terça-feira, outubro 30, 2007

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que grande serão passado à frente da televisão ontem. com o resto da famelga já a dormir, embrulhei-me com um cobertor no sofá à espera do episódio de "sopranos", sempre imperdível à segunda-feira. como ainda faltavam 20 minutos para começar o episódio, fiz o tradicional zapping pelos canais da tv cabo. parei uns minutos na sic mulher, numa coisa chamada "comedy inc.", uma série de sketches humorísticos, por vezes engraçada, em que me detive até mudar para a rtp 2, às 22h40. a essa hora chegou a família soprano. desta vez o tópico principal foi o vício de tony no jogo. no final, ficou a sensação de que o final da série se está a aproximar e o nó na garganta, sempre presente nas despedidas, começa a querer aparecer. acabado o episódio, novo zapping. páro na sic radical, onde parece estar a dar um concerto qualquer. poucas luzes, um palco, público aos gritos. decido esperar para ver quem são. logo nos primeiros acordes de baixo descubro os sons dos interpol. se há alturas na vida em que temos a necessidade de nos beliscar para termos a certeza de que não estamos a sonhar, esta foi certamente uma delas. esta e uma outra em que estava eu, a charlize theron e a catherine zeta jones num quarto de hotel e bateram à porta. quando a fui abrir deparei-me com a jennifer lopez, no seu papel de karen sisco em "out of sight". mas depois belisquei-me e aquilo acabou. era mesmo um concerto dos interpol. como não vi o início do programa e, quando acabou, começou logo a passar outra coisa qualquer, não cheguei a descobrir onde foi realizado o concerto. sei que tocaram músicas do último disco, por isso não deve ser muito antigo. ali fiquei, em êxtase total, a assistir ao resto do concerto, ainda tendo tempo para ouvir umas doze músicas. genial! foi como uma antecâmara para o concerto de dia 7 de novembro no coliseu. assim da mesma forma em que os globos de ouro são a antecâmara dos óscares, naquele que é um dos maiores chavões da história. no final fiquei com a sensação de que o concerto vai ser mesmo estrondoso. ainda falta muito??
depois do concerto, ansiei por um jay leno ou um conan o'brien, que antes a sic comédia sabia respeitar condignamente. agora na sic mulher e na sic radical, respectivamente, nunca sei a que horas vão para o ar. volta sic comédia! decidi então abandonar a televisão e virei-me para os dvds. escolhi um filme que, no final, provou ser a escolha mais acertada para dar seguimento a todo aquele entusiasmo: "ocean's 13". adepto incondicional dos dois primeiros "ocean's", este terceiro filme é pura classe, requinte, elegância, luxo (já chega, não?). para o filme ter uma nota ainda mais alta na minha avaliação faltava apenas um al pacino mais furioso e violento, ao nível de um "scarface", porque assim parece um al pacino a quem alguém desligou o botão de "on". ah, e faltou a catherine zeta jones, a mulher do rusty (brad pitt). mas também, se formos a ver bem, ela faz falta em todos os filmes, na mesma medida em que o petit faz falta em todos os jogos. a cena em que o george clooney e o brad pitt assistem, embevecidos e emocionados, a um programa da ophra é um dos muitos exemplos do estilo de humor fino que o franchise "ocean's" patenteou. é pena que este seja o último filme da série (um facto que ainda não está definitivamente confirmado). não me importava de assistir a filmes deste bando refinado de ladrões até ao número 97. é excelente a química entre brad pitt, george clooney e matt damon.
já eram quase três da manhã quando me fui deitar, de barriga cheia em termos de entretenimento. sopranos, interpol e ocean's. será que hoje conseguirei superar a "noitada" de ontem?

segunda-feira, outubro 29, 2007

as fases do ciúme

numa perspectiva minimalista e algo redutora, os ciúmes nos casamentos, na minha opinião, são divididos em três fases:
1ª fase: é aquela em que a mulher não pode ver o homem a olhar para outra. há ainda um clima de insegurança a pairar sobre o casamento e ver o seu homem olhar para outra mulher não é a melhor maneira de resolver esse problema. o homem, por sua vez, procura inventar desculpas para justificar a sua "curiosidade" nas outras mulheres: "olha lá, estava aqui a olhar para aquela tipa, de calças pretas apertadas, top decotado e cabelos pretos compridos, e a pensar que ela é muito parecida com a tua prima valéria. não achas?". também se dá o caso inverso. o homem fica roído de ciúmes quando vê a mulher a apreciar outro homem. sente-se mal com a situação, mas, por outro lado, é algo que ele vê como futura justificação: "sim, estava a olhar para aquela louraça, mas tu também olhas para outros homens, por isso...". são alguns anos nisto, com o receio de vir a perder o cônjuge (que é certamente a palavra mais estúpida da língua portuguesa e a mais difícil de pronunciar) a dominar a lista de inseguranças;
2ª fase: é a fase em que o casal já aprendeu a lidar com a situação dos ciúmes e até já comenta, um com o outro, o aspecto e as formas da pessoa visada. esta prática, bastante saudável para abater as crises de ciúmes, poderia ser muito mais satisfatória para o casal se não existisse o "termo de comparação". ou seja, podemos estar ambos a apreciar uma bela e espampanante mulher e concordar que "sim senhora, é bastante agradável à vista". o problema é, por vezes, as questões do género "mas achas que é mais gira do que eu?". isto desarma logo qualquer um, retirando algum interesse ao pequeno "jogo" que se estava ali a realizar;
3ª fase: é a fase da despreocupação total. nesta fase, o casal já vive numa atmosfera de confiança sem limites. aqui até é frequente ser a mulher a chamar a atenção do marido para "aquela gaja boa"; ou o marido a apontar alguém como "aquele é do teu género, não é?". como já devia dizer o meu bisavô, "as coisas boas são para se ver". se existir este tipo de cumplicidade entre o casal, tenho a certeza de que nunca haverão ciúmes doentios a corroer o relacionamento.

"10 items or less"


este é, seguramente, um dos filmes mais simpáticos e mais despretensiosos que já vi. de facto, a premissa do filme, "you are who you meet", prepara-nos psicologicamente para o que vamos ver em uma hora e dez minutos. é fantástico como um argumento tão minimalista consegue conter dentro de si uma mensagem tão poderosa, de luta contra o conformismo profissional e pessoal, de procura de novos horizontes, de uma mudança radical de vida. a personagem de paz vega (lindíssima!) carrega essa "cruz", a de se sentir presa no seu próprio marasmo, infeliz a nível pessoal e profissional, mas com receio de arriscar e partir para algo diferente. quando surge na sua vida morgan freeman, já não me lembro de uma personagem tão positiva e "uplifting" no cinema, ela encontra o incentivo que lhe faltava, a inspiração, a coragem para bater com uma porta e abrir uma outra, da qual se desconhece o interior. morgan freeman, igualmente produtor executivo do filme, tem aqui uma interpretação mais cómica do que o habitual, sem largar a sua auréola de mentor carismático e profundo discernimento intelectual, chegando mesmo a dançar e a cantar, até em espanhol. paz vega, no seu segundo filme americano, depois de "espanglês", com adam sandler, é a perfeita antítese da personagem de freeman: ácida, cínica, frustrada e revoltada. depois do choque inicial, estas duas personagens começam a encontrar pontos em comum, descobrindo que afinal, mesmo sendo tão diferentes, se podiam ajudar um ao outro. no final, fica bem evidente a amargura de ambos na despedida. tudo o que tinham construído nesse dia (a acção do filme desenrola-se em poucas horas), iria ter um termo e cada um tinha, no dia seguinte, de seguir a sua vida. acho que toda a gente conhece bem este sentimento, a vontade de parar o tempo quando estamos com uma pessoa que nos preenche, em que a conversa nunca se esgota. considerando todas as suas diferenças, as personagens abstrairam-se por umas horas dos seus mundos e criaram um só para eles, onde encontraram uma improvável compatibilidade. "you are who you meet", indeed...

sexta-feira, outubro 26, 2007

smokin' aces


um bom filme, que passou praticamente despercebido no nosso país, para onde foi directamente para o mercado de aluguer. com um orçamento de 17 milhões de dólares, acabou por render 35 milhões no mercado interno e 18 milhões no resto do mundo. "smokin' aces" foi escrito e realizado por joe carnahan, e tem um elenco fortíssimo: ray liotta, jeremy piven, andy garcia, ben affleck, ryan reynolds, alicia keys, matthew fox, jason bateman, peter berg e curtis armstrong. em julho anunciou-se uma sequela do filme, bem como uma prequela ("smokin' aces: blowback"), que irá directamente para dvd. o enredo do filme vai "beber" muito ao universo de quentin tarantino, com imediatas comparações a "pulp fiction" e "reservoir dogs", com iguais doses de acção, humor e suspense, fazendo igualmente lembrar outro "mal-amado" filme, "lucky number slevin", de paul mcguigan. se gostaram dos filmes citados neste curto texto, aconselho vivamente este filme.

quinta-feira, outubro 25, 2007

último "uma imagem por dia"


jennifer love hewitt
(aos apreciadores desta componente visual do nuvens, renova-se o convite para uma visita demorada e contemplativa a este novo espaço da blogosfera)

quarta-feira, outubro 24, 2007

eva nice dream

nasceu hoje, dia 24 de outubro. o parto não foi muito difícil. era uma ideia que já andava a bailar na minha mente há, curiosamente, nove meses. conheceu hoje a luz do dia. chamei-lhe "eva", numa óbvia, e ao mesmo tempo patética, homenagem à primeira mulher (isto segundo a bíblia, porque outras fontes asseguram que foi a betty graffstein) a pisar este mundo. o resto do nome surge de forma natural, com o termo "nice", que pode servir de adjectivação às fotos publicadas, e o termo "dream", que é o que apenas podemos fazer ao observá-las. em suma, eva nice dream.
é mais um...

uma imagem por dia


jennifer morrison
(quando é que começa a quarta série de "house"? já tenho saudades da dra. cameron...)

conclusões "a quente"

dia 23 de outubro, dia em que perdi totalmente o respeito e a consideração que tinha por Paulo Bento como treinador de futebol. miguel Veloso tem sido, sem dúvida alguma, o melhor jogador da liga nacional na sua posição, trinco. pela sua consistência, tanto a defender como a atacar, pelo forte pendor ofensivo, pelos passes longos milimétricos, etc.. perante a impossibilidade de utilizar polga, paulo bento decidiu colocar miguel veloso a central… gladstone estava disponível, mas paulo bento decidiu sacrificar o seu meio campo e o seu melhor jogador para a posição de trinco. mais: conseguiu, com esta opção, "anular" joão moutinho, encarregue apenas de missões defensivas.
tiago falhou incrivelmente em ambos os golos (compensou com a grande penalidade defendida); stojkovic tinha sido o melhor jogador do sporting em kiev. por pirraça, paulo bento deixou-o de fora dos convocados. fez bem, como se viu…
depois, aquela "fatídica" substituição. o resultado era 1-1, sem dúvida que muito positivo para o Sporting, e paredes preparava-se para entrar. estava já junto à linha, quando a roma fez o 2-1. muito bem, pensei eu, a substituição vai ser cancelada e vai entrar outro jogador (um outro qualquer, dos "pernetas" que tínhamos no banco). mas não. enganei-me. entrou paredes na mesma. para quê? defender o resultado? adiantar joão moutinho? o que é certo é que miguel veloso continuou na defesa, ao lado do atrapalhado tonel (que ficou pessimamente na fotografia no segundo golo romano, tal como abel e tiago). saiu vukcevic. no banco não havia nenhuma solução válida, os melhores jogadores estavam em campo. para quê meter jogadores que são infinitamente mais fracos do que aqueles que estavam em campo? depois entraram celsinho e purovic, dois dos mais fracos jogadores da história da liga dos campeões. e yannick? fez alguma coisa de jeito no jogo inteiro? nada, simplesmente nada. porque saiu então vukcevic e não yannick? coitados de liedson, joão moutinho, romagnoli, izmailov e miguel veloso. com "colegas" destes… não precisam de adversários.
a tentativa de paulo bento, nos últimos 15 minutos, de chegar ao empate foi ridícula. meteu toda a gente lá na frente, para não o acusarem de não meter avançados e de não procurar o empate. mas, ao fazer isso, fragmentou a equipa. o tosco do purovic foi atrapalhar o liedson; celsinho foi para o lado esquerdo do ataque mostrar toda a sua magnífica e contundente inconsequência (izmailov, que saiu para entrar o brasileiro, faria sempre, mesmo esgotado fisicamente, melhor do que este ronaldinho "look a like"; yannick fez o mesmo que celsinho no lado direito, ou seja, nada; romagnoli e moutinho tentavam fazer algo no meio campo, mas não tinham ninguém para dar continuidade às suas jogadas. enfim, ficou bem explicito que o sporting não tem equipa, nem treinador, para estas andanças.
para mim, a solução passaria sempre pelo adiantamento de miguel veloso, entrando, ainda com o resultado em 1-1, gladstone para central. saía yannick, moutinho passava para a direita, vukcevic na esquerda, romagnoli no meio e izmailov mais perto de liedson. isto porque o sporting não tem, como se viu ontem, banco de suplentes à altura de uma prova deste calibre. até parece que são escolhidos a dedo: celsinho, purovic, farnerud, had, gladstone. caramba, quem é que compra estes tipos? é por catálogo? com uma "espinha dorsal" cheia de qualidade (stojkovic, polga, moutinho, veloso, romagnoli e liedson), não acertam nos restantes jogadores para construir uma equipa que dê luta a nível nacional e europeu? pelos vistos, ainda não será este ano. os dirigentes leoninos conseguiram esse feito notável que foi construir um plantel com opções atacantes ainda mais fracas do que nos últimos anos. ontem até deu para sentir saudades de bueno e de alessandro. já para não falar no deivid, que brilha agora na liga dos campeões pelos turcos do fenerbache.
espero, pelo menos, que não deixem fugir o terceiro lugar, como no ano passado...

terça-feira, outubro 23, 2007

american music club + sin city

curioso vídeo, no mínimo, que encontrei no you tube, que mistura cenas do filme "sin city", filme realizado por robert rodriguez e frank miller, com bruce willis, mickey rourke, jessica alba, clive owen, entre outros, com uma música dos american music club, "revolving door", do disco "san francisco", de 1994.

segunda-feira, outubro 22, 2007

finalmente uma excelente notícia!

"American Music Club de regresso
Os American Music Club anunciam para Fevereiro de 2008 o seu nono álbum de originais. Terá por título The Golden Age e, ao que parece, será um regresso ao registo folk pop dos seus primeiros tempos."
in sound + vision

the top 10 dumbest celebrity quotes

selecção das tiradas mais infelizes (e profundamente parvas) proferidas por celebridades:

Christina Aguilera: “So, where’s the Cannes Film Festival being held this year?”

Ivana Trump: “Fiction writing is great. You can make up almost anything.”

Jessica Simpson: “I’m not anorexic. I’m from Texas. Are there people from Texas that are anorexic? I’ve never heard of one. And that includes me.”

Tara Reid: “I make Jessica Simpson look like a rock scientist.”

Dan Quayle: “The Holocaust was an obscene period in our nation’s history. I mean in this century’s history. But we all lived in this century. I didn’t live in this century.”

Alicia Silverstone: “I think that the film ‘Clueless’ was very deep. I think it was deep in the way that it was very light. I think lightness has to come from a very deep place if it’s true lightness”

Linda Evangelista: “It was God who made me so beautiful. If I weren’t, then I’d be a school teacher.”

George Bush: “I have opinions of my own, strong opinions, but I don’t always agree with them”

Brooke Shields: “Smoking kills. If you’re killed, you’ve lost a very important part of your life”

Arnold Schwarzenegger: “I think gay marriage is something that should be between a man and a woman”

o pior jogador do mundo?


por alvalade passam muitos dos piores pontas de lança que já passaram pelo futebol português, nacionais e estrangeiros. desde o manuel fernandes e o jordão que não passa um ponta de lança português decente pelo sporting. a única excepção terá sido fernando gomes, o bi-bota de ouro, que ainda fez uma boa época em alvalade. de resto, freire, forbs, cadete, paulo alves, joão luís (um viseense!), lourenço, varela, yannick djaló, etc., não se aproveitando nenhum. mas em relação aos estrangeiros que ultimamente passaram pelo sporting, para a posição de ponta de lança, a lista é mais extensa e de uma qualidade ainda mais assustadora. senão atentem: tony sealy, ralph meade, eskilsson (uma das "unhas" de jorge gonçalves), krpan (bastava um sopro para ele cair), missé missé, koke, nalitzis, spehar, skuravi, juskowiak (ainda marcou um excelente golo, de pontapé de bicicleta, em alvalade, contra o boavista), niculae (fez apenas meia época boa, antes de se lesionar, depois eclipsou-se), pinilla, kirowski, iordanov (pronto, ao fim de cinco anos em portugal até começou a jogar alguma coisa, mas nos primeiros tempos era uma miséria), alessandro, deivid (terá ido embora um pouco cedo demais, mas foi um bom negócio), bueno (marcou quatro ao nacional e... até sempre!). estes todos, mesmo assim, serão sempre considerados os melhores jogadores do mundo quando comparados com... milan purovic. é mau demais para ser verdade. não domina uma bola, cai sistematicamente, está sempre mal posicionado, passar-lhe uma bola é o mesmo que aliviar para canto, passa um jogo inteiro sem tocar na bola (sporting - fátima), quando tocou fez asneira (fez penalty ao tocar a bola com... as mãos dentro da área), não se desmarca, entrega-se à marcação, faz mais faltas do que as que sofre, cai muitas vezes em fora de jogo. enfim, uma nulidade autêntica. onde é que foram encontrar este tipo? com derlei lesionado e com duas miseráveis alternativas para fazer companhia a liedson (yannick e purovic), o sporting terá que ir obrigatoriamente às compras em janeiro.
só houve nos últimos vinte anos quatro grandes jogadores nessa posição: paulinho cascavel (embora só tivesse feito uma época de jeito), acosta, jardel (outro que também só fez uma época de jeito) e liedson. este último arrisca-se mesmo a ser o meu jogador preferido, de todos os tempos, do sporting. que grande golo no sábado ao fátima! sempre a mesma entrega, a mesma determinação, a mesma eficácia. por mim, assinava um contrato vitalício com o sporting. se ele for convocado para a selecção brasileira, como se tem falado ultimamente, pode-se dizer que é um prémio inteiramente justo.

sexta-feira, outubro 19, 2007

a meia idade é mesmo tramada...

daqui por uns anos, que eu espero que sejam muitos, vou olhar para trás, analisar tudo o que fiz e o que disse, o que realizei e o que perdi, e vou chegar à conclusão, se ainda tiver capacidades mentais para isso, que é impossível viver-se uma vida inteira sem defraudar ninguém. agradar a toda a gente é impossível. a questão é saber se estamos dispostos a fazer um esforço por determinadas pessoas. será que vale a pena deixarmos de ser quem somos, colocar reservas e preconceitos de lado, fingir interesse numa conversa que poderiamos ter tido quando estávamos na quarta classe, só para nos "moldarmos" melhor a outra pessoa? poderemos renunciar assim à nossa identidade, perverter a nossa personalidade, apenas com o intuito de agradar a alguém, de ser aceite, de nos integrarmos num grupo? caramba, sei que defraudei muita gente. e ainda vou a meio da minha existência (deve ser mais ou menos isso). sei que fiz amigos, que tive confiança neles para ouvirem os meus desabafos, que os ouvi também, que ri com eles, chorei com eles, ri com eles. se os defraudei? tenho a certeza que sim. não sou uma pessoa de trato fácil. por vezes prefiro mudar de direcção a ter que trocar palavras de circunstância com alguém. irrita-me esse papel, sempre me irritou. o interesse politicamente correcto, as perguntas da praxe sobre a família sem que se queira realmente saber a resposta. às vezes perguntam pelos meus filhos e olham para o relógio enquanto eu lhes respondo, ou interrompem-me a meio porque têm que ir embora. porque não mudar de direcção? viro e continuarei a virar. assim como virei uma parte importante da minha vida, a fase da despreocupação, a fase em que não temos continuamente duas crianças na nossa cabeça a preocupar-nos. quando fui pai, mudei. toda a gente muda. quem quis entender e perceber essa mudança, continuou comigo. quem não percebeu, quem pensava que tudo iria continuar a ser igual, não continuou. defraudei também estas pessoas? sim, também. mas se calhar elas defraudaram-me mais a mim. se calhar, só quando essas pessoas passarem pelo mesmo, por essa mudança, é que vão entender. de qualquer forma, desculpem se vos defraudei, a quem se sentir defraudado, e obrigado pelo momentos que partilharam comigo. por vezes sabe bem recordá-los e sentir que ainda conseguimos abrir um sorriso quando o fazemos.

o hálito faz o monge

qual é a grande vantagem das pessoas que fumam? nunca mais têm que se preocupar com o hálito. se alguém beijar um fumador, ou uma fumadora, sabe perfeitamente o que vai encontrar. nas sábias palavras de macário correia, vai encontrar um cinzeiro. os não fumadores, como eu, têm a vida muito mais dificultada. se bebo vinho tinto ao almoço, tenho que pedir sempre uma pastilha para disfarçar o hálito. se como pão de alho (e como eu sou maluco por pão de alho...), a mesma coisa. and so on, and so on.
caramba, para além da forte possibilidade de vir a ter um cancro nos pulmões, essa coisa menor e insignificante, é só vantagens para quem fuma (ver, se estiverem para aí virados ou com pachorra para demorar mais de 30 segundos a consultar este blog, o início do post "a famosa transição", de anteontem).

arrested development


depois de ter "devorado" a primeira parte da terceira série de "entourage", chegou-me agora às mãos, através de um grande amigo, a segunda temporada da série "arrested development". já tinha gostado bastante da primeira série, plena de humor subtil, trocadilhos verbais e de situações caricatas provocadas por uma das famílias mais disfuncionais da televisão. sobre a segunda série, a melhor forma de a definir, efectivamente, é dizer que, quando vejo alguns episódios, de noite, não consigo evitar sonoras gargalhadas, correndo sérios riscos de acordar alguém lá em casa. a série narra, em formato de falso documentário com narrador, as peripécias da outrora abastada financeiramente família bluth, que tem em michael bluth (jason bateman), viúvo e com um filho adolescente, uma espécie de organizador das suas vidas, a pessoa que tenta manter a família unida, apesar das intrigas e do materialismo reinante. michael fica a gerir a empresa da família quando o seu pai é detido por fraude. os seus irmãos (gob, buster e lindsay) e a sua mãe estão constantemente a pedir-lhe dinheiro ou ajuda para resolver os seus problemas. nesta segunda série, michael decide abandonar a família e partir com o seu filho, george michael (michael cera), para bem longe deles. mas... não consegue. os problemas familiares e da empresa são tantos que não tem outro remédio senão voltar e tentar resolvê-los, decente e honestamente.
"arrested development" estreou em novembro de 2003, na fox, criada por mitchell hurwitz, tendo como produtor executivo o realizador ron howard, que igualmente a voz do narrador. apesar do grande sucesso de crítica da série, que venceu seis emmy's e um globo de ouro, as fracas audiências ditaram o seu final, depois de 13 episódios, na terceira série. o último episódio foi para o ar no dia 10 de fevereiro de 2006.
do elenco fixo da série fazem parte jason bateman, portia de rossi, jessica walter, will arnett, jeffrey tambor, michael cera, david cross, tony hale e alia shawkat. vários actores tiveram participações especiais em episódios de "arrested development", como charlize theron, ben stiller, liza minnelli, julia louis dreyfus, zach braff, heather graham, martin short e henry winkler (o "fonz", de "happy days"), que faz o hilariante papel de advogado da família bluth.
refira-se ainda que esta série teve uma fugaz passagem pelo nossa televisão, ao ser transmitida pela tvi, às tantas da madrugada, aos dias de semana.

sim, sim, é mesmo portugal

sabemos que estamos em portugal quando:
santana lopes regressa à política pela "porta grande", sendo eleito para líder da bancada parlamentar do psd;
luís filipe menezes, que promoveu há anos uma conferência de imprensa, com a mulher e os filhos ao lado, a anunciar a sua retirada da política, que chamou "elitistas e sulistas" a membros do partido num congresso, é hoje o líder do psd;
um jogador chamado makukula transforma-se em herói nacional por ter marcado um golo ao cazaquistão;
sic e tvi transmitem repetições de "malucos do riso" e "batanetes" em horário nobre;
a dois meses e meio da abertura do mercado, a comunicação social desportiva já anda a lançar nomes de prováveis reforços para o benfica (o que não deve ser nada desmotivador para o plantel...);
a comunicação social portuguesa fecha os olhos, escamoteando a gritante falta de fair play dos jogadores da selecção nacional de sub-21 aquando do primeiro golo de portugal, frente a montenegro, na sequência de uma falta à entrada da área cometida pelos montenegrinos, num lance em que portugal deveria ter devolvido a bola aos adversários (bem, se o seleccionador da selecção principal agride um adversário, porque raio os jogadores da selecção de sub-21 hão-de ter fair play para devolver a bola aos adversários quando estão a perder 1-0 a dez minutos do fim do jogo?);
a agenda política nacional é ditada por uma dúzia de blogs nacionais;
a verdadeira oposição ao governo é feita por essa mesma dúzia de blogs nacionais;
continua sem haver qualquer pista sobre a maddie;
os pobres vão ficando cada vez mais pobres; e os ricos cada vez mais ricos. portugal é o país da europa onde é mais acentuada a diferença entre ricos e pobres. por isso, ainda bem que o bcp perdoou aquela dívida de muitos milhões de euros... coitado do rapaz.

momento melissa theuriau




segundo post dedicado neste blog a melissa theuriau (o primeiro foi em julho de 2006). nascida a 18 de julho de 1978, melissa theuriau é pivot/apresentadora de informação francesa, constando no seu currículo passagens pelos canais televisivos lci, tf1 e m6, onde está actualmente apresentado o programa "zone interdite". em 2006, os leitores do jornal daily express votaram-na como "the world's most beautiful news reporter". na edição americana da revista maxim também foi eleita como "tv's sexiest news anchor". já este ano, em maio, a revista fhm, na sua edição francesa, considerou-a "the most beautiful woman in the world". o fenómeno "melissa theuriau" começou a correr na internet, com milhões de visitas aos seus vídeos no you tube. em 2006, a revista francesa voici publicou fotos da apresentadora em topless na praia, fotos essas que correram mundo e renderam milhões ao sortudo paparazzi. os advogados de melissa theuriau ainda estão a tentar remover essas fotos da internet. mas, pelos vistos, ela não aprendeu bem a lição, como se pode constatar aqui. em todo o caso, este blog fica infinitamente mais agradável à vista com fotos da bela melissa.

24, 25, 26, 27...

terminou ontem mais uma série de "24", que deveria ficar para a história como "the blackmail one". depois da mulher e da filha, esta temporada, uma das mais fracas, foi fértil em chantagens e trocas interesseiras, tipo "toma lá, dá cá". foi a cunhada, bem gira por sinal, foi o sobrinho, o pai, o irmão, a audrey raines (mais um "love interest")... só faltou o primo afastado, a empregada de limpeza e o cão do jack bauer para alguém o poder chantagear. no episódio de ontem, bem como nos restantes 23, ficou bem patente que o filão se está a esgotar. as ideias repetem-se, os argumentos são quase sempre os mesmos, há sempre um infiltrado qualquer (na casa branca, no ctu, em todo o lado). mas este ainda é o maior chavão de todos e nunca se altera: os maus fazem-se sempre rodear de "capangas" muito incompetentes. nunca acertam em ninguém, basta um encostozinho para ficarem ko, não se protegem devidamente dos tiros do jack bauer (eu disse "tiros" mas normalmente só é preciso um para os eliminar) e são burros como as paredes. ontem o nosso agente preferido conseguiu aterrar de helicóptero numa plataforma, de noite, com cerca de uma dezena de "maus" à espera dele, eliminá-los a todos com a maior das facilidades e ainda evitar que o sobrinho matasse o pai (!). ah, e ainda houve aquela fabulosa cena, por ser completamente estúpida, do cheng (o "mau" mais macio e parvo de toda a série) dar o componente ao pai do jack bauer, o tal componente que estava prestes a desencadear uma terceira guerra mundial, dizendo-lhe para ir indo para o barco com o sobrinho que ele ia lá ter depois de "despachar" o jack. estava-se mesmo a ver... depois do gredenko e do fayed, que até metiam algum respeito, o desfecho desta série apresenta uns insignificantes "maus da fita". que saudades do bierko e do antigo presidente dos estados unidos... e já agora, da série anterior. esta não passou de uma previsível e entediante sequela. esperemos que a seguinte seja bem melhor, caso contrário perde-se todo e qualquer interesse numa futura versão cinematográfica. e jack bauer merece ser imortalizado no cinema.

uma imagem por dia


evangeline lilly
(inesquecível a sua última cena no derradeiro episódio da terceira série de "lost", quando se encontra com jack, já ambos fora da ilha)

quarta-feira, outubro 17, 2007

a famosa transição

de vez em quando sinto mesmo vontade de fumar. por causa de todo aquele ritual, procurar o isqueiro nos bolsos, abrir o maço, tirar um cigarro, acendê-lo, virar a cara para um dos lados, ou para cima, para deitar fora o fumo. chateia-me chegar todos os dias ao café, depois de almoço, pousar a carteira, os óculos de sol e o telemóvel na mesa, e ficar... a olhar lá para fora. ou levo algo para ler ou então não tenho mesmo nada para fazer, a não ser esperar pelo café e ficar meia hora a mexer o açucar. se fumasse, como 80% das pessoas que frequentam aquele café, sentir-me-ia certamente mais integrado. depois porque fica sempre muito bem juntar um cigarro e todo aquele fumo a uma expressão de sofrimento interior, a uma cara amargurada e vivida, profundamente conhecedora e resignada ao seu metro quadrado da sociedade. as tipas devem derreter-se todas com este género de homens. assim ao jeito do jeff bridges em "os fabulosos irmãos baker": frio, distante, deslocado, contrariado, que parece estar zangado com toda a gente. com esta descrição lembrei-me também do dr. house. ele é isto tudo, mais sarcástico, irónico e corrosivo, mas, no entanto, as mulheres adoram-no. voltando ao meu "train of thought", acho que as mulheres não têm tanta consideração e respeito por uma pessoa que está constantemente a rir-se. detestam palhaços ou serem vistas ao lado dos "bobos da corte". por outro lado, acham apelativo o aspecto de "in constant pain" dos homens. isto faz-me lembrar um episódio de "seinfeld", em que george costanza, quando sai pela primeira vez em "double date" com a nova namorada e com jerry e elaine, pede a este que não seja engraçado, para ele poder brilhar mais intensamente com as suas piadas. jerry acede e durante o jantar mostra-se depressivo e distante. só que o tiro sai pela culatra a george, visto que a sua namorada se apaixona por jerry, precisamente por ele aparentar aquelas características. pois, as mulheres não são todas iguais, obviamente. umas conquistam-se pelo humor, seja ele brejeiro, boçal e saloio (para umas, a maior parte infelizmente), ou inteligente e mordaz (para outras). mas outras querem analisar tudo, fazer de psicólogas e ajudar as almas mais empedernidas e sofredoras. querem marcar a diferença, ser diferentes, porque não vão ajudar muito uma pessoa já de si bem disposta. daí escolherem os homens mais sérios, mais circunspectos, mais ponderados e não aqueles que podem estragar um momento mais íntimo com uma piada estúpida qualquer e quebrar o ambiente. e há homens que sabem perfeitamente que isto é mesmo assim, daí exagerarem por vezes naquela postura forçada de ar sério. no meu tempo, ou seja, no tempo em que eu até frequentava discotecas, bares e pubs, em que tinha alguma vida nocturna, os homens que estavam declaradamente no engate eram aqueles com ar sério, bebida numa mão, cigarro na outra, que nunca se riam e falavam o menos possível. os outros, grupo de que eu fazia parte, estavam mais ocupados a tentar divertir-se com os amigos e a soltar gargalhadas estridentes. pois bem, no final da noite, ou começo do dia, eram quase sempre os tais carrancudos sérios que "sacavam" alguém. porquê? porque trabalharam para isso. that's why. há muitos homens que jogam esse jogo, que sabem as regras de cor e salteado. o facto de fumarem faz aumentar exponencialmente as opções de abordagem, nomeadamente com a sempre popular "tens lume que me arranjes?", ou "posso-te cravar um cigarro?". felizmente, e realço este felizmente, há muitas mulheres que vêem para além disto. também é sempre muito mais difícil para o homem mais brincalhão fazer a transição correcta de um momento de empatia a dois para um momento íntimo. neste aspecto, lembro-me sempre desse grande filme chamado "sideways", em que paul giamatti gora a hipótese de uma noite de paixão com virginia madsen, depois de uma envolvente conversa a dois sobre vinhos. quando é que se deve deixar de dizer piadas? eu nunca soube. por isso, especialmente quando estou mais nervoso, metralho tiradas parvas e estúpidas, sendo que, a maior parte delas, só eu as entendo. no meio de tudo isto, deste magnífico e inconsequente texto, ainda estou para perceber como é que eu consegui fazer a famosa transição quando a oportunidade surgiu. talvez pergunte lá em casa...

duran duran regressam

a minha primeira grande paixão por um grupo de música foi pelos duran duran, no início dos anos 80. "girls on film" e "planet earth", do primeiro album, intitulado "duran duran", são dois bons exemplos da música que se fazia na altura, sempre com estilosos telediscos à mistura. por falar nisso, durante uns meses pensei que os duran duran eram três homens e duas mulheres, porque, no teledisco de "planet earth", tanto nick rhodes como andy taylor parecem bastante efeminados. os anos foram passando e fui comprando sempre os discos deles: "rio", "seven and the ragged tiger", "arena", "notorious", "big thing", comprei igualmente o disco, fabuloso por sinal, do projecto alternativo arcadia, "so red the rose", até... ao "liberty", o tal disco em que simon le bon parece o eusébio na capa. era tão mau que deixei os dd de parte. até que veio o "ordinary world", essa grande música. gravei o disco mas, infelizmente, este só tinha mais duas músicas de jeito: "come undone" e "breath after breath". depois disto, mais uma longa travessia no deserto. até hoje. coloco hoje o teledisco de "falling down", que marca o regresso dos duran duran (e do "desaparecido" roger taylor à bateria) às boas músicas e aos sempre estimulantes telediscos, uma imagem de marca da banda. no final do video, com a participação do actor christian bale no início e no fim do mesmo, pode ouvir-se um trecho de outra música emblemática dos duran duran: "skin trade". o novo disco dos duran duran, "red carpet massacre", vai ser lançado no dia 12 de novembro na europa e no dia seguinte nos estados unidos.

terça-feira, outubro 16, 2007

uma imagem por dia


holly valance
(mas que fabulosa participação na segunda série de "entourage"...)

segunda-feira, outubro 15, 2007

como ela cresceu...


lembram-se de um filme "delico-doce" chamado "my girl", de 1991, com o enjoado do macaulay culkin, a jamie lee curtis e o dan aykroyd? até teve direito a sequela e tudo. em ambos os filmes entrava uma adolescente chamada anna chlumsky, então com 11 anos, no primeiro filme, e 14 anos, no segundo, interpretando o papel de vada sultenfuss, cujo pai, viúvo, era agente funerário. a actriz tem feito essencialmente trabalhos para televisão, em séries como "cupido", "law and order" e "30 rock". em 2008 vão estrear três filmes com a actriz, "eavesdrop", "blood car" e "quid pro quo". neste último, anna chlumsky contracena com nick stahl e vera farmiga, actriz em ascensão, que entrou em "the departed", de martin scorsese, e "breaking and entering", de anthony minghella. quanto à chlumsky (sempre gostei deste nome, tem ritmo), nascida em 1980, que até já venceu vários prémios de interpretação, sobretudo "young artist awards", um deles o de "most promising young newcomer", em 1991, por causa de "my girl", resta-nos esperar que lhe vá parar às mãos um bom papel, onde possa evidenciar todos os seus atributos como actriz, agora num papel adulto e, sobretudo, longe do macaulay culkin...

sexta-feira, outubro 12, 2007

quem tem coragem de ler isto tudo?

acordei ao som de "encosta-te a mim", de jorge palma. desencostei-me da minha mulher e levantei-me, sempre com a música na cabeça. é tão frequente acontecer isto, ficar sempre com a música que ouço quando acordo na cabeça, que seria tão estranho isso não acontecer como ver luis filipe scolari aos beijos com maria de medeiros. fico feliz por o jorge palma ter finalmente, depois de tantos anos, um "hit". já o merecia. que diabo, se até o andré sardet e aquele tipo irritante do anúncio do banco, que canta o "virar a vida de pernas para o ar" ou qualquer coisa assim, conseguiram passar nas rádios nacionais de hora a hora, porque não ele? no meio de tudo isto, já no banho, descubro que não há sabonete. saio da banheira, todo molhado, e apanho o meu reflexo no espelho. de repente, parece que estou a ser observado pelo chris penn. mas ele até já morreu, coitado. gostei de o ver em "reservoir dogs", "true romance" e "short cuts", mas a sua carreira nunca atingiu um estatuto parecido com a do seu irmão sean penn. mas ao contrário de sean, chris penn entrou num episódio de "seinfeld" e isso é que interessa. morreu em janeiro de 2006, paz à sua alma. peguei no sabonete e voltei para a banheira. sabe sempre bem passar água bem quente num corpo molhado e frio. é como acordar a meio da noite para ir à casa de banho e voltar para o quentinho dos lençóis e cobertores. aquela sensação de conforto e bem-estar é impagável. "encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos". bem, é um bocado exagerado o palma, mas aceita-se. quem se lembra de o ver, numa daquelas canções de solidariedade, com vários artistas nacionais, de chapéu de palha e com um ar lunático e totalmente desconhecedor do sítio em que se encontrava, dá-lhe sempre um desconto. fazer a barba é que me irrita solenemente. já a faço desde os 14 anos, idade com que comecei a namorar. a ana era mais velha cinco anos do que eu. "andas a desmamar putos", devia ser a frase que ela mais ouvia das amigas. chegou a ser constrangedor o meu primeiro beijo. "apostei com a goretti e com a eulália em como conseguia beijar-te" (e eu é que tinha 14 anos...). ganhou a aposta. só não entendi porque raio é que ela insistia em meter a língua dela na minha boca. é assim que se beija? que nojo... mas lá me habituei, como me habituei a fazer a barba e a gritar desalmadamente de cada vez que passava o after-shave pela cara. só anos mais tarde, e muitos gritos depois, é que me meti no nivea, que fez milagres pela minha pele. a minha mulher entra na casa de banho. todos os dias, quando isso acontece, ela me faz lembrar o robert smith, dos the cure, tal a confusão que reina no cabelo dela. se lhe pintasse os lábios de vermelho vivo, talvez ela me pudesse cantar um bocadinho do "trust" ou o "friday i'm in love"... sexta-feira, dia 12 de outubro, estou preparado para ti! só me falta preparar os pequenos-almoços de toda a gente cá em casa, as mochilas da escola, os casacos, as chaves, a carteira, os óculos de sol. "tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo, o que não vivi, hei-de inventar contigo. sei que não sei às vezes entender o teu olhar". bolas, como eu gostaria de ter escrito isto, ou de dizer isto a alguém num momento romântico. grande jorge palma! a caminho da escola do pedro, ligo o auto-rádio. o que é que está a passar? pois, "encosta-te a mim". começo a pensar em perseguição sonora. esqueço isso rapidamente quando alguém me ultrapassa, mas tão encostado ao meu carro que não caberia uma fatia de panrico entre os dois carros. começo a pensar que há tipos que levam à letra o nome da música do jorge palma. chego à escola e o meu filho, de 8 anos e meio, sai porta fora, disparado, porque já tocou (que saudades do screech...). "anda cá rapaz, dá cá um beijo antes de ires". os pais são assim, não se lembram de que podem estar a envergonhar os filhos. não me lembro a partir de que idade é que comecei a achar constrangedor os beijos do meu pai, mas deve ter sido para aí aos 4. enfim, "filho és, pai serás", que é a frase que a minha mãe profere mais vezes. o guiness book of records ligou-lhe uma vez para o café (os meus pais têm um café), mas ela tinha ido ao talho. atribuíram o record de frases mais vezes proferidas por dia ao octávio machado, com aquela do "vocês sabem do que eu estou a falar". bem, o meu trabalho familiar matinal está feito. que faço agora? vou trabalhar. faço um desvairado zapping pelo auto-rádio e não consigo encontrar o "encosta-te a mim". acho estranho. de quem é a culpa? tozé brito? antónio sala? ribeiro cristóvão? asae? talvez não, o palma não faz nenhuma referência gastronómica ou higiénica na música. eles que mobilizem todas os seus agentes para fátima e tentem desmantelar aquela fábrica de dinheiro, construída à custa de umas aparições alucinogénicas. contento-me, no trajecto entre a escola e o emprego, com uma música que raramente, muito raramente mesmo, passa nas rádios nacionais: "hotel california", dos eagles. parece que passaram 12 horas desde que acordei, com as minhas tradicionais dores de costas e com a minha tradicional mulher. estou preparado agora para enfrentar mais um dia de trabalho. sento-me na minha cadeira, ligo o mac e o pc, sinto-me o jean michel jarre no meio dos sintetizadores. abro o meu blog. nova mensagem. ecrã branco, cursor a piscar nervosamente. que raio vou escrever? saiu isto.

uma imagem por dia (neste caso, duas)


kelly carlson
(a inesquecível e escaldante kimberly da série "nip/tuck")

esclarecimento


fui alertado ontem para o facto de algumas músicas colocadas neste blog, através do imeem, só estarem disponíveis para uma amostra de 30 segundos. eu costumo fazer o post com as músicas e depois testar as mesmas, ouvindo-as directamente do blog, conseguindo sempre ouvir a música toda. hoje fiz o teste, noutro computador, e pude comprovar que, de facto, algumas músicas, as mais recentes, nomeadamente as dos radiohead, só podem ser ouvidas durante 30 segundos, o que é uma pena. o imeem justifica desta maneira essa desfaçatez: "the artist or label that owns this song has not approved full-length streaming for our users. this is a 30 second preview. to listen to the full song, upload it from your music library". é isto!
de qualquer forma, se quiserem ouvir, integralmente, os temas do novo disco dos radiohead, se é que ainda não fizeram o download, aconselho uma visita ao blog 9-9, do hugo, onde poderão ver e ouvir os temas de "in rainbows" ao vivo, através do you tube.
a administração deste blog pede, obviamente, desculpas pelo sucedido e coloca-se inteiramente ao dispor dos seus leitores, ou seja, de ambos, para qualquer solicitação de músicas (de preferência aquelas que não tenham apenas 30 segundos).

quinta-feira, outubro 11, 2007

nuvens in rainbows

desculpem a insistência de hoje em relação ao novo disco dos radiohead, mas é um daquelas sensações de que não se consegue fugir. apetece ouvir, ouvir... até à exaustão (que ainda não aconteceu, diga-se). como detentor de toda a discografia oficial dos radiohead, grupo que constará sempre da lista das minhas 10 bandas preferidas, é normal que reaja efusivamente sempre que é lançado um novo trabalho. "descobri-os", como toda a gente, com "creep"; exultei com "the bends", ouvi "fake plastic trees", "street spirit (fade out)" (que será a música do meu funeral), "high and dry", "bullet proof... i wish i was", "sulk" e "nice dream" centenas de vezes; depois veio a consagração universal com "ok computer". comprei o disco, gravei-o para uma cassete e esta andou no meu opel corsa comercial vários meses, sempre a rodar. corria o ano de 1997 e eu instalava-me de "armas e bagagens" em viseu e todas as músicas do disco me transportam imediatamente para esses dias. "no surprises", "exit music (for a film)", "lucky", "let down", "paranoid android", "karma police", "airbag", "the tourist"... deve ter sido um dos discos que mais vezes ouvi na vida. em 2000 chegou "kid a", muito elogiado pela crítica mas que nunca me convenceu. apesar disso, continha uma verdadeira pérola chamada "how to disappear completely". no ano seguinte lançaram "amnesiac", quase um prolongamente de "kid a", dado que foi gravado na mesma altura. mesmo assim, destacam-se boas músicas como "knives out", "pyramid song", "i might be wrong" e "you and whose army?". em 2003, os radiohead regressam a uma orientação musical mais próxima de "ok computer", com o disco "hail to the thief". em termos de preferências, este era o meu terceiro album preferido da banda, antes do lançamento de "in rainbows". a música "sail to the moon", que hoje me esqueci de colocar no post sobre o novo disco, quando disse que o tema "nude" surgia na mesma linha de "how to disappear completely" e "exit music (for a film)" (lá está, faltava incluir também a "sail to the moon"), é uma das melhores de sempre da banda. depois ainda há "wolf at the door", outra magnífica música, "where i end and you begin", "we suck young blood", "there there", "scatterbrain", "go to sleep" e "i will". agora, com a chegada de "in rainbows" e pelo número de vezes que já o ouvi hoje, duvido que "hail to the thief" mantenha o lugar no pódio. hoje, para colocar "nas nuvens", decidi-me por três músicas: "nude", "weird fishes/arpeggi" e "house of cards". mas foi difícil a escolha, porque dos dez temas do disco só ainda não absorvi completamente a "15 step". em termos de avaliação, se tivesse que lhe dar uma pontuação de 1 a 10 hoje, seria um claro 9. veremos como "amadurece" o disco com mais umas dezenas de audições em cima...

o que se ouve por cá

in rainbows - radiohead

1. 15 step; 2. bodysnatchers; 3. nude; 4. weird fishes / arpeggi; 5. all i need; 6. faust arp; 7. reckoner; 8. house of cards; 9. jigsaw falling into place; 10. videotape.
para já, depois de uma primeira audição de "in rainbows", o sétimo disco de estúdio da banda, a música "nude" enche-me completamente as medidas. esta música tem vindo a ser "trabalhada" pelos radiohead desde a digressão para promover "ok computer". foi finalmente lançada e o resultado final é mesmo divinal, na linha de músicas como "how to disappear completely" e "exit (for a film)". prometo colocar hoje mesmo a música neste blog. de resto, a maior parte das músicas do novo disco têm vindo a ser tocadas ao vivo pela banda já há algum tempo, daí que existam várias versões das mesmas disponíveis no you tube. o tema "weird fishes / arpeggi", outra excelente música, foi tocado pela primeira vez, no royal festival hall, no dia 27 de março de 2005, dia do nascimento da minha filha. a letra da música é bastante deprimente, mesmo para os radiohead. "all i need" é outro dos pontos altos do disco, com um final apoteótico. da segunda metade do disco, destaco "faust arp", "house of cards" e "videotape", três bons exemplos da mestria vocal de thom yorke.
"in rainbows" é radiohead "vintage", um regresso em grande depois de "hail to the thief", de 2003.

quarta-feira, outubro 10, 2007

uma imagem por dia



camilla belle

(eu sei que ela é repetente nesta rubrica, mas não resisto. actriz americana, nascida a 2 de outubro de 1986, em los angeles, é filha de pai americano e mãe brasileira. já entrou em filmes como "lost world: jurassic park", "practical magic", "invisible circus", "the ballad of jack and rose", "the quiet" e "when a stranger calls". em 2008 vai protagonizar o blockbuster "10.000 b.c.", de roland emmerich, e o filme "push", de paul mc guigan, com chris evans, dakota fanning e djimon hounsou)

terça-feira, outubro 09, 2007

a bullet in the head, anyone?


começou ontem na rtp 2 a exibição da segunda parte da sexta e última série de "sopranos", que tem 9 episódios. o episódio de ontem foi... sereno e calminho, apesar da detenção de tony soprano. costuma ser assim, quando tudo parece muito calmo adivinha-se sempre uma cena brutal atrás de cada esquina. daí que a cena de pancadaria, durante um jogo de monopólio, entre o chefe da família soprano e o cunhado bobby não tenha causado muito espanto, pese embora a bonomia e a pacatez deste último. aquilo que achei mais relevante no episódio de ontem, tirando a primeira prenda de aniversário de carmela a tony, foi mesmo a profunda irritação que a personagem de aida turturro me provoca. é seguramente a personagem televisiva que mais provoca os meus nervos. janice soprano, o seu papel, irmã de tony, é hipócrita, invejosa, mesquinha, interesseira, manipuladora, péssima mãe (como o episódio de ontem evidenciou), que tem como passatempo preferido espicaçar o irmão. e já nem vou falar nas características físicas da personagem, que também me ferem a vista, mas isso "dou de barato".
ora exactamente por estar aqui a gastar um post a falar sobre a personagem que mais me irrita no panorama televisivo, impõe-se que faça uma grande vénia à actriz que a interpreta. aida turturro, prima desse enorme actor que é john turturro, construiu uma personagem coerente, encarnando de forma credível uma mulher sem apetências profissionais que se "encosta" ao irmão, patrão da mafia de new jersey, para conseguir viver uma vida decente, mas tornando-a ao mesmo tempo tão dolorosamente insuportável que nos faz desejar que ela seja a próxima pessoa a quem tony soprano mete uma bala na cabeça.
aida turturro foi nomeada duas vezes para o emmy de melhor actriz secundária em papel dramático, em 2001 e 2007. não venceu em nenhuma das ocasiões. diga-se, com sinceridade, que o papel não a ajudava muito...

a MÚSICA!

há músicas que encaixam verdadeiramente na nossa maneira de ser, que são autênticas bandas sonoras do nosso dia-a-dia, do que somos, do que sentimos. músicas que ecoam pelo nosso cérebro sem ser necessário um leitor de cds ou um mp3. estão cá dentro, fazem parte de nós. sons etéreos, deambulações emocionais, entre o riso e o choro, a paixão e a dor. há músicas que gostamos de "visitar" todos os dias, como um livro que se leu e que se relê com renovado interesse, sem desgaste. esta é uma dessas músicas: "holes", dos mercury rev. acho que foi a música que mais ouvi nestes últimos dois anos. é uma paixão, um arrebatamento, uma exaltação sentimental que se vive durante os 5 minutos e 56 segundos da música. no final, quando se começa a ouvir o trompete, é quase impossível segurar as lágrimas, a barragem colapsa, inundando de água cristalina uma face de expressão ambígua: por um lado a felicidade de conhecermos tal preciosidade musical; por outro o turbilhão emocional desencadeado pela música confronta-nos com sentimentos que julgávamos escondidos, trazendo à "superfície" aqueles primeiros desgostos amorosos que vivemos, as horas de amargura até ao próximo encontro, a ansiedade e o desejo incontido de voltar a estar com a pessoa amada, uma paixão mal curada, uma ou outra ilusão passageira que nunca saberemos o que poderia ter dado. enfim, tantas e tão variadas emoções, "all those endless ends, that can't be tied, oh they make me laugh, and always make me cry".

"holes" - mercury rev

Time, all the long red lines, that take control,
of all the smoke like streams that flow into your dreams,
that big blue open sea, that can't be crossed,
that can't be climbed, just born between,
oh the two white lines, distant gods and faded signs,
of all those blinking lites, you had to pick the one tonite...

Holes, dug by little moles, angry jealous spies,
got telephones for eyes, come to you as friends,
all those endless ends, that can't be tied,
oh they make me laugh, and always make me cry,
til they drop like flies, and sink like polished stones,
of all the stones i throw, how does that old song go?
how does that old song go?
Bands, those funny little plans, that never work quite right.



segunda-feira, outubro 08, 2007

jeremy piven

algumas das melhores cenas de ari gold, o espirituoso, stressado e hilariante agente de vincent chase (adam grenier) em "entourage", interpretado pelo sempre excelente jeremy piven, vencedor de dois emmy's de melhor actor secundário por este papel. bem merecidos, diga-se de passagem.

"let's hug it out bitch"; "when vince looks like gary sinise he will do television"; "we are going to hell so bring your sun block"; "what's in the gym bag? - it's a kilo of blow".

quinta-feira, outubro 04, 2007

os filmes que aí vêm

"i am legend" - blockbuster de ficção científica/horror, com um orçamento de 150 milhões de dólares, realizado por francis lawrence, com will smith;
"rendition" - thriller político realizado por gavin hood, com reese witherspoon, jake gyllenhaal, meryl streep e alan arkin;
"the invasion" - thriller de ficção científica baseado no livro "invasion of the body snatchers", realizado por oliver hirschbiegel, com nicole kidman, daniel craig e jeremy northam;
"american gangster" - drama policial dirigido por ridley scott, com denzel washington e russell crowe;
"elizabeth: the golden age" - drama de época realizado por shekhar kapur, sequela do filme "elizabeth", igualmente do mesmo realizador, com cate blanchett, clive owen e geoffrey rush;
"we own the night" - thriller dirigido por james gray, com mark wahlberg, joaquin phoenix, robert duvall e eva mendes;
"fred claus" - comédia natalícia, do realizador david dobkin, com vince vaughn e paul giamatti;
"lions for lambs" - drama realizado por robert redford, com tom cruise, meryl streep e o próprio robert redford;
"beowulf" - adaptação cinematográfica do poema épico "beowulf (que tem 3.183 linhas!), realizada por robert zemeckis, com um elenco de luxo: anthony hopkins, john malkovich, angelina jolie, ray winstone e crispin glover;
"mr. magorium's wonder emporium" - fábula moderna realizada pelo estreante zach helm, com dustin hoffman, natalie portman e jason bateman;
"the golden compass" - drama baseado na trilogia literária de philip pullman "his dark materials", realizado por chris weitz, com daniel craig, nicole kidman, dakota richards e sam elliot;
"enchanted" - comédia romântica da disney, dirigida por kevin lima, com susan sarandon, james marsden e amy adams;
"sweeney todd" - drama musical baseado no show da broadway, com o mesmo nome, de stephen sondheim, realizado por tim burton, com johnny depp e helena bonham carter;
"charlie wilson's war" - drama político, escrito por aaron sorkin, argumentista da série "the west wing", realizado por mike nichols, com tom hanks, julia roberts, philip seymour hoffman, emily blunt e amy adams;
"in the valley of elah" - thriller realizado por paul haggis, com charlize theron e tommy lee jones;
"national treasure: book of secrets" - sequela de "o tesouro", realizada por john turteltaub, com nicolas cage;
"vantage point" - thriller político dirigido por pete travis, com dennis quaid, matthew fox, sigourney weaver, forest whitaker e william hurt;
"the other boleyn girl" - drama de época realizado por justin chadwick, com scarlett johansson, natalie portman e eric bana;
"no country for old men" - drama realizado por joel e ethan coen, com javier bardem, josh brolin e tommy lee jones.

"milano aspettami"

a derrota de ontem do milão na escócia, frente ao celtic, não poderia vir em melhor altura... para josé mourinho. em 11º lugar no campeonato, sem vencer em casa ainda (a excepção foi mesmo o benfica, para a liga dos campeões), o campeão europeu vive uma crise de resultados e a solução pode ser a demissão de carlo ancelotti e a entrada do técnico português. com a inesperada disponibilidade de josé mourinho, depois da sua saída do chelsea, são vários os clubes apontados como destino do "special one", mas o problema é que dos grandes clubes europeus só o milão está a decepcionar em grande neste início de época. barcelona, real madrid, juventus, inter de milão e até o bayern munique estão a fazer um bom arranque, nos seus campeonatos e na liga dos campeões. veremos se daqui por uns tempos não estará josé mourinho a anunciar à imprensa italiana "io sono speciale".

p.s. - grazie alessandra.

make no mistake, cookies are the real menace

o "primeiro cão"
o presidente dos e.u.a., george w. bush, abre uma das portas da Casa Branca ao seu cão barney, de 6 anos, também morador na residência oficial dos chefes de estado norte-americanos. barney, que possui uma página própria no site da presidência, é muito conhecido dos fotógrafos da capital federal e protagonizou já nove filmes, além de diversos episódios relacionados com a actual "primeira família" da superpotência. diz-se que uma vez terá salvo a vida de bush, quando deu sinal de que este perdera os sentidos por, alegadamente, se ter engasgado com uma bolacha durante a noite".
in "visão", nº 761, de 4 de outubro de 2007, página 32.

não sei o que é que me parece mais estapafúrdio neste trecho noticioso: se o facto de o cão, alegadamente, ter salvo a vida de bush ao dar sinal (??) de que este perdera os sentidos (não sei como é que o cão conseguiu fazer uma coisa dessas, sobretudo explicar o sucedido); ou o facto de alguém, que não tem um ano de idade, que não aparenta sofrer de incapacidade motora e psíquica (bem, psíquica... talvez) e, ainda por cima, é o presidente dos estados unidos da américa, perder os sentidos ao engasgar-se com uma bolacha.

importa-se de repetir?

"este é o melhor plantel do benfica dos últimos 10 anos. qualquer treinador se sentiria orgulhoso por treinar estes atletas".

luís filipe vieira, em directo na sic, momentos antes do início do jogo benfica - copenhaga, da primeira mão da pré-eliminatória da liga dos campeões.

o teste do tempo

o tempo tudo cura. o tempo passa devagar quando ansiamos por algo. o tempo passa depressa quando estamos junto de quem amamos. o tempo... nunca é aquilo que queremos. no entanto, o tempo tem uma virtude inatacável: ele serve como barómetro emocional quando queremos saber se uma determinada pessoa nos faz falta. quando ficamos longos meses sem ver ou falar com uma pessoa e isso não nos causa a mínima mossa em termos emocionais, é um sinal de que, porventura, essa pessoa não nos faz falta, é descartável, como as fraldas. se, pelo contrário, a ansiedade toma conta de nós, antecipando um desejado reencontro, o regresso a um "local" onde nos sentimos bem, seja numa prolongada conversa emoldurada por chávenas vazias de chocolate quente, um passeio à chuva ou, apenas e só, num fugaz encontro na rua, tudo serve para mitigar a falta que essa pessoa nos faz.

resumindo: o tempo é, na realidade, o nosso melhor amigo, que nos aconselha verdadeiramente sobre as nossas necessidades emocionais.

100 melhores programas de tv

a conceituada revista norte-americana "time" elegeu os 100 melhores programas de televisão de todos os tempos. a lista, elaborada pelo crítico televisivo da revista, james poniewozik, engloba programas que estrearam antes de 2006 e foi ordenada por ordem alfabética. de fora desta lista, sempre sujeita a inúmeras divergências de opinião, ficaram séries como "anatomia de grey", "house", "e.r.", "donas de casa desesperadas", "c.s.i." e "nip/tuck", o que custa um pouco a "engolir". igualmente se constatam as ausências de jay leno e de conan o'brien e dos seus respectivos talk shows. em termos de sitcom's ficaram de fora "frasier", "mad about you" e "everybody loves raymond", três grandes sucessos televisivos. no entanto, a "time" não se esqueceu de incluir, se não o fizesse esta lista não teria credibilidade nenhuma, séries como "friends" e "seinfeld". a maior parte dos programas são, obviamente, norte-americanos, o que se compreende, vindo a lista de onde vem, mas, mesmo assim, ainda houve espaço para incluir na lista os monty python e a série "the office", versão original.
são estes os 100 melhores programas de televisão de todos os tempos para a revista time: 24, 60 Minutes, The Abbott and Costello Show, ABC's Wide World of Sports, Alfred Hitchcock Presents, All in the Family, An American Family, American Idol, Arrested Development, Battlestar Galactica, The Beavis and Butt-Head Show, The Bob Newhart Show, Brideshead Revisited, Buffalo Bill, Buffy the Vampire Slayer, The Carol Burnett Show, The CBS Evening News with Walter Cronkite, A Charlie Brown Christmas, Cheers, The Cosby Show, The Daily Show, Dallas, The Day After, Deadwood, The Dick Van Dyke Show, Dragnet, The Ed Sullivan Show, The Ernie Kovacs Show, Felicity, Freaks and Geeks, The French Chef, Friends, General Hospital, The George Burns and Gracie Allen Show, Gilmore Girls, Gunsmoke, Hill Street Blues, Homicide: Life on the Street, The Honeymooners, I, Claudius, I Love Lucy, King of the Hill, The Larry Sanders Show, Late Night with David Letterman (NBC), Leave It to Beaver, Lost, Married... With Children, "Mary Hartman, Mary Hartman", The Mary Tyler Moore Show, M*A*S*H, The Monkees, Monty Python's Flying Circus, Moonlighting, MTV 1981-1992, My So-Called Life, Mystery Science Theater 3000, The Odd Couple, The Office [American], The Office [British], The Oprah Winfrey Show, Pee Wee's Playhouse, Playhouse 90, The Price Is Right, Prime Suspect, The Prisoner, The Real World, Rocky and His Friends, Roots, Roseanne, Sanford and Son, Saturday Night Live, Second City Television, See It Now, Seinfeld, Sesame Street, Sex and the City, The Shield, The Simpsons, The Singing Detective, Six Feet Under, Soap, The Sopranos, South Park, SpongeBob SquarePants, SportsCenter, Star Trek, St. Elsewhere, The Super Bowl (and the Ads), Survivor, Taxi, The Tonight Show Starring Johnny Carson, The Twilight Zone, Twin Peaks, The West Wing, What's My Line?, WKRP in Cincinnati, The Wire, Wiseguy, The X-Files, Your Show of Shows.

alimentar os vícios

noite de emoções fortes ontem. primeiro, noventa minutos a sofrer por causa de um vício, o futebol. depois, setenta minutos a alimentar outro vício, "entourage".
a vitória do sporting em kiev foi arrancada a ferros, teve tanto de sorte como de garra e querer, e provou que, sem dúvida, os adeptos do sporting são os que mais sofrem a ver futebol. connosco, nada é garantido, tanto podemos levar 5-0 como ganhar à rasca por 1-2. sorte têm os adeptos do fc porto, que sabem sempre que vão ganhar, a única diferença é saber por quantos. ontem foi um suplício, adivinhava-se o golo do dinamo de kiev a qualquer momento, tal a fragilidade defensiva leonina, que só ganhou alguma consistência com a entrada de paredes, um jogador que deveria ter entrado muito mais cedo em campo, tal como gladstone. se o resultado não tivesse sido uma vitória, nesta altura paulo bento estava certamente a ser crucificado pelas suas decisões, mas desta vez foi protegido pela sorte. de qualquer forma, foi uma vitória importante, a primeira fora de casa na liga dos campeões, que poderá dar mais algum alento aos jovens leões para os próximos jogos. para já, seria interessante vencer o vitória de guimarães no "pantanal" de alvalade. a equipa de manuel cajuda (que eu gostava de ver, um dia, no sporting, como treinador) não perde há quase trinta jogos oficiais, já empatou esta época na luz e fez a vida negra ao sporting na taça da liga, sendo eliminado apenas nas grandes penalidades.
depois do jogo e já retemperado de todas aquelas emoções, fui fazer umas compras de última hora a uma superfície comercial de viseu. noite chuvosa, quase ninguém nas ruas de viseu. na rádio ainda se ouviam os ecos da vitória do sporting. estacionei o carro e entrei no fórum viseu. antes das compras propriamente ditas, no feira nova, fui ver as novidades em termos de dvds na electric co., como costumo igualmente fazer na worten, sendo a minha prioridade as séries de televisão. terceira série do "lost", "american dad" (fiquei lá com os olhos), "family guy" (outra que tal), "arrested development" (talvez no natal), sexta série de "sopranos" (que está a passar novamente na rtp 2, bastante tarde), e... a terceira série de "entourage" - 1ª parte. depois de ter "devorado" avidamente as duas primeiras séries, não pude deixar de comprar, era imperioso continuar a assistir às aventuras de vincent chase, eric, turtle e johnny drama em hollywood.
mais tarde, depois de estar já toda a gente a dormir lá em casa, pude alimentar o meu vício, calmamente, sem interrupções, em puro deleite audiovisual. vi três episódios (a primeira parte da terceira série tem 12) mas a minha vontade era ver mais, talvez tudo, quem sabe. desta vez, porém, vou ver se me consigo conter e prolongar os episódios até surgir a segunda parte da terceira série.

terça-feira, outubro 02, 2007

silicone vs silicone

francisco penim olhava, muito preocupado, para as audiências de setembro, onde constatava que tinha ficado novamente em terceiro lugar, depois da tvi e da rtp. as suas apostas, "família superstar", "chiquititas", "a ganhar é que a gente se entende", o futsal, tinham deixado, mais uma vez, a desejar na luta das audiências. da sua plêiade de estrelas, onde antes constavam nomes como bruno nogueira, soraia chaves e rui unas, restava apenas patrícia tavares. e ele lembrou-se que a moça ainda não tinha rentabilizado verdadeiramente o silicone que colocou. tinha falhado na missão de prender os olhos dos telespectadores, especialmente dos masculinos, em três programas consecutivos: "sete vidas", "jura" e "chiquititas". mesmo assim, penim entendeu que ela merecia mais uma oportunidade. afinal, o investimento tinha sido bastante alto (e rechonchudo). vai daí, teve mais uma ideia genial, tal como aquela em que juntou, na noite de passagem de ano, o elenco da novela "jura" com o da "floribella": colocar patrícia tavares no programa "a ganhar é que a gente se entende", ao lado do cabotino fernando rocha! bastante decotada, de preferência, porque a concorrência àquela hora (rtp) joga duro, com a lenka e a cristina martins. olho por olho, silicone por silicone!
verdadeiramente extasiado pela sua fabulosa ideia, francisco penim ainda se lembrou de "desenterrar" os "malucos do riso", um produto da direcção de programas de emídio rangel, que tão boas audiências registou. infelizmente, o director de programas da sic foi interrompido no seu gabinete por rodrigo guedes de carvalho, que o convidou para almoçar, caso contrário ele ainda se lembrava de colocar novamente no ar o "água na boca" e o "não se esqueça da escova de dentes".
p.s. - ironia à parte, é espantoso como francisco penim ainda continua à frente da direcção de programas da sic. por muito menos foi corrido manuel fonseca.

procuro patrocínio

os meses de outubro e novembro apresentam um cardápio brilhante em termos de concertos em portugal. a lista é de tal forma apetecível que dá vontade de contrair um empréstimo numa dependência bancária para poder ir a todos, sem constrangimentos. não havendo essa possibilidade, e colocando igualmente de lado a hipótese de vender litros de sangue ou um rim ao hospital, ou de tentar encontrar a maddie para receber a recompensa, resta-me ficar a salivar abundantemente ao olhar para a lista que vou colocar a seguir, sabendo de antemão que, pelo menos, o concerto do dia 7 de novembro, contará com a minha entusiasmada presença.

dia 17 de outubro, no santiago alquimista, em lisboa: kurt wagner, líder dos lambchop, a solo.

dias 21 e 23 de outubro, respectivamente no centro cultural de belém, em lisboa, e no teatro circo, em braga: david sylvian.

dia 27 de outubro, no santiago alquimista, em lisboa: mark kozelek, líder dos red house painters e sun kil moon, a solo.

dia 6 de novembro, no coliseu dos recreios, em lisboa: rufus wainwright.

dia 7 de novembro, no coliseu dos recreios, em lisboa: blonde redhead e interpol.

dia 26 de novembro, na aula magna, em lisboa: josh rouse.

segunda-feira, outubro 01, 2007

conta-me como foi


gosto disto, é verdade. é muito raro gostar de um programa de ficção nacional, basicamente porque a representação roça quase sempre o nível de teatro amador, os cenários são artesanais, o som e a imagem são péssimos, etc. neste caso, gosto de quase tudo, mas enalteço, e de que maneira, as interpretações de miguel guilherme e rita blanco. facilmente se cria uma relação de empatia com o casal lopes, ao assistirmos às suas dificuldades para sustentar a família naqueles tempos de crise e adversidade. o papel do filho mais novo, que narra a história em adulto, também está muito bem entregue a luís ganito. este tipo de papel, caindo nas mãos erradas, ou seja, num actor sem nenhuma habilidade e pouco credível, poderia deitar por terra as aspirações dos produtores. depois, é de enaltecer a preocupação com os pormenores, com cada detalhe, os jornais, a televisão, as mobílias, as roupas, os cafés, tudo muito bem integrado, respeitando a época em que se desenrola a acção. a rtp conseguiu atingir o seu objectivo de retratar de uma forma bem-humorada o ambiente sócio-económico de portugal no final dos anos 60. e digam lá, se viram os episódios de ontem à noite, se também não esboçaram um grande sorriso de cumplicidade e ternura quando viram o casal lopes a dançar na rua; ou quando os miúdos tentam brincar com as meninas. bons momentos televisivos, sem dúvida.
aos domingos à noite, temos finalmente um serão decente de televisão, com o "diz que é uma espécie de magazine" e "conta-me como foi".