conhecido como o "pulmão" da cidade, o parque do fontelo é uma referência incontornável quando se fala em exercício físico, desporto e bem-estar. ponto de encontro obrigatório, durante décadas, de praticantes de atletismo, futebol, ténis, btt, entre outras modalidades, o espaço oferecia ainda um circuito de manutenção, devidamente assinalado e com equipamentos disponíveis. a juntar a tudo isto, no lote dos elementos a enaltecer, a oportunidade de respirar ar puro entre a diversidade e a riqueza das espécies arbóreas existentes, a beleza dos pavões (conforme a foto documenta) e facto de haver alguma oferta em termos de fontanários. neste último ponto, consigo contabilizar pelo menos cinco, com água potável, disponíveis no parque há dois ou três anos.
com o encerramento ao público do parque, devido à passagem das tempestades leslie e helena, o cenário mudou, não só em termos visuais, mas também a nível de infraestruturas.
em termos visuais, os frequentadores do fontelo viram-se "premiados" com meia-dúzia de esculturas e instalações promovidas por um colectivo/projecto cultural local. não questiono a sua "qualidade", porque não as entendo, e duvido que alguém, além dos seus criadores, as entenda, mas questiono o local escolhido. algumas delas colidem ferozmente com a envolvente natural, não se percebendo o que estão ali a fazer, nem o que significam.
em termos de infraestruturas, aconteceu precisamente o inverso: se, a nível visual, nasceram elementos, neste, desapareceram valências. dos cinco fontanários, ou chafarizes, existentes há bem pouco tempo, nesta altura o parque do fontelo só tem um. UM!
várias centenas de pessoas passam diariamente por aquele espaço para praticar desporto. a caminhar, a correr, a andar de bicicleta. é fácil de entender o elevado teor de dispêndio físico, bem como a necessidade que essas mesmas pessoas terão de se refrescar. ainda por cima com o calor que se tem feito sentir. mas onde é que há água?!...
da mesma forma, há dezenas de famílias que levam as suas crianças ao parque no fim-de-semana. é frequente ver os progenitores a ensinarem os seus filhos a andar de bicicleta, ou a jogar à bola com eles. mas, como todos sabemos, neste tipo de actividade há sempre algum risco de uma criança cair e magoar os joelhos ou as mãos. pergunta-se novamente: onde é que há água?!...
pois bem, nesta altura, em todo o parque do fontelo, há apenas um chafariz com água, de torneira e com pressão muito baixa. fica ao lado dos balneários e do campo de relvado sintético. antigamente, havia um fontanário no largo principal (perto dos pavões), mais uma fonte ali bem perto (descendo umas escadas), mais uma bica ao lado do pavilhão gimnodesportivo e uma outra perto dos campos de ténis. todas elas estão inoperacionais e não se entende muito bem por quê.
custa a acreditar que o município que tanto apregoa que viseu "é a melhor cidade para se viver" não assegure essa mesma qualidade de vida num espaço tão nobre como o fontelo. a colocação de "obras de arte" no parque ultrapassou, em termos de prioridade, o acesso a um recurso natural tão prioritário como é a água? ou é estratégia do município para potenciar a venda de águas engarrafadas no café do fontelo? a um euro por garrafa, fica caro fazer exercício físico em viseu...
2 comentários:
ou promover a venda de certa marca de garrafas plásticas que servem para encher e andar à trela. Os fontanários são necessários sim senhor!
a sensação que dá é que acabaram com o circuito de manutenção existente há anos no fontelo para assim pouparem na água. porque, lá está, para ver esculturas e instalações o povo não precisa de se refrescar. apanha um valente banho de cultura (indecifrável, mas pronto, é um banho) e já vai com sorte...
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