sexta-feira, abril 27, 2007

out of sight




há dias questionei neste espaço o talento da jennifer lopez para cantar. tal como muitas outras "cantoras", ela tem inquestionavelmente uma excelente aparência, tem corpo, tem presença, e os espectáculos ao vivo devem atestar isso mesmo. o que lhe sobra em termos físicos, falta-lhe, no entanto, em termos vocais. e a prova disso é que, enquanto esteve em alta como actriz, os seus discos vendiam como pão quente acabadinho de sair do forno; agora que a carreira está um bocado em baixo, até já se limita a cantar em espanhol e as vendas não andam famosas.
em termos cinematográficos, a jennifer lopez também não se pode gabar muito. entrou em "cagadas" tipo "o comboio do dinheiro", "vamos dançar?" (com o canastrão do richard gere), "uma sogra de fugir", com jane fonda, "gigli", com ben affleck, "anaconda", "a cela", etc.. no entanto, no seu currículo aparece um filme, de 1998, que se destaca sobremaneira de todos os outros. chama-se "out of sight", em português creio que se chama "romance perigoso", realizado por steven soderbergh e produzido por danny de vito e barry sonnenfeld, com um elenco de luxo: george clooney, ving rhames, don cheadle, albert brooks, catherine keener, michael keaton, steve zahn, dennis farina e a própria jennifer lopez. na última cena, conta ainda com uma participação especial de samuel l. jackson. o filme é, de facto, muito bom, pelo argumento, pelas interpretações, pela realização, mas o que me leva a fazer este post, para além de salientar a performance de jennifer lopez (coisa rara em filmes, para ela), é a excelente química existente entre ela e george clooney. a cena em que ambos estão fechados na mala de um carro em andamento e o diálogo que encetam vão ficar para a história. ambos conseguem sair dos seus papéis, ela de polícia, ele de ladrão de bancos, e reagem como se estivessem a tomar café numa esplanada, numa abordagem marcada por muita tensão e atracção física.

neste filme, lopez provou que, de facto, era actriz. pena foi que depois tivesse escolhido sempre papéis fracos em filmes "fáceis" para o box-office, em detrimento de bons papéis que a ajudassem a crescer como actriz. há pouco tempo, a actriz tentou, finalmente, uma incursão pelo cinema mais sério, menos comercial e mais desafiante. rodou em 2005, com robert redford e morgan freeman, o filme "an unfinished life" e até se saiu bem. pode ser que seja uma viragem na sua carreira como actriz. mas mesmo que nunca mais faça nenhum filme de jeito, hei-de recordá-la sempre como a karen sisco do "out of sight".

1 comentário:

tulipa_negra disse...

que mauzinho! eu até gosto da rapariga... (apesar de a sua escolha de filmes ter sido realmente muito discutível)
vem também aí um outro que já roça o cinema mais sério e menos virado para o box office, chama-se bordertown e vai estrear em Maio

bjs