fui pai pela primeira vez há precisamente 25 anos. em 1999, tinha 26 anos, sentia que estava preparado para assumir esse papel, mas quando a realidade chegou apercebi-me de que tinha treinado para os 100 metros barreiras quando a prova que iria disputar era uma maratona. o primeiro filho é o maior teste que a vida nos coloca, em que somos constantemente desafiados, temos de estar sempre disponíveis e com a atenção, cuidado e empenho a bater nos níveis máximos em todos os momentos. o primeiro filho transforma-nos em adultos em 10 segundos, estabelece paradigmas de maturidade, molda-nos para o resto da vida e pavimenta um caminho seguro e menos vacilante para uma segunda ou terceira experiência. cheguei à segunda, seis anos depois. em 2005, tudo me pareceu diferente, apesar de os patamares de exigência voltarem a estar sempre no topo. tudo pareceu mais fácil já, com menos nervos e medo de errar. em ambos os casos, o mesmo orgulho, gratificação e embevecimento ao vê-los crescer, aprender a caminhar, a falar, a escrever. o mesmo trabalho de filigrana na sua educação, o mesmo esmero na sua comunicação, os mesmos padrões de civismo, honestidade e solidariedade. hoje, são já ambos adultos. ele com 25, ela com 19. hoje, estão ambos fora da cidade onde vivo, a dar rumo às suas vidas noutras cidades. hoje, fazem anos! passou um quarto de século e eu continuo a vestir o papel de pai com os mesmos valores e o mesmo cuidado, entrega e atenção de sempre, apesar da distância. jamais olvidarei a ressonância emocional que a paternidade me granjeou, até porque a vida se constrói de memórias. adorei cada minuto dos seus crescimentos e será impossível algum dia sentir-me expropriado desse sentimento tão sagrado.
tem sido um enorme privilégio e um orgulho avassalador ser vosso pai, Pedro Lopes e Mariana Lopes! não tenho nenhuma dúvida de que este sentimento estará comigo até ao meu último fôlego neste mundo!
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