sábado, março 21, 2009

"transacções"


fui ontem a lisboa ver "transacções", ao teatro maria matos, numa viagem "relâmpago" à capital, onde não cheguei a estar 15 horas. a peça, pelo que já tinha visto e lido, não seria algo que me cativasse imediatamente, por uma catrefada de argumentos, mas tem esse simples facto de ter catarina furtado no papel principal. a ideia de estar sentadinho a olhar durante quase duas horas para ela já seria algo que despertaria a minha atenção. com a ajuda de dois incansáveis amigos (até ao pormenor da localização dos lugares), essa ideia tornou-se realidade. vi a peça, numa sala muito despida (não estaria nem meia casa), com toda a atenção, sabendo de antemão que não ia gostar de ver a catarina furtado com aquela franjinha. o resto, em relação à catarina, não me desiludiu, ostentando várias peças de roupa, sempre bastante, como não poderia deixar de ser, generosas em relação ao seu corpo. a peça em si é um pouco entediante e excessivamente longa. catarina furtado é loren, uma marchand de arte, que vê num quadro de pollock, que um milionário quer vender a todo o custo, uma possibilidade de fazer o negócio da sua vida. para tal, vai auscultando os interessados, que nesta peça assumem a forma de dois casais (antónio durães e mafalda vilhena; e joaquim horta e marta furtado) e uma negociadora empresarial (lígia roque). o marido de loren (carlos gomes), pressiona-a a obter dividendos daquele negócio em poucas semanas, farto de suportar as elevadas despesas da mulher. o que se segue é uma espécie de pingue-pongue entre loren e os licitadores, com espaço para uma análise psicológica a cada um deles e dos seus problemas pessoais, nomeadamente como casais. loren, sentindo a corda a apertar cada vez mais no seu pescoço, começa então a sujeitar-se a alguns devaneios dos seus clientes, tendo sempre como interesse superior conseguir uma licitação de 20 milhões de dólares pelo quadro de pollock.
no final, fica-se com uma estranha sensação de alívio, pelo facto de a peça ter, finalmente, terminado. no meu caso, essa sensação teve um sabor agri-doce, porque também significava a despedida de catarina furtado do palco, ela que tão bons momentos me tinha proporcionado. mas a retirada dos actores de palco não foi, afinal, a última vez que a vi. depois de termos ficado meia hora no bar do teatro, quando nos preparávamos para sair... passamos por ela, que falava simpaticamente com dois casais (provavelmente a elogiarem a sua actuação, tal era a cara de satisfação e o sorriso rasgado que ostentavam). um breve olhar trocado com ela, de uns 2 segundos, enquanto passávamos por eles, foi o meu momento alto da noite. provavelmente, valeu mais do que a peça em si...
quando nos embrenhamos na noite, sabíamos que seria quase impossível conseguirmos fazer uma "directa" (algo que eu não fazia desde os meus tempos de estudante), porque tinha comboio para cima às 08h30. a verdade é que conseguimos. até deu para encontrar uma amiga, que não via há 2 anos, a alessandra, uma das italianas que esteve a estagiar no jornal onde trabalho. ela agora está por lisboa, durante 3 meses, no instituto italiano, igualmente em estágio. foi bom revê-la, partilhamos muitas risadas, conseguindo criar um intercâmbio luso-italiano, em que nós ficamos a saber muito mais de italiano e ela de português (há dois anos ela não conseguia praticamente falar português; agora fala muito melhor e a conversa fluiu naturalmente). parabéns alessandra! bom resto de estágio e muito obrigado pelos elogios feitos a viseu (especialmente a comida de viseu), a lisboa e a portugal.
ver nascer o dia em lisboa foi uma experiência interessante, tal como havia sido a noite até aí. apesar da não ter dormido nem um minuto, já sabia que no comboio não iria conseguir pregar olho, como sempre. assim, tal como fiz quando fui para "baixo", meti os phones e vim a ouvir as músicas que tinha seleccionado na véspera, aproveitando para colocar a leitura em dia.
em maio, repete-se tudo novamente. desta vez com a ida ao coliseu, para ver antony and the johnsons.

4 comentários:

  1. Ainda bem que desta vez, não foste prejudicado pelo teu pequenito problema com as alturas...

    (Ah, e já percebi porque estavas a dormir, quando te liguei de manhã.Sorry...)

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  2. não me ligaste de manhã. ligaste-me de tarde. eram umas 4 horas.

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  3. sim, eu adormeci a ver futebol. estava a ver o fulham - manchester united, que tinha começado às 15h00, e eu adormeci no intervalo.

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