quinta-feira, fevereiro 07, 2008

capitão ronaldo

Caramba, estou mesmo convencido de que o Cristiano Ronaldo é o melhor jogador do mundo. Que grande exibição ele fez contra a Itália!... Ele já tinha avisado, quando respondeu a Platini, que não seria no Euro 2008 que se iria ver quem era o melhor jogador do mundo, será antes pela regularidade evidenciada ao longo da época. É inegável que Cristiano Ronaldo tem feito uma época fantástica no Manchester United, mas não é menos inegável que os grandes jogadores do mundo conquistam esse estatuto numa grande competição internacional. Pelé no Mundial da Suécia, Eusébio no Mundial da Inglaterra, Platini no Europeu da França, Maradona no Mundial do México, Zidane no Mundial da França, Ronaldo no Mundial da Coreia/Japão, etc.. Quer-me parecer, pela exibição de Cristiano Ronaldo contra a Itália, que ele já nos está a preparar para uma nova desilusão. No Manchester United ele corre, dribla, joga com alegria, cruza, remata, assiste, concretiza. Na selecção, parece que se esconde do jogo, só aparecendo para raides individualistas inconsequentes. Se ele jogasse no FC Porto da mesma forma que joga na selecção seria assobiado, tal como acontece com Quaresma. Ou como aconteceu com Nani no Sporting. O público sabe distinguir perfeitamente entre um “génio da bola” e um “brinca na areia”. O que o madeirense joga quando veste a camisola das quinas é muito pouco para um tipo que ficou de trombas por ter ficado em terceiro lugar na eleição de melhor jogador, atrás de Kaká e Messi, considerando-se injustiçado. Certamente que o rapaz pensa que é o melhor do mundo, porque ganha como tal. Daí que o seu gigante ego, quando chega à selecção, não permita que entrem mais de 11 jogadores no balneário, tendo os outros que se equipar na cabine do árbitro. Ele quer ser o centro das atenções. É o capitão da selecção, aos 23 anos, em mais uma “brilhante” medida de Scolari. Que dirão jogadores com mais internacionalizações, alguns deles ainda estão no lote de convocados, que vêem assim gorar-se uma hipótese de usarem, um dia, a braçadeira de capitão da selecção portuguesa? Dentro de campo, move-se como se estivesse numa sessão fotográfica, marca um golo e faz caras de espanto, encolhe os ombros. É um verdadeiro actor. Por isso, quando as coisas correm mal, como ontem com a Itália, parece desinteressar-se pelo jogo, escondendo-se, resguardando-se na ineficácia dos colegas de equipa. Faz-me lembrar um primo meu, com quem jogava ténis de mesa. Sempre que eu começava a ganhar por uma larga diferença, ele falhava muitas bolas fáceis de propósito, menosprezando o meu jogo, fazendo crer que ele é que estava a jogar mal.
Acho sinceramente que Cristiano Ronaldo é muito bom jogador. Gosto de o ver jogar destemidamente, sem medo de arriscar o “um para um”, a forma como assiste os companheiros, em cruzamentos perfeitos, os seus livres directos, o jogo de cabeça, a velocidade supersónica… Mas só vejo isto nos jogos do Manchester United… Está certo que podem dizer que Makukula não é Tevez, Quaresma não é Rooney, Maniche não é Scholes, mas caramba, Cristiano Ronaldo já joga na selecção nacional há muitos anos. Ainda não teve tempo para se entrosar melhor com os seus colegas de equipa? Porque é que fico sempre com aquela impressão que o jogador se sente como um peixe fora de água quando representa Portugal?
Faltam poucos meses para o Europeu. Portugal continua a jogar mal. Pior ainda: ainda não encontrou o seu onze. A defesa esteve ontem francamente mal, Bruno Alves não é o parceiro ideal para Ricardo Carvalho (Pepe parece constituir a opção mais viável), Bosingwa ataca melhor do que defende, Caneira é perfeitamente vulgar (já no ano passado dizia isto quando ele representava o Sporting), e Fernando Meira é… fraquinho, muito fraquinho. Deco e Petit estão em baixo de forma, Maniche tem jogado pouco e isso reflecte-se em campo, Tiago não parece constituir opção viável, sobretudo depois da desastrosa temporada na Juventus, João Moutinho e Miguel Veloso ainda parecem muitos “verdes” para enfrentarem uma competição de alto nível. Na frente, bons extremos, péssimos pontas de lança. Quaresma, Nani, Simão e Cristiano Ronaldo vão disputar os dois lugares disponíveis para extremos. O panorama é desastroso quando se fala em pontas de lança. Hélder Postiga, Makukula, Hugo Almeida, João Tomás e Nuno Gomes. Destas cinco opções, as que Scolari tem chamado com mais regularidade, escolhia... Liedson. É avançar rapidamente para a naturalização do “levezinho”, a tempo de ir ao Euro 2008.
Quanto a Cristiano Ronaldo, e para terminar, considero que uns jogos a suplente lhe iriam fazer muito bem.

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