quinta-feira, dezembro 29, 2011

low roar

para quem quer ouvir um disco relaxante, melancólico, instrospectivo e arrebatador.
já alguém o descreveu como "hauntingly breathtaking from start to finish".
quem sou eu para discordar?!...
para ouvir em "repeat" e deixar fluir as emoções que os sons provocam...

sábado, dezembro 24, 2011

é natal... outra vez


ainda ontem era 28 de abril e, sem um tipo dar conta, já é natal. outra vez. tantos cortes, tantos constrangimentos orçamentais e ninguém foi capaz de acabar com o natal... resultado: não se consegue ir a um hipermercado comprar um quilo de arroz que seja. está tudo cheio. filas intermináveis, trânsito caótico e um nunca mais acabar de listas de compras: prendas, frutos secos, bebidas, queijo, etc.. a azáfama faz sempre parte do programa. não é natal se um tipo não andar totalmente desorientado num hipermercado, com uma folha de papel na mão, com uma lista de artigos que a mulher lhe pediu para ir comprar à última hora. ou a prenda que ficou por comprar. ou aquele brandy que o cunhado tanto gosta de beber com o café. ou o adoçante para a cevada do sogro. o baralho de cartas nunca pode faltar... tal como as pilhas, para as dezenas de brinquedos que, invariavelmente, demoram montes de tempo a tirar das caixas e a montar correctamente. tenho a impressão de que passo um ano inteiro sem olhar para um manual de instruções e, na noite de natal, devo ver, demoradamente e cada vez com a testa mais franzida, uns cinco ou seis.
curiosamente, e este é um momento que registo todos os anos, quando chega as oito da noite, oito e meia vá, do dia 24, quando olho para a rua, não se vê ninguém, os carros não passam na rua, impera o silêncio. depois do rebuliço que foram os dias anteriores, quando chega aquela hora já está toda a gente em casa, a celebrar o natal em família. de repente, apercebemo-nos de que valeu a pena ter ficado 45 minutos naquela fila interminável para embrulhar as prendas, ou 20 minutos à procura de estacionamento para se ir a um centro comercial apinhado comprar aquela prenda que a filha já andava há meses a pedir ao pai natal... quando fecho as cortinas e me viro para a sala, para os miúdos ansiosos por abrir as prendas, para a mesa enfeitada com muito empenho e afinco para que nada faltasse, para os sorrisos estampados nos rostos de toda a gente, acontece... natal! e esse é um sentimento interior tão forte, tão umbilicalmente ligado aos laços familiares, que em vez de estarmos a festejar um nascimento, estamos nós próprios a nascer de novo, outra vez, tal como acontece todos os anos na noite de 24 de dezembro. podem tirar-nos tudo, mas esta sensação nunca nos vão conseguir tirar. é natal! e nós vamos nascer outra vez...

quarta-feira, dezembro 14, 2011

os dez melhores discos de 2011

depois de intensa pesquisa, centenas de audições e muitas hesitações, está completa a lista dos dez melhores discos de 2011. já revelei o disco que ficou em primeiro lugar (scott matthews - what the night delivers), mas isso não invalida que apresente o resto da lista, até pelo trabalho que me deu a reunir discos legíveis para a competição, isto porque muitos dos nomes que ouço actualmente têm trabalhos editados nos últimos anos, mas não lançaram nada em 2011 (como ray lamontagne, arco, j. tillman, greg laswell, patrick watson, junip, etc.).
o disco de scott matthews junta-se, assim, à galeria dos notáveis deste blogue, que já elegeu, na sua existência, os trabalhos de marjorie fair - self help serenade (2006), blonde redhead - 23 (2007), sun kil moon - april (2008), jason lytle - yours truly, the commuter (2009) e john grant - queen of denmark (2010).
aqui fica a lista completa:

1. what the night delivers - scott matthews
2. diamond mine - king creosote & jon hopkins
3. apocalypse - bill callahan
4. you were a dick - idaho
5. father, son, holy ghost - girls
6. wolfroy goes to town - bonnie prince billy
7. burst apart - the antlers
8. passenger - lisa hannigan
9. kaputt - destroyer
10. days - real estate

o disco do ano


what the night delivers - scott matthews

1. myself again
2. obsession never sleeps
3. ballerina lake
4. bad apple
5. so long my moonlight
6. head first into paradise
7. walking home in the rain
8. echoes of the lonely
9. the man who had everything
10. piano song

terça-feira, dezembro 13, 2011

the invisible man


aqui fica um artigo, publicado na revista the spectator, sobre john grant, escrito por james delingpole. entre outros aspectos, o jornalista questiona-se por que não é john grant ("one of the most talented singer-songwriters around") muito mais conhecido (e reconhecido).
no final, fica uma certeza, já por aqui evidenciada há muito tempo: "queen of denmark is one of the finest folk-rock albums of the last decade. buy it, for this marvellous man has suffered enough: from now on he deserves nothing other than to reap the rewards of his rare genius".

sexta-feira, dezembro 09, 2011

a música, a minha eterna amante

bem, que dizer deste interregno... fui comprar tabaco? esta não deve "colar", até porque não fumo. digamos que simplesmente descurei um ou outro aspecto virtual da minha vida para me dedicar a outro... igualmente virtual. a vida terrena tem as suas virtudes, os seus horários, as suas gratificações, os sacos do lixo para ir despejar, etc., mas nos reduzidos metros quadrados onde se desenrola a acção da minha vida não acontece nada de muito substancial ou estimulante. dessa forma, procuro entreter o meu cérebro, ainda com bastante memória para encher, com projectos hedonistas de cariz cultural. ou seja, aquele tipo de informação que nunca me vai ser útil em nenhum aspecto futuro da minha miserável existência. de que me servirá tudo isto quando precisar de mudar um pneu, ou ir às finanças comprar o selo do carro ou de aguentar uma conversa de ocasião de meia hora enquanto espero a minha vez no consultório do dentista? em todo o caso, e em última análise, dá-me prazer e isso basta. se der prazer a mais alguém, nem que seja a apenas metade de uma pessoa, já será muito bom.
estou a falar do facebook e da minha "missão", desde setembro, de colocar no meu perfil vídeos de músicas que me dizem alguma coisa, que me despertam sensações... já em tempos disse que me apaixonava muito mais rapidamente por uma música do que por pessoas. como não conheço assim tantas por pessoas novas (por mês devo conhecer uma, se tanto), compenso essa lacuna social com músicas, bandas, cantores, letras, etc..
em setembro começou então a minha emissão, com as minhas bandas de sempre, aquelas de que já gosto há anos e anos (umas há mais anos do que outras, obviamente): red house painters, american music club, idaho, the blue nile, mark kozelek, mark eitzel, john grant, bonnie prince billy, band of horses, the cure, nick drake, antony and the johnsons, devics, david sylvian, mercury rev, the czars, grandaddy, slowdive, sun kil moon, great lake swimmers, rufus wainwright, my morning jacket, marjorie fair, cranes, radiohead, cocteau twins, blonde redhead, mazzy star, shearwater, the national, sigur rós, lambchop, violet indiana, etc., a que se juntaram as "descobertas" da altura: ray lamontagne (que foi uma "panca" bastante forte), king creosote & jon hopkins (enamorei-me em absoluto pelo disco "diamond mine" depois do concerto deles no sintra misty), memoryhouse, our broken garden (outra grande "pancada". durante duas semanas só ouvia esta banda dinamarquesa) e the antlers.
seguiu-se, depois, já em outubro, uma procura incessante de "material novo": bandas influenciadas por "x", bandas que seguem a corrente musical de "y", nomes relacionados com "w" (só não arranjei nada para o "k". prometo tratar disso o quanto antes...). foi então que surgiram nomes como richard swift, iron and wine, bon iver, lisa hannigan, mojave 3, bedhead, junip (cujas músicas "to the grain" e "don't let it pass" considero das melhores que ouvi este ano), dakota suite (um "comeback"), mogwai, alexi murdoch, kings of convenience, girls, smog, bill callahan ("jim cain" e "riding for the feeling" vão ficar para sempre), rachel yamagata, scott matthews, the morning benders ("your dark side" ficou em repeat alguns dias na minha cabeça), patrick watson (uma "redescoberta", basicamente, embora só agora me tenha apercebido da genialidade do músico. a sequência "sit down beside me", "fall", "summer sleeps", "to build a home", "step into a dream" e "night fall" é assombrosa!), doug paisley, thom hell, low, edith frost, lana del rey ("oh say can you see" também é uma das minhas preferidas), sea oleena, cass mc combs, matt keating (também "bateu" forte este), things in herds, the last town chorus, greg laswell (outra importante "descoberta"), the perishers, angus & julia stone, the jezabels, figurines, dan auerbach, j. tillman (outro nome para reter nos próximos anos), agnes obel e arco (magnífica banda. já tenho a discografia toda deles).
no final de cada semana, às sextas, faço sempre um resumo da semana, com as bandas que tive o prazer de publicar no meu perfil. e assim me vou mantendo entretido... e a alargar os meus conhecimentos musicais.