quarta-feira, abril 23, 2008

infidelidades permitidas

pensamentos impuros. quem nunca os teve que atire a primeira pedra (quem já os teve pode continuar a ler). no fundo, até são saudáveis, porque um tipo imagina tudo sem ter o trabalho de os colocar em prática. as infidelidades mentais são as melhores: não há peso na consciência de qualquer espécie ou feitio, não se coloca em risco o casamento ou o namoro, não se gasta dinheiro em preservativos, nem há necessidade de se tomar banho no final, poupando-se sabonete, gel de banho e shampô. enfim, são só vantagens, morais e financeiras. para além de que, ao apenas imaginar, podemos fazê-lo com quem quisermos, sem qualquer entrave. ainda há dias, por exemplo, saí com a catherine zeta jones, jantar e cinema, e acabamos numa suite do hotel ritz (no rés-do-chão, claro, porque a imaginação é minha e eu quero que existam suites no rés-do-chão, precisamente a pensar em pessoas como eu, que até em sonhos tenho vertigens. olhando para trás, acho que este foi, provavelmente, o mais longo "entre parêntesis" deste blogue). sem que nada o fizesse prever, bateram à porta da suite. pensei que fosse o empregado com os nossos pedidos (champanhe, pizza e gelado haagen dazs), mas quando fui abrir surgiram-me à frente a monica bellucci e a charlize theron. convidei-as a entrar, naturalmente. elas já conheciam a zeta jones e rapidamente se instalou um clima de boa disposição e descontracção. bem, vocês adivinham facilmente o resto...
num outro exemplo, fui a um concerto dos beach house com a kate beckinsale. lá chegados, descobri que a plateia era inteiramente constituída por modelos da victoria's secret. a adriana lima, a alessandra ambrosio e a ana beatriz barros vieram ter comigo, elogiando sistematicamente a minha virtuosa capacidade para a escrita e para a paginação. a adriana chegou a confessar que os meus títulos a arial, corpo 44, bold, lhe faziam vir as lágrimas aos olhos de tão emocionada que ficava quando os via. senti-me naturalmente "babado" e, como forma de retribuir os elogios, convidei as três para mais uma noitada na tal suite do hotel ritz. sem esquecer a kate beckinsale, claro. quem é que, no seu perfeito juízo, se esquece da kate beckinsale? estávamos no tal ambiente descontraído quando começo a ouvir as notícias da antena um. o raio do despertador tinha tocado. logo na altura em que eu tinha quase a certeza que a sophie marceau e a camilla belle iam bater à porta...

2 comentários:

  1. "as infidelidades mentais são as melhores: não há peso na consciência de qualquer espécie ou feitio"


    Bom, nem li mais, porque só aqui está um enorme erro. O que vai pela cabeça NÃO É IMPORTANTE? Se a tua namorada desejar um outro homem isso nao é importante para ti?

    Think about it.

    Abc

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  2. caro/a "abc":
    vamos lá então comparar as infidelidades mentais com as infidelidades físicas. quais é que são preferíveis? as físicas? tudo bem, eu até avisei que quem nunca tivesse tido um pensamento impuro que escusava de ler. deve ter sido o seu caso então. em todo o caso, pensei que pelos exemplos que eu dei (que pelos vistos você não chegou a ler) se chegasse facilmente à conclusão de que a minha abordagem pretende aligeirar a temática da infidelidade, provando, ou tentando provar, que as infidelidades "mentais", portanto aquelas que não se chegam a consumar fisicamente, são preferíveis às que efectivamente são consumadas. apenas isso.
    quanto ao facto de a minha namorada desejar ou não outro homem, e olhando para os exemplos que eu dei, não me choca que ela fantasie tambem com os seus george clooney's e russel crowe's, da mesma forma que eu imagino noites com a zeta jones e a bellucci.
    caro/a anónimo: um sólido casamento "processa" devidamente estes devaneios da imaginação. não sei qual é a sua orientação sexual, nem sequer o seu sexo por sinal, mas se nunca fantasiou ou imaginou, ao ver um filme no cinema ou em casa, um encontro com a sua actriz ou actor preferido em termos físicos, então a sua vida deve ser um bocado "chata". eu entendo que a imaginação é uma ferramenta muito importante, quando utilizada devidamente.
    p.s. - os meus textos não são para levar a sério. aliás, os meus textos mais sérios são mesmo as respostas aos comentários.

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