não sei porque é que a minha mulher se irrita tanto por eu andar sempre com o mesmo casaco? diz ela que, qualquer dia, até o atira para o lixo, de tão farta que está de me ver sempre com ele.
é estranha esta sua reacção, na medida em que normalmente o processo de escolha de roupa, todas as manhãs, implica algum tempo e ginástica mental, para conciliar as cores e os estilos, a chamada "moda". pois bem, com esta minha rapidez de escolha, ganhamos todos os dias cinco preciosos minutos, principalmente quando se têm duas crianças para vestir, o pequeno almoço para fazer, preparar o lanche de um, a sopa e o biberon de outra, a mochila super pesada da escola, o saco com fraldas, toalhitas e petit filous... uma canseira! todos os santos dias...
na verdade, em 34 anos de vida, certamente que passei uns 3 a vestir-me. já devem ser aos milhares as peças de roupa que já vesti. casacos, meias, camisolas, camisas, pullovers, cachecóis, gravatas, fatos, t'shirt's, cuecas, camisolas interiores... em média, uma peça de roupa, na minha posse, não tem muitos anos de vida. visto umas vezes e, por algum motivo insignificante, a maior parte das vezes, coloco de lado, para nunca mais vestir. ou é porque tem borbotos, golas chatas que me irritam o pescoço, as mangas alargam, outras não tapam a camisola interior, encolhem, ficam esbranquiçadas, apertadas... são muitos os factores. o mais irónico é que a minha mulher me critica imenso por eu ser assim tão picuinhas com a roupa e, volta e meia, profere a sua sentença: "pronto, mais uma peça de roupa para pôr de lado". ela sabe que é mesmo assim, sou extremamente rápido a vetar uma camisola, veloz a discriminar umas calças, um tgv a ostracizar um casaco.
agora estranho é ela ter esta reacção perante a minha idolatria a este casaco. e digo "este" porque o trago vestido hoje, como é normal. será errado uma pessoa sentir-se confortável com uma peça de roupa? será pecado gostar de o usar (quase) todos os dias? usando-o todos os dias, estou a transmitir ao mundo a minha plenitude em termos de vestuário, que atingi, em termos de estilo, o meu nirvana. não tem borbotos, as golas não irritam, tem um fecho de cima a baixo, que posso apertar até ao pescoço ou posso deixar aberto, dependendo da temperatura. é prático, é simples, é fácil de vestir e de despir. em suma, tem tudo o que podemos esperar de uma peça de roupa. tenho-o há seis anos e não apresenta ainda nenhum sinal de desgaste. mas admito que, ultimamente, não tenho dormido lá muito bem, porque, sempre que a minha mulher se levanta da cama de noite, eu acordo, com receio de que ela vá mesmo colocar o casaco no lixo. ela tem é ciúmes, essa é que é essa!... uma relação destas com uma peça de roupa não é para todos...
é estranha esta sua reacção, na medida em que normalmente o processo de escolha de roupa, todas as manhãs, implica algum tempo e ginástica mental, para conciliar as cores e os estilos, a chamada "moda". pois bem, com esta minha rapidez de escolha, ganhamos todos os dias cinco preciosos minutos, principalmente quando se têm duas crianças para vestir, o pequeno almoço para fazer, preparar o lanche de um, a sopa e o biberon de outra, a mochila super pesada da escola, o saco com fraldas, toalhitas e petit filous... uma canseira! todos os santos dias...
na verdade, em 34 anos de vida, certamente que passei uns 3 a vestir-me. já devem ser aos milhares as peças de roupa que já vesti. casacos, meias, camisolas, camisas, pullovers, cachecóis, gravatas, fatos, t'shirt's, cuecas, camisolas interiores... em média, uma peça de roupa, na minha posse, não tem muitos anos de vida. visto umas vezes e, por algum motivo insignificante, a maior parte das vezes, coloco de lado, para nunca mais vestir. ou é porque tem borbotos, golas chatas que me irritam o pescoço, as mangas alargam, outras não tapam a camisola interior, encolhem, ficam esbranquiçadas, apertadas... são muitos os factores. o mais irónico é que a minha mulher me critica imenso por eu ser assim tão picuinhas com a roupa e, volta e meia, profere a sua sentença: "pronto, mais uma peça de roupa para pôr de lado". ela sabe que é mesmo assim, sou extremamente rápido a vetar uma camisola, veloz a discriminar umas calças, um tgv a ostracizar um casaco.
agora estranho é ela ter esta reacção perante a minha idolatria a este casaco. e digo "este" porque o trago vestido hoje, como é normal. será errado uma pessoa sentir-se confortável com uma peça de roupa? será pecado gostar de o usar (quase) todos os dias? usando-o todos os dias, estou a transmitir ao mundo a minha plenitude em termos de vestuário, que atingi, em termos de estilo, o meu nirvana. não tem borbotos, as golas não irritam, tem um fecho de cima a baixo, que posso apertar até ao pescoço ou posso deixar aberto, dependendo da temperatura. é prático, é simples, é fácil de vestir e de despir. em suma, tem tudo o que podemos esperar de uma peça de roupa. tenho-o há seis anos e não apresenta ainda nenhum sinal de desgaste. mas admito que, ultimamente, não tenho dormido lá muito bem, porque, sempre que a minha mulher se levanta da cama de noite, eu acordo, com receio de que ela vá mesmo colocar o casaco no lixo. ela tem é ciúmes, essa é que é essa!... uma relação destas com uma peça de roupa não é para todos...
1 comentário:
És tu com o blusão e eu com os meus sapatos de vela. É até a sola do pé começar a roçar no chão!
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