quinta-feira, setembro 04, 2014

true detective



há anos que os produtos televisivos ultrapassam em qualidade, inovação e criatividade o cinema. contam-se pelos dedos das duas mãos os filmes de que realmente gostei nos últimos dez anos. por outro lado, o número de séries televisivas em que fiquei "viciado" aumenta de ano para ano. séries como the sopranos, house, weeds, californication, lost, 24, entourage, the office, modern family, 30 rock, studio 60 on the sunset strip, arrested development, archer, veep, brooklyn nine-nine, curb your enthusiasm, seinfeld, friends, house of cards, breaking bad, the new girl, downton abbey, etc., elevaram a fasquia e os padrões de qualidade, tornando insípido qualquer filme que não apresente nem sequer metade do substrato deste produtos.
true detective é mais um nome para juntar aos que referi anteriormente. comprei a série no domingo, comecei a ver na segunda-feira e acabei ontem. oito episódios, de 50 minutos cada, e uma galopante vontade de ver tudo de seguida, de chegar ao final, de concluir a investigação, como se fosse também eu um detective. tudo nesta série é apelativo: a fotografia, a realização, o argumento, os inteligentes diálogos, a cumplicidade crescente entre os dois detectives e, sobretudo, as interpretações. matthew mcconaughey e woody harrelson interpretam de forma brilhante os detectives rust cohle e marty hart, incumbidos de investigar um crime macabro em louisiana, em 1995, quando eram parceiros há apenas 3 meses. no decurso da investigação deste hediondo crime, as suas vidas pessoais acabam por colidir e interligar-se de maneiras inesperadas e até mesmo catastróficas. em 2012, dezassete anos depois, quando a investigação de um caso similar conduz dois novos detectives até aos acontecimentos originais de 1995, rust e marty contam, separadamente, tudo o que se passou, incluindo os eventos de índole pessoal e como tudo isso os afectou como polícias, amigos e homens.
também michelle monaghan, interpretando a esposa de marty, surge imponente, como um eixo de racionalidade e consciência que paira sempre sobre as restantes personagens principais.
se decidirem comprar/ver esta série, recomendo apenas que o comecem a fazer quando souberem que vão ter umas boas horas livres pela frente, porque não vão conseguir deixar de ver. é viciante, como se nos agarrasse pelos colarinhos e nos forçasse a ficar à frente do televisor.
nos estados unidos, os episódios tinham uma média de 11,2 milhões de espectadores, que agora vão ficar, tal como eu, avidamente à espera da segunda série.

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