quarta-feira, julho 05, 2006

fogo que arde, sem se ver

estamos em julho, o calor aperta, o mundial de futebol centra as atenções do país.
maio passou, junho também; no mês corrente também ainda não se ouviu falar muito neles.
será que se extinguiram?
falo dos incêndios, essa calamidade que atinge o nosso país por esta altura.
parece que está encontrado o antídoto para essa praga incendiária: realizar-se um mundial de futebol todos os anos.
outra questão que me consome prende-se com a comunicação social. em anos anteriores, qualquer incêndio tinha "honras" de abertura nos telejornais, havia zonas amarelas, zonas laranja, de grande risco, de pequeno risco, etc.. entrevistavam-se pessoas nos locais sinistrados, os bombeiros pediam mais meios, os governantes diziam que "para o ano é que nos vamos preparar convenientemente", os repórteres entravam em directo mesmo ao lado das chamas, enfim, era um verdadeiro "reality show".
está calor como nos anos anteriores, portanto as condições naturais propícias à ocorrência de fogos existem na mesma, e tenho a certeza de que tem havido incêndios por esse país fora... pois é. mas nos anos anteriores não houve mundial e era preciso "arranjar" notícias para encher os telejornais, porque por esta altura (verão, praia, calor, férias) não há agenda política, não há parlamento, não há campeonato de futebol, não há tribunais, não há julgamentos.
tenho a certeza de que, quando acabar o mundial de futebol, vão "aparecer" centenas de incêndios por esse país fora nas notícias. e voltaremos a ter a nossa tão apregoada calamidade natural sazonal.

5 comentários:

marta r disse...

Fica atento. Para a semana, chegam as notícias do país real com os incêndios à cabeça!

BR disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
BR disse...

Engraçado... Hoje o telejornal começou às 13h, como sempre aliás... mas só às 13:43h (eu estava de olho no relógio) é que começaram as "notícias". Até lá... só futebol - o ópio, a marijuana ou a cocaína do povo... Para herói(na)s temos o Ricardo, o Cristiano, o Maniche e o Ricardo Carvalho.

Mas como se diz na minha terra: "Para triste, já basta a vida" e pedacinhos de alegria como estes ajudam a colorir o Verão de todas as cores com papelinhos brilhantes, em vez do vermelho do sangue dos feridos em atentados na Faixa de Gaza ou do laranja do fogo nas matas ou até do cinzento dos dias de quem não os sabe pintar.

(No meu caso não é catarse... é gozo.)

Abracinho,
BR

Anónimo disse...

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