quinta-feira, março 16, 2006

marjorie fair

quem segue este blog ficou a saber que ontem eu estava com uma neura desgraçada, aliada a uma grande dor de cabeça, provavelmente provocada pelo estúpido do meu monitor Mac, que decidiu ficar verde claro de repente. há coisas que inexplicavelmente nos colocam na pior das depressões, em que até nem sentimos forças para sair dela, só nos apetece ficar quietinhos a contemplar o vazio, o nada, sem pensar, sem sentir, sem... pois bem, alguma coisa de bom haveria de surgir disto tudo, acredito que quando temos um dia mau, o dia seguinte vai ser bom a dobrar. não sei explicar porquê, mas hoje levantei-me a pensar nisso e com esse espírito. e não me enganei. o meu monitor continua da cor do shrek, os olhos ardem só de olhar para lá, mas que diabo, aconteceu algo de bom, de muito bom mesmo. tenho finalmente em meu poder o album mais ansiado: marjorie fair - "self help serenade". quem me arranjou tal pérola foi outra pérola, uma pessoa que vem atestar e comprovar aquele velho ditado "mais vale tarde do que nunca", porque partilhávamos o mesmo meio, sem nunca termos perdido tempo a partilhar as nossas mentes um com o outro. agora que o fazemos, até se encontram vários pontos de vista comuns, o que se torna agradável, na medida em que são passadas muitas horas na sua companhia. ja lhe agradeci e fiz uma lista extensa das coisas que lhe fico a dever até ao fim dos meus dias, pelo favor que me fez.
pois bem... marjorie fair! que dizer? se eu tivesse talento, se fosse músico, letrista, compositor, era este tipo de música que eu faria. estão aqui verdadeiras preciosidades musicais, como "Stare" (cuja letra coloco por ser quase autobiográfica, nesta altura), "Don't believe", "Please don't", "Silver Gun", "Halfway House" e "Stand in the World". os temas parecem fundir-se num só, num ambiente bucólico de longos relvados, flores, arvores e sol. muito sol, porque as músicas aquecem-nos a alma, revitalizam-nos o espírito, andam na nossa cabeça o dia todo, em pequenos extractos que ainda não conseguimos juntar numa música. já tinha feito o convite para irem ao my space ouvir 4 musicas do disco (está lá o "Stare", por exemplo). agora fica o registo do quão agradável é ouvir o album todo e sorrir, sentir os raios de sol a invadir-nos e imaginarmo-nos na companhia perfeita, no cenário perfeito, ao som de verdadeiras e pungentes músicas.

Stare
these are things I feel but dont want to say
incase you feel that way
these are things I know but dont want to say
incase you feel that way
I'll wait another dayI can never change
cause the pain just makes me want to stare
at the same things I saw before
thinking there's something more
god it's a lonely place

I will never know how you feel
about the things I think about
will I get a chance to make up to you
the things I kept from you
you know I wanted toI can never change
the pain just makes me want to stare
at the same things I saw before
thinking that something's wrong
god it's a lonely place

say the same things you said before
wanting you even more
god it's a lonely place

I can never change
the pain just makes me want to stare
at the same things I saw before
thinking theres something wrong
god it's a lonely place
say the same things you said before
wanting you even more
god it's a lonely place

4 comentários:

  1. Surprises… aren’t they why this is all about?

    Acho que o "favor" ficou pago por dares a conhecer "marjorie fair" :)

    Um presente...


    "Não sei quantas almas tenho

    Não sei quantas almas tenho.
    Cada momento mudei.
    Continuamente me estranho.
    Nunca me vi nem achei.
    De tanto ser, só tenho alma.
    Quem tem alma não tem calma.
    Quem vê é só o que vê,
    Quem sente não é quem é,

    Atento ao que sou e vejo,
    Torno-me eles e não eu.
    Cada meu sonho ou desejo
    É do que nasce e não meu.
    Sou minha própria paisagem,
    Assisto à minha passagem,
    Diverso, móbil e só,
    Não sei sentir-me onde estou.

    Por isso, alheio, vou lendo
    Como páginas, meu ser.
    O que segue não prevendo,
    O que passou a esquecer.
    Noto à margem do que li
    O que julguei que senti.
    Releio e digo: Fui eu?
    Deus sabe, porque o escreveu".

    Fernando Pessoa

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  2. Divertida crónica de uma neura...um abraço e uma boa semana...

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