jeff bridges... finalmente!

se havia algum actor que merecia, há anos, ser reconhecido pela academia de hollywood, pela quantidade de excelentes interpretações com que tem brindado os amantes da sétima arte, esse alguém era jeff bridges. o óscar de melhor actor, pelo filme "crazy heart", faz finalmente justiça ao actor de 60 anos, que se estreou muito cedo nas lides artísticas. filho do actor lloyd bridges, jeff começou a aparecer em séries televisivas com apenas nove anos de idade. em 1970, com 21 anos, surgiu o seu primeiro filme, "the yin and the yang of mr. go", onde apareceu creditado como jeffrey bridges. no ano seguinte, o realizador peter bogdanovich lançou-o definitivamente para o estrelato com o filme "the last picture show", que valeu ao actor a sua primeira nomeação para os óscares (como melhor actor secundário). em 1974, bridges foi novamente nomeado para o óscar de melhor actor secundário, pelo filme "thunderbolt and lightfoot", filme de michael cimino, com clint eastwood como protagonista. em 1985, a primeira nomeação para melhor actor principal, com "starman", de john carpenter. quatro anos depois, a academia esqueceu-o completamente e não o nomeou para melhor actor pela sua interpretação no filme de francis ford coppola "tucker: the man and his dream". em 1989, nova injustiça: jeff bridges é simplesmente notável em "the fabulous baker boys", mas nem sequer foi nomeado. no ano seguinte, novo "esquecimento", pelo filme "texasville", a sequela de "the last picture show". mas o pior ainda estava para vir. no ano seguinte, jeff bridges assinou uma das suas melhores interpretações de sempre no filme "the fisher king", de terry gilliam, mas na lista dos nomeados só apareceram os nomes de robin williams (justíssima nomeação, como seria a de bridges, que, no entanto, apenas foi nomeado para o globo de ouro, tal como williams, que viria a vencer na categoria de melhor actor em comédia/musical) e de mercedes ruehl, que viria a receber o óscar de melhor actriz secundária. ainda nesta senda, jeff bridges voltou a ser esquecido na edição de 1994 dos óscares, ao não ser nomeado pelo filme "fearless", de peter weir. comprovando, definitivamente, que a década de 90 não foi, em termos de reconhecimento artístico por parte da academia, muito favorável ao actor, jeff bridges não viu a sua fabulosa interpretação em "the big lebowski", filme de joel coen, de 1998, ser considerada para uma mais do que justa nomeação.
em 2000, jeff bridges voltou a ser nomeado, desta vez para o óscar de melhor actor secundário, pelo filme "the contender", de rod lurie. dez anos depois... o devido reconhecimento, finalmente, pelo filme "crazy heart", de scott cooper, onde bridges interpreta o papel de um cantor country à procura da redenção depois de muitos anos na estrada, muito álcool e alguns casamentos falhados. nesse aspecto, a tagline do filme não podia ser mais apropriada: "the harder the life, the sweeter the song". jeff bridges vence o óscar por "crazy heart" depois de já ter recebido, pelo mesmo filme, o globo de ouro, o critics choice award, o independent spirit award, o LAFCA award (los angeles film critics association award) e o screen actors guild award.
é mesmo caso para dizer... finalmente! mais vale tarde do que nunca, porque jeff bridges tinha sido, até há poucas horas, um dos actores mais injustiçados de sempre.