terça-feira, outubro 07, 2008

d. afonso henriques beirão


a propósito disto:
"e se d. afonso henriques, afinal, nasceu em Viseu?
E se D. Afonso Henriques não tivesse, de facto, nascido em Guimarães? A tese do falecido historiador A. Almeida Fernandes serve de base à decisão da Câmara de Viseu de comemorar os 900 anos do rei-fundador. Mas Guimarães também vai comemorar"

bem, são 900 anos de história deitados ao lixo. "aquilo que é possível, admissível, hipotético ou provável não se pode transformar em certezas", afirmou josé mattoso, historiador, sobre esta temática. tudo isto não passa de aproveitamento político, de mais uma forma de colocar a cidade nas televisões e na comunicação social pelas razões erradas. não bastando a ridicularização da cidade aquando do estágio da selecção nacional, para além de outras magníficas iniciativas como o iber rock e o adro moda, viseu é agora motivo de chacota nacional por pretender realizar as cerimónias dos 900 anos do nascimento de d. afonso henriques, "apenas" porque há um historiador que sustenta a possibilidade de o primeiro rei de portugal ter nascido aqui na cidade. 900 anos depois.
as cerimónias dos oitocentos anos do nascimento de d. afonso henriques foram em guimarães, a estátua do rei foi erigida naquela cidade em 1887, ao longo dos anos os nossos bisavós, avós, pais e filhos aprenderam na escola primária que d. afonso henriques nasceu em guimarães, livros, documentos, documentários, etc.. mas havendo uma remota e distante hipótese de tudo isto estar errado e de viseu sacar alguns dividendos turísticos e mediáticos através de um erro grosseiro da nossa história que colocou d. afonso henriques a nascer em guimarães e não em viseu, a cidade fica logo em bicos de pés a reivindicar para si as comemorações dos 900 anos do nascimento do primeiro rei de portugal. puro provincianismo de gente que quer ser mais do que aquilo que efectivamente é. sou de viseu, adoro esta cidade, mas critico veementemente esta forma de aproveitamento político que se pretende efectuar no próximo ano, reivindicando para nós o epíteto de "cidade berço" da nação. como será depois quando, nas escolas primárias, for ensinado às nossas crianças que d. afonso henriques nasceu em guimarães? não ficarão elas confusas? ou será que se pretende igualmente mudar os conteúdos teóricos da disciplina de história? e a estátua? vamos mandar fazer uma, já que a autarquia nada em dinheiro, ou vamos buscá-la a guimarães? tenham juízo. estimem sim o que cá temos e o que é efectivamente nosso.

2 comentários:

Anónimo disse...

Convém conhecer a tese de A. de Almeida Fernandes e uma vez que na época ainda não havia "barrigas de aluguer"... o filho só poderia ter nascido onde estivesse a mãe a condessa-rainha D. Teresa.
Agora guerras é que não!A figura de D. Afonso I poderá muito bem ser lembrada por todos os que assim o entenderem.

AC

josé alberto lopes disse...

não se pode falar em "guerras" numa questão como esta, em que o oportunismo, o mediatismo e a ganância falam mais alto. fernando ruas quer aparecer, adora ir à televisão, aparecer na televisão, por isso é que em qualquer evento, até numa mera inauguração de uma estrada, critica sempre a ausência dos canais de televisão; as comemorações dos 900 anos do nascimento de d. afonso henriques são mais um pretexto para tal, como o foi o estágio da selecção, em que não houve um dia em que não aparecesse na televisão. o problema é que os dividendos que a cidade tira destas "iniciativas" são muito reduzidos quando comparados com os elevados e desmesurados gastos. e quanto não custarão as propaladas comemorações dos 900 anos do nascimento do primeiro rei de portugal? a autarquia terá poder financeiro para as mesmas ou voltará a pedir auxílio à visabeira, sabe-se lá com que contrapartidas?