somos daquelas pessoas privilegiadas por terem tantas datas para comemorar durante o ano. festejamos em agosto, em setembro e em novembro os milestones mais importantes desta década que nos cristalizou, sendo que a deste último mês é, claramente, a mais importante.
18 de novembro.
para assinalar a data, já fomos duas vezes a caritel (vouzela), para aquela que foi a nossa primeira casa (turismo rural) como casal, à praia da barra e à covilhã. desta vez, e numa surpresa muito bem preparada pela ana, fomos à cidade de lamego, bem próxima de nós.
os afazeres profissionais deixaram-nos com menos de 24 horas para festejarmos convenientemente o dia, mas cada minuto foi aproveitado ao máximo.
o destino foi o douro castelo signature & spa, no centro histórico de lamego, bem próximo do castelo. nunca lá tínhamos ido, mas a ana escolheu-o porque gostou do que viu online. o check-in era às 15h00 e, pontuais e organizados como somos, a essa hora lá estávamos. deixámos as malas, preparamos a saída e em menos de meia hora já estávamos na rua, com a intenção de visitar o castelo, o centro arqueológico, a cisterna e várias artérias da cidade.
de regresso ao hotel, decidimos usufruir das suas valências, nomeadamente a piscina interior, com jacuzzi e cascata. aqui, entra a parte cómica do dia, porque fomos informados, quando fizemos o check-in, que o acesso à mesma teria de ser através de um elevador. apesar de ser apenas um piso, fiquei logo claramente transtornado, devido à minha galopante claustrofobia. o nuno, da receção, entendeu e registou a minha preocupação e passou essa indicação à colega que ia entrar no turno seguinte. quando descemos do quarto, já devidamente equipados (fato de banho, chinelos e robe), passámos pela receção para ir buscar as toalhas. o assunto do elevador veio novamente à baila e a colega do nuno disse que, afinal, havia uma alternativa, embora ela entendesse que nós não a iríamos aceitar. a alternativa seria sair do hotel, descer a rua durante uns 20 metros e entrar por uma porta que dava acesso a uma garagem do edifício. a ana foi pelo elevador e eu saí com a funcionária do hotel, rua abaixo, de robe e chinelos, não evitando alguns incrédulos olhares perante a inusitada situação. entrámos na garagem e, do lado direito, estava uma outra porta que dava acesso... à piscina interior.
imaginar um enorme suspiro de alívio aqui, nesta parte do texto.
o espaço era fantástico, climatizado, água quentinha, jacuzzi muito competente, e por ali ficámos cerca de uma hora, completamente sozinhos. aliás, tivemos o hotel só para nós, usufruindo do seu staff e valências. claro que, para voltar ao hotel, tive de repetir o percurso, agora com outra funcionária, mas desta vez sem olhares inquisidores (já era de noite também).
o passo seguinte seria o jantar, que já tínhamos reservado também quando chegámos ao hotel. e aqui começa a nossa aventura gastronómica, que só terminou na manhã seguinte, perto das 10h00, quando acabámos o pequeno-almoço.
chegados ao piso do restaurante, com uma vista fantástica sobre a cidade e o escadório dos remédios, fomos recebidos pelo chefe de sala, o daniel, que nos transmitiu que iríamos usufruir de um jantar que foi pensado para nós pelo chef samuel fagundes, um jovem de 22 anos que nos deslumbrou pelas suas capacidades profissionais, simpatia e atenção.
sozinhos na sala, novamente, fomos mimados, é o termo certo, por estas duas pessoas, que nunca nos deixaram faltar nada. o daniel recomendou o vinho (murganheira tinto), decantou-o, contou histórias da sua vida, foi prestável sem ser abusivo e sempre atencioso a todos os pormenores. do nosso lugar, conseguíamos ver perfeitamente a cozinha, onde o samuel começou a preparar a nossa refeição. começou com umas deliciosas pataniscas de polvo, a que se seguiu um dos melhores pratos que já comi na minha vida, o risotto de gambas. simplesmente divinal! depois, o prato de carne: filet mignon com batatas gratinadas. tudo perfeito! para a sobremesa, fomos as cobaias do chef, que quis saber a nossa opinião sobre as duas propostas que nos apresentou. meticulosamente preparadas, as sobremesas foram-nos apresentadas pelo próprio chef, que descreveu o processo de confecção e elencou todos os ingredientes. eram ambas fantásticas, sim, mas não deixámos de dar ao jovem chef uma ou outra recomendação, que ele acatou com humildade. em suma, um jantar fantástico em lamego, uma terra na qual não tínhamos nenhuma referência em termos de restaurantes.
ficámos tão cheios que, em vez de irmos para o quarto, ficámos cerca de uma hora na área da receção do hotel.
no dia seguinte, no mesmo local do jantar, nova lauta refeição. o pequeno almoço foi apenas servido para nós, novamente. não houve buffet, como habitualmente, com o chef a preparar tudo o que veio para a mesa, incluindo os ovos mexidos com bacon e uma omelete de queijo da ilha com trufas. tudo simplesmente maravilhoso! no final, despedimo-nos do chef, fazendo-lhe ver que foi muito importante na comemoração do nosso aniversário.
fizemos então o check-out, deixei palavras muito elogiosas no livro do hotel, despedimo-nos do nuno, que já estava novamente ao serviço, e prometemos voltar um dia. seguimos então para outro ponto alto: as bôlas de lamego, uma iguaria muito apreciada por ambos. fomos à pastelaria onde estamos habituados a comprá-las, trouxemos quatro, bebemos dois cafés e seguimos para o derradeiro ponto da visita: o santuário da nossa senhora dos remédios, ao qual já não ia há décadas.
no final da visita, o regresso a viseu. eram 12h00 quando chegámos. no dia anterior, o nosso encontro tinha sido às 13h00. portanto, foram 23 horas. poucas, mas intensas, como tudo aquilo que nos une!
o 18 de novembro é o nosso dia, mas a minha sensação é que qualquer dia, seja ele qual for, será sempre para festejar, porque estou ao lado dela, nesse que é o melhor sítio em todo o mundo para se estar!




