terça-feira, maio 05, 2020
poderá o sofrimento ser tão belo ao ponto de desejarmos morrer?
quem não conhecer a palavra "páthos" e a sua definição deve ver esta série para ficar a saber. o argumento poderia ser escrito em metade de uma folha A4, no entanto, há tanto a dizer sobre "after life" e a forma como arranca de nós mesmo as mais teimosas lágrimas. os 12 episódios, divididos em duas temporadas, seguem uma coerente linha entre a comédia, por vezes burlesca, e o drama, que por mais pungente que seja (e acreditem que é) nunca resvala para a pieguice gratuita, numa espécie de vertigem que nunca nos deixa cair. a empatia que criamos com tony (interpretação magistral de ricky gervais), desde os primeiros minutos, acompanha-nos como uma sombra nesta viagem emocional de alguém que perdeu aquilo que o mantinha vivo. "after life" é um produto televisivo brutalmente honesto, personifica a dor, a perda e o desespero, que chega a parecer dilacerante, mas encarrega-se de nos oferecer um conjunto de personagens tão hilariantes quanto imprevisíveis, para contrabalançar, e ainda um ponto de equilíbrio em forma de consciência moral, providenciado pela personagem de penelope wilton. tudo muito bem embrulhado por uma banda sonora envolvente e uma direcção de fotografia inatacável. é uma daquelas séries que, quando acaba, deixa ficar um vazio tremendo. mas está perfeita assim. não lhe mexam mais, por favor.
se tu aconselhas, quem serei eu para não ver??
ResponderEliminarAssim foi com vários filmes... vários.. entre os quais, lembro-me "Closer", "A residência espanhola", "sideways"...
pensei o mesmo
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