosa segunda série de "how i met your mother", a tal que saiu depois da terceira. tal como já tinha dito, esta segunda série vem sem legendas em português, um facto que fez atrasar o seu lançamento em portugal, daí ter saído para venda a terceira temporada antes da segunda. de qualquer forma, são 22 novos episódios que vou tentar consumir com moderação, para não acontecer o mesmo que se verificou com as outras duas séries, que foram "devoradas" em poucos dias.
prendas de natal
indispensável... mesmo que o segundo filme seja uma grande confusão, com algumas incongruências. o primeiro filme, sobretudo esse, está cheio de momentos inesquecíveis. quanto aos extras, espalhados pelos três discos dos filmes e com um de exclusividade, perfazem cerca de 9 horas de duração, que dissecam totalmente a trilogia "back to the future". e é sempre com agrado e satisfação que revejo michael j. fox, um daqueles actores que provoca natural simpatia. a primeira série de "family ties" saiu agora em dvd e, como admirador de fox, não deixarei de lhe "deitar a mão". tenho pena é que a série "spin city", um dos últimos trabalhos do actor, nunca tenha tido uma edição portuguesa.
voltando à trilogia "back to the future", o meu filho ficou completamente "agarrado" com o primeiro filme. viu-o de tarde e fez questão de ver o segundo à noite. amanhã, quando acordar, vai-me pedir para ver o terceiro comigo, de certeza. "family ties" indeed...
quarta-feira, dezembro 23, 2009
domingo, dezembro 20, 2009
morreu brittany murphy
a actriz brittany murphy faleceu hoje de manhã em los angeles, devido a uma paragem cardíaca. uma ambulância foi chamada a sua casa, às 8h da manhã, mas a actriz já chegou sem vida ao cedars-sinai hospital center. brittany murphy tinha 32 anos. nasceu a 10 de novembro de 1977, em atlanta, georgia. estreou-se no cinema, depois de ter participado em várias séries televisivas, como "party of five", "parker lewis can't lose", "frasier", "murphy brown" e "blossom", no filme "clueless", ao lado de alicia silverstone, em 1995. seguiram-se filmes como "girl, interrupted" (1999), com angelina jolie e winona ryder, "drop dead gorgeous" (1999), com kirsten dunst e denise richards, "sidewalks of new york" (2001), de e com edward burns, heather graham e rosario dawson, "don't say a word" (2001), com michael douglas, "8 mile" (2002), com eminem e kim basinger, "just married" (2003), com ashton kutcher, "sin city" (2005), com bruce willis, jessica alba e clive owen, e "happy feet" (2006), dando voz à personagem "gloria". o seu último filme a estrear nos estados unidos foi "across the hall", que estreou no passado dia 4 de dezembro. trata-se de um thriller realizado por alex merkin, com mike vogel e danny pino. a actriz encontrava-se a trabalhar em alguns filmes, tais como "abandoned", com dean cain e mimi rogers, "something wicked", com james patrick stuart, "the expendables", de e com sylvester stallone e jason statham, "shrinking charlotte", com matthew lillard e kathleen turner, e "poor things", com rosario dawson (com quem trabalhou em "sidewalks of new york" e "sin city") e olympia dukakis. brittany murphy também participava na série animada "king of the hill", dando voz à personagem "luanne platter" em 231 episódios (de 1997 a 2009). em 2006, brittany murphy lançou um single com paul oakenfold, "faster kill pussycat", que obteve algum sucesso, chegando mesmo ao top ten britânico em junho de 2006. no filme "happy feet" também cantou, desta vez uma versão da música "somebody to love", dos queen, e "boogie wonderland", dos earth, wind and fire.
a actriz estava casada com o argumentista e realizador inglês simon monjack desde maio de 2007.
terça-feira, dezembro 15, 2009
nomeações para os globos de ouro 2010
aqui ficam as nomeações, nas 25 categorias, para a 67ª edição dos globos de ouro, que vai ter lugar no beverly hilton hotel no próximo dia 17 de janeiro de 2010. nos filmes destacam-se as 6 nomeações para "up in the air", um drama romântico escrito e realizado por jason reitman, com george clooney, vera farmiga e jason bateman. o segundo filme mais nomeado é "nine", o musical dirigido por rob marshall, que conta com um elenco de luxo (nicole kidman, kate hudson, penelope cruz, daniel day lewis, marion cotillard, judi dench e sophia loren). com quatro nomeações cada surgem "avatar", o épico de james cameron, e "inglourious basterds", de quentin tarantino. nas séries televisivas, o maior número de nomeações pertence a "glee", com quatro, seguindo-se, com três, "30 rock", "big love", "damages", "mad men" e "dexter".
best perfomance by an actor in a motion picture - drama: jeff bridges, "crazy heart"; george clooney, "up in the air"; colin firth, "a single man"; morgan freeman, "invictus"; tobey maguire, "brothers".
best motion picture - musical or comedy: "(500) days of summer"; "the hangover"; "it's complicated"; "julie & julia"; "nine".
best perfomance by an actress in a motion picture - musical or comedy: sandra bullock, "the proposal"; marion cotillard, "nine"; meryl streep, "it's complicated"; meryl streep, "julie & julia"; julia roberts, "duplicity".
best perfomance by an actor in a motion picture - drama: matt damon, "the informant"; daniel day lewis, "nine"; robert downey jr., "sherlock holmes"; joseph gordon levitt, "(500) days of summer"; michael stuhlbarg, "a serious man".
best perfomance by an actress in a supporting role in a motion picture: mo-nique, "precious"; julianne moore, "a single man"; anna kendrick, "up in the air"; vera farmiga, "up in the air"; penelope cruz, "nine".
best perfomance by an actor in a motion picture - drama: matt damon, "invictus"; christopher plummer, "the last station"; stanley tucci, "the lovely bones"; christoph waltz, "inglourious basterds"; woody harrelson, "the messenger".
best animated feature film: "coraline"; "the fantastic mr. fox"; "cloudy with a chance of meatballs"; "the princess and the frog"; "up".
best foreign language film: "barria"; "broken embraces"; "a prophet"; "the white ribbon"; "the maid".
best director - motion picture: kathryn bigelow, "the hurt locker"; james cameron, "avatar"; clint eastwood, "invictus"; jason reitman, "up in the air"; quentin tarantino, "inglourious basterds".
best screenplay - motion picture: "up in the air"; "it's complicated"; "district 9"; "the hurt locker"; "inglourious basterds".
best original score - motion picture: michael giacchino, "up"; marvin hamlisch, "the informant"; james horner, "avatar"; abel krozeniowski, "a single man"; karen o. e carter burwell, "where the wilds things are".
best original song - motion picture: "i will see you", de "avatar"; "the weary kind", de "the crazy heart"; "winter", de "brothers"; "cinema italiano", de "nine"; "i want to come home", de "everybody's fine"
TELEVISÃO
best television series - drama: "big love"; "dexter"; "house"; "mad men"; "true blood".
best perfomance by an actor in a television series - drama: simon baker, "the mentalist"; michael c. hall, "dexter"; jon hamm, "mad men"; hugh laurie, "house"; bill paxton, "big love".
best perfomance by an actress in a television series - drama: glenn close, "damages"; january jones, "mad men"; julianna margulies, "the good wife"; anna paquin, "true blood"; kyra sedgwick, "the closer".
best television series - comedy or musical: "30 rock"; "entourage"; "glee"; "modern family"; "the office".
best perfomance by an actress in a television series - comedy or musical: toni collette, "united states of tara"; courteney cox, "cougar town"; edie falco, "nurse jackie"; tina fey, "30 rock"; lea michele, "glee".
best perfomance by an actor in a television series - comedy or musical: alec baldwin, "30 rock"; steve carell, "the office"; david duchovny, "californication"; "thomas jane, "hung"; matthew morrison, "glee".
best mini-series or motion picture made for television: "georgia o'keefe"; "grey gardens"; "into the storm"; "little dorrit"; "taking chance".
best perfomance by an actress in a mini-series or motion picture made for television: joan allen, "georgia o'keefe"; drew barrymore, "grey gardens"; jessica lange, "grey gardens"; anna paquin, "the courageous heart of irena sendler"; sigourney weaver, "prayers for bobby".
best perfomance by an actor in a mini-series or motion picture made for television: kevin bacon, "taking chance"; kenneth branagh, "wallander: one step behind"; chiewetel ejiofor, "endgame"; brendan gleeson, "into the storm"; jeremy irons, "georgia o'keefe".
best perfomance by an actress in a supporting role in a serie, mini-series or motion picture made for television: jane adams, "hung"; rose byrne, "damages"; jane lynch, "glee"; janet mc teer, "into the storm"; chloe sevigny, "big love".
best perfomance by an actor in a supporting role in a serie, mini-series or motion picture made for television: michael emerson, "lost"; william hurt, "damages"; john lithgow, "dexter"; neil patrick harris, "how i met your mother"; jeremy piven, "entourage".
CINEMA
best motion picture: "avatar"; "the hurt locker"; "inglourious basterds"; "precious"; "up in the air".
best perfomance by an actor in a motion picture - drama: jeff bridges, "crazy heart"; george clooney, "up in the air"; colin firth, "a single man"; morgan freeman, "invictus"; tobey maguire, "brothers".
best motion picture - musical or comedy: "(500) days of summer"; "the hangover"; "it's complicated"; "julie & julia"; "nine".
best perfomance by an actress in a motion picture - musical or comedy: sandra bullock, "the proposal"; marion cotillard, "nine"; meryl streep, "it's complicated"; meryl streep, "julie & julia"; julia roberts, "duplicity".
best perfomance by an actor in a motion picture - drama: matt damon, "the informant"; daniel day lewis, "nine"; robert downey jr., "sherlock holmes"; joseph gordon levitt, "(500) days of summer"; michael stuhlbarg, "a serious man".
best perfomance by an actress in a supporting role in a motion picture: mo-nique, "precious"; julianne moore, "a single man"; anna kendrick, "up in the air"; vera farmiga, "up in the air"; penelope cruz, "nine".
best perfomance by an actor in a motion picture - drama: matt damon, "invictus"; christopher plummer, "the last station"; stanley tucci, "the lovely bones"; christoph waltz, "inglourious basterds"; woody harrelson, "the messenger".
best animated feature film: "coraline"; "the fantastic mr. fox"; "cloudy with a chance of meatballs"; "the princess and the frog"; "up".
best foreign language film: "barria"; "broken embraces"; "a prophet"; "the white ribbon"; "the maid".
best director - motion picture: kathryn bigelow, "the hurt locker"; james cameron, "avatar"; clint eastwood, "invictus"; jason reitman, "up in the air"; quentin tarantino, "inglourious basterds".
best screenplay - motion picture: "up in the air"; "it's complicated"; "district 9"; "the hurt locker"; "inglourious basterds".
best original score - motion picture: michael giacchino, "up"; marvin hamlisch, "the informant"; james horner, "avatar"; abel krozeniowski, "a single man"; karen o. e carter burwell, "where the wilds things are".
best original song - motion picture: "i will see you", de "avatar"; "the weary kind", de "the crazy heart"; "winter", de "brothers"; "cinema italiano", de "nine"; "i want to come home", de "everybody's fine"
TELEVISÃO
best television series - drama: "big love"; "dexter"; "house"; "mad men"; "true blood".
best perfomance by an actor in a television series - drama: simon baker, "the mentalist"; michael c. hall, "dexter"; jon hamm, "mad men"; hugh laurie, "house"; bill paxton, "big love".
best perfomance by an actress in a television series - drama: glenn close, "damages"; january jones, "mad men"; julianna margulies, "the good wife"; anna paquin, "true blood"; kyra sedgwick, "the closer".
best television series - comedy or musical: "30 rock"; "entourage"; "glee"; "modern family"; "the office".
best perfomance by an actress in a television series - comedy or musical: toni collette, "united states of tara"; courteney cox, "cougar town"; edie falco, "nurse jackie"; tina fey, "30 rock"; lea michele, "glee".
best perfomance by an actor in a television series - comedy or musical: alec baldwin, "30 rock"; steve carell, "the office"; david duchovny, "californication"; "thomas jane, "hung"; matthew morrison, "glee".
best mini-series or motion picture made for television: "georgia o'keefe"; "grey gardens"; "into the storm"; "little dorrit"; "taking chance".
best perfomance by an actress in a mini-series or motion picture made for television: joan allen, "georgia o'keefe"; drew barrymore, "grey gardens"; jessica lange, "grey gardens"; anna paquin, "the courageous heart of irena sendler"; sigourney weaver, "prayers for bobby".
best perfomance by an actor in a mini-series or motion picture made for television: kevin bacon, "taking chance"; kenneth branagh, "wallander: one step behind"; chiewetel ejiofor, "endgame"; brendan gleeson, "into the storm"; jeremy irons, "georgia o'keefe".
best perfomance by an actress in a supporting role in a serie, mini-series or motion picture made for television: jane adams, "hung"; rose byrne, "damages"; jane lynch, "glee"; janet mc teer, "into the storm"; chloe sevigny, "big love".
best perfomance by an actor in a supporting role in a serie, mini-series or motion picture made for television: michael emerson, "lost"; william hurt, "damages"; john lithgow, "dexter"; neil patrick harris, "how i met your mother"; jeremy piven, "entourage".
domingo, dezembro 13, 2009
contrastes cinematográficos
dois filmes, duas opiniões radicalmente opostas.
na sexta-feira vi "bruno", mais um alter-ego de sacha baron cohen, depois de ali g e borat. confesso que não esperava muito do filme, porque mesmo sem o ver já sabia minimamente o que se iria passar, em virtude das características da personagem principal. esperava, contudo, que o filme me surpreendesse e não fosse o tal desfile de clichés que eu estava à espera. tirando duas ou três cenas em que os meus músculos faciais tentaram fazer um esforço para esboçar um sorriso, o filme desapontou em toda a linha, usando e abusando de cenas que roçam a mais pura vulgaridade em termos cómicos, misturando-as com outras de muito mau gosto, em que se pisca claramente o olho à pornografia. sem querer parecer muito conservador, achei sinceramente que sacha baron cohen leva longe de mais a sua caricatura de bruno (porventura até será essa a ideia), apresentando-o desprovido de conteúdo e como veículo para poder mandar umas indirectas a várias personalidades, como por exemplo madonna e angelina jolie (com a cena da adopção de uma criança africana). até poderia resultar num sketch no "saturday night live", mas prolongar um sketch até uma hora e meia é esticar demasiado a corda. e foram, certamente, 90 minutos que eu nunca mais vou conseguir recuperar...
por outro lado, "inglourious basterds", que vi hoje, domingo, reconciliou-me com o quentin tarantino que eu aprendi a gostar depois de ver "reservoir dogs", "pulp fiction" e "jackie brown". os seus últimos trabalhos ("kill bill 1 e 2" e "death proof") não me impressionaram e marcaram uma "ruptura" com o tarantino argumentista e criador de diálogos memoráveis, como os de vincent vega e jules winnfield em "pulp fiction" ou a discussão sobre a letra de "like a virgin" no início de "reservoir dogs". com este "basterds" nem se dá pelo tempo a passar. o filme prende-nos do início ao fim, com diálogos estimulantes e muito bem urdidos, momentos hilariantes, especialmente a cargo de brad pitt, que está simplesmente notável neste filme, e um leque fabuloso de grandes actores, tão bom que quase nem se pode falar em actores principais e em actores secundários neste filme. neste referido leque destaca-se christoph waltz, actor austríaco, vencedor do prémio de melhor actor no festival de cannes 2009, que interpreta o sinistro coronel hans landa. os seus momentos no ecrã são os mais intensos do filme, confrontando sempre com inteligência e mestria as suas "vítimas". para além disso, waltz consegue com distinção e brilhantismo representar em quatro línguas diferentes: alemão, inglês, francês e italiano (a cena em que fala em italiano é das mais hilariantes do filme, frente a frente com brad pitt e o pior sotaque italiano da história do cinema). tal como em pulp fiction, "inglourious basterds" vai encaixando gradualmente na perfeição várias fragmentos do enredo, desembocando a acção, neste caso, num cinema parisiense, onde, a assistir à estreia de um filme, está o fuhrer himself, adolf hitler, e os seus mais directos colaboradores.
um fim de semana cinematográfico com dois travos distintos.
quinta-feira, dezembro 10, 2009
terça-feira, dezembro 08, 2009
de sorrisos amarelos a lágrimas de crocodilo em cinco segundos
depois de muitos anos a liderar as audiências televisivas em portugal, a sic parece não encontrar formatos apelativos que lhe permitam destronar a tvi, nomeadamente à noite. nenhum director de programas consegue encontrar antídoto para combater, no período das 21h30 às 00h30, três novelas seguidas, quase sem intervalos (naquela que deve ser, a nível europeu, a programação mais preguiçosa e oportunista de que há memória). o povinho também gosta, para além das novelas, dos programas da manhã e da tarde, em directo, onde desfilam os casos mais escabrosos, as histórias de puxar à lágrima, os cantores "pimba" (neste aspecto, o toy deve ser o mais requisitado. não há semana nenhuma em que o anafado cantor não apareça na televisão) e os casos mais flagrantes de "sorrisos amarelos" e "lágrimas de crocodilo" dos apresentadores, que conseguem fazer a transição de um momento mais delicado e emotivo para um sketch cómico ou um actuação musical com uma facilidade tremenda.
se na tvi há manuel luís goucha e cristina ferreira de manhã e júlia pinheiro à tarde, a sic tratou de arranjar rapidamente a mesma solução, colocando um "casalinho" de manhã, rita ferro rodrigues e francisco menezes, e uma "senhora" à tarde, fátima lopes. até aqui, tudo bem. o pior foi quando a "cópia" tentou ultrapassar o "original" pelos piores motivos. se goucha e cristina ferreira são estridentes, mais parecendo que estão numa marcha popular ou num espectáculo de revista, rita ferro rodrigues e francisco menezes ainda o tentam ser mais ainda. se júlia pinheiro se comove em directo com os seus convidades, fátima lopes tem que fazer mais: chorar em directo baba e ranho, porque isso dá audiências. foi o que aconteceu ontem, quando a convidada foi diana chaves e, a meio da entrevista, entrou em estúdio o pai da apresentadora/modelo/actriz. o progenitor da convidada discorreu longamente sobre as dificuldades de criar duas filhas sozinho, depois do falecimento da esposa. em letras grandes, no ecrã aparecia "diana chaves perdeu a mãe aos 11 anos", o pai falava normalmente, diana chaves escutava as suas palavras de uma forma contida e séria, mas fátima lopes tinha que fazer aquilo para que é paga. em sucessivos "close up's", o realizador mostrava-nos o rosto da apresentadora inundado de lágrimas, numa expressão condoída, como se estivesse a ter conhecimento daquela história pela primeira vez na vida. será que vale mesmo a pena abdicar da integridade para ter mais dois ou três por cento nas audiências?...
hoje, no "companhia das manhãs", a determinada altura, os convidados foram um casal, que falaram sobre a sua relação de 15 anos e, sobretudo, do cancro que foi diagnosticado à esposa há cerca de 3 anos. quase em lágrimas, a esposa revelou que foi o marido que a ajudou sempre, "24 sobre 24 horas", que nunca saiu do lado dela, etc., etc.. a apresentadora, igualmente compadecida perante tal testemunho de amor, saiu-se, no final da entrevista, com esta pérola: "realmente, pode viver-se sem saúde, mas sem amor não se consegue". realmente, a saúde é muito sobrevalorizada por estes dias...
a sic "apimbalhou-se" propositadamente, para ficar mais parecida com a tvi, mas o povinho, aquele que "engole" as novelas todas, o goucha, a júlia pinheiro, as criancinhas a cantar mais desafinadas que o zé cabra, o inenarrável josé pedro vasconcelos e os seus japoneses, prefere, mesmo assim, o original. até na porcaria é preciso ser-se minimamente exigente.
se na tvi há manuel luís goucha e cristina ferreira de manhã e júlia pinheiro à tarde, a sic tratou de arranjar rapidamente a mesma solução, colocando um "casalinho" de manhã, rita ferro rodrigues e francisco menezes, e uma "senhora" à tarde, fátima lopes. até aqui, tudo bem. o pior foi quando a "cópia" tentou ultrapassar o "original" pelos piores motivos. se goucha e cristina ferreira são estridentes, mais parecendo que estão numa marcha popular ou num espectáculo de revista, rita ferro rodrigues e francisco menezes ainda o tentam ser mais ainda. se júlia pinheiro se comove em directo com os seus convidades, fátima lopes tem que fazer mais: chorar em directo baba e ranho, porque isso dá audiências. foi o que aconteceu ontem, quando a convidada foi diana chaves e, a meio da entrevista, entrou em estúdio o pai da apresentadora/modelo/actriz. o progenitor da convidada discorreu longamente sobre as dificuldades de criar duas filhas sozinho, depois do falecimento da esposa. em letras grandes, no ecrã aparecia "diana chaves perdeu a mãe aos 11 anos", o pai falava normalmente, diana chaves escutava as suas palavras de uma forma contida e séria, mas fátima lopes tinha que fazer aquilo para que é paga. em sucessivos "close up's", o realizador mostrava-nos o rosto da apresentadora inundado de lágrimas, numa expressão condoída, como se estivesse a ter conhecimento daquela história pela primeira vez na vida. será que vale mesmo a pena abdicar da integridade para ter mais dois ou três por cento nas audiências?...
hoje, no "companhia das manhãs", a determinada altura, os convidados foram um casal, que falaram sobre a sua relação de 15 anos e, sobretudo, do cancro que foi diagnosticado à esposa há cerca de 3 anos. quase em lágrimas, a esposa revelou que foi o marido que a ajudou sempre, "24 sobre 24 horas", que nunca saiu do lado dela, etc., etc.. a apresentadora, igualmente compadecida perante tal testemunho de amor, saiu-se, no final da entrevista, com esta pérola: "realmente, pode viver-se sem saúde, mas sem amor não se consegue". realmente, a saúde é muito sobrevalorizada por estes dias...
a sic "apimbalhou-se" propositadamente, para ficar mais parecida com a tvi, mas o povinho, aquele que "engole" as novelas todas, o goucha, a júlia pinheiro, as criancinhas a cantar mais desafinadas que o zé cabra, o inenarrável josé pedro vasconcelos e os seus japoneses, prefere, mesmo assim, o original. até na porcaria é preciso ser-se minimamente exigente.
segunda-feira, dezembro 07, 2009
de "chicotada psicológica" a "derrocada psicológica"
vitória de setúbal - sporting, 0-2
ao longo da minha vida, já tive ocasião de ver milhares de jogos de futebol. este, seguramente, foi um dos piores. jogo insuportavelmente chato, a roçar o entediante, com uma quantidade record de passes falhados, de parte a parte, mais parecendo um jogo dos distritais, que teve, como cereja no topo do bolo, um golo anedótico, incaracterístico da primeira liga do futebol português. se o sporting joga apenas isto com a pior equipa do campeonato, reduzida a 10 jogadores durante meia hora, não sei o que jogará quando enfrentar equipas mais fortes. o que o sporting fez hoje foi mau demais, foi uma insignificância total. chega a ser constrangedor ver esta equipa jogar, os passes falhados, a falta de fio de jogo, a incapacidade criar algum perigo em pontapés de canto, etc.. muito mau, tudo muito mau. isto, volto a dizer, contra a pior equipa da liga nacional. este vitória de setúbal é muito fraquinho, mesmo muito, mas, em dados momentos do jogo, o sporting atingiu e até ultrapassou os índices de mediocridade do seu opositor. quem estivesse a ver este jogo, desconhecendo em absoluto a realidade do futebol português, rapidamente chegaria à conclusão de que se estavam a defrontar os dois últimos classificados da liga. é que nem a jogar com mais um jogador o sporting foi claramente superior a um vitória de setúbal que "encaixou" oito (8!) golos do benfica.
tal como a direcção da sad quis, carlos carvalhal está a orientar actualmente o sporting. este seria o jogo ideal para o técnico mostrar alguma audácia, um lampejo que fosse. teve tudo: um golo madrugador (aos 5 minutos) para os jogadores ganharem confiança, um opositor completamente inofensivo, uma expulsão de um jogador adversário a 30 minutos do final do jogo e o tal lance do segundo golo, oferecido a meias pelo árbitro e pelo guarda-redes do vitória de setúbal. mesmo assim, tirando a substituição de izmailov ao intervalo, o técnico fez o mais básico possível, trocando jogador por jogador, não alterando nada em termos de sistema táctico. de que tinha medo carvalhal? a ganhar apenas por 1-0 e com mais um jogador, retirou fernandez de campo para introduzir hélder postiga. ou seja, colocou alguém ao lado de liedson, mas retirou o seu principal municiador. e adrien silva continuou em campo, sempre a aumentar o score de passes errados. note-se que miguel veloso se notabilizou no sporting a jogar precisamente na posição de adrien silva. e, curiosamente, miguel veloso até estava em campo. um treinador competente, atento, exigente e, acima de tudo, ambicioso, tinha tirado adrien silva, colocando miguel veloso no seu lugar, moutinho na esquerda, pereirinha na direita, e fernandez atrás de liedson e postiga. o que fez carvalhal? recuou moutinho, colocando-o ao lado de adrien, com veloso à esquerda e pereirinha à direita, com os dois avançados na frente. passou a jogar, contra dez jogadores, num 4x4x2. o que é que aconteceu? os avançados ficaram simplesmente sozinhos na frente, numa luta inglória contra quatro defesas do vitória de setúbal. carvalhal ainda não se compenetrou de que já não está a orientar o marítimo ou o beira mar. num jogo destes, com todos os factores a favor que já referi, carvalhal mostrou-se receoso e inseguro, denotando desconfiança na qualidade do plantel que orienta. o que se viu nos últimos trinta minutos, em que, repito, o sporting jogava com mais um jogador, foi isto: os laterais não foram uma única vez à linha do fundo, nenhum jogador do meio-campo criou desequilíbrios no um-para-um, pereirinha na direita e veloso na esquerda não criaram um único lance nem serviram os avançados, moutinho e adrien atropelavam-se mutuamente, postiga continuou a passear toda a sua inconsequência, aliada a uma azelhice tremenda na altura de rematar à baliza, e liedson lá andava, meio perdido, sem ninguém com quem jogar, sobretudo depois da saída de fernandez. penosos trinta minutos, para quem pensava que estavam reunidas todas as condições para os jogadores se libertarem, "abrirem o livro" e partirem para um resultado mais desnivelado, motivador e gerador de confiança, que anda arredada da equipa há muito tempo. afinal, se os jogadores também não ajudam (veja-se o que jogou abel, polga, caneira, adrien, pereirinha, postiga, moutinho, veloso. a propósito, joão moutinho e miguel veloso não podem ser substituídos? por que raio é que, mesmo não exibindo qualquer rendimento, nunca são substituídos? já são vacas sagradas, com vinte e poucos anos?), o treinador também não ajuda, com os sinais de receio e insegurança que vêm do banco. nota-se que os jogadores estão ainda pior psicologicamente do que no tempo de paulo bento. a contratação de um técnico medíocre como carlos carvalhal, que na presente temporada tinha sido despedido do marítimo (tão medíocre que, com mitchel van der gaag, um treinador inexperiente, os madeirenses estão em quinto lugar, à frente do sporting), foi como que uma facada nas costas dos jogadores, que viram nessa contratação um forte sinal de desconfiança nas reais capacidades do plantel leonino. dessa forma, a chamada "chicotada psicológica" foi transformada em "derrocada psicológica". agora, com o campeonato perdido, resta à equipa lutar pela taça de portugal, taça da liga e tentar dar uma boa imagem na liga europa. ah, e contar os dias até carlos carvalhal ir embora... se era para escolherem um treinador de transição, poderiam ter escolhido bem melhor entre os nomes que estavam disponíveis. enfim...
ao longo da minha vida, já tive ocasião de ver milhares de jogos de futebol. este, seguramente, foi um dos piores. jogo insuportavelmente chato, a roçar o entediante, com uma quantidade record de passes falhados, de parte a parte, mais parecendo um jogo dos distritais, que teve, como cereja no topo do bolo, um golo anedótico, incaracterístico da primeira liga do futebol português. se o sporting joga apenas isto com a pior equipa do campeonato, reduzida a 10 jogadores durante meia hora, não sei o que jogará quando enfrentar equipas mais fortes. o que o sporting fez hoje foi mau demais, foi uma insignificância total. chega a ser constrangedor ver esta equipa jogar, os passes falhados, a falta de fio de jogo, a incapacidade criar algum perigo em pontapés de canto, etc.. muito mau, tudo muito mau. isto, volto a dizer, contra a pior equipa da liga nacional. este vitória de setúbal é muito fraquinho, mesmo muito, mas, em dados momentos do jogo, o sporting atingiu e até ultrapassou os índices de mediocridade do seu opositor. quem estivesse a ver este jogo, desconhecendo em absoluto a realidade do futebol português, rapidamente chegaria à conclusão de que se estavam a defrontar os dois últimos classificados da liga. é que nem a jogar com mais um jogador o sporting foi claramente superior a um vitória de setúbal que "encaixou" oito (8!) golos do benfica.
tal como a direcção da sad quis, carlos carvalhal está a orientar actualmente o sporting. este seria o jogo ideal para o técnico mostrar alguma audácia, um lampejo que fosse. teve tudo: um golo madrugador (aos 5 minutos) para os jogadores ganharem confiança, um opositor completamente inofensivo, uma expulsão de um jogador adversário a 30 minutos do final do jogo e o tal lance do segundo golo, oferecido a meias pelo árbitro e pelo guarda-redes do vitória de setúbal. mesmo assim, tirando a substituição de izmailov ao intervalo, o técnico fez o mais básico possível, trocando jogador por jogador, não alterando nada em termos de sistema táctico. de que tinha medo carvalhal? a ganhar apenas por 1-0 e com mais um jogador, retirou fernandez de campo para introduzir hélder postiga. ou seja, colocou alguém ao lado de liedson, mas retirou o seu principal municiador. e adrien silva continuou em campo, sempre a aumentar o score de passes errados. note-se que miguel veloso se notabilizou no sporting a jogar precisamente na posição de adrien silva. e, curiosamente, miguel veloso até estava em campo. um treinador competente, atento, exigente e, acima de tudo, ambicioso, tinha tirado adrien silva, colocando miguel veloso no seu lugar, moutinho na esquerda, pereirinha na direita, e fernandez atrás de liedson e postiga. o que fez carvalhal? recuou moutinho, colocando-o ao lado de adrien, com veloso à esquerda e pereirinha à direita, com os dois avançados na frente. passou a jogar, contra dez jogadores, num 4x4x2. o que é que aconteceu? os avançados ficaram simplesmente sozinhos na frente, numa luta inglória contra quatro defesas do vitória de setúbal. carvalhal ainda não se compenetrou de que já não está a orientar o marítimo ou o beira mar. num jogo destes, com todos os factores a favor que já referi, carvalhal mostrou-se receoso e inseguro, denotando desconfiança na qualidade do plantel que orienta. o que se viu nos últimos trinta minutos, em que, repito, o sporting jogava com mais um jogador, foi isto: os laterais não foram uma única vez à linha do fundo, nenhum jogador do meio-campo criou desequilíbrios no um-para-um, pereirinha na direita e veloso na esquerda não criaram um único lance nem serviram os avançados, moutinho e adrien atropelavam-se mutuamente, postiga continuou a passear toda a sua inconsequência, aliada a uma azelhice tremenda na altura de rematar à baliza, e liedson lá andava, meio perdido, sem ninguém com quem jogar, sobretudo depois da saída de fernandez. penosos trinta minutos, para quem pensava que estavam reunidas todas as condições para os jogadores se libertarem, "abrirem o livro" e partirem para um resultado mais desnivelado, motivador e gerador de confiança, que anda arredada da equipa há muito tempo. afinal, se os jogadores também não ajudam (veja-se o que jogou abel, polga, caneira, adrien, pereirinha, postiga, moutinho, veloso. a propósito, joão moutinho e miguel veloso não podem ser substituídos? por que raio é que, mesmo não exibindo qualquer rendimento, nunca são substituídos? já são vacas sagradas, com vinte e poucos anos?), o treinador também não ajuda, com os sinais de receio e insegurança que vêm do banco. nota-se que os jogadores estão ainda pior psicologicamente do que no tempo de paulo bento. a contratação de um técnico medíocre como carlos carvalhal, que na presente temporada tinha sido despedido do marítimo (tão medíocre que, com mitchel van der gaag, um treinador inexperiente, os madeirenses estão em quinto lugar, à frente do sporting), foi como que uma facada nas costas dos jogadores, que viram nessa contratação um forte sinal de desconfiança nas reais capacidades do plantel leonino. dessa forma, a chamada "chicotada psicológica" foi transformada em "derrocada psicológica". agora, com o campeonato perdido, resta à equipa lutar pela taça de portugal, taça da liga e tentar dar uma boa imagem na liga europa. ah, e contar os dias até carlos carvalhal ir embora... se era para escolherem um treinador de transição, poderiam ter escolhido bem melhor entre os nomes que estavam disponíveis. enfim...
a filosofia da mediocridade
vitória de setúbal - sporting
ao intervalo: 0-1 (liedson, 5 m)
considerações:
chega a ser assustador o número de passes errados de adrien silva. colocado numa posição nevrálgica, o jogador leonino tem sido a imagem do "reinado" de carlos carvalhal: muita vontade, mas muito pouco jeitinho. os laterais, esses, parece que vão piorando, de jogo para jogo. quando uma pessoa pensa que já não podem descer mais, em termos de rendimento, eles mostram-nos o contrário. caneira parece que está a tentar rivalizar com adrien, em termos de número de passes falhados e pontapés inconsequentes para a frente (uma imagem de marca de outro defesa esquerdo do sporting, grimi) e abel é... bem, que dizer, uma autêntica nulidade, tanto a defender como a atacar. nesta primeira parte, deixou-se antecipar por um adversário na pequena área do sporting, num lance em que rui patrício fez uma grande defesa, não tendo um jogador directo para marcar parece completamente perdido quando a equipa está a defender. a atacar, ainda é pior. quando não centra para a área mal passa a linha do meio campo, abel simplesmente não está para se chatear a acompanhar as manobras ofensivas da equipa. há um lance paradigmático nesta primeira parte. a jogada desenrolou-se pelo lado esquerdo, com trocas de bola entre miguel veloso, izmailov, moutinho e fernandez. o chileno endossou a bola a liedson que, na cabeça da área, se fartou de esperar que aparecesse alguém do lado direito, que estava completamente desguarnecido. de tanto esperar, liedson voltou a passar para fernandez e o lance acabaria por se perder, como tantos outros. onde estava abel? ninguém sabe.
dou toda a razão do mundo a liedson em relação às suas declarações no final do jogo contra o heerenveen. este novo sistema táctico só prejudica o "levezinho". sozinho na frente, fartou-se de esperar várias vezes por alguém para dar continuidade aos lances. matias fernandez está a jogar atrás de liedson, não ao lado, e tem revelado pouca frescura física para acompanhar liedson no ataque. o sporting não pode jogar desta forma contra o último classificado da liga, que apenas tem quatro golos marcados em onze jogos. não pode fazer apenas um remate à baliza em 45 minutos. parece subserviente, cauteloso demais, quando o que lhe compete é assumir o domínio do jogo, a responsabilidade de vencer. a meu ver, liedson revoltou-se com esta "vulgarização" do sporting, esta cultura da mediocridade, assente numa gritante falta de confiança no plantel que a direcção demonstrou ao contratar um treinador vulgar, sem capacidade de liderança para orientar um "grande", sem currículo... o espírito de treinador de equipas do meio da tabela de carlos carvalhal ficou bem patente no jogo contra o benfica, em que o empate, o "pontinho", foi mais do que suficiente para o técnico (apesar de estar a onze pontos dos encarnados). hoje, em setúbal, com tantas preocupações defensivas e com liedson sozinho no ataque, parece-me que, se voltar a empatar, vai voltar a esfregar as mãos de contente...
volto no final do jogo.
ao intervalo: 0-1 (liedson, 5 m)
considerações:
chega a ser assustador o número de passes errados de adrien silva. colocado numa posição nevrálgica, o jogador leonino tem sido a imagem do "reinado" de carlos carvalhal: muita vontade, mas muito pouco jeitinho. os laterais, esses, parece que vão piorando, de jogo para jogo. quando uma pessoa pensa que já não podem descer mais, em termos de rendimento, eles mostram-nos o contrário. caneira parece que está a tentar rivalizar com adrien, em termos de número de passes falhados e pontapés inconsequentes para a frente (uma imagem de marca de outro defesa esquerdo do sporting, grimi) e abel é... bem, que dizer, uma autêntica nulidade, tanto a defender como a atacar. nesta primeira parte, deixou-se antecipar por um adversário na pequena área do sporting, num lance em que rui patrício fez uma grande defesa, não tendo um jogador directo para marcar parece completamente perdido quando a equipa está a defender. a atacar, ainda é pior. quando não centra para a área mal passa a linha do meio campo, abel simplesmente não está para se chatear a acompanhar as manobras ofensivas da equipa. há um lance paradigmático nesta primeira parte. a jogada desenrolou-se pelo lado esquerdo, com trocas de bola entre miguel veloso, izmailov, moutinho e fernandez. o chileno endossou a bola a liedson que, na cabeça da área, se fartou de esperar que aparecesse alguém do lado direito, que estava completamente desguarnecido. de tanto esperar, liedson voltou a passar para fernandez e o lance acabaria por se perder, como tantos outros. onde estava abel? ninguém sabe.
dou toda a razão do mundo a liedson em relação às suas declarações no final do jogo contra o heerenveen. este novo sistema táctico só prejudica o "levezinho". sozinho na frente, fartou-se de esperar várias vezes por alguém para dar continuidade aos lances. matias fernandez está a jogar atrás de liedson, não ao lado, e tem revelado pouca frescura física para acompanhar liedson no ataque. o sporting não pode jogar desta forma contra o último classificado da liga, que apenas tem quatro golos marcados em onze jogos. não pode fazer apenas um remate à baliza em 45 minutos. parece subserviente, cauteloso demais, quando o que lhe compete é assumir o domínio do jogo, a responsabilidade de vencer. a meu ver, liedson revoltou-se com esta "vulgarização" do sporting, esta cultura da mediocridade, assente numa gritante falta de confiança no plantel que a direcção demonstrou ao contratar um treinador vulgar, sem capacidade de liderança para orientar um "grande", sem currículo... o espírito de treinador de equipas do meio da tabela de carlos carvalhal ficou bem patente no jogo contra o benfica, em que o empate, o "pontinho", foi mais do que suficiente para o técnico (apesar de estar a onze pontos dos encarnados). hoje, em setúbal, com tantas preocupações defensivas e com liedson sozinho no ataque, parece-me que, se voltar a empatar, vai voltar a esfregar as mãos de contente...
volto no final do jogo.
"before the bullfight" - david sylvian
I hear your voice
Way down inside
A whispering sea
Of towering trees
But no reply
A silence so rare
And more than I can stand
Sweeps like a flood
Through life's flesh and blood
And steals away with it's heart
If I'm losing you
Then there's nothing more that I can say
The fighting is on
And battles are won
Or thrown away
But if I could live
Safe and sound
In God given fields
Or mountains of steel
Then here I'd stay
Till you'd gone
Guilty of stealing
Every thought I own
I will take my turn
To fight the bullfight
Every word's sunk in deep
Like the blades of a knife through my heart
But my strength will return
To fight the bullfight
As time's come to show
I'm told nothing more than I should know
A ship on the sea that threatens to leave
But never goes
This island of blue
Where life clings to your hands
Like water and sand
Will loose it's way
When you're gone
When all's forgiven
Still every fault's my own
I will take my turn
To fight the bullfight
Say a prayer for my release
When every hope in the world is asleep
And my strength will return
To fight the bullfight
(esta música, uma das minhas preferidas de david sylvian, que pertence ao disco "gone to earth", de 1986, tem uma versão ao vivo simplesmente excepcional, gravada no hammersmith odeon, a 30 de maio de 1988. o disco, "david sylvian live at hammersmith, odeon", é um bootleg com uma excelente qualidade de som, cujo alinhamento é o seguinte:
Ancient Evening, Incantation, Orpheus, Before The Bullfight, Taking The Veil, Weathered Wall, The Boy With The Gun, River Man, The Grand Parade, (Introduction of Band); The Ink In The Well, Nostalgia, Forbidden Colours (Intro), Back Waters, Brilliant Trees, Steel Cathedrals (Intro), Let The Happiness In, Gone To Earth, Awakening. indispensável para admiradores da obra de david sylvian.
terça-feira, dezembro 01, 2009
"how i met your mother"
tenho um sério problema. eu sei que aqueles que me conhecem pessoalmente devem estar neste momento a fazer, verbal ou mentalmente, a pergunta "só um?"... pois, tenho mais. e até tenho para troca, mas por agora vou cingir-me apenas a este. quando compro séries de televisão em dvd, sou incapaz de parar quando sei que ainda há episódios novos para ver. há anos que isto me acontece. foi assim com "seinfeld", "friends", "arrested development", "entourage", "studio 60 on the sunset strip", "24", "californication" e, agora, com "how i met your mother". depois de ter visto os 22 episódios da primeira série, por duas vezes, fiquei completamente "agarrado", encontrando mesmo alguns paralelismos com "friends" (barney e chandler bing; ted e robin parecem ross e rachel). depois desta primeira "dose", calcorreei várias vezes os corredores da fnac de viseu à procura da segunda série. os meses foram passando e... nada.
em setembro, quando arrancou a quinta temporada da série nos estados unidos, comecei a achar muito estranho que, por cá, ainda nem sequer tivesse sido lançada a segunda temporada em dvd. em outubro, qual não foi o meu espanto quando vi, nos escaparates, a TERCEIRA temporada à venda. "mas que grande escaparate!...", pensei eu. "e onde está o raio da segunda série?", isto ainda era eu a pensar. eu costumo pensar bastante. de imediato, depois de ter acabado os meus pensamentos, dirigi-me a um dos balcões da fnac, que em viseu deve ter uns 358 funcionários (suplantam muitas vezes o número de clientes), e apresentei a minha indignação. o funcionário, com um ar de quem já estava à espera deste género de indignação há muito tempo, informou-me, com a maior das naturalidades, como se tivesse passado dias a desejar ser interpelado e a decorar as suas falas para a eventualidade de alguém dar conta do "desaparecimento" da segunda série de "how i met your mother", que o dvd chegou a ser lançado em portugal, ainda antes da terceira série, mas vinha com um "defeito": não trazia legendas em português. logo, não foi colocado à venda, tendo o produto sido enviado para trás. acontece que, pelos vistos, ninguém foi capaz de resolver esta questão, tendo-me o funcionário informado que a segunda série teria que ser colocada à venda assim mesmo, sem legendas em português, a partir de 3 de dezembro.
totalmente esclarecido, acabei, obviamente, por comprar a terceira série. eu juro que ainda fiz um esforço enorme para aguentar e esperar pela segunda série, para não passar da primeira para a terceira, saltando a segunda temporada. mas... não consegui. ainda tentei meter a quinta série de "entourage" ao barulho, prometendo a mim mesmo que, desta vez, iria ver apenas um episódio por dia, para "esticar" a série. mais uma vez... não consegui. "despachei" o "entourage" em dois dias!!!
dessa forma, não me restou outra alternativa. que diabo, era como ter tiramisu na cozinha prontinho a comer e fazer um esforço terrível para não ir lá buscá-lo. assim, "atirei-me" à terceira série, ávido de novidades sobre a odisseia de ted mosby na procura da mulher perfeita, de mais imbecilidades "lendárias" de barney stinson, do ajustamento de lily e mashall à vida de casados e de... robin, a bela robin (aqui escuso de especificar. quem já viu a série sabe perfeitamente do que estou a falar...). ao todo, 20 episódios. duas dezenas de episódios "fresquinhos" que eu podia "dosear" perfeitamente. quem sabe até chegar a segunda série... mas, nada feito. digamos que fui à cozinha, comecei a servir-me do tiramisu, fui tirando mais, e mais, e mais, e quando olhei para a travessa... já não havia tiramisu. tinha-me alambazado à grande. o meu problema é que não consigo ficar "suspenso" em determinada situação, tenho que ver o que acontece a seguir, caso contrário não durmo. quando seguia as séries antigamente pela televisão, eu detestava os "to be continued", eram as palavras que eu menos gostava de ver no ecrã. eu não sou um tipo de "to be continued's". dessa forma, quando acabei o segundo disco da terceira série, já eram 2 da manhã, pensei "bolas, já é tarde, mas eu tenho que saber o que vai acontecer a seguir". meti o terceiro disco, com os últimos sete episódios e... vi-os todos. teve que ser, foi superior às minhas forças. quando me deitei, fi-lo de consciência tranquila e sossegada. a ansiedade pode matar uma pessoa (ou duas) e eu quero viver, pelo menos, até aos 40.
é claro que o apetite para a segunda temporada ainda é grande, mas sei que a vou ver condicionado, porque já vi a terceira. de qualquer forma, se a primeira série foi muito boa, a terceira ainda foi melhor, a meu ver.
depois de tudo isto, com tanta conversa sobre tiramisu, acho que... vou ver novamente a terceira série. from the top, all over again...
"gentle moon"
há músicas que constituem excelentes companheiras de viagem. esta é uma delas. "gentle moon", dos sun kil moon. a voz de mark kozelek é um daqueles prazeres que nos fazem sorrir por dentro enquanto nos deleitamos com as suas palavras. "all calendars pass, days die off and hope cannot last; but if love was like stone, then yours was mine, through to my bones"...
os artistas
os mecânicos são provavelmente a classe operária menos solidária com os seus semelhantes. quando chegamos à oficina com o carro, seja para reparar um retrovisor, mudar um pneu ou substituir os amortecedores, eles sentem sempre necessidade de fazer mais do que lhes pedimos. dessa forma, inspeccionam o carro de alto a baixo e no espaço de tempo em que "trabalham" o carro chegam sempre à mesma conclusão, que fazem questão de dizer alto e bom som quando chegamos para levantar o carro: "isto é que estava aqui um serviço bem feito. tivemos que bla, bla, bla, bla, bla e ainda tivemos que colocar os bla, bla, bla e os bla, bla, bla, porque quem vos mexeu no carro deve ter sido cá um artista que nem sequer reparou que os bla, bla, bla não estavam bem alinhados com os bla, bla, bla. foi uma trabalheira para colocar o carro em condições. quer dizer, ele bem ainda não está, para isso tinha que ficar cá mais uns dias, mas foi o que se pode arranjar para levaram o carro ainda hoje". os clientes de uma oficina de automóveis têm sempre que ficar com a sensação de que têm o carro mais defeituoso de todos os tempos, isso é essencial para o "negócio". por isso é que, quando acabamos de pagar a conta, obviamente extrapolada, ainda ouvimos o mecânico dizer "mas olhe que temos que ver aquele problema do bla, bla, bla, porque o carro agora ainda aguenta uns tempitos, mas nunca se sabe... traga-me cá depois o carro para eu ver essa questão do bla, bla, bla com mais tempo".
daqui a uns tempos, se levarmos o mesmo carro a um outro mecânico, repete-se a história, mas nesse caso o "guru da oficina" de hoje passará a "artista"...
p.s. - todos os "bla, bla, bla" deste texto são obviamente termos técnicos proferidos por profissionais do sector. achei que não vos deveria maçar com eles. se a minha reacção directa aos mesmos, e eu era parte interessada, foi uma passagem pelo cérebro tão fugaz como a carreira cinematográfica da mariah carey, imagino como seria para vocês...
daqui a uns tempos, se levarmos o mesmo carro a um outro mecânico, repete-se a história, mas nesse caso o "guru da oficina" de hoje passará a "artista"...
p.s. - todos os "bla, bla, bla" deste texto são obviamente termos técnicos proferidos por profissionais do sector. achei que não vos deveria maçar com eles. se a minha reacção directa aos mesmos, e eu era parte interessada, foi uma passagem pelo cérebro tão fugaz como a carreira cinematográfica da mariah carey, imagino como seria para vocês...
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