vários escritores, romancistas e alguns canalizadores, apontam frequentemente que o homem só se conhece verdadeiramente em duas situações: quando está sob a ameaça de uma arma ou quando quer conquistar uma mulher. ou seja, a maneira como reage define o tipo de homem. há ainda uma terceira situação, embora seja apontada apenas por cientistas eslovacos: como o homem reage quando, num café, pede uma coca-cola e lhe trazem pepsi. para já, vamos deixar de lado esta terceira situação, pese embora toda a sua relevância.
toda a gente pode argumentar que ambas são situações de descontrole emocional, em que os instintos e os nervos falam mais alto. mas o verdadeiro descontrole é mesmo o homem. em ambos os casos, o controle aparente é... o disfarce. no primeiro caso, a pergunta que se pode fazer é: estaremos preparados para a eventualidade de morrer daqui a cinco minutos? claro que não, talvez em vinte se pudesse arranjar alguma coisa. ameaçados por uma arma estamos perante uma possível finitude, um encerramento perpétuo e definitivo do que fomos, do que construímos. e como reagiremos? em quem pensaremos? que contas deixaremos por pagar?
é impossível prever a nossa reacção. no fundo, tudo residirá no facto de termos coragem ou não para ripostar, para lutar pela vida. ou se, pelo facto de ripostarmos e lutar pela vida, não acabamos por apressar ainda mais as coisas e ainda chegamos ao céu antes de servirem o jantar.
na segunda situação, a maior parte de nós porta-se como um pateta. falsos encontros casuais diários cuidadosamente arquitectados, perseguições de carro, telefonemas constantes (mesmo anónimos), esperas junto da casa dela para ver se ela entra com algum outro homem, noites inteiras sem dormir a pensar no que dizer no próximo "encontro casual", em outras maneiras de a impressionar sem ser com o 18 que tivemos no curso de dactilografia. este imbecil - e não o cidadão adulto, respeitável, razoável, comedido - somos nós, quando nos apaixonamos. tudo o resto é fingimento. se calhar, é neste tipo de situações que acabei de relatar que somos mesmo nós, na nossa essência. obviamente, não somos todos iguais e, tal como na situação da morte à frente dos olhos, neste caso também há inúmeras possibilidades de reacção. também há os discretos, os que amam mas nem às paredes confessam, os que estão apaixonados mas só revelam a alguns muros e janelas. pois, somos todos diferentes e reagimos de maneira diferente.
mas, também vos digo, se me derem a tal pepsi no café, depois de eu ter pedido coca-cola, podem crer que... a bebo, resignado, sem levantar ondas. não sou desse género. infelizmente.
esse tipo dfe homem apaixonado é deveras assustador!!!
ResponderEliminarum dos teus textos mais brilhantes e cheios de humor.
aodrei este teu texto! gostei tanto que o li em voz alta ao maridão!
ResponderEliminardeixa lá que as mulheres quando estão apaixonadas também conseguem ser muito imbecis... às vezes fazemos cá cada figurinha...