terça-feira, abril 01, 2008

março

março acabou por ser um mês fantástico. começou bem e acabou melhor. houve festas para todos aqui em casa: a paula fez anos a 9; o dia do pai foi a 19; e os filhos fizeram anos a 27 (aniversários esses que começaram a ser festejados na quinta e só acabaram no domingo). foi também um mês muito bom em termos profissionais, há novas perspectivas no ar e oportunidades que foram devidamente agarradas; há ainda outras que poderão dar frutos a curto prazo. houve ainda a presença de amigos de longa data, daqueles que têm um espaço continuamente reservado no meu coração. tudo somado, olho para trás e verifico que tive, efectivamente, um mês espectacular, junto das pessoas que mais adoro e estimo. os deuses decidiram dar-me uma abébia. a prova definitiva do que acabei de escrever foi o telefonema que recebi ontem (segunda-feira) de manhã, com um convite anexado para almoçar. era o marco! o "desaparecido" marco, a quem perdi o rasto durante tantos anos. encontrei-o no ano passado (fiz um post sobre esse "acontecimento"), depois de 15 anos sem nos vermos (fomos colegas de turma e grandes amigos nos nossos tempos de liceu). um ano depois, ele reapareceu. e da melhor forma, diga-se, ao fazer algo que eu nunca imaginaria que ele fizesse (porque é uma pessoa algo desprendida, sem amarras emocionais a dificultar-lhe os movimentos, é um espírito livre e indomável, que não gosta de prestar qualquer subserviência a horários e requisitos pré-estabelecidos), ao convidar-me para almoçar. e foi óptimo conversar com ele, ficar a saber o que se tem passado na sua vida, pelos fascinantes relatos das suas constantes viagens ao estrangeiro, os seus actuais gostos e companhias. ele actualmente é aquilo que eu sempre pensei que ele viesse a ser. mantém-se fiel aos seus princípios, não alterou em nada a sua personalidade. continua o mesmo marco do liceu alves martins: sincero, humilde e sonhador. uma pessoa verdadeiramente genuína, sem artifícios supérfluos ou tiques materialistas, que não tem como ambição procurar agradar a alguém, não encenando gestos ou atitudes nesse sentido. quando ele conversa com alguém, conversa MESMO com alguém, os seus olhos não vagueiam por outros possíveis interlocutores na mesa ao lado.
ficou combinado um regresso a viseu, com mais tempo. se fosse possível, e isto é um "long-shot", gostaria de reunir o quarteto masculino dos tempos de liceu, numa grande jantarada. eu e o filipe já cá estamos, até trabalhamos juntos. falta o marco, que prometeu regressar, e o miguel, que trabalha em lisboa. lanço daqui o repto ao miguel, e à sua complicada agenda, para que torne esse encontro possível, quando se proporcionar. isto de ser um nostálgico inveterado tem muito que se lhe diga...
por falar em amigos, março marcou também o reencontro com o ricardo, meu amigo há 25 anos, padrinho do meu filho, nunca falhando um aniversário dele, e uma das pessoas com mais qualidades por metro quadrado. é a minha grande referência em termos culturais, foi a pessoa que mais me influenciou, e continua a influenciar, que moldou o meu desenvolvimento como pessoa, nunca se coibindo de criticar quando tinha de criticar, de elogiar quando tinha que elogiar, de estar presente quando precisei e quando ele julgou que era importante, nos bons e nos maus momentos. partilho com ele longos anos de referências, de verões e férias, de jogos de futebol no ciclo velho, à descoberta do zx spectrum, de tardes inteiras a jogar "futebol de mesa" ou "grand prix", das idas ao rio, das boleias para viseu para comprar discos, dos acampamentos em oeiras, as primeiras bebedeiras, os primeiros amores, o murro inadvertido que me deu quando festejou um golo de fernando gomes pelo sporting (ele que é portista ferrenho... mas grande admirador do bi-bota de ouro), os concertos musicais, o primeiro super rock super bock, com aquele fantástico alinhamento (therapy, morphine, faith no more e the cure), a viagem de carro a paredes de coura para ver apenas 25 minutos dos red house painters, a sua presença ao meu lado quando nasceu o pedro, foi com ele que partilhei a minha alegria por ter sido pai pela primeira vez. às vezes sinto que não fiz ainda metade do que ele já fez por mim. devo-lhe muito. mas esqueço-me de lho dizer. quando cá vem acima é sempre tudo a correr, nunca há tempo para nada, é um verdadeiro contra-relógio. mas é sempre importante e gratificante estar com ele, nem que seja por cinco minutos. e também por isso março foi, efectivamente, especial e inesquecível.

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