quarta-feira, março 27, 2024

27 de março vezes dois






fui pai pela primeira vez há precisamente 25 anos. em 1999, tinha 26 anos, sentia que estava preparado para assumir esse papel, mas quando a realidade chegou apercebi-me de que tinha treinado para os 100 metros barreiras quando a prova que iria disputar era uma maratona. o primeiro filho é o maior teste que a vida nos coloca, em que somos constantemente desafiados, temos de estar sempre disponíveis e com a atenção, cuidado e empenho a bater nos níveis máximos em todos os momentos. o primeiro filho transforma-nos em adultos em 10 segundos, estabelece paradigmas de maturidade, molda-nos para o resto da vida e pavimenta um caminho seguro e menos vacilante para uma segunda ou terceira experiência. cheguei à segunda, seis anos depois. em 2005, tudo me pareceu diferente, apesar de os patamares de exigência voltarem a estar sempre no topo. tudo pareceu mais fácil já, com menos nervos e medo de errar. em ambos os casos, o mesmo orgulho, gratificação e embevecimento ao vê-los crescer, aprender a caminhar, a falar, a escrever. o mesmo trabalho de filigrana na sua educação, o mesmo esmero na sua comunicação, os mesmos padrões de civismo, honestidade e solidariedade. hoje, são já ambos adultos. ele com 25, ela com 19. hoje, estão ambos fora da cidade onde vivo, a dar rumo às suas vidas noutras cidades. hoje, fazem anos! passou um quarto de século e eu continuo a vestir o papel de pai com os mesmos valores e o mesmo cuidado, entrega e atenção de sempre, apesar da distância. jamais olvidarei a ressonância emocional que a paternidade me granjeou, até porque a vida se constrói de memórias. adorei cada minuto dos seus crescimentos e será impossível algum dia sentir-me expropriado desse sentimento tão sagrado.
tem sido um enorme privilégio e um orgulho avassalador ser vosso pai, Pedro Lopes e Mariana Lopes! não tenho nenhuma dúvida de que este sentimento estará comigo até ao meu último fôlego neste mundo!


 

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