sexta-feira, março 30, 2007
quinta-feira, março 29, 2007
a chain of flowers
a música pertence ao disco duplo "join the dots 1978-2001", disco 2, uma colectânea de lados b e raridades dos the cure, editado em 2004. chama-se, e só hoje é que soube isto, "a chain of flowers". tenho pena de não a ter encontrado no radio.blog.club, porque queria partilhá-la com toda a gente. dessa forma, apenas posso partilhar a letra.
a chain of flowers - the cure
Please wake up
It's so dark and cold
Please wake up
I feel so alone
And I feel so scared
That you're going away
And I feel so scared...
All I want is summer
Stories from before
Just like the day you tried to hide
Behind the churchyard wall
And fell asleep before I came
I found you
In a chain of flowers
Sleeping like a marble girl
Sleeping in another world...
Please wake up
It's so dark and cold
Please wake up
I feel so alone
And I feel so scared
That you're going away
And I feel so scared...
I'll never tell you
Of all the different ways
You make me so afraid...
quarta-feira, março 28, 2007
eva green
dream team?
meszaros; luisinho, stan valckx e andré cruz; douglas, simão sabrosa, balakov, figo e quaresma; liedson e cristiano ronaldo.
banco de suplentes:
ricardo; phil babb, anderson polga; silas, duscher, joão moutinho; fernando gomes e acosta.
hoje, em belgrado, a nossa selecção vai contar com estes sportinguistas e ex-sportinguistas: ricardo, caneira, joão moutinho, nani, simão sabrosa, quaresma, hugo viana, cristiano ronaldo. para completar um onze só faltariam três jogadores, que poderiam ser miguel veloso, tonel e custódio, se este último não fosse um completo cêpo que só sabe jogar para os lados e para trás.
fica provado que o sporting é o maior viveiro de futebolistas em portugal. pena é não saber aproveitar devidamente os seus talentos e não os saber fazer regressar ao clube depois de más experiências no estrangeiro, como foram as casos de simão e quaresma. se estivessem hoje no sporting a apoiar liedson no ataque não estaríamos, certamente, em terceiro lugar, a seis pontos do primeiro. cambada de dirigentes... tomara que não aconteça o mesmo com joão moutinho, nani ou miguel veloso e que eles não estejam a brilhar, daqui a uns anos, com as camisolas do benfica e do fc porto.
está confirmado!
By Richard Owen, in Rome. March 28, 2007
HELL is a place where sinners really do burn in an everlasting fire, and not just a religious symbol designed to galvanise the faithful, Pope Benedict XVI has said.
Addressing a parish gathering in a northern suburb of Rome, the Pope said that in the modern world many people, including some believers, had forgotten that if they failed to "admit blame and promise to sin no more", they risked "eternal damnation - the inferno". Hell "really exists and is eternal, even if nobody talks about it much any more".
The Pope, who as cardinal Joseph Ratzinger was head of Catholic doctrine, noted that "forgiveness of sins" for those who repented was a cornerstone of Christian belief. He recalled that Jesus had forgiven the "woman taken in adultery" and prevented her from being stoned to death, observing: "He that is without sin among you, let him first cast a stone at her."
God had given men and women free will to choose whether "spontaneously to accept salvation... the Christian faith is not imposed on anyone, it is a gift, an offer to mankind".
The Times, London, in The Australian (aqui)
meus amigos, o papa confirmou: o inferno existe mesmo e é um lugar onde os pecadores ardem num fogo eterno, como castigo pelos seus pecados terrenos. o papa consegue provar, com estas afirmações, que é um ser infinitamente superior ao comum dos mortais. estes últimos apenas sabem que existe o céu, porque basta-lhes olhar para cima e ele lá está, umas vezes azul, outras cinzento, mas o papa consegue ver mais longe, vê chamas eternas, vê o belzebu, vê o inferno, vê um t4 com quatro assoalhadas, com logradouro e 250 m2 de área descoberta, onde habitam saddam hussein, benito mussolini, adolph hitler e antónio salazar... mais:
com isto a religião católica pretende angariar outra franja de seguidores: aqueles que têm verdadeiramente medo de ir parar ao inferno. ou seja, é uma nova espécie de inquisição, motivada pela crucial premissa de que o inferno é mesmo uma coisa muito chata, algo extremamente desagradável e que pode, eventualmente, provocar queimaduras graves de primeiro e segundo grau. e o papa vai mais longe: para além de comprovar a existência do inferno, diz ainda que o lugar não é um símbolo religioso criado para galvanizar a fé dos homens. não senhor, é efectivamente um sítio onde os pecadores ardem eternamente nos seus pecados, mesmo que, e citando, "nobody talks about it much any more". portanto, o papa entendeu por bem evocar nos dias de hoje o inferno, no sentido de impedir que as pessoas pequem a torto e a direito. isto porque, e citando, "a fé cristã não é imposta a ninguém, é uma prenda, uma oferta à raça humana". caramba, que grande prenda! que grande oferta! escusavam de se incomodar, um par de meias bastava...
ilha deserta
terça-feira, março 27, 2007
leonor varela
little miss sunshine
para já, é o meu filme preferido do ano! retrata a disfuncionalidade de uma família, repleta de idiossincrasias, ambições e ressentimentos. a viagem que encetam, rumo a um concurso de beleza infantil, vai desencadear emoções fortes e uma partilha de sentimentos que desfaz as barreiras iniciais de preconceito e falta de comunicação. é um road movie por vezes hilariante, por vezes melodramático, por vezes ternurento, por vezes... nonsense. mas, no final, aquela família acaba mais unida do que nunca, capaz de respeitar as diferenças e as crenças uns dos outros.
o elenco é soberbo: greg kinnear, é o pai de família, que quer a todo o custo vender uma ideia para um livro; toni collette é a mãe, que parece andar sempre com um tubo de cola a tentar "colar" os pedaços da sua família fracturada; alan arkin, vencedor do óscar de melhor actor secundário, é o avô, responsável pela surpreendente coreografia da dança que a neta, abigail breslin, também candidata ao óscar de melhor actriz secundária, apresenta no concurso de beleza infantil; paul dano é o adolescente que fez um voto de silêncio e que quer ser piloto de aviões; e steve carell interpreta o irmão de toni collette, que vai morar com eles depois de uma tentativa de suicídio. o brilhante argumento pertence a michael arndt. a realização pertence ao casal jonathan dayton e valerie faris, responsáveis por vários videoclips de bandas como smashing pumpkins, red hot chilli peppers, rem e offspring.
recomendo vivamente!
27 de março
27 de março de 2005.
dois dias.
dois filhos.
seis anos de diferença.
dois motivos para sorrir todos os dias!
hoje é o dia deles! será sempre o dia deles!
a nós, pais, compete-nos tornar este dia sempre inesquecível, porque também o foi para nós. duas vezes...
segunda-feira, março 26, 2007
reforço de posição
é este o portugal que temos... infelizmente, onde as pessoas parecem fantoches nas mãos de uma comunicação social cada vez mais tablóide e sensacionalista.
este post serve apenas para reforçar a ideia do post anterior. o sentimento é o mesmo: vergonha.
vergonha
portugal bateu no fundo. evocar nesta altura a memória de salazar é passar um atestado de estupidez a homens, verdadeiros portugueses, como salgueiro maia, otelo saraiva de carvalho, mário soares, zeca afonso, etc., que lutaram pela democracia, pelo fim da ditadura, pela liberdade de expressão. não serve o argumento de que tudo isto foi uma forma de protestar contra o estado político actual, porque para isso existem dezenas de manifestações por mês. há inúmeras formas de manifestar o desagrado pela actuação de um governo. esta não podia ser uma delas, porque pretendia ser algo sério, no sentido de enaltecer a acção e o forte cunho pessoal deixado por valiosos homens portugueses na história do nosso país, em vários domínios, como política, literatura, diplomacia, descobrimentos, etc..
e o que aconteceu? nos dois primeiros lugares ficaram dois representantes de duas das ideologias políticas mais contestadas e renegadas: fascismo e comunismo. isto entende-se?
ontem à noite, mais uma vez, senti uma vergonha imensa de ser português. vergonha de um país que não sabe respeitar o seu passado. vergonha de um país que parece ansiar agora por um regresso a um passado negro, de perseguição, de censura e de ditadura. e concordo e muito com o que foi dito no final do programa de ontem: algo vai muito mal no ensino nacional, sobretudo ao nível da história. negligenciar os descobrimentos, a independência de portugal, a nossa brilhante literatura, a favor de um ditador, de um censurador, de um fascista, é muito grave. a rtp bem tentou, no final da emissão, explicar que aquilo, no fundo, era um concurso, um entretenimento, quando antes pretendia atribuir ao programa uma importância vital à escala nacional. notou-se o desconforto de toda a gente, sobretudo de maria elisa. foi precisamente para evitar situações deste género que, na alemanha, em programa similar, o nome de hitler não foi sequer considerado para efeitos de votação. mas a mim quer-me parecer que, se fossemos alemães, ontem teríamos votado hitler como o grande alemão. que raio de país este...
sexta-feira, março 23, 2007
música para o fim de semana
depois fiz três compilações: uma dos ride, que mistura temas ao vivo com músicas dos discos "nowhere", "going blank again" e "carnival of light";
outra mais heterogénea, com mark eitzel, vocalista dos american music club, com vários temas dos seus discos a solo, como "saved" e "no easy way down", ambas do disco "60 watt silver lining", e ainda "sleeping beauty", do disco "candy ass", e "anything", de "the ugly american"; natalie merchant, ex-vocalista dos 10.000 maniacs, com temas do disco "ophelia": "my skin", "king of may" e "frozen charlotte"; sun kil moon, com temas dos dois discos da banda: "space travel is boring", "grey ice water", "gentle moon", "neverending math equation", "jesus christ was an only child" e "floating". nesta compilação ainda houve espaço para hannah marcus, com "tired swan" e "vampire snowman", que conta com a voz de mark kozelek; e ainda para os ilya, com "they died for beauty".
a outra compilação é uma espécie de viagem ao passado. há dias, através do blog "quandooblogtoca.blogspot.com", lembrei-me que adorava, no início dos anos 90, uma música dos the durutti column. então não descansei enquanto não a encontrei. nessa procura encontrei ainda outras músicas deles que coloquei igualmente na compilação. a música que eu procurava incessantemente era "at first sight" e está incluída no disco "lips that would kiss madeleine", de 1990. as outras que integram este cd são "la douleur", "the sea wall", "take some time out" e "the square". juntei-lhes duas músicas instrumentais dos explosions in the sky (uma espécie de seguidores dos durutti column): "first breath after coma" e "your hand in mine". e ainda alguns temas bem mais recentes: the divine comedy, com o belíssimo tema "if", os voxtrot, com "sway", os amandine, com "for all the marbles", frida hyvonen, com "we'll be just fine", laura veirs, com "where gravity is dead", e pelle carlberg, com "oh no, it´s happening again". para fechar, duas músicas novamente do meu passado, do tal início dos anos 90: "gently falls", dos into paradise (que música, meu deus, que música!) e "two step", dos throwing muses.
vai ser um fim de semana cheio de qualidade musical lá em casa... e no automóvel também...
quinta-feira, março 22, 2007
lost - terceira série
pp - partido partido
meus amigos, a solução é simples: instalar mais câmaras de televisão nos congressos, nas reuniões partidárias, nas casas de banho, na assembleia da república, nos bares, nas mesas de voto. inclusivamente, não seria má ideia colocar aquelas micro-câmaras, que se utilizam na fórmula 1, na lapela dos políticos. assim já não haveria dúvidas nenhumas, nem falsas acusações, como me parece ser o caso aqui. hélder amaral é beirão, é viseense, é boa pessoa. e também tem uma filha chamada mariana, como eu. "utilizarei todas as armas que do direito e instâncias judiciais me conferem para defender da grotesca acusação e da infâmia que recai sobre o meu nome", sublinhou o deputado do cds-pp. muito bem!
quarta-feira, março 21, 2007
dia mundial da água
filosoficamente
enveredei então pela metafísica. debrucei-me sobre o conceito filosófico "o que é que podemos ter a certeza de conhecermos, ou a certeza de conhecermos o que conhecíamos, se é que é de todo conhecível, ou simplesmente nos esquecemos e estamos demasiado envergonhados para dizer seja o que for". peguei numa caneta e comecei a anotar as minhas primeiras meditações filosóficas. esta foi a primeira: "a minha mente nunca pode conhecer o meu corpo, apesar de se ter tornado muito amiga das minhas pernas". a segunda foi: "para conhecer uma substância ou uma ideia temos de duvidar dela e, deste modo, ao duvidar, chegar à apreensão das qualidades que possui no seu estado finito, as quais estão na própria coisa ou são da própria coisa, ou de alguma coisa ou de coisa nenhuma". muitos mais pensamentos brilhantes como este me vieram à cabeça, como: "porque é que a existência é muitas vezes considerada estúpida, em particular pelas pessoas que usam calças à boca de sino?". ou: "o conhecimento é conhecível? como é que poderemos ter a certeza?".
tenho a certeza de que a história vai reservar um espaço para mim, depois da publicação da minha obra filosófica, que deverá ser lançada postumamente ou depois da minha morte, o que acontecer primeiro.
árvore / poesia
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava, porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Eugénio de Andrade
segunda-feira, março 19, 2007
sábado à noite
sábado, dia 17 de março. o meu filho, quase a fazer 8 anos, foi com a mãe ao seu primeiro concerto rock: os 4 taste. veio de lá um pouco defraudado, nomeadamente porque o som estava demasiado alto para os seus pouco habituados ouvidos. mas ele conhece as músicas de cor, vê os morangos, sabe os nomes deles, enfim, é um fã. mas, segundo a minha mulher, no concerto portou-se... com discrição. sossegado, a observar tudo o que se passava à sua volta, sempre com "um pé atrás", desconfiado mas ao mesmo tempo a assimilar tudo. esse seu comportamento foi rotulado pela mãe como um comportamento típico... do pai. no dia seguinte, ele sabia responder, com exactidão, a todas as perguntas que lhe coloquei sobre o concerto. assimilou, na verdade, tudo o que se passou ali, naquela hora e meia de concerto, naquele que ficará, para sempre, como o seu primeiro concerto de sempre.
por sua vez, a minha filha, nessa mesma noite, ficou comigo em casa. depois do tradicional "truque" para ela não reparar que a minha mulher saiu de casa (quando repara desata num choro de meia hora), resolvi pôr música calminha, para a sossegar. na televisão, estava prestes a começar a segunda parte do fc porto - sporting, depois de uma primeira parte interessante do sporting, mas em que a equipa voltou a revelar os mesmos três "in's" de sempre: é inofensiva, inconsequente e ingénua (neste último aspecto, até demais). já sabia que, para evitar que a minha filha chorasse durante meia hora, teria que a adormecer. e foi o que aconteceu depois de 20 minutos ao som de the czars. deitei-a no sofá, aconcheguei-a e pude, verdadeiramente, assistir ao resto do jogo, já com o som da televisão em vez da música. o sporting jogava agora a um nível inferior ao registado na primeira parte e eu já nem sequer imaginava que pudessem marcar. mas tello surpreendeu-me e marcou mesmo. agora vejam lá o meu azar... não costumo festejar os golos do sporting de forma efusiva, mas era um golo contra o fc porto, o campeão nacional, e em sua casa. o entusiasmo invadiu-me uns míseros milésimos de segundo após a bola embater no fundo da baliza de helton e... eu não pude fazer nada... gritar golo? impossível. a mariana acordava. abraçar alguém? não estava lá ninguém comigo. dar pulos? ir à varanda gritar "sporting"? também não. então, sentado no sofá ao lado da minha filha a dormir, apenas levantei os braços e sorri. depois, até ao final do jogo, foi um sufoco. já tinha a mensagem escrita no telemóvel a dizer "sporting venceu um a zero", para enviar à minha mulher, portista, que estava no concerto com o pedro, quando o fc porto ia marcando. felizmente, não marcou e pude enviar a mensagem. azar o dela, sorte a minha (e dos benfiquistas também, incluindo o meu pai e o meu cunhado). o campeonato parecia estar entregue mas o sporting, com aquela vitória no sábado, conseguiu alterar uma história que parecia previsível há muito tempo. antes assim...
o pedro e a paula chegaram a casa, estivemos a falar sobre o concerto ainda durante algum tempo, até o meu filho se render ao cansaço e ir dormir, com um enorme sorriso estampado na face. quando me fui despedir dele no quarto, disse-me: "pai, este foi um dia espectacular!". e foi mesmo.
pai
lembro-me da primeira bicicleta que tive, era verde e tinha um banco comprido, com encosto; lembro-me de te chateares muito comigo quando me ensinaste a andar de bicicleta, porque eu não me endireitava em cima dela; lembro-me de ir contigo aos jogos de futebol, de me trazeres batatas fritas ou amendoins do bar ao intervalo; lembro-me de teres ficado chateado comigo quando fui ter contigo, ao café onde trabalhavas, empunhando um pau com um saco de plástico verde, dizendo "pote, pote, pote", tu que querias que eu fosse benfiquista como tu; lembro-me de ter mudado de escola primária três vezes porque tu procuravas sempre um emprego melhor para nos poderes oferecer outro nível de vida; ainda hoje guardo aquele carrinho, um dodge vermelho e branco, da matchbox, que me trouxeste de coimbra quando foste tirar a carta de condução e chegaste às tantas da madrugada; no dia seguinte levei o carro para a escola e pensei em ti o dia todo (sim, nessa altura os brinquedos ainda tinham algum significado, porque eram tão raros); lembro-me de que fazia tudo para não te desapontar; lembro-me que não te pedia brinquedos, como as outras crianças pediam, porque sabia que não os podias dar; mas lembro-me que um dia, sem te pedir nada, chegaste a casa com um computador spectrum 78k e me deste uma alegria enorme, tal como tinhas dado quando me ofereceste a minha primeira bicicleta; ensinaste-me a conduzir, fizeste-me ver que tinhas total confiança em mim e foi a melhor forma de me ensinares a ser responsável e a retribuir o teu voto de confiança; eu cresci sempre ao teu lado e tentei ganhar o mesmo respeito e orgulho que eu tinha por ti, tentei sempre não defraudar as expectativas que tinhas para mim; vi-te subir na vida, passar de empregado a proprietário, ganhar o respeito de toda a gente com o teu trabalho.
ao longo de tudo isto, senti-me sempre orgulhoso de ti. tal como ainda me sinto hoje. ofereceste-me as mais sólidas bases que se pode ter. devo-te tudo, a ti e à mãe! por isso espero, ainda hoje, que sintas orgulho em ser meu pai, porque eu sinto muito orgulho em ser teu filho!
quinta-feira, março 15, 2007
sick of it
I'm sick of food
So why am i so hungry
I was sick of you
But i don't mind seeing your little face
I was sick of love
So i just stopped feeling
But i couldn't find anything to take its place
What'll i do with my time?
I'm sick of drink
So why am i so thirsty
I must have been born on the planet mercury
I just called to ask you what i said last night
I just called to ask you what i did last night
So what'll i do with my time?
Now i wake up and i don't have any gravity
Now i wake up still walking in my sleep
Now i wake up feel the world drawing away from me
And now i wake up still walking in my sleep
I'm sick of food
So why am i so hungry
I'm sick of feeling the world draw away from me
("sick of food", dos american music club)
terça-feira, março 13, 2007
forrest gump angolano
por tudo isto, mantorras pode eventualmente vir a ficar conhecido como o forrest gump angolano.
sexta-feira, março 09, 2007
ride
RIDE
formada em 1988, em oxfordshire, inglaterra, por andy bell (voz e guitarra), mark gardener (voz e guitarra), stephan queralt (baixista) e loz colbert (bateria), os ride foram inicialmente conotados com os my bloody valentine, sobretudo pela veia psicadélica e a constante distorção das guitarras, embora com um som mais melódico e acessível. no final dos anos 80, com os membros da banda a sair ainda da adolescência, e através do feedback que começaram a criar com os seus concertos, conseguiram um contrato com a creation records. em 1989 lançaram o primeiro ep, "ride", muito elogiado pelos críticos de música britânicos. o seu sucessor, "play" (1990), ultrapassou as expectativas e chegou a entrar no top 40. foi um pequeno passo até chegar o primeiro album dos ride: "nowhere" (1990), um disco brilhante e intenso, de cujo alinhamento tirei a música "paralysed", uma das minhas preferidas, que podem ouvir neste post. o disco chegou ao número 14 no top britânico e os ride começavam a ser descritos pela imprensa especializada como "the next big thing". no verão de 1991 lançaram o terceiro ep, "fall". em 1992 surgiu o segundo disco do grupo: "going blank again", o maior sucesso comercial dos ride, sobretudo devido ao single "leave them all behind", que chegou ao top 10 britânico. no entanto, a incapacidade da banda em aumentar exponencialmente a sua audiência levou a que começassem a surgir tensões entre bell e gardener, os dois vocalistas, nomeadamente durante uma frustrante digressão pelos estados unidos. por esta altura, também, despontavam em inglaterra os oasis e os blur, relegando imediatamente para segundo plano os ride. depois da referida digressão os ride decidiram parar por uns tempos, regressando aos discos apenas dois anos depois, com "carnival of light" (1994), uma tentativa clara de tornar a banda mais mainstream e mais convencional. o disco, apesar de não ser tão bom como os dois anteriores, é constituído por excelentes músicas, como "moonlight medicine", "crown of creation" e "1000 miles", mas foi um fracasso em termos de vendas. a banda não conseguiu "agarrar" mais admiradores com este rumo mais comercial que encetou e perdeu igualmente algum crédito junto da crítica, que vibrava agora com o som mais pop de bandas como os oasis, blur, suede e pulp. mesmo assim, os ride juntaram-se em 1995 para gravar o quarto disco: "tarantula", claramente o menos bom do quarteto, não vindo acrescentar nada à carreira do grupo. quase que apetece dizer que os ride teriam uma discografia perfeita se não fosse este último disco, dado que os três anteriores são imensamente superiores e, para mim, farão sempre parte de qualquer lista de melhores discos de sempre. em janeiro de 1996, os ride anunciaram o fim da banda, depois da saída de mark gardener, primeiro, e de andy bell, em seguida. o disco "tarantula" foi lançado em março de 1996, já depois do anúncio do desmembramento dos ride, que mereciam ter saído de cena de outra forma. de qualquer maneira, deixaram-nos músicas inesquecíveis como "paralysed", "in a different place", "vapour trail", "here and now", "chrome waves", "moonlight medicine", "leave them all behind", "dreams burn down", "decay", "cool your boots", "from time to time", "1000 miles", "kaleidoscope" e "OX4". para ouvir... sempre!
"nowhere", 1990; "going blank again", 1992; "carnival of light", 1994; "tarantula", 1996.
40 anos
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Alberto Caeiro
- poema dedicado à pessoa que me acompanha há quase 20 anos. hoje faz 40 anos e, depois de demorada e ponderada consulta, escolhi este poema para lhe dedicar, por ser o que mais fielmente verbaliza o que sinto por ela. se ontem sentia que a "homenagem" que tinha feito às mulheres era singela e simples, hoje então tenho a certeza de que nem todos os poemas do mundo, de emily dickinson, oscar wilde, shakespeare, eugénio de andrade, etc., chegariam para lhe expressar todo o meu carinho, amor, admiração e respeito! Parabéns!
quinta-feira, março 08, 2007
a nova musa do génio
interpol
Mulher
quarta-feira, março 07, 2007
fabulosos mesmo
sexta-feira, março 02, 2007
a vaga de fundo
alberto joão jardim fez nitidamente "birra". sabe que ganha claramente qualquer eleição na madeira, mas quis mostrar ao continente que tem o povo madeirense na mão e que o mesmo o seguirá em qualquer decisão que tomar. quando for a eleições vencerá com larga maioria, claramente, porque os madeirenses querem continuar a sugar montanhas de dinheiro ao continente, para o esbanjar em fogo de artifício para o guiness, mas querem, ao mesmo tempo, continuar a apregoar a sua lírica independência económica e social. outro factor relevante na madeira é a inexistência de oposição à altura. digamos que, em termos de liderança, alberto joão jardim está para a madeira como pinto da costa está para o futebol clube do porto.
paulo portas vem emergindo aos poucos à superfície política. saiu de cena, bronzeou-se, tornou os seus dentes ainda mais brancos, foi a festas do jet set nacional, arranjou um programita na sic notícias e foi-se intrometendo, lentamente, na vida política nacional. por sua vez, santana lopes tentou um comeback com o mesmo tacto e sensibilidade que um elefante numa loja de porcelanas. escreveu um livro, disse mal de toda a gente, voltou a fazer-se de vítima e a falar em cabala e... nada. foi novamente gozado por toda a gente e voltou para o seu natural e merecido obscurantismo. agora, já nem as eleições para presidente do sporting ganharia. paulo portas bronzeou-se; santana lopes queimou-se.
voltando a paulo portas. é perfeitamente visível que ribeiro e castro não tem postura nem carisma de líder de um partido. nobre guedes muito menos. e o cds acabou de levar uma tareia no referendo sobre a despenalização do aborto. portas esperou pelos resultados e avançou, na melhor altura. e vai chegar novamente à liderança do partido, é óbvio. a vaga de fundo foi criada... pelos seus adversários directos, que guindaram o cds ao quinto posto da hierarquia política nacional, atrás do pcp e do bloco de esquerda. paulo portas aproveitou também outro importante timing: a crise na câmara de lisboa, a quebra do acordo psd/cds, que fragilizou os dois partidos e os seus respectivos líderes. luís filipe menezes foi outro que tentou obter dividendos desta crise, atacando de imediato marques mendes. mas, para já, a sua vaga de fundo ainda não é suficientemente forte.
paulo portas assumir-se-á em breve como o rosto da oposição nacional, passando por cima de marques mendes, jerónimo de sousa, francisco louçã e... marcelo rebelo de sousa, muito mais mansinho desde que o seu programa se transferiu para a rtp. é que um bom governo precisa sempre de uma boa oposição.
quinta-feira, março 01, 2007
the czars
nas nuvens
é um grande motivo de regozijo para este cantinho, como é óbvio.