quarta-feira, julho 02, 2008

vícios

acabei de ver, no canal fox, os dois últimos episódios da quarta série de "lost". é uma valente descarga emocional, é um facto, se bem que existam duas dezenas de situações com que um tipo possa facilmente embirrar. enerva-me, por exemplo, andar por lá um bebé, o aaron, filho da claire, que ninguém alimenta, nunca chora nem tem fome, nunca tem as fraldas sujas, nada. hoje até caiu de um helicóptero, o pobre bebé, e nem um arranhão teve. mas admito que ali muitas personagens poderosas, casos de ben (o meu preferido), desmond, kate, sawyer, jack, locke, hurley, sayid, e é muito por causa delas que eu vou mesmo ter que seguir esta série até ao fim.
até ao fim segui, religiosamente, a transmissão da primeira série de "californication", na rtp2, cujo último episódio foi para o ar na segunda feira passada. a segunda série começou a ser rodada em abril deste ano, para estrear no outono no canal showtime. a personagem de david duchovny, por quem eu nunca dei um chavo como actor e pensei que nunca conseguiria livrar-se da imagem do empertigado fox mulder dos "ficheiros secretos", é cativante, cómica na forma desprendida como vive a vida, tocante pelo amor eterno que sente pela ex-mulher e extremamente viciante pelo ódio que destila por tudo o que odeia e lhe causa repulsa. hank moody é um "loser" moderno, cheio de pinta, que vive dos rendimentos dos livros que escreve e das suas manhosas adaptações para cinema. a ex-mulher e a filha de ambos são as únicas pessoas que o conseguem trazer de volta ao mundo terreno. nesta primeira série, de apenas 12 episódios, ele vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para reconquistar a ex-mulher, sem, no entanto, deixar passar ao lado muitas recompensas inerentes ao seu estilo de vida boémio. uma série a comprar, de caras, sem hesitações, quando sair em dvd, porque o ritmo dos diálogos é tão intenso que, mesmo estando muito atento, ainda se perdem muitas pérolas de hank moody. muito respeito para tom kapinos, criador e argumentista chefe da série, cujo primeiro trabalho como argumentista em hollywood foi... "dawson's creek".
se "lost" tem inúmeras personagens fortes, carismáticas e marcantes, em "californication" basta uma: hank moody. depois de george costanza e chandler bing, moody é o meu "loser" preferido. e que venham mais dez séries, por favor.

4 comentários:

Anónimo disse...

Se em Lost, o entusiasmo inicial rapidamente deu lugar a um grande tédio (uma boa ideia quando demasiado complicada pode tornar-se numa grande porcaria...), já em Californication, o cepticismo inicial deu lugar a um vício semanal ("religiosamente" em frente ao televisor à segunda, com anestesia leve de "Weed").

Concordo que o Hank Moody é um adorável loser. Arrisco até a dizer que o loser charmoso é o prince charming dos dias de hoje > já ninguém acredita em principes mas qualquer mulher ambiciona salvar a alma de um Hank Moody...

D.O.P. disse...

Californication: EXCELENTE banda sonora.

Ana disse...

Subscrevo tudo o que diz o Anónimo. Hank Moody é "um adorável loser". Irresistível, até.

tulipa_negra disse...

comecei a ver o Californication mas confesso que pedri alguns episodios... tambem tinha receio de não conseguir afastar da mente a imagem do fox mulder, mas como dizes, isso não acontece. O Hank é um espectáculo!!!!

Já em relação ao Lost, infelizmente não tenho o Fox, so o Fox Life, por isso… perdi-me nessa ;-)

bjs