sábado, dia 17 de março. o meu filho, quase a fazer 8 anos, foi com a mãe ao seu primeiro concerto rock: os 4 taste. veio de lá um pouco defraudado, nomeadamente porque o som estava demasiado alto para os seus pouco habituados ouvidos. mas ele conhece as músicas de cor, vê os morangos, sabe os nomes deles, enfim, é um fã. mas, segundo a minha mulher, no concerto portou-se... com discrição. sossegado, a observar tudo o que se passava à sua volta, sempre com "um pé atrás", desconfiado mas ao mesmo tempo a assimilar tudo. esse seu comportamento foi rotulado pela mãe como um comportamento típico... do pai. no dia seguinte, ele sabia responder, com exactidão, a todas as perguntas que lhe coloquei sobre o concerto. assimilou, na verdade, tudo o que se passou ali, naquela hora e meia de concerto, naquele que ficará, para sempre, como o seu primeiro concerto de sempre.
por sua vez, a minha filha, nessa mesma noite, ficou comigo em casa. depois do tradicional "truque" para ela não reparar que a minha mulher saiu de casa (quando repara desata num choro de meia hora), resolvi pôr música calminha, para a sossegar. na televisão, estava prestes a começar a segunda parte do fc porto - sporting, depois de uma primeira parte interessante do sporting, mas em que a equipa voltou a revelar os mesmos três "in's" de sempre: é inofensiva, inconsequente e ingénua (neste último aspecto, até demais). já sabia que, para evitar que a minha filha chorasse durante meia hora, teria que a adormecer. e foi o que aconteceu depois de 20 minutos ao som de the czars. deitei-a no sofá, aconcheguei-a e pude, verdadeiramente, assistir ao resto do jogo, já com o som da televisão em vez da música. o sporting jogava agora a um nível inferior ao registado na primeira parte e eu já nem sequer imaginava que pudessem marcar. mas tello surpreendeu-me e marcou mesmo. agora vejam lá o meu azar... não costumo festejar os golos do sporting de forma efusiva, mas era um golo contra o fc porto, o campeão nacional, e em sua casa. o entusiasmo invadiu-me uns míseros milésimos de segundo após a bola embater no fundo da baliza de helton e... eu não pude fazer nada... gritar golo? impossível. a mariana acordava. abraçar alguém? não estava lá ninguém comigo. dar pulos? ir à varanda gritar "sporting"? também não. então, sentado no sofá ao lado da minha filha a dormir, apenas levantei os braços e sorri. depois, até ao final do jogo, foi um sufoco. já tinha a mensagem escrita no telemóvel a dizer "sporting venceu um a zero", para enviar à minha mulher, portista, que estava no concerto com o pedro, quando o fc porto ia marcando. felizmente, não marcou e pude enviar a mensagem. azar o dela, sorte a minha (e dos benfiquistas também, incluindo o meu pai e o meu cunhado). o campeonato parecia estar entregue mas o sporting, com aquela vitória no sábado, conseguiu alterar uma história que parecia previsível há muito tempo. antes assim...
o pedro e a paula chegaram a casa, estivemos a falar sobre o concerto ainda durante algum tempo, até o meu filho se render ao cansaço e ir dormir, com um enorme sorriso estampado na face. quando me fui despedir dele no quarto, disse-me: "pai, este foi um dia espectacular!". e foi mesmo.
1 comentário:
que post mais delicioso este... pelo menos a tua mulher tem bom gosto! ;-)
beijocas
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