dois jogos. 180 minutos. zero golos marcados. um ponto. cinco pontos perdidos contra equipas do calibre do vitória de guimarães, que por pouco não conseguia inscrever a equipa na liga por falta de dinheiro, e do rio ave, um colosso europeu. pior, muito pior, é que nem oportunidades de golo o sporting cria. as que surgem nascem de ressaltos ou maus alívios. não há movimentação do meio campo para a frente, vendo-se dezenas de vezes os centrais de cabeça no ar à procura de alguém a quem endossar a bola.
capel está na esquerda, bem junto à linha lateral, mas muito longe da linha do fundo. como, normalmente, é ele quem cria os desequilíbrios e as situações de golo (ver o único golo apontado pelo sporting em jogos oficiais esta época), carrega nas costas a ansiedade da equipa, porque mais ninguém parece querer esse papel. carrillo "esconde-se" do jogo muitas vezes, adrien não tem estofo, nem técnica, nem sentido posicional, para comandar as operações no meio-campo, e wolfswinkel parece cada vez mais alheado do que se está a passar dentro das quatro linhas.
restam, da equipa titular de hoje, elias e gelson. este último, a meu ver, não é jogador para o sporting. irritam-me solenemente as dezenas de vezes em que, tendo a bola nos pés e sem ninguém à sua volta, joga para trás em vez de se virar para a frente e construir um lance de ataque. nos dois jogos da liga, gelson foi nulo a atacar, a fazer passes, a apoiar o ataque. é mais um que se "esconde" quando a obrigação é ter a bola nos pés e fazer algo de construtivo com ela. por fim, elias. quanto a mim, é o único médio que consegue criar desequilíbrios quando sobe à área contrária. é rápido, tem boa técnica e, como se viu no jogo contra o olympiakos, remata bem. no entanto, sá pinto, a perder por 0-1 ao intervalo, tira elias e faz entrar andré martins. também tirou adrien, mas essa substituição é já crónica. não se entende por que raio insiste sá pinto em colocar adrien de início quando já toda a gente viu que o jogador não rende naquela posição. jogar com gelson e adrien, de início, é contraproducente. um deles bastaria, abrindo uma vaga no meio-campo, para labyad, por exemplo.
jogar em casa, frente ao rio ave, e apresentar o "onze" que sá pinto apresentou é... de treinador medroso. é certo que wolfswinkel está em baixo de forma, mas deixar o holandês entregue a si próprio, sem ninguém por perto que o possa assistir, não pode ser a melhor solução. e wolfswinkel não é liedson, que fazia essa missão nas calmas. e pensar que o "levezinho" até estava disponível para voltar ao sporting... mas não quiseram, optaram por viola, que é uma espécie de rubio, mas um bocadinho mais alto.
é certo que jogadores como izmailov, rinaudo e schaars fazem muita falta a esta equipa, até porque parecem ser os únicos com capacidade de liderança no relvado. o que se vê é uma equipa imatura, por vezes ingénua até, que perde bolas de forma infantil, faz passes a roçar o ridículo, cruzamentos sem nexo (hoje então foram às dezenas - cedric não acertou um...), que joga sempre mais com o coração do que com a cabeça.
e o que se passa com pranijc? foi contratado para jogar? com ínsua em tão má forma, a centrar para trás da baliza, não seria altura de colocar o croata? e wolfswinkel tem de jogar sempre os 90 minutos? é intocável? uns joguitos no banco não lhe fariam bem?
o fc porto goleia, o benfica goleia, o sp. braga joga bom futebol, já foi empatar à luz e já tem equipa consolidada. o sporting... parte sempre atrás. é sempre o último dos "grandes" a formar um "onze" base e este ano isso ainda é mais gritante. quem jogará quando izmailov, pranijc, schaars e rinaudo estiverem em forma? quem será o "10"? já se viu que nem adrien nem andré martins são solução. aliás, a insistência em adrien só poderá ser explicada como "montra" para venderem o jogador antes do fecho do mercado. e virá mesmo, ainda, outro ponta de lança? e alternativas a cedric? e onde encaixar labyad? vamos entrar em setembro e sá pinto parece não ter encontrado ainda espaço para o marroquino, que é claramente um jogador de qualidade. e ainda falta "adaptar" viola (não sei por que raio os jogadores têm de passar por um período de adaptação. futebol é igual em todo o lado) e o suposto ponta de lança que ainda há-de vir. ou seja, ainda bem que o sporting só volta a jogar para a liga a 16 de setembro. até lá, pode ser que sá pinto consiga arranjar um tempito para pensar nisto tudo. ah, e já agora, se não fosse pedir muito, que encontre um "onze" realmente competitivo e que aguente 90 minutos. caso contrário, ou muito me engano ou no final de outubro já estaremos arredados da luta pelo título...
segunda-feira, agosto 27, 2012
sexta-feira, agosto 24, 2012
a MÚSICA!
há músicas que encaixam verdadeiramente na nossa maneira de ser, que são autênticas bandas sonoras do nosso dia-a-dia, do que somos, do que sentimos. músicas que ecoam pelo nosso cérebro sem ser necessário um leitor de cds ou um mp3. estão cá dentro, fazem parte de nós. sons etéreos, deambulações emocionais, entre o riso e o choro, a paixão e a dor. há músicas que gostamos de "visitar" todos os dias, como um livro que se leu e que se relê com renovado interesse, sem desgaste. esta é uma dessas músicas: "holes", dos mercury rev. acho que foi a música que mais ouvi nestes últimos anos. é uma paixão, um arrebatamento, uma exaltação sentimental que se vive durante os 5 minutos e 56 segundos da música. no final, quando se começa a ouvir o trompete, é quase impossível segurar as lágrimas, a barragem colapsa, inundando de água cristalina uma face de expressão ambígua: por um lado a felicidade de conhecermos tal preciosidade musical; por outro o turbilhão emocional desencadeado pela música confronta-nos com sentimentos que julgávamos escondidos, trazendo à "superfície" aqueles primeiros desgostos amorosos que vivemos, as horas de amargura até ao próximo encontro, a ansiedade e o desejo incontido de voltar a estar com a pessoa amada, uma paixão mal curada, uma ou outra ilusão passageira que nunca saberemos o que poderia ter dado. enfim, tantas e tão variadas emoções, "all those endless ends, that can't be tied, oh they make me laugh, and always make me cry".
"holes" - mercury rev
Time, all the long red lines, that take control,
of all the smoke like streams that flow into your dreams,
that big blue open sea, that can't be crossed,
that can't be climbed, just born between,
oh the two white lines, distant gods and faded signs,
of all those blinking lites, you had to pick the one tonite...
Holes, dug by little moles, angry jealous spies,
got telephones for eyes, come to you as friends,
all those endless ends, that can't be tied,
oh they make me laugh, and always make me cry,
til they drop like flies, and sink like polished stones,
of all the stones i throw, how does that old song go?
how does that old song go?
Bands, those funny little plans, that never work quite right.