domingo, fevereiro 07, 2016

carol


assumir uma intensa relação proibida ou manter um relacionamento de fachada? abraçar a loucura de uma paixão emocionalmente honesta ou perpetuar uma amarga resignação e repressão num casamento para a sociedade apreciar? são estes os dilemas que "carol" encerra, tendo como cenário a cosmopolita nova iorque dos anos 50. cate blanchett está absolutamente soberba neste filme, atingindo o "nirvana" na ...cena de acareação com o marido e respectivos advogados. a sinceridade das suas palavras e a forma como são proferidas são tão desarmantes que se acaba por aí alguma resistência que ainda pudéssemos ter. rooney mara é o reverso da medalha da personagem assertiva, convicta e confiante de blanchett: é frágil, insegura e incapaz de tomar decisões. aliás, a melhor piada do filme pertence-lhe. quando ambas falam, ao almoço, sobre os seus relacionamentos, mara diz que o seu namorado quer viver e casar com ela, mas quando blanchett lhe pergunta se é isso que ela quer, ela responde: "eu? eu nem sequer sabia o que haveria de pedir para almoçar...". resumindo: um bom filme, com actuações acima da média e uma realização competente, como todd haynes já nos habituou. recomenda-se vivamente!