domingo, maio 25, 2008

sexta à noite

tudo isto aconteceu em poucas horas:
comprei a revista "GQ", curioso para ler as crónicas de dois dos maiores vultos da literatura nacional moderna: miguel sousa tavares e miguel esteves cardoso. o facto de vir a diana chaves na capa, neste caso, é mesmo secundário, porque embirro solenemente com a rapariga, assim como embirro com merches e matadinhos, etc.. ao fim de jantar, sentei-me e comecei a ler a crónica de MST. habituado a ler os textos do escritor, em jornais e revistas, sei perfeitamente que o homem escreve muito bem, vende milhares de livros e, acima de tudo, não dá erros ortográficos. posto isto, importa questionar que raio de jornalistas tem a revista na sua redacção para o referido texto vir cheio de "gralhas". então na página 28 é um fartote: "obcessão", "cabeçeira", "justiçeira". são muitos erros para um texto tão pequeno. terá sido algum redactor benfiquista ou sportinguista? um amigo de vasco pulido valente? um não fumador?
minutos depois:
passo os olhos pelo debate entre os candidatos à liderança do psd. a moderadora é manuela moura guedes (a betty grafstein do jornalismo nacional). sempre com o seu ar arrogante e postura altiva, colocando todos os seus entrevistados ao nível do tino de rans, a jornalista usou e abusou, num debate não muito longo, da seguinte pergunta: "como é que é?". acharia moura guedes que estava a falar com os filhos? - "constança e lourenço, o quarto está todo desarrumado. como é que é?". é que, num debate com alguma importância para o país, no qual se esclareceriam algumas dúvidas sobre qual o melhor candidato para defrontar josé sócrates no próximo ano nas legislativas, confrontar os candidatos assim, desta forma tão infantil e amadora, chega a roçar o ridículo. - "passos coelho, a questão laboral, como é que é?"; - "santana lopes, a redução de impostos, como é que é?"; - "patinha antão, quem é você e o que faz aqui?" (esta sim, era uma pergunta que ela poderia ter feito).
mais tarde, na mesma noite:
estava no computador e a minha mulher fazia um zapping pelos canais. parou no canal 1. estava a dar o "sexta à noite", com o cabotino do josé carlos malato. já aqui escrevi o que achava dele e do seu programa (medíocre demais). mas ontem, em poucos minutos, porque felizmente a minha mulher também não gosto do tipo, conseguiu enervar-me solenemente com mais alguns pormenores da sua infinita ignorância e falta de aptidão para apresentar um talk show. a convidada era elisabete jacinto. ela senta-se e começa por dizer que está na plateia uma claque da sua terra natal, o montijo. diz logo o malato: - "ai tu és do montijo?". o pobre do homem continua a não recolher qualquer tipo de informação sobre as pessoas que convida para o seu programa. logo a seguir, pede três (três, meu deus) salvas de palmas para a mãe da elisabete jacinto que estava na plateia: quando a convidada refere a sua presença; quando a vai buscar à plateia e quando ela se senta ao lado da filha. um bocadinho mais tarde, a gota de água: no seguimento da conversa com a convidada, malato diz isto: - "ah pois, tu eras psicóloga". elisabete jacinto diz, meio acabrunhada: - "não, era professora de geografia". brilhante! tinha decidido deixar de ver esta autêntica aberração televisiva depois da segunda emissão. ontem, depois de mais estas pérolas e de verificar que o homem apresenta o programa da mesma forma leviana e que continua a preparar as entrevistas (ou conversas, ou lá o que é) em cima do joelho, sem procurar saber alguma coisa mais para além do nome dos convidados, decidi que não volto mais a ligar a televisão às sextas-feiras à noite. é muito arriscado. manuela moura guedes e josé carlos malato na mesma noite? nunca mais...

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