terça-feira, setembro 19, 2006

fazer algo

a necessidade de fazer alguma coisa pode levar uma pessoa à depressão. estamos de fim de semana. dois dias inteiros para se fazer alguma coisa. o que se vai fazer? ninguém sabe. e enquanto se decide para onde se vai, como se vai e quanto tempo lá vamos ficar... o fim de semana esgota-se. conclusão: ficamos em casa.
vamos para o trabalho na segunda de manhã e a pergunta é sempre a mesma:
"então esse fim de semana como foi? o que fizeram?"
o que diabo é que eu poderia ter feito que fosse suficientemente interessante para resistir a este tipo de insistência? é um fim de semana, por amor de deus, dois dias sem trabalhar. é preciso ser melhor do que isto?
mas a pressão é tanta que nos sentimos "obrigados" a ter tido um fim de semana tão bom como o deles. por causa deles. e então atiramos com isto:
"fui com a paula fazer caça submarina";
"fizemos um teste de lançamento da nave espacial";
"fomos esquiar para a serra".
no fundo, o que se pode fazer no fim de semana senão tentar descansar o mais possível, sabendo que tens duas crianças em casa e que tens que evitar que uma delas parta a cabeça a tentar subir a uma cadeira, que a outra atravessa bem a estrada quando vai lá para fora andar de bicicleta. depois as birras, os choros, os gritos (caramba, eu tenho mesmo que começar a reagir melhor às derrotas do sporting!).
mas ainda se arranja algum tempo para descansar, não fazendo nada (isto depois de fazer o almoço, lavar a louça, arrumar a cozinha, passar o esfregão no chão, adormecer a mais nova, entreter o mais velho, etc). mesmo com tudo isto que coloquei entre parentesis, ainda se conseguem arranjar uns minutos para me deitar no sofá com a mulher no sofá a ver um bom filme, como foi o caso deste fim de semana, quando vimos o "infiltrados", de spike lee, com denzel washington, clive owen e jodie foster. quality time indeed.

2 comentários:

Anónimo disse...

e é mesmo... e sabe melhor assim.

tulipa_negra disse...

eheehhe
também me acontece isso, apesar de não ter crianças em casa.
não percebo essa obrigação estúpida de ter de fazer algo especial no fim-de-semana.