como faço o que bem entender deste blogue, até tentar acabar com ele, como tem sido o caso, decidi, há uns tempos, fazer mensalmente uma compilação musical, reunindo os temas que mais ouvi em determinado mês. esses temas não têm necessariamente que ser actuais, por dois motivos: primeiro, porque sou eu que estipulo as regras e apetece-me estipular desta forma, e o que eu gosto de estipular...; segundo, porque ouço muita música dos anos 80, dos anos 90, muito foxtrot, charleston e corridinho, e seria injusto não as referir, colocando apenas músicas recentes para dar uma de entendido na matéria, conhecedor de tudo o que há de novo na indústria musical. fixei o número de músicas por compilação em 15. porquê? porque acho que é o número ideal de músicas para um cd, não muito longo e chato, nem muito curto ao ponto de ficarmos com água na boca a desejar mais (para além disso, eu já tinha dito antes que adoro estipular, não foi?). a ideia é gravar a dita compilação, tal como as futuras, para quando chegar a dezembro deste ano, quando gravar o último cd do ano, olhar para os doze discos e dizer: "porra, que maneira mais entediante de perder tempo". a minha mulher também não entende as minhas "emergências musicais" lá em casa. normalmente, ao fim de jantar apetece-me ouvir música, deve ser o momento do dia em que isso mais vezes acontece, o que a irrita solenemente, porque ela quer ver as notícias. também não tem muita paciência para aquelas situações, que acontecem frequentemente, em que eu, entusiasmado com uma nova banda ou cantor(a), digo que lhe vou mostrar uma música muita boa e que ela vai gostar, porque geralmente não gosta. é impossível competir com rita redshoes neste aspecto. ela olha para mim como se eu fosse um maluquinho, não entendendo como é que eu posso criar uma relação tão afectuosa com as minhas músicas preferidas. eu respondo que me apaixono mais rapidamente por músicas do que por pessoas, o que acaba por ser muito bom em termos de solidez do próprio casamento. ela não me imagina a fugir para las vegas com uma música, ou a sair de casa para ir viver com uma música num parque de campismo em peniche. aliás, o nosso casamento só corre verdadeiramente perigo quando ela me pergunta o que é que eu quero para jantar. ainda hoje aconteceu isso. se eu não dou a resposta certa, ou seja, aquilo que ela quer ouvir, as fundações da nossa relação começam imediatamente a abanar. se digo pizza, frango assado com natas, panados ou lasanha, ela revira os olhos instantaneamente, ao mesmo tempo que diz que só escolho pratos com natas e molhos. quem me mandou casar com uma dietista. quando disse, na minha terceira tentativa, pescada cozida com batatas cozidas, ela concordou e eu consegui salvar, mais uma vez, o nosso casamento.
a lenga-lenga já vai longa e eu ainda não anunciei quais são as doze músicas da compilação de maio. aqui estão elas:
1. to be the one - idaho
2. some kind of fool - david sylvian
3. the night - morphine
4. tomorrow started - talk talk
5. northern sky - nick drake
6. the warming sun - grandaddy
7. to wish impossible things - the cure
8. they died for beauty - ilya
9. dave's dream - the czars
10. in the morning of the magicians - the flaming lips
11. smokey - red house painters
12. ride - david sylvian
13. by starlight - the smashing pumpkins
14. pink cigarette - mr. bungle
15. the same deep water as you - the cure
decidi não colocar ainda nenhuma música do disco de estreia dos the pains of being pure at heart, porque só o comecei a ouvir ontem e tenho que "amadurecer" as minhas preferências em relação às músicas, isto apesar de já ter algumas preferidas ("a teenager in love", "young adult friction", "stay alive" e "gentle sons"). se tiver, no entanto, que avaliar o disco neste momento, apenas por estes dois dias de audição, sou tipo para lhe dar um 9, de 1 a 10.
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