com o número de infectados com a gripe A a subir galopantemente no nosso país, vai ser difícil imaginar as campanhas eleitorais para as autárquicas e as legislativas, nos próximos meses de setembro e outubro. no outono, altura do ano em que as gripes acontecem com mais frequência e em que o perigo de contágio será ainda maior, todos os cuidados serão poucos e os alertas e as precauções que agora foram difundidas terão ainda maior significado. como todos sabemos, em campanha eleitoral, os políticos cumprimentam, com apertos de mão, abraços e beijos, milhares e milhares de pessoas, em feiras, comícios, almoços, jantares, etc.. portanto, lá para setembro, vamos começar a assistir a algo deste género:
- bom dia, minha senhora!
- olha quem ele é, o paulo portas. dê cá um beijinho.
- só um momento, tenho aqui umas perguntinhas para lhe fazer primeiro.
- umas perguntinhas...
- sim. ora vamos lá então: a senhora foi passar férias fora de portugal?
- não, eu não saí daqui de cinfães. espere, fui uma vez a resende, à festa da cereja.
- algum familiar seu esteve num outro país?
- eu tenho dois sobrinhos na suiça, mas este ano não vieram cá, nem sequer às festas populares de s. joão, os marotos...
- tem tido febres altas?
- não, eu é muito raro ter febre. isto é carne ruim, as doenças não querem nada comigo.
- então está bem, dê cá então um beijinho.
vai ser giro ver os políticos a acenar à multidão, de longe, de modo a fugir ao contacto pessoal com as pessoas. quero ver quem é que terá coragem de arriscar um beijo, um aperto de mão ou um abraço. se o povo decidir premiar com votos os mais corajosos... teremos então as eleições mais competitivas de sempre, onde até o cds-pp poderá ter alguma hipótese.
Sem comentários:
Enviar um comentário