quinta-feira, junho 14, 2007

xau, adeus e até amanhã

1. "até amanhã".
2. "até amanhã, se deus quiser"
3. "até amanhã, se deus quiser e a saúde o permitir"
4. "até amanhã, se deus quiser, a saúde o permitir e o destino aprovar"
5. "até amanhã, se deus quiser, a saúde o permitir, o destino aprovar e o alinhamento planetário e cosmológico assim o defina como tal".

o hábito de ir esticando as frases habituais, do dia-a-dia, já vem de longe. nas despedidas isso ainda é mais evidente. um simples "adeus" já não é suficiente por estes dias, para além de ter uma conotação muito "definitiva", terminal mesmo. por isso, passou a utilizar-se mais o "xau", à italiana. "xau" é jovem, é descontraído, é uma despedida na desportiva, no relax, tipo "vais-te embora mas eu estou a lidar muito bem com isso e quando o comboio desaparecer do meu horizonte não vais passar de uma mera lembrança"; ao contrário do "adeus", que é um drama pegado, do género "ó meu deus, e agora, tu vais embora, vais desaparecer da minha vida; será que te volto a ver algum dia? será???" (três pontos de interrogação para aumentar o grau de dramaticidade). mas o "xau", às tantas, cansou, era muito curto, muito rápido. então veio o "xauzinho", mais queriducho, mais ternurento, que já indiciava alguma preocupação e carinho pela pessoa que se afastava: "xauzinho amor, prometo que vou regar as plantas, dar de comer aos nossos gatos e beijar a tua foto todos os dias". os machões começaram então a embirrar com o "xauzinho" (se o "xau" para eles já era fatela e pouco masculino, como o nuno eiró e o daniel nascimento, o "xauzinho" era um josé castelo branco). então vieram derivados como "see you later aligator", logo seguido do indispensável "after a while crocodile"; o enigmático "então vá"; o sempre popular "até logo" e o inevitável prolongamento "até loguinho"; o hispânico "adiós"; o anglo-saxónico "goodbye", que os cómicos aproveitam para juntar o sempre hilariante (tou a brincar, claro) "que eu goodfico". mas o mais utilizado, em utilização diária, é mesmo o "até amanhã", porque estamos a assumir que vamos voltar a ver a pessoa com quem estamos a falar no dia seguinte. mas, como no início deste post se pode constatar, também aqui há "pano para mangas", ao ponto de uma pessoa ficar, por vezes, uns bons 20 minutos a despedir-se. por mim, quanto mais depressa for, melhor, tipo penso rápido. detesto despedidas, especialmente de pessoas que gosto, como toda a gente. não tenho jeito para elas, porque nunca consigo demonstrar às pessoas que partem a falta que elas me vão fazer. por isso, nas despedidas mais sentimentais (aquelas não diárias), e como sou um pessimista por natureza, utilizo um "adeus", à moda antiga (sim, também sou do tipo fatalista, que acha que nunca mais vai ver a pessoa que se afasta). nas despedidas diárias, a minha escolha vai para um "até amanhã" (apenas, sem mais "rodriguinhos"). tudo o que venha a seguir a um "até amanhã" diário é uma clara tentativa de parecermos engraçados, sábios ou crentes.

2 comentários:

un tocco di zenzero disse...

Gosto muito daquele que escreveste e agora tenho muita saudade do Portugal e dos dias em que iamos a conhecer-nos...Lembro-me dos meus "adeus" a todas as pessoas que conheci alì...e vejo todas as caras...sempre espero de voltar e dizer: "ciao amici, bello rivedervi!"

Anónimo disse...

olá murilo benicio sou fabiana sou sua fã número 1 e gosto muito de voce por que voce foi como o melhor do ano eu vi coce recebendo o troféu no faustão e amo muito voce murilo vou deixar omeu imail com voce me responda fdomingospaula@bol.com.br quero te conlhecer thal milhares de beijos vou ficando por aqui vou falar minlhas caracteristicas para voce eu sou morene tenlho olhos pretos cabelos pretos sou bonita e me responda gostoso