quarta-feira, janeiro 06, 2016

antecipando o décimo aniversário



já tinha saudades vossas. sim, estou a falar dessa meia dúzia de resistentes que ainda passa regularmente por este cantinho para ver se há algo de novo. e realmente aconteceu muita coisa neste hiato de tempo, com o ano de 2015 a vestir de negro e a ficar guardado na prateleira como um dos mais desafortunados de sempre. e acreditem que me fez falta vir aqui desabafar as minhas amarguras. mesmo que ninguém as lesse, sei que ficaria melhor se as gritasse para a blogosfera.
muita coisa mudou, é um facto. desde logo, a nível profissional. desde a criação deste blogue, em 2006, sempre tive o mesmo emprego, que, apesar de mal pago e de oferecer condições precárias a todos os níveis, teve esse lado positivo de me possibilitar a sua actualização quase diária. tinha tempo, música à disposição, internet rápida e até silêncio e disponibilidade para deixar a inspiração chegar. o início de 2015, no entanto, fez-me ver que nunca chegaria a lado algum naquele emprego (já tinha completado todas as etapas mesmo) e que estava a enterrar os meus melhores anos de vida profissional num buraco sem fundo. resolvi, então, sair, arriscando mesmo ficar algum tempo sem trabalhar (sempre eram 42 anos e toda a gente sabe como estava o mercado de trabalho no início do ano). e o certo é que fiquei mesmo, talvez até um pouco mais do que estava à espera. foram meses e meses de centro de emprego, formações profissionais inócuas, juntas de freguesia, segurança social, burocracia imensa, papelada, carimbos, senhas de atendimento, procura de emprego em todas as plataformas possíveis, entrevistas, etc.. em novembro, porém, a sorte começou a iluminar o meu caminho, acabando por me trazer boas novas. chegou tarde a redenção, mas ainda veio a tempo de me dar algumas alegrias em 2015.
o blogue, todavia, é que foi perdendo protagonismo. com a chegada do facebook, o nuvens da alma ressentiu-se bastante, ficando um pouco para trás nas prioridades, em detrimento da rapidez do feedback que aquela rede social oferecia (e oferece). em todo o caso, os posts foram continuando, porém de forma menos regular, até que surgiu a ideia de criar também a página do nuvens da alma no facebook. juntei o melhor dos dois mundos (blogosfera e redes sociais) e o resultado até tem sido agradável em termos de visitas, interacção e aceitação, embora a maior parte dos textos seja uma espécie de retalho de alguns textos que me deram mais gozo escrever e, posteriormente, reler. e alguns textos dão-me realmente gozo voltar a ler. e são esses que costumo partilhar na página do facebook do blogue.
hoje, dia 6 de janeiro, dou por mim a consciencializar-me de que faltam poucos dias para o décimo aniversário do nuvens da alma e não quero, de forma alguma, deixar passar essa efeméride. este blogue sempre teve o efeito de uma montanha russa, com os seus altos e baixos. alturas houve em que o idolatrei e fazia dele o meu escape diário, o meu muro das lamentações, o meu confessionário; e outras em que, pela pressão de ter que o actualizar, para o manter interessante (sim, como se isso alguma vez fosse possível...) e vivo, quase o ostracizei. agora, passados quase dez anos, olho para ele com alguma nostalgia e carinho. caramba, são dez anos! são 2152 posts, quase 200 mil visualizações, 29 seguidores e 2137 comentários. estão nele registados os últimos dez anos da minha vida. ou, se calhar, podíamos dividir a coisa: de 2006 a 2010 no blogue; e de 2011 a 2015 no facebook. em todo o caso, aqui ficaram expressos muitos dos meus gostos (musicais, televisivos, cinematográficos), muitas das minhas irritações sociais, muitas paixões, desgostos, desabafos, frustrações, resignações. e, por tudo isto, a aproximação do seu 10º aniversário puxa pelo meu sentimentalismo e, daqui até lá, dia 10 de janeiro, vou fazer posts diários, nem que seja para falar do tempo ou das contratações de inverno do união da madeira. o que interessa é voltar a dar vida ao nuvens da alma. e, para isso, quem melhor do que eu!...

2 comentários:

Joaquim Alexandre Rodrigues disse...

Regresso bom, JAL!
Abraço e felicidades

josé alberto lopes disse...

obrigado, JAR! é sempre bom regressar a boas companhias.
Bom ano! Abraço!