terça-feira, maio 13, 2008

grandes jornalistas

"queremos que portugal continue a formar grandes talentos. o aumento de estrangeiros nas camadas jovens quase triplicou nas últimas duas temporadas e é necessário modificar esta situação. por isso, não vamos poupar esforços nem dinheiro" - gilberto madaíl, ontem em viseu, aquando do anúncio dos 23 jogadores convocados por scolari para o euro 2008.

com a sala repleta de jornalistas, ninguém foi capaz de questionar madaíl sobre a presença de pepe e deco no lote dos jogadores seleccionados para o europeu. tonel e maniche não são portugueses? ou nunes e tiago? ou sereno e manuel fernandes?

4 comentários:

Anónimo disse...

ainda a questão?
eles naturalizaram-se portugueses.
não chega? até quando?

josé alberto lopes disse...

"o aumento de estrangeiros nas camadas jovens quase triplicou nas últimas duas temporadas e é necessário modificar esta situação. por isso, não vamos poupar esforços nem dinheiro". a questão é precisamente "não pouparem esforços nem dinheiro" a formar jogadores para depois, quando chega a oportunidade de jogarem pela selecção do seu país, terem os lugares tapados por jogadores naturalizados. não sou contra as naturalizações, acho que pepe e deco são grandes jogadores, estou é contra esta hipocrisia reinante no futebol português, de se tentar tapar o sol com uma peneira. então querem apostar nas camadas jovens, na formação dos jogadores, criando-lhes condições para desenvolverem as suas faculdades e aptidões, para depois, em alturas de grandes competições internacionais, terem de recorrer a jogadores que nem sequer tiveram de passar pelos sub-13, sub-17, sub-21, esperanças, etc..
se tivesse entrado para o cargo um novo presidente da FPF e ele tivesse afirmado o que madaíl afirmou, eu entenderia e aplaudiria, seria um incentivo para os jogadores mais jovens. agora, ter sido precisamente o gilberto madaíl, o homem que contratou scolari e permitiu a entrada de jogadores naturalizados na nossa selecção, é um bocado forte em termos de hipocrisia.
mas, caro anónimo, o meu post não pretendeu lançar este debate novamente para a praça pública, apenas evidenciar o "silêncio" da classe jornalística presente ontem no solar do dão perante tamanha barbaridade proferida pelo senhor gilberto madaíl. apenas isso.

Anónimo disse...

estamos a falar dois jogadores. e bons.
por isso não vejo por que se deverá andar atrás deste assunto mais que batido. é só isso.

josé alberto lopes disse...

mas ninguém anda atrás de assunto nenhum. vamos lá ver se nos entendemos: há uma clara incongruência entre o que disse madaíl e o facto de haver dois jogadores naturalizados no lote dos convocados. acho que é mais do que evidente. já disse, e repito, que gosto bastante dos dois jogadores, pepe e deco. são ambos muito bons e disso ninguém duvida, até porque jogam em dois dos maiores clubes do mundo, real madrid e barcelona. mas a questão não é essa, caro anónimo. o post, e o primeiro comentário, não pretende criticar as naturalizações, nem os jogadores naturalizados e nem o seleccionador que os convocou. pretende sim evidenciar a preguiça e o desleixo dos jornalistas desportivos, os mesmos que se borrifaram completamente para a investigação do "apito dourado". ouviram as declarações proferidas e calaram-se, não questionando a nova "política" de formação do presidente da FPF que, com o país afundado em grave crise económica, promete "não poupar esforços nem dinheiro" para inverter a tendência do aumento de estrangeiros nas camadas jovens. no final desse grande investimento na formação, talvez contrate mais um treinador estrangeiro e coloque mais uns três naturalizados na selecção.
sinceramente, acho que as declarações do sr. madaíl só são possíveis agora, com o mais que previsível afastamento de scolari. foi uma mensagem para o próximo seleccionador, dando a entender algum arrependimento (também pelas saídas sem honra nem glória da selecção de grandes jogadores como figo, rui costa, joão pinto e fernando couto) pela sua actuação (ou a falta dela) durante o "reinado" scolari. o homem é simplesmente patético.