segunda-feira, maio 10, 2010

dois lados

fantástico como dois programas com a mesma espinha dorsal, com o mesmo número de convidados, ambos com banda musical, com dois humoristas a apresentar e o resultado final... não poderia ser mais diferente. no sábado, farto-me de abrir a boca de sono com o "herman 2010", não chegando sequer a esboçar um sorriso; no domingo, farto-me de rir com o "lado b", de bruno nogueira.
herman josé continua a entrevistar os seus convidados exactamente da mesma forma, ou seja, 70% da conversa é sobre o próprio apresentador e as suas histórias, desde que tocava baixo, até ao teatro, televisão e cantigas, passando pela "pomba gira" e pelo alexandrino. nesse aspecto, bruno nogueira é uma lufada de ar fresco. diz o que quer, quando quer, sem pensar nas consequências e, a meu ver, está totalmente descontraído, tanto na apresentação, como nas entrevistas (a melhorar de programa para programa). se os dois programas fossem um disco, eu só ouviria o lado b...

6 comentários:

Rita Madureira disse...

Caro Bloguer, respeito a sua opinião mas não concordo. Num temos a inteligência ( Herman 2010)ao serviço do público, no canal público . No outro temos light TV que não passa de um rapaz alto de diz umas coisas supostamente bombásticas ( humor fácil).
Os convidados do Bruno na sua maioria têm sido, uns mal aproveitados, outros por si são péssimos. não me parece que falar de bimbis e do palrrar do filho da fatima lopes seja um bom tema para encher minutos da tv para a qual pago (pagamos). A verdade é que neste caso estamos perante a questão se queremos algo light ( e aí sim o bruno faz sentido) e algo com classe, onde vemos a ministra da cultura, a Joana vasconcelos, a Ana Moura, o camarada Otelo etc etc.
Um light, outro um luxo.
Torno a dizer, respeito a sua opinião.

Anónimo disse...

tem a certeza que está a falar do Herman 2010 ? é que não foi o Herman que entrevistou a mãe, nem fez a conversa com o RAP girar à volta do umbigo... o Bruno é frágil, impreparado, não faz bonecos, e limita-se a papaguear graçolas supostamente atrevidas e chocantes... A mim, quem me faz rir é a Katyzinha e os desarrincanços do Herman... mas aqui para nós, o que seria do amarelo se todos gostassemos da mesma cor ?

josé alberto lopes disse...

a meu ver, a presença dos convidados num talk show não será propriamente para voltarem a contar (nalguns casos pela centésima vez - otelo, berardo, queirós) a história das suas vidas desde o nascimento até ao presente. já que alguém falou de "humor fácil" (e pior do que humor fácil só humor... previsível), o monólogo inicial do herman é mais do que previsível, adivinham-se as piadas todas (aquele "está bem visto, sim senhor" é de uma pobreza confrangedora) e, apesar de querer provar o contrário (até pela mudança da cor do cabelo), herman continua o mesmo "instalado" dos últimos dez anos, sempre ressabiado com o último canal por onde passou. quando foi para a sic, criticava a rtp; quando foi para a tvi, criticava a sic; agora, no regresso à rtp, critica sic e tvi. cada projecto novo que experimentou na sic e na tvi tinha, no início, o "carimbo" de aprovação do humorista, muitas vezes dizendo mesmo que sempre foi o programa que quis fazer, para, no final, depois das terríveis audiências, vir "cascar" de alto a baixo no programa. aposto que, daqui a seis meses está a dizer "cobras e lagartos" da rtp e da péssima produção que o seu talk show tinha.
quanto a bruno nogueira, não há como explicar de outra forma: acho-lhe piada, tal como a ricardo araújo pereira e a poucos mais no panorama nacional. já aqui, neste blogue, defendi acerrimamente o ricardo araújo pereira, quando o que estava a dar era "bater" nos gato fedorento, porque estavam em "alta" (e ainda estão); agora defendo, e defenderei sempre que ele me fizer rir como tem feito aos domingos à noite, bruno nogueira). mas, tal como ambos os comentadores fizeram questão de salientar, há gostos para tudo. em todo o caso, recomendo-vos que comprem e revejam as séries de "contemporâneos", um programa quase consensual em termos de crítica, para aferirem se bruno nogueira faz ou não faz "bonecos" (manuela ferreira leite, etc), se bem que o melhor "boneco" que ele faz... é dele mesmo.

Phelps* disse...

Engraçado, vim ter aqui por acaso, e não posso deixar de me espantar, em como o humor é uma coisa tão subjectiva. Comparar um mestre da comunicação como o Herman, com um novato passageiro como o Nogueira, é para mim tarefa impensável. A cultura do Herman, e o seu passado riquíssimo, fazem com que nada nele seja previsível. É daqueles que vai para o piano tocar Chopin e a gente acredita. Dele espera-se tudo, até que saiba a marca dos sapatos da Ana Moura ! No Nogueira tudo é "Papa", "Fátima", uivos, "ah e tal" (copy/paste do RAP - esse sim com o seu valor) e atitude despenteada. A mesma com que vende café Delta e Super Bock sem alcool. Está condenado a ser um Rui Unas, tal como o Herman a fazer parte da história do humor em Portugal. Espantoso como certas pessoas se deixam enganar com tão pouco. Aconselho o visionamento do "Herman Enciclopédia", mas não tente ver os "Contemporâneos" de seguida, senão tem a sensação de que passou de Tim Burton para "Malucos do Riso".

josé alberto lopes disse...

"Espantoso como certas pessoas se deixam enganar com tão pouco".

mas eu deixei-me enganar como? em que sentido? se o tipo me faz rir, está cumprido o seu papel. não quero saber se é mais culto ou menos culto, se leva a mãe ou o pai ao programa (e quantas vezes já levou herman a mãe aos seus programas?), se toca chopin, se sabe a marca dos sapatos da ana moura (alguém falou em algo "light" num comentário. mais "light" do que isto?), ou se conhece o elton john e já tocou com a diana krall. a questão aqui é a seguinte, e foi a que presidiu à concretização do meu post: bruno nogueira faz-me rir; herman já não faz. aliás, já não me faz rir desde, precisamente, o "herman enciclopédia", aqui recordado no comentário anterior. se o bruno nogueira tem sempre o mesmo estilo de humor e faz sempre o mesmo "boneco", algo criticável segundo os comentadores, também um dos meus maiores ídolos em termos cómicos tem, steven wright, e isso não me impede de o idolatrar. aqui não se trata de idolatração, até porque bruno nogueira está muito longe ainda desse patamar, mas se a sua função naquele programa é fazer rir as pessoas, num ambiente descontraído (ao contrário de um outro, pretensioso, de ostentação e self-adoration), irreverente e descomplexado, então a sua missão, pelo menos para mim, está cumprida.
quanto ao herman, cresci com o seu humor, com "o tal canal", "hermanias", "crime na pensão estrelinha", "casino royale" e "herman enciclopédia", entre outros, e sempre o admirei... até começar a perder a piada, a meu ver, repito, em coisas abjectas e sem definição possível como os últimos anos do "herman sic", o falhanço total do "hora h", até aos programas totalmente "pimba" da tvi. até pode ser culto, de uma inteligência acima da média, muito bom músico, cantor, etc., mas, infelizmente, já não me faz rir. APENAS ISSO. se vos faz rir, óptimo. fico contente por vocês.

tadeu disse...

a entrevista com a presidente das virgens foi fantástica!
então, o que fazer com os rapazinhos que passam fome? :)