inglório

portugal acabou por perder 3-2, de forma cruel e injusta, bem personificada no terceiro golo da dinamarca, em que a bola ia claramente para fora e, depois de embater em pepe, entrou na baliza de quim. perdemos, é certo, mas sinto-me obrigado a dizer que já não via a selecção a jogar assim tão bem há muito tempo. bosingwa, pepe, ricardo carvalho, deco e maniche realizaram excelentes exibições. quim falhou claramente no segundo golo da dinamarca, nani e simão foram intermitentes. danny poderia ter entrado da melhor forma no jogo, mas falhou o golo no frente-a-frente com o guarda redes dinamarquês, depois da fabulosa assistência de deco (sempre deco!). pouco tempo depois, novamente a passe de deco, danny assistiu nuno gomes na perfeição, mas o avançado do benfica falhou o golo. simão e nani também já tinham falhado antes excelentes oportunidades (aos 51m e aos 60m). o segundo golo não apareceu a tempo de portugal "matar" o jogo. carlos queirós fez alterações a pensar nesse segundo golo, refrescou o ataque, mantendo o mesmo meio-campo. só que o treinador dinamarquês foi lendo bem o jogo, colocando mais unidades no meio campo, que facilmente superavam os já esgotados fisicamente deco e maniche. raúl meireles não conseguia travar sozinho as investidas dinamarquesas e as jogadas de perigo começavam a surgir naturalmente. é claro que, como espectador, aplaudi as substituições de queirós na altura. era necessário chegar ao segundo golo para nos colocarmos a salvo de qualquer eventualidade. agora, terminado o jogo, é fácil chegar à conclusão que queirós devia ter apostado antes no reforço do meio campo, para não perder o controlo da partida. quando entrou joão moutinho já o mal estava feito. e maniche "estourou" por volta dos 70 minutos. mas, se tivéssemos ganho, a leitura de queirós seria a mais correcta. desta forma, ficamos a lamentar as falhas perdidas e... a procurar culpados pela derrota. para mim, repito, como mero espectador, gostei bastante do jogo, que não teve pausas inócuas ou perdas de tempo encenadas, chegou a ser entusiasmante em vários momentos e que teve um final absolutamente frenético, com quatro golos nos últimos dez minutos, e não tenho nada a apontar ao treinador nem aos jogadores (tirando algum individualismo a nani), a não ser, claro, a injustiça do resultado. esta exibição de portugal e, especialmente, de deco, não merecia tal desiderato. é preciso, também, aplaudir a dinamarca e reconhecer que nunca baixaram os braços e tentaram sempre chegar ao golo. até nesse aspecto o jogo foi, efectivamente, um grande espectáculo. o pior... foi o resultado.